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Hippies, porcos e a Igreja institucional

Maurício Zágari

O escritor George Orwell é muito conhecido por seu livro 1984. Nele, apresenta a famosa figura do Big Brother: a personificação de um Estado totalitário que, graças a um recurso tecnológico, consegue investigar a vida privada de cada cidadão. Mas o melhor e mais fascinante livro de Orwell não é esse: chama-se A revolução dos bichos. É um texto extremamente interessante e que nos nossos dias tornou-se altamente aplicável a uma parcela da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, como abordarei mais à frente.

Numa fazenda dominada por homens, os animais se revoltam, expulsam os humanos e tomam conta dos negócios, numa tentativa de romper com o modelo institucional que havia até então. Cada animal passa a, em teoria, ter um papel igualitário ao dos outros, embora com funções diferentes. Numa parede escrevem o estatuto da nova comunidade:

“Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo. O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo. Nenhum animal usará roupa. Nenhum animal dormirá em cama. Nenhum animal beberá álcool. Nenhum animal matará outro animal. Todos os animais são iguais.”

Me perdoem, mas vou contar o final da história. O tempo vai passando. Aos poucos, o inevitável acontece: um segmento da comunidade de animais, no caso, os porcos, começa a dominar a fazenda, impondo fardos pesados aos companheiros (patos, cavalos e outros). Dia após dia, eles se aproximam mais do que os humanos opressores eram tempos antes. Os porcos passam a se portar exatamente como os antigos proprietários da instituição: vestem-se com roupas de gente, fumam charutos, bebem álcool e ao fim acabam andando sobre duas pernas (patas). O desfecho do livro reserva a grande lição: na parede onde se leem os mandamentos dessa instituição que era para ser anti-institucionalizada, alguém faz um remendo na última norma: “Todos os animais são iguais – mas alguns são mais iguais do que os outros”.

A fábula, escrita com brilhantismo por Orwell, simplesmente reflete um fenômeno natural ao gênero humano: por mais que as pessoas busquem romper com as hierarquias e viver fora de instituições, as hierarquias sempre encontrarão um caminho para se reestabelecer e qualquer agrupamento social virará uma instituição. Isso é um fato da vida e um fenômeno tão natural como gelo derreter ao sol. Por isso, quando vejo a enxurrada de irmãos em Cristo que se lançam numa cruzada contra a Igreja institucional, inevitavelmente me lembro de A revolução dos bichos. Pois o que acontece nessas comunidades é exatamente o que ocorre na história do livro.

Na igreja

Para que esta reflexão faça sentido, temos que abrir um parêntese aqui e esclarecer o básico: o que é uma instituição? Vamos ao dicionário: “instituição” é “organização, estrutura”. Opa, isso já nos dá uma pista. Por essa definição, a Igreja institucional seria um agrupamento de cristãos em que a manifestação de seu relacionamento e culto a Deus se dá numa estrutura organizada. Eis o que caracterizaria uma igreja institucional: uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma fé e que montam uma estrutura (com hierarquias, estatutos, liturgias etc) para que possam manifestar sua fé em Jesus Cristo de modo organizado.

A caminhada do indivíduo para fora de um modelo tradicional de igreja geralmente começa quando cristãos sinceros se chateiam com algo que está presente na congregação. São razões as mais variadas (umas legítimas, outras não), como discordâncias do pastor, ofensas ou frieza da parte de outros membros, cultos que não agradam ou coisa que o valha. Então esses irmãos abandonam sua antiga igreja e decidem que vão viver a fé cristã de modo supostamente desinstitucionalizado, seja em casa ou, como é mais comum, em comunidades alternativas – uma igreja doméstica, um pequeno grupo ou uma comunidade mais “livre”.

Em princípio é só alegria: uau, um modo de viver a fé sem a opressão ou os grilhões da instituição! Acreditam até alguns que estão vivendo de modo mais parecido com a Igreja primitiva. Mas aquele que tem uma visão mais sagaz já percebe que os porcos não tardarão a andar sobre duas patas.

Inevitavelmente, toda comunidade supostamente não-institucional acaba tendo líderes, o que é um traço de uma igreja institucional. Também acaba estabelecendo datas e horários de reuniões, o que é um traço de uma igreja institucional. Há ainda a especificação de formas de ação, o que é um traço de uma igreja institucional. Sem falar que as reuniões seguem sequências de eventos (lamento informar, mas isso é uma liturgia), o que é um traço de uma igreja institucional. E não podemos esquecer que muitas dessas igrejas que não se dizem igrejas têm CNPJ e, se você quiser abrir uma filial dessa “comunidade”, terá de pedir autorização formal e legal ao seu dono (não, Jesus não detém os direitos legais do CNPJ). Ou seja: qualquer tentativa de se fazer uma igreja não-institucional mais cedo ou mais tarde descambará para a institucionalização desse organismo. Fato: a desinstitucionalização da Igreja é uma utopia.

Esses irmãos – sinceros em suas intenções, faço questão de ressaltar – acabam, então, vivendo sua fé numa nova forma de instituição. Um pouco diferente da antiga igreja de onde vieram. Mas igualmente litúrgica, hierárquica, organizada e, desculpem ofender, institucionalizada. O fato de não pertencer formalmente a uma denominação, não ter um templo próprio ou ter uma liturgia em suas práticas diferentes do modelo mais comum não quer dizer em absoluto que aquilo não é uma instituição. Um bife pode virar estrogonofe no dia seguinte, mas não deixará de ser carne. É o que acontece.

Começa então um trabalho de autoconvencimento por meio da semântica. Para se sentirem melhor, dizem que não congregam mais em “igrejas”, mas sim em “comunidades”. Que não vão mais a “cultos”, mas a “encontros” ou “reuniões”. Que não têm mais “pastores” ou “líderes”, mas “irmãos mais experientes na fé”… Mas na essência é absolutamente igual! Assim, esses irmãos, felizes, passam a se convencer de que agora vivem numa comunidade mais apostólica, mais próxima da Igreja primitiva, esquecendo-se de que a Igreja primitiva era tão problemática como a de hoje. Basta ler as epístolas do NT. Basta ler as sete cartas às igrejas de Apocalipse. Quem ignora todos os descalabros e problemas que havia na Igreja primitiva deveria ler com mais atenção o NT e estudar as razões que levaram Paulo, Pedro, João e os outros autores canônicos a escrever suas cartas. E o que havia lá há cá: pe-ca-do!

Lembro-me de um movimento que tinha uma proposta muito similar à dos cristãos que querem acabar com a Igreja institucional: os hippies. Eles queriam soltar-se das amarras da sociedade institucionalizada, viver em liberdade, paz e amor e tal. Mas o movimento hippie acabou, os ex-hippies amadureceram, viraram homens de negócios e pais de famílias bem caretas e deixaram como legado uma sociedade mais depravada, libertina e pecaminosa. Ou seja: o legado do movimento hippie para os nossos dias (nem mesmo acabar com a guerra do Vietnã eles conseguiram) é ruim, uma má influência. E, lamentavelmente, a igreja anti-igreja corre um enorme risco de ir pelo mesmo caminho. E não percebe isso.

Muitos líderes mais visíveis das igrejas anti-igreja têm websites, possuem “comunidades” com CNPJ, vendem seus livros, pedem doações, têm horário para suas pregações, estabelecem liturgias sim (repare que suas transmissões via web ou coisa parecida sempre seguem o mesmo modelo) e fazem tudo de forma institucionalizada. Mas seu discurso é anti-Igreja institucional. Com isso, o grande problema é que não contribuem com absolutamente nada para a causa de Cristo – apenas satisfazem seus seguidores ao dizer o que eles gostariam de ouvir. São como os “porcos” (no sentido orwelliano, ressalto. Não tenho nenhuma intenção aqui de ofender ninguém, por favor, que isso fique claro) que já andam sobre duas patas, fumam charutos e vestem roupa de gente.

Conclusão

A cruzada anti-igreja institucionalizada é o caminho? Não, não é. Simplesmente porque todas essas comunidades são também instituições, apenas com formas de agir novas. Com dialetos e sotaques diferentes, mas apenas mais do mesmo. E em todas elas habita o verdadeiro problema, o grande vilão da história: pecado. Esse sim é o bicho-papão. Onde há pecado, os porcos vão sempre andar sobre duas patas e pessoas continuarão a ser magoadas, feridas e ficar chateadas com outros irmãos. Isso é inevitável. E acreditar que mudar os nomes das coisas e começar a se reunir em quintais e salas de estar em vez de santuários “institucionais” vai mudar isso é de uma ingenuidade atroz.

É óbvio que uma igreja institucional que se preocupa mais com a estrutura do que com as pessoas é uma instituição falida. Uma igreja institucional que funciona como uma empresa para sustentar a família do pastor ou que em vez de conduzir as ovelhas ao aprisco as conduz ao abatedouro tem sérios problemas de saúde. Uma igreja institucional que perdeu a espiritualidade, a simplicidade e o senso de discipulado é uma casca oca. Mas, por favor, entenda, isso não tem nada a ver com o fato de ela ser institucional. Tem a ver com o distanciamento de seus integrantes de Deus, com a perda de intimidade com o Senhor, com o esfriamento da fé. E isso pode acontecer em qualquer modelo de igreja. Seja ela “organizada” ou “desorganizada”.

Cristãos que perdem seu tempo precioso combatendo a Igreja institucional em vez de proclamar Cristo e pregar contra o pecado estão sendo tão úteis para o Reino de Deus como os hippies que fazem miçangas para vender na beira da praia são para a revolução social. E enquanto esse tempo é perdido, almas estão indo para o inferno, porque os que se chamam pelo nome do Senhor estão se perdendo em vãs discussões.

George Orwell estava certo. Expulsamos os homens da fazenda. Mas em seu lugar pomos apenas modelos novos da mesma coisa – só que com uma maquiagem diferente.

Paz a todos vocês que estão em Cristo (seja na Igreja institucional, na igreja dos anti-igreja ou em qualquer outro modelo em que o Corpo de Cristo se reúna para adorá-lO em espírito e em verdade).




Zágari encreve no APENAS 1 
Divulgação Genizah



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  1. Fantástico!!!
    Este artigo é muuuuuuuuuuuuuito bom!
    Me sinto até um pouco soberbo (kkkkkkkk), pois o cara escreveu e disse exatamente o que eu penso sobre o assunto e esperava por um momento para falar sobre o tema.

    Em uma época de "Emergência" e de "combate a igreja tradicional", dita "institucionalizada", fica a pergunta: Será que estes opositores não se apercebem que nada fizeram além de criar outras instituições?

    Curioso disto tudo é que, por trás do discurso "inclusivo", muitas vezes fazendo vista-grossa para falhas de caráter de seus membros e avesso a tudo que seja ou pareça uma espécie de "disciplina", estas "Igrejas Anti-Igreja" possuem uma ética, própria e valores próprios pelos quais excluiria de seu meio qualquer um que apresentasse um comportamento ou princípios um pouco mais tradicionais.

    Se alguns das pessoas que procuram estas comunidades - muitas vezes o fazem por estarem com "raivinha" do pastor da antiga igreja de onde saíram por razões de disciplina - para fugir de sanções sociais oriundas do pecado que cometem e dos olhos dos demais (não excluo o fato que muitos vão atirar pedras nos coitados), estas alternativas só servem para criar mais denominações evangélicas, somando-as a milhares que já existem, se tornando (em alguns casos) abrigo para pecadores contumazes que querem agir livres, algumass (note, algumas) viram antro de beberrões, e local de apologia a um discurso flexível demais, criando algumas monstruosidades híbridas entre a ortodoxia e a ética e moral pós-moderna.

    Sei de algumas destas comunidades que do uso "lívre em Cristo" (não o meu Cristo) do álcool, abriram as portas para outras drogas. Onde muita gente passou a viver assumindo que é gay, ou que pratica fornicação ou adultério, e que as pessoas só fazem é dar um tapinha nas costas e dizer: "oh, irmão... esta é sua fraquesa..., eu entendo...!, e nada é feito quanto a isso. Não há disciplina, o erro não é tratado, o pecado não é extirpado, o mal-feitor contumaz não é excluído, tudo isso em nome de uma "graça" (graça esta que desconheço e não está na Bíblia) que perdoa tudo sem pedir que os homens mudem seu caminho.

    Até compreendo que muitos tenhas suas razões, entre elas a hipocrisia de alguns. Mas o que os "desigrejados convictos" e os anti-institucionais" fazem de pior, é julgar a todos os demais como farizeus e lançá-los em uma vala comum. Se ninguém pode vos julgar, a recíproca também é verdadeira. No entanto, estes parecem que esqueceram, ou fazem questão de esquecer, que o a Igreja julga a si mesma, para que ela se encontre santa diante de Deus. Também esquecem que o autor de Hebreus expressa claramente que o costume de não-congregar é nocivo a vida cristã.

    Por fim, todo este processo utópico e de "desconstrução", de fato, só revela uma coisa, o cerne da questão: O PECADO!!! E este flagelo vai estar presente em todas as aglomerações humanas, sejam organizadas ou não. Sempre foi assim, e não será diferente amanhã, enquanto o Senhor Jesus não vier nos buscar.

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  2. Entendo seu ponto de vista ao chamar nossa atenção para os porcos. Mas só porque um cavalo se levanta para denunciar os porcos, não quer dizer que ele seja sincero. Ele pode muito bem ter espírito de porco...
    Jesus não construiu nenhum templo, não organizou nenhuma coisa formal como as sinagogas, e nem ordenou (nem proibiu)que se fizesse isso. Ele sabia que o Poder estava sobre ele para sarar as feridas, até as institucionais. Vejo um movimento que no fundo deseja cura da igreja, mas vejo uma contra-reforma de gente que não quer ser curada. Se os primeiros são rebeldes, os segundos são apóstatas, o que coloca todos sob a mesma condição de pecadores precisando de cura.
    Proponho uma emenda ao penúltimo parágrafo:
    Cristãos que estão embriagados com o conforto das suas instituições em vez de proclamar Cristo e pregar contra o pecado estão sendo tão úteis para o Reino de Deus quanto os fariseus no ministério de Jesus.
    Concordo com o irmão de um modo geral, mas o modelo institucional de hoje favorece em muito o esfriamento, e não me mostra nenhuma esperança de transformação.
    Confunde-se organização com controle, ordem com legalismo, hierarquia com autoridade espiritual, e por aí vai.
    Viver uma fé bíblica é difícil pra ambos os lados, não por ser difícil em si, pois o jugo é suave e o fardo leve, mas não abrimos mão de nossas frescuras para sermos ajuntados como os pintinhos nas asas da Mãe (fig. Jesus). Assim, estamos aos poucos assumindo a postura de filhos da desobediência, de anticristos. É um tempo de reflexão e arrependimento, de voltar onde caímos, prostrados, reconhecermos quem Ele é e quem nós somos. Literalmente, Tudo e nada.
    Tenho anunciado a Palavra para muitos, em sua maioria pessoas que vem do ocultismo, e prego também contra as mazelas da igreja, pois o que mais escuto dos novos convertidos é que se for pra ir "num lugar desses" pra ser cristãos, eles preferem voltar pra onde estavam! Quando voltarem às suas instituições ou comunas, pensem nisso.

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  3. Eu só tenho uma coisa para dizer!

    SENSACIONAL!

    Deus abençoe!

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  4. Segundo o autor
    "Mas em seu lugar pomos apenas modelos novos da mesma coisa – só que com uma maquiagem diferente."

    Se é a mesma coisa, pra que tanto esforço em criticar esse movimento? Deixa acontecer! Ao meu ver, isso é saudável, pois se existem pessoas descontentes com o modelo que impera na atualidade é simplesmente porque estão pensando por si mesmas, no pior das hipóteses vamos dividir melhor a renda da industria da fé (rs).
    E este é o maior dom que o Criador deu ao ser humano, pensar. Só assim podemos usufrir com discernimento do livre arbítrio.
    O Reino de que Cristo fala não é deste mundo. Acho incoerente tentar controlar o Reino de Deus com técnicas criadas pelo homem. Lembem-se, a sabedoria de Deus é loucura perante as sabedoria dos homens.
    A salvação é individual, sendo cada um responsável pelas suas próprias escolhas.
    "
    1 Coríntios 11
    28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
    29 Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
    30 Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
    31 Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
    "
    Abraço a todos.

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  5. Parabéns!

    Sou primeiro-secretário da Assembléia de Deus do Jardim Gramacho.

    Mais institucional que eu, acho que só o pastor, presidente, certo?

    Errado!

    Eu (e graças a Deus o meu pastor também) aprendemos que Igreja é uma coisa e Instituição é outra, muito diferente.

    Entendemos que a instituição só existe por causa da Igreja, e temos tentado fazer com que só exista se for para o BEM da Igreja, e não o inverso.

    Acho que estamos conseguindo.

    A Igreja continua. Sempre, pois é a NOIVA DO CORDEIRO.
    A Instituição continua. Enquanto a Igreja tiver problemas e necessidades materiais para resolver (não para aumentá-los...)

    Mais uma vez, parabéns pelo texto. É ótimo!

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  6. Tudo que li até aqui, me enriqueceu em conhecimento e Graça! Desde críticas-negativas uns aos outros, como as críticas construtivas, juntando tudo, no final, foi uma das melhores pregações de fé, testemunho e amor! beijo no coração de todos, firme nEle, e para Ele em que esperamos,

    Fernando Macedo

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  7. A questão é simples:
    Sem amor, tanto a instituição quanto a "desinstituição" são sem valor.

    "Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor." (Gálatas 5:6)

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Ótimo Texto Maurício Zágari!

    A igreja está dentro do Cristão. Nós somos os verdadeiros templos, tabernáculos, moradia do Espírito Santo de Deus. As "quatro paredes" nos serve como meio de arrebanhar mais vidas para Cristo e executarmos os serviços da Obra de Deus.

    A institucionalização mora no coração pecaminoso do homem. A verdadeira igreja, a Sulamita de Cantares 6:13, está constituída de Cristo sendo o Cabeça e o corpo a sua igreja. O Noivo e a noiva.

    (Colossenses 2:19) "e não retendo a Cabeça, com a qual todo o corpo, suprido e organizado pelas juntas e ligamentos, vai se desenvolvendo segundo o crescimento concedido por Deus."

    Eu nunca vi uma orelha andando sozinha. Hoje temos orelha se reunindo com nariz em um verdadeiro processo de putrefação!

    Procurem uma "igreja" SAUDÁVEL e ali se estabeleçam! Tá difícil achar, mas acha sim!!! Peça ao Espírito Santo, em Oração.

    Graça e Paz amados,

    Isac Amaral
    São Gonçalo/RJ.

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  10. Alguns pontos:
    Quanto a volta Igreja-grupo-Igreja, concordo com o fato de isso ser uma ação comum, uma ocorrência normal e até mesmo uma programação do costume e do habitual, agora validar a fala como uma proposta determinista, um beco sem saída, uma previsão do futuro, e dizer que voltar a hierarquia é um fenômeno natural, assim como a gravidade ou o derreter do gelo, é uma afirmação pobre e infundada, é se desfazer do livre arbítrio e das possibilidades.

    Quanto a Definição dada de instituição: Partindo da definição dada, tudo é instituição, uma dupla de amigos, um grupo de motoqueiros, um bar, e outras coisas assim.

    Quanto a desinstitucionalização da Igreja a a utopia: Sim, a desinstitucionalização de uma forma politico-materialista, ou seja, com horários não definidos, sem datas de nada, e reuniões de ordem aleatória, não é a questão. Quando se pensa e se diz Contra a Instituição Igreja não quer dizer uma ânsia infantil de subverter a ordem política para inventar alternativas ou coisas assim, pois matar um policial não vai subverter a ordem, mas matar o medo de policia em você, vai fazer com que não se ajoelhe nem esteja sucumbido a tal "ordem", assim, ela se subverte, dentro de você. Não é matar a instituição explodindo os templos, é matar a barreira que a instituição faz em você para um relacionamento com Deus.

    Quanto a Questão Semantica: Discordo da pobreza com que se observa a semântica muitas vezes, as palavras definem as coisas, e não as coisas definem as palavras, sim, isso é um fato. O próprio Orwell que ilustra esse artigo, na obra 1984 descreve a tentativa de se matar as coisas através do ato de se matar palavras, matando o mal, tornando-o inbom, uma palavra que não abarca e não define suficientemente bem por exemplo o lobo-mau da chapelzinho vermelho, ja pensou, um lobo-inbom, não é a mesma coisa. Logo, mudar as palavras, muda sim a concepção e a percepção das coisas, e se bem feito, muda as coisas. A semântica é nossa maior arma, foi a palavra que nos humanizou.

    Quanto aos Hips e a Igreja: Históricamente falando, não é plausível essa fala a respeito do movimento hippie, dizer que os hippies amadureceram, e se tornaram homens de negócios é a mesma coisa que dizer que todos que se formam em no ensino médio serão donos de empresas. Quanto a uma sociedade depravada, é uma questão mais complexa, que por sua vez envolve o movimento facista e a extrema direita e ainda a revolução sexual, não necessariamente os hippies.
    Porém, a fala a respeito do medo da igreja desinstitucionalizada se tornar mais um novo problema que uma solução é antigo, e muito provavelmente, foi exatamente esse medo, de cada um ir para qualquer lado e coisas contrárias a Revelação da palavra serem praticadas, que fez com que o primeiro concílio o nicéia, decidisse que era necessário uma estrutura hierárquica para controlar o desenvolvimento da fé. Porém, mesmo assim a igreja cometeu horrores, e provavelmente outros atos igualmente terríveis teriam sido cometidos mesmo fora da dita hierarquia.

    Fora isso, Um artigo Sensacional! Parabéns!

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  11. Tomei a liberdade de acrescentar coisas a conclusão:

    A cruzada anti-igreja institucionalizada é o caminho? Não, não é. [Assim como a Institucionalizada também não é.] Simplesmente porque todas essas comunidades são também instituições, apenas com formas de agir novas[ou diferentes]. Com dialetos e sotaques diferentes, mas apenas mais do mesmo. E em todas elas habita o verdadeiro problema, o grande vilão da história: pecado. Esse sim é o bicho-papão. Onde há pecado, os porcos vão sempre andar sobre duas patas e pessoas continuarão a ser magoadas, feridas e ficar chateadas com outros irmãos. Isso é inevitável. [Onde há pecado, é mesmo inevitável] E acreditar que mudar os nomes das coisas e começar a se reunir em quintais e salas de estar em vez de santuários “institucionais” vai mudar isso é de uma ingenuidade atroz. [Assim como acreditar que manter as coisas come estão uma hora vai dar certo.]

    É óbvio que uma igreja institucional que se preocupa mais com a estrutura do que com as pessoas é uma instituição falida. Uma igreja institucional que funciona como uma empresa para sustentar a família do pastor ou que em vez de conduzir as ovelhas ao aprisco as conduz ao abatedouro tem sérios problemas de saúde. Uma igreja institucional que perdeu a espiritualidade, a simplicidade e o senso de discipulado é uma casca oca. Mas, por favor, entenda, isso não tem nada a ver com o fato de ela ser institucional. Tem a ver com o distanciamento de seus integrantes de Deus, com a perda de intimidade com o Senhor, com o esfriamento da fé. E isso pode acontecer em qualquer modelo de igreja. Seja ela “organizada” ou “desorganizada”.

    Cristãos que perdem seu tempo precioso combatendo [ou defendendo] a Igreja institucional em vez de proclamar Cristo e pregar contra o pecado estão sendo tão úteis para o Reino de Deus como os hippies que fazem miçangas para vender na beira da praia são para a revolução social, [ou como os zumbis que não vivem a palavra e não percebem que relacionamento com o pastor, os membros e a liderança não é o mesmo que relacionamento com Deus é para o Reino do Pai]. E enquanto esse tempo é perdido, almas estão indo para o inferno, porque os que se chamam pelo nome do Senhor estão se perdendo em vãs discussões, [Como esta].

    George Orwell estava certo. Expulsamos os homens da fazenda. Mas em seu lugar pomos apenas modelos novos da mesma coisa – só que com uma maquiagem diferente,[ou para ser mais correto na interpretação de Orwell, mantemos o mesmo modelo, com criaturas diferentes no comando do mesmo].

    Paz a todos vocês que estão em Cristo (seja na Igreja institucional, na igreja dos anti-igreja ou em qualquer outro modelo em que o Corpo de Cristo se reúna para adorá-lO em espírito e em verdade).
    [Amém]

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  12. Sr. Danilo, não foi isso que aconteceu com os companheiros que chegaram ao poder?

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  13. Toda generalização é maléfica. Assim como é um engano dizer que toda a instituição (com CNPJ, liturgia, etc.) não coopera para a obra de Cristo, também é um engano, dizer que todo agrupamento humano cedo ou tarde vira uma instituição hierarquizada.

    Mas o ser humano é mesmo assim. Tem alguns bons insights e logo os coloca como verdade absoluta.

    Apesar de em algumas ocasiões os procos andarem em 2 pernas (até é comum) em algumas outras isso não ocorre.

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  14. é cada uma uma que eu vejo !!!se a igreja e comercial e mais empresarial é porque trabalha de uma forma institucional ,as pessoas realmente estão perdidas e não sabemm o que querem e se deixam levar porque qualquer informação ,antes de criticar as igrejas não institucionais deveriam conhecer melhor,eu conheço vários irmãos e ministérios que agem sem cobrar dízimos ,sem cobrar ofertas,sem hierarquia e tem sido muito organizado e tem crscido muito graças a Deus ,mas infelismente as pessoas são assim,criticam as grandes igrejas pelo comércio da fé,pelos roubous,e ao mesmo tempo vem agora querer criticar as igrejas não institucionais que pregam sinceramente sem cobrar um centavo em troca,recomendo a estes então que são contra estes ministérios sem ao menos ter conhecido antes de avaliar que venha primeiro conhecer nossos ministérios para poder entender que não somos contra a igreja institucional e nem queremos acabar com ela , só queremos pregar de uma forma justa ,sem comercializaçaõ,e se depois de conhecerem vcs que se dizem tão contra a comercialização ,mas para mim me parecem em cima do muro pois criticam silas malafaia ,edir macedo ,ana paula valadão e etc ,se encontrarem em nosso ministério qualquer vestigio de comércio ,que vão então se aliar com os mercadores da fé no Brasil ,pois tenho visto alguns sites que tanto criticam estes fatos mas saõ os que mais vendem produtos em sites , se fossem realmente diferentes destes aos quais criticam nao tranformariam seus sites em um show de banners ,e agora querem criticar pessoas simples que nem ao menos se expõe.Desce do muro,muitas das vezes algumas acusações feitas a lideres evangélicos são apenas estratégias de marketing para se divulgar pois na hora da atitude ,estas mesmas não convém com suas palavras , acedito que este post nao será publicado ,mas se for agradeço a democracia e sinceridade .

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  15. Quanta tolice.

    O cerne do argumento dos igrejeiros é o mesmo:

    A institucionalizaçao é inevitavel, querer sair dela é uma utopia, devemos aceita-la.

    Se esquecem q a corrupçao tbm é inevitavel, querer sair dela tbm é uma utopia, devemos tbm aceita-la?

    Melhorem os argumentos ae meus caros.

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  16. Discordo completamente da essência do artigo que visa desacreditar, mesmo que não por malícia, a capacidade da Igreja de Cristo andar na orientação do seu cabeça, Cristo. É possível e desejável grupos com essa descentralização de poder, numa vida que gire em torno do serviço uns aos outros que o evangelho propõe. Não, não é uma utopia. Pois embora tenhamos uma queda para o mal, Deus nos convida a andar num crescimento até alcançar a estatura de Cristo e é bom lembrar que Deus cuida da sua igreja e que igreja não é a instituição ou a TOTALIDADE dos que chamamos irmãos NÃO, mas cada um segundo o chamado verdadeiro de Deus, formando uma só igreja em toda a face da terra, então não é de se estranhar que em uma multidão hajam dois ou três chamados e convertidos sinceramente para ser desta IGREJA que é o povo resgatado pela Graça de Cristo. Não, não são todos, mas aqueles que negarem a sí mesmos para carregarem sua Cruz, os que aborrecerem a maldade e a mentira, pais, filhos e quem quer que seja, para seguir o Mestre. Sim, existe.
    Não estou dizendo que de todo se tirará bons frutos, pois a maldade humana sempre busca tomar o cabresto e tirar vantagem das situações, mas se os irmãos desistissem de andar com as próprias pernas e se entendessem verdadeiramente dependentes de Deus, e buscassem sempre retomar de onde caíram, de onde abandonaram de andar ma vontade de Deus para eles (nós). E por fim constatassem que não somos deste mundo tão pouco podemos amá-lo, andaríamos caminhando na verdadeira instituição não nossa, mas de Deus para a Igreja. Igreja, sujeição. Igreja, zelo. Igreja, amor. Igreja, pedras vivas. Igreja, pessoas mortas com Cristo vivendo nelas.

    Um povo sem liderança(de Cristo) e fraco em suas doutrinas, sim, está sujeito a abandonar a fé ou perverter o caminho, contudo alicerçado na sã doutrina é claro que é possível, pois ESSA É A ORDEM DO EVANGELHO, que vivamos no serviço e pelo que podemos ver o maior colaborador para a perversão dos irmãos durante os séculos tem sido permitir que homens ditem a doutrina e ignorem o contexto e o sentido real da mensagem do Evangelho de Jesus.
    Deus deseja nos liderar, e é claro que é possível viver no Espírito e segundo a vontade de Deus.
    A obrea literária é sim muito interessante, mas só faz sentido considerando as limitações da carne e ignorando o plano de Deus em Cristo para nós. Afinal, essa "instituição utópica" do texto já existe, e é revelada na escritura como a nossa vida eterna com e por Cristo.

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  17. 1Cor 12 e 14 mostra que sim esperança pois o próprio Deus organiza sua igreja conforme suas necessidades, colaborando pela igualdade. Se o modelo é correto ou equivocado eu não entro no mérito, mas uma coisa que Orwell parece desconhecer é que existe um povo que entende que criaturas não podem estar no comando, pois este é o lugar do CRIADOR.

    Em Cristo, Daniel.

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  18. Chama a atenção como a instituição que entende homens como mestres e líderes é capaz de formar "fariseus" em grande escala. Imputa -se sobre os homens novos fardos criados pelas expectativas das pessoas, como se o evangelho tivesse mesmo que agradá-las e não libertá-las. E temos por fim, expectadores e personagens. Uns fingem que são e outros fingem que acreditam (enquanto podem).

    A escritura é clara em descrever as características humanas e sua natureza pecaminosa. Inclusive dos mais notáveis homens, se aponta sua falibilidade, em contrapartida com a misericórdia de Deus. Isso só reforça que não há outro a quem imitar, senão Cristo. Para que Abraão, com sua Fé? E Davi com seu coração Segundo o de Deus? Ou Sansão com sua Força e Salomão e sua Sabedoria? EM Cristo, está toda perfeição em Fé, Santidade e Obras.

    Tenho visto que nossa vontade de amar, faz com que ignoremos a Verdade. Gostamos das pessoas que compõe o sistema, por isso toleramos essa convivência. Mas o sistema que nos orienta as escrituras é viver sobre a liderança de Deus (Lembre -se da rejeição do povo judeu quanto a viver sem um rei humano e como Deus reprovou isso), imitando -o em tudo e entre nós em sujeição, serviço e respeito.
    Se alguém se destaca, que se ocupe de servir com tudo que tem (pois Aquele que deu o talento cobrará na medida que deu, conforme a parábola) e cada um faça assim, combatendo a própria natureza, negando -se numa disposição incansável de acertar. Sabendo que tudo isso é possível com auxílio do Consolador e não por simples esforço humano, mas obra sobrenatural de Deus e por meio da Fé em Cristo (e não é possível entender de outra forma somente pela Fé).
    ATÉ QUANDO SE OCUPARÃO DE INVENTAR DOUTRINAS DE HOMENS E DE DEMÔNIOS E IGNORAR-SE -Á A SÃ DOUTRINA?

    Mateus 23-8:19
    8. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi; porque um só é o vosso Mestre, e todos vós sois irmãos.
    9. E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.
    10. Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo.
    11. Mas o maior dentre vós há de ser vosso servo.
    12. Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.
    13. Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.
    14. [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas, e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.]
    15. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.
    16. Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso nada é; mas quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou.
    17. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?
    18. E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou.
    19. Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?

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  19. Fui membro atuante de uma determinada igreja durante 16 anos,fui diácono e fiz parte do conselho da igreja. Durante este tempo foi se descortinando as verdadeiras intenções do "líder",conforto .... Resolvi sair da igreja, os equívocos eram INSTITUCIONALIZADOS. Depois de, aproximadamente, um ano fora, recebe uma visita,que muito me marcou. Uma diaconisa, muito piedosa,com décadas nesta igreja, me disse que: QUE TINHA MUITA COISA ERRADA, QUE ELA SABIA, MAS QUE EU VOLTASSE E "EMPURRASSE COM A BARIGA", porque ela tinha sempre feito isto. Ora quando vejo textos como este do Maurício Zágari, sinto-me convidado ao evangelho "empurra com a bariga".Um convite: ei! você que esta pecando sozinho, venha pecar conosco!.O problema não é a igreja institucionalizada, e sim os EQUÍVOCOS INSTITUCIONALIZADOS.Quando um pastor relata sobre a crise existencial da igreja moderna não esta em devaneios, é preciso a busca da santificação, da experiência profunda com cristo e não a atitude do "deixa pra lá","o que que há", "o que que tem",eu não estou fazendo nada você também...Acredito piamente que é mais fácil criticar queles que saíram, do que buscar um aperfeiçoamento, através de uma consciência critica. Também, acredito que existem homens de DEUS que conduzem suas ovelhas pelo caminho estreito com destino ao céu. Que a graça do senhor possa nos cobrir.

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