Batistas do Sul dos EUA elegem primeiro presidente afroamericano
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Hélio Pariz
Fontes: The Washington Post e News Observer
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Um ano após terem eleito o primeiro vice-presidente afroamericano, os batistas do Sul dos Estados Unidos deram um passo além e elegeram o seu primeiro presidente da mesma etnia.
O líder eleito em ambos os casos é o mesmo: Fred Luter, Jr., numa ocasião histórica que representa para os batistas do Sul dos EUA o rompimento definitivo com um passado escravagista que levou o país à guerra civil no século XIX, além do racismo exacerbado até fins do século XX.
O processo de acerto de contas com o passado seguiu por caminhos lentos e tortuosos, desde a luta pelos direitos civis da minoria negra na década de 1960, até o pedido de perdão feito pela Convenção Batista do Sul em 1995.
Fred Luter, Jr. é pastor da Franklin Avenue Baptist Church em New Orleans, Louisianna, uma igreja frequentada majoritariamente por afroamericanos, a exemplo de 3.400 outras congregações daquela que é a maior denominação evangélica nos EUA.
Se é verdade que a Convenção anual, realizada na semana passada na mesma New Orleans, coroa o longo processo de reconciliação entre brancos e negros batistas, outra polêmica surgiu.
É que a Convenção emitiu uma nota oficial - em oposição à declaração do presidente Barack Obama a favor do casamento homossexual -, dizendo que “os direitos dos gays não são direitos civis”.
Muitos críticos entenderam que a declaração foi inoportuna num momento que a denominação acerta contas com um passado racista que envolvia lutas sangrentas pelos direitos civis dos negros e ao mesmo tempo abre uma ofensiva envolvendo a mesma expressão “direitos civis”, só que desta vez dos homossexuais.
O argumento utilizado oficialmente é o de que “a homossexualidade não apresenta as características distintivas de classes que têm direito a proteções especiais, como as categorias de raça e gênero”, ao mesmo tempo em que a nota encoraja os batistas a tomar parte em um “ministério redentor” para os gays.
A Convenção acrescenta ainda que “Nós nos levantamos contra qualquer forma de homofobia e atitudes desrespeitosas, retórica odiosa ou ações que incitem ao ódio em relação a pessoas que estão envolvidas em atos de homossexualidade”.
Outra medida significativa, aprovada por estreita margem (2.446 a 2.232 votos), é a que muda o nome da Convenção Batista do Sul para “Batistas da Grande Comissão”, já que um dos passos que estavam sendo discutidos há muito tempo para deixar a Guerra da Secessão no passado era exatamente tirar o caráter sulista da organização.
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