Com a palavra, um gay indignado!

Durante os últimos dias tenho recebido muitos e-mails ofensivos de gays irritados com os artigos publicados sobre o tema neste blog. Não me eximiria de publicar tais comentários, caso fossem minimamente educados. Hoje recebi um, ofensivo, mas decidi publicar (veja o artigo e o comentário) por não conter imoralidade.

Minha intenção ao fazê-lo é responder a missiva em público e dar ao missivista anônimo a oportunidade de conhecer a Verdade Bíblica sobre o assunto. Diante disto, a decisão é dele.

Segue a carta do gay anônimo (sem revisão)

Anônimo disse...

Sete coisas que eu gostaria que Bob Daves e vocês entendessem.

(1) Eu queria que vocês entendessem que muitas pessoas são felizes em sua condição homossexual e não vivem em conflito interno. Elas são honestas com sua própria natureza e desafiaram a pressão religiosa e religiosos fundamentalistas que insistem em chamá-las de pecadoras, transviadas e antibiológicas. Parem de nos aplicar rótulos baratos como "veado, bicha, mona, biba".

(2) Eu gostaria que vocês reconhecessem que homossexuais e lésbicas podem sim ser o que são. Deixem que eles sejam honestos.

(3) Eu queria que vocês entendessem que a maioria dos homossexuaisu têm relações profissionais, familiares e afetivas estáveis e encontram paz e satisfação em suas vidas. Porém os homossexuais que vivem em ambientes mais repressivos têm medo de admtir sua condição e, portanto, têm mais chances de serem infelizes. Quem criou esse "medo" não foram os homossexuais, foram vocês.

(4) Eu gostaria que vocês reconhecesem que gays e lésbicas dificilmente serão felizes em uma união heterossexual. Contudo, os bissexuais podem sim serem felizes em uma relação heterossexual.

(5) Eu gostaria que vocês entendessem que as pessoas têm o direito de buscar a heterossexualidade assim como de buscar sua homossexualidade. (Concordo!)

Gays e lesbicas sofrem violência moral e física. Igualmente são vítimas de linchamentos, ameaças anônimas, agressões na mídia, ameaças de bomba. Além disso, são presos, apedrejados e assassinados; outros se suicidam por não suportarem a discriminação.

(6) Eu gostaria que vocês parassem de condenar a homossexualidade, baseado em Levítico 18:22 e que nos ajudassem no sentido de diminuir as provocações e o ódio contra os gays.

Preguem apenas a Paz. Amem os gays. Deixem que eles sejam felizes com sua homossexualidade. Não os rotulem de levianos e nojentos, pois tal atitude é injusta.

(7) Eu gostaria que os líderes religiosos entendessem que os gays podem ter (ou não) relações monogâmicas assim como os heterossexuais. Há aqueles para quem a "união gay monogâmica é sagrada" e eles são felizes assim.

" A infidelidade consentida, ou não, é caracteristica majoriária do estilo de vida homossexual. Vem com o pacote" (Isso aqui eu resolvi deixar na íntegra como você o escreveu para te mostrar o quão preconceituoso você é. Depois não quer ser rotulado de homofóbico).

Segue minha resposta


Prezado anônimo,

Eu, você e Bob Davies concordamos. É sua a prerrogativa buscar a sua sexualidade. Faça a sua vontade e encare as conseqüências!

Você deve ter observado que o texto não é de minha autoria, nem concordo 100% com ele, ainda assim, publiquei as suas críticas a mim dirigidas, afinal, eu decidi publicar o artigo. Mas no futuro saiba, que nem sempre concordo 100% com tudo o que publico aqui, como é o caso do seu comentário, por exemplo.

Contudo, recomendo o outro texto, este sim de minha autoria e que, digamos assim retrata a minha própria opinião.

Eu, realmente não sou homofóbico, tenho amigos homossexuais e mesmo um parente muito amado. Sinto por seus destinos e gostaria de poder fazer algo a respeito.

Não falo por outras pessoas, falo por mim. Acho que a igreja deve abrir as suas portas sem preconceitos aos homossexuais, como faz com qualquer pecador, veja o artigo citado acima. E já me solidarizando com você em relação aos episódios de intolerância, que são de ambas as partes, saiba que, mesmo defendendo veementemente a posição condenatória da homossexualidade na Bíblia, recebi críticas duras nos blogs em que o artigo foi publicado, pelo simples fato de admitir a necessidade de acolhimento, com arrependimento por parte dos gays, naturalmente.

O que você não entende (como muitos também) é que nossa posição é contra a inclusão sem arrependimento, pois esta é parte inegociável do Evangelho (veja o artigo citado). E some-se a isto a inclusão de toda e qualquer prática condenada pela Bíblia. Ao fazer isto, estamos protegendo a nossa fé. Ninguém é obrigado a aceitar o Evangelho. Ao mundo, este parece loucura e, enquanto seus olhos estiverem cegos ao mesmo, assim será. Portanto, nós que não somos mais cegos, o achamos plenamente normal, mas achamos loucura as coisas que você acha normal, como dois homens formarem um casal, por exemplo.

Se não fosse pela certeza de que o que o Evangelho tem a oferecer é coisa tão maravilhosa, e impensável para você agora, eu diria: Mantenha seus loucos no seu hospício que nos mantemos os nossos no nosso. Mas a coisa não funciona assim. Segundo o mesmo Evangelho não temos o direito de ficarmos calados. Somos OBRIGADOS a denunciar o PECADO, pois do contrário estamos igualmente condenados por pregar ou aceitar falsas doutrinas.

Mas não é só isto. A Beleza do Amor inexplicável de Deus faz de suas misericórdias infinitas. Nosso desejo diante disto é dar ao conhecimento, de todos, este Amor, por isto não nos calamos e não desistimos de apresentar o Evangelho a vocês gays.

Jesus almoçou com prostitutas e muitos pecadores. Provavelmente (vou tomar pancada por isto, mas me arrisco), curou, pregou e almoçou também com homossexuais, pois Ele veio para os pecadores, não para os sãos... Aliais você conhece algum homem sem pecado? Em também não.

Entretanto, Jesus não acolheu o pecado, mas os pecadores. A mulher adúltera que ia ser apedrejada pela multidão foi salva por Jesus, mas o que Ele disse a ela ao ajudá-la a se levantar? Vá e não peque mais.

Todos devemos ajudar os pecadores a se levantar! Todos devemos pregar aos caídos o Evangelho Real, o que nos manda dizer: Vá e não peques mais.

Perceba que a minha indignação é voltada aos pastores que pregam heresias concernentes ao que diz a Bíblia sobre a homossexualidade e outros pecados. Vocês, os gays, não tem culpa alguma de estarem sendo enganados por um evangelho vazio.

O seu pecado não é maior ou pior do que qualquer outro. Os cristãos implicam com todos os pecados, sem preconceitos! Risos. Mas se implicarem com o pecador, ai não são cristãos.

E por que eu disse que o evangelho pregado pelos pastores pró-gays é vazio? Por que não há Verdade. Leia a bíblia e veras por si mesmo que não é coisa prudente. Se a Verdade não está na doutrina pregada, não há Boas Novas, apenas as velhas: o pecado é sentença de morte aos homens e mulheres.

Eu, pessoalmente, se fosse Deus, teria o poder de dizer o que é pecado e o que não é. Contudo, não sou. Saiba que não é apenas no livro de levítico que a homossexualidade é dada por pecado. São muitas outras passagens. Pretendo publicar sobre o assunto, mas se você não quiser esperar vá a uma igreja bíblica e/ou procure a verdade você mesmo.

Nenhum cristão verdadeiro terá atitude diferente de amor e acolhimento a um irmão pecador que busca a regeneração. Não nego, contudo, que há muito mais erro e intolerância nas igrejas do que acerto e acolhimento. Neste ponto, me solidarizo com você. Há igrejas de homens e há a Igreja de Cristo.

Conheço diversos casos de gays que buscavam a Salvação nas boas novas de Cristo e só encontraram rejeição. Muitos, inclusive, receberam do Senhor a força para lutar contra seus pecados (todos, não apenas a homossexualidade) e, mesmo assim foram estigmatizados.

Digo a você que não será preciso você se confrontar com a morte e o infindável, onde a relatividade geral das coisas te abrigará a reconhecer como foi infeliz a sua escolha pelos segundos de vida sob a tutela da sua verdade e da sua vontade e a eternidade distante de Deus, que a mesma escolha te condenou. Antes mesmo deste triste fim, você irá descobrir que esta vida só tem sentido diante da realidade de um Deus amoroso e pessoal. Sem isto, qualquer busca é vazia e transitória.

Deus é Justo e Santo. Imagine como seria triste se fossemos julgados por Ele com base numa lei impossível de ser cumprida, tanto mais se nos fosse desconhecida! Contudo, o Caráter e a Vontade Soberana de Deus para as nossas vidas está claro e "preto no branco" nas Escrituras Sagradas. Sermos julgados por um Santo, não por pecadores como eu e você!

Meu caro anônimo, somos todos pecadores. Não há um santo sequer. Eu não sou melhor em nada do que você. Não sei da sua vida, mas falo por mim. Minha carne está cravada de espinhos, quer uma lista?

A diferença esta na forma de lidar como pecado. O convertido odeia o pecado, pois sabe que isto o afasta de Deus e, quem conhece a face de Deus não quer se distanciar jamais. Pode até se atritar com sua alma, mas logo reconhece que sem Deus não há vida possível. Arrepende-se e retorna à Sua Santa Presença. Repare a ordem das coisas. Sem arrependimento e em Jesus não podemos estar diante do Pai. Quem te disse que pode, mente e não conhece o Pai e O Pai não o conhece.

Você não O conhece, quando O conhecer, saberá a Verdade.

A força para a libertação do pecado (você não deixa de ser tentado, mas é livre da condenação em Cristo) não vem de você. Vem de Jesus. Você fica perto dele, a força está ali. Você se desvia do rumo, cai de quatro na lama novamente.

Buscar a face de Deus em Amor pela Salvação leva o indivíduo a buscar ser santo... Não no sentido que você conhece na cultura católica, mas no de buscar intimidade com Ele, através da Sua Palavra, da proximidade do exemplo de Jesus e da ação do Espírito Santo que ocupa o espaço do pecado em seu ser.

Contudo, para que se encontre o caminho da salvação é necessário se arrepender. Você reconhece que sua natureza é pecadora e se entrega ao Senhor.

Você sabe por que Jesus morreu na cruz? Para o perdão dos pecados, dirá você. Não é mesmo? Se você não tem pecado para se arrepender e receber o Reino, então para que Jesus se sacrificou? Perceba o sentido geral das Boas Novas. O Evangelho real, não marketeado para atender a A, B, ou C, trata da missão salvífica de Jesus pelos homens. E do que os homens precisam ser salvos? Do pecado.

Amado Anônimo, pecado é a ausência de Deus. Onde há pecado, não há Deus. Jesus assume o preço do pecado para que haja proximidade entre Deus e suas criaturas pecadoras e imperfeitas. O homem e a mulher foram perfeitos um dia, mas escolheram o pecado. Escolheram ser deus e, eles mesmos, decidirem o que é bom e certo.

Se você não se arrepende, está decidindo não aceitar a Salvação oferecida por Jesus. Simples assim.

Vou te contar um caso que ilustra que mesmo quem está em busca incessante da face de Deus vive a afronta do pecado, apesar de encontrar força em Deus para vencê-lo.

Agostinho de Hipona, conhecido como Santo Agostinho pelos católicos, era um tremendo devasso. Um viciado em sexo. Nada era novidade para ele neste tema. A história da conversão dele é belíssima, mas não cabe aqui agora. O que importa é o fato de que certo dia vinha Agostinho andando pelas ruas de sua cidade na África mediterrânea, quando distraído entrou na rua da “zona”, lugar que ele evitava desde sua conversão. Pois eis que lá pelas tantas uma das garotas de seu passado começa a agitar-se na janela: Agostinho, meu amor... Meu garanhão... Coisa assim. Claro que o teólogo mais importante dos primeiros mil anos do cristianismo vestiu tremenda “saia justa”. Mas não deve ter ficado por ai, de fato não ficou. Seus pensamentos devem ter ficado bem quentes, pois por razões que desconheço, provavelmente, a hipocrisia existente na polaridade entre seus pensamentos no momento e sua tentativa de disfarçar suas emoções com soberba e desprezo a antiga amante... Não sei. Só sei que o pecado e o desejo toma conta de Agostinho e, este, desesperado se joga num espinheiro ao lado da estrada e se corta todo nas navalhas da planta! O que foi isto? Autoflagelação vazia? Acho que não. Penso que foi mesmo desespero. Agostinho vê-se sem forças, pois ter reagido à tentação de forma errada, tentou ele mesmo prover aquilo que Deus nos dá em Amor. Joga-se à uma dor diversiva para não render-se ao pecado, toma assim, para si, todo o peso do fardo do pecado, esquece que poderia, se não fosse a soberba e a vaidade que naquele momento lhe possuiu, colocar este fardo aos pés da cruz de Cristo. Logo percebe que nada resolve o confronto com o pecado, exceto o arrependimento real e quebrantado.

Amado anônimo. Faço um pedido a você. Crie um e-mail que não o identifique e deixe o seu contato aqui. Há pastores de todas as partes do Brasil e exterior que lêem este blog. Todos terão prazer de procurá-lo para falar do Amor infinito de Deus.

Jesus te ama muito e quer intimidade com você.


A paz,

Danilo