O Batismo do Etíope Eunuco e de Jesus
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Rev. Ronald Hanko
Continuando nosso estudo do modo do batismo, desejamos olhar para o batismo do eunuco etíope (Atos 8) e de Jesus (Mt. 3; Marcos 1). Esses são geralmente tomados como sendo os exemplos mais claros na Escritura de batismo por imersão.
O batismo do eunuco. É geralmente assumido que as palavras “desceram ambos à água” e “saíram da água” em Atos 8:38, 39 descrevem o batismo do eunuco e o fato que ele deve ter sido imerso. Existem dois problemas com esta visão.
Um problema são as preposições usadas – “à” (eis, no grego) e “da” (ek) não implicam imersão de forma alguma. A palavra à no Novo Testamento é traduzida de muitas formas diferentes, incluindo:2 “at” [em, no, por] (20 vezes), “in” [dentro, em, no] (131), “into” [em, entre] (571), “to” [para] (282), “toward” [em direção a, para] (32), e “unto” [até, para] (208). Isso pode ser verificado com uma boa concordância. A palavra da é traduzida variadamente: “from” [de, por] (182 vezes), “up from” [de dentro de] (2), e “out of” [da, fora de] (131). Substituir essas traduções diferentes nos dois versículos mostrará imediatamente que diferença isso faz. O ponto é que essas duas palavras não estão descrevendo o batismo de forma alguma, mas o que aconteceu imediatamente antes e após o batismo.
As duas preposições usadas em Atos 8 obviamente não podem estar descrevendo o batismo, visto que são aplicadas tanto ao eunuco como a Filipe. Se elas estão descrevendo um batismo por imersão, então Filipe também batizou a si mesmo por imersão. Ele também “desceu” e “saiu” da água. Ou as palavras descrevem o batismo por imersão de ambos – Filipe batizando a si mesmo, bem como ao eunuco – ou não descrevem nenhum batismo de forma alguma.
Finalmente, e mais importante, o batismo de Jesus, quando observado à luz da Escritura, não pode ter sido por imersão. Olhemos para alguns fatos sobre o batismo de Jesus dados em Mateus 3 e Marcos 1.
Em Marcos 1 as mesmas palavras gregas de Atos 8 são usadas. Em Mateus 3:16 uma preposição diferente é usada, a palavra grega apo. Essa palavra é traduzida como “from” [de, por] 372 vezes e como “out of” [da, fora de] somente 27 vezes.
Há uma consideração adicional na história do batismo de Jesus. Não pode ser ignorado que ele foi batizado aos 30 anos de idade (Lucas 3:23), por um sacerdote (João o Batista era um sacerdote como seu pai Zacarias, Lucas 1:5, 13), e com água. No momento do seu batismo, Jesus disse de todas essas coisas: “Assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt. 3:15).
Que Jesus cumpriu “toda a justiça” com seu batismo pode se referir apenas ao fato que ele cumpriu as justas demandas da lei. Qual lei? A lei para a consagração de um sacerdote. Um sacerdote deveria ser consagrado por outro sacerdote (Ex. 29:9; Nm. 25:13),3 e consagrado por aspersão com água (Nm. 8:6, 7).4
Ao cumprir a lei, portanto, Cristo não poderia ter sido batizado de outra forma senão por aspersão, ou estaria quebrando a lei, e não cumprindo a mesma. O batismo de Cristo não é prova, portanto, que a imersão é o modo apropriado de batismo, mas exatamente o oposto. Imploramos que aqueles que crêem de outra forma considerem isso cuidadosamente.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1
Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 261-62.
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É irmão, tem que fazer muito malabarismo interpretativo e sofisticado para dizer que batizar não é imergir em água. Gostei especialmente do argumento de que Felipe teria se batizado a si mesmo se batizar é imergir. É muita apelação mesmo né? Porque será que era necessário um lugar com água para descer? Será que o Eunuco não tinha água para beber que pudesse lhe servir aspergir?
ResponderExcluirÉ deve ter algum sofisma que eu ignoro, né irmão?