Tolerância religiosa ou ecumenismo?
https://genizah-virtual.blogspot.com/2010/12/tolerancia-religiosa-ou-ecumenismo.html

por Johnny T. Bernardo
O ecumenismo é a palavra de ordem em nossos dias. Devemos esquecer as diferenças que nos separam e nos unir em uma grande congregação universal. Assim não há mais judeu, protestante, católico, muçulmano, budista ou espírita; todos são "iguais" e adoram o "mesmo" Deus. Até mesmo aquela que dizia ser a "única e verdadeira Igreja de Cristo", agora deseja comungar com outras confissões de fé. Essa "revelação" passou a fazer parte da pauta da Igreja a partir do Concilio Vaticano II, quando os católicos foram instruídos a dialogar com outras religiões. A partir daí sucederam-se diversas reuniões ecumênicas no Vaticano e em diversas partes do mundo. Pousaram para fotos figuras não menos como Billy Graham, Dalai Lama, chefes da Igreja Ortodoxa russa e lideres da CMI (Conselho Mundial de Igrejas).
É comum ouvir ou ler hoje no Brasil sobre trabalhos ecumênicos feitos em "prol da sociedade" ou celebrações em igrejas católicas envolvendo protestantes históricos e demais lideranças religiosas do país. O mesmo acontece entre universidades batistas e adventistas. Alguém poderá perguntar: que mal há nisso? De certo não há nada de errado em dialogar com outras religiões, desde que tal diálogo não seja com o intuito de "mesclar" doutrinas ou passar ao sincretismo puro e simples. Jesus não ensinou que devemos nos afastar da sociedade, mas conviver com ela. Tal convivência, entretanto, não significa concordar com desvios doutrinários, mas usar a ocasião para testemunhar-lhes a mensagem do evangelho. O maior perigo é, obviamente, no dialogo inter-religioso, cair no erro da Nova Era e suas múltiplas faces no mundo. Somos totalmente contra todo tipo de descriminação religiosa, social, racial ou étnica; entretanto, usar tal pretexto para "universalizar" a fé é um erro que devemos evitar a todo custo.
Não há unidade entre católicos e evangélicos
É pura ilusão pensar que é possível haver "unidade" entre católicos e evangélicos. Os motivos são os mais diversos, desde a organização eclesiástica (papas, bispos, pastores) até a base doutrinária dos dois movimentos. Há uma pequena minoria de batistas que acreditem que sim, que é possível estabelecer um "laço" de comunhão com Roma; eles se esquecem, entretanto, o que foi dito na Segunda Confissão de Fé Batista Londrina (1677-1689), e que foi endossada ao longo dos anos por batistas ao redor do mundo. "O papa de Roma não pode, em qualquer sentido, ser o cabeça da Igreja; ele é o anticristo, o homem da iniqüidade e filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra Cristo e contra tudo que se chama Deus, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, como se fosse o próprio Deus. O Senhor Jesus o matará com o sopro de sua boca". [1]
Segundo Gilson Santos, da parte do Vaticano nenhum passo consistente tem sido dado na direção da fé evangélica, desde a Reforma. Pelo contrário, novas doutrinas e práticas, igualmente antibiblicas, foram adicionadas ao credo católico-romano: incorporação dos livros apócrifos ao Cânon (1546); o dogma da Imaculada Conceição de Maria (1854); a doutrina da infabilidade papal (1950); o dogma da assunção de Maria (1950) etc. E o que dizer da idolatria mais vil e grosseira? No que diz respeito a sua espinha dorsal, Roma vem mantendo alguma consistência. Ela não mudou. O mesmo já não pode ser dito de algumas igrejas do mundo evangélico-protestante. Que os batistas e demais evangélicos aprendam, e nunca esqueçam - Roma, semper eadem (Roma, sempre a mesma). [2]
Referências Bibliográficas
1. SANTOS, G. Diálogo entre batistas e católicos, Teresópolis, Rio de Janeiro: citado por jornal Desafio das Seitas, 2º trimestre de 2009, ano XIII, número 50, pág. 11.
2. Ibidem, pág. 11.
Johnny T. Bernardo é colaborador do Genizah
Muito esclarecedor este texto. Simples e direto, espero que o pessoal faça bom proveito deste texto assim como eu o fiz!
ResponderExcluirAbraço
Tá certo,não devemos nunca unir doutrinas tão diferentes,a doutrina de Roma é pagã,isso é fato,ao passo que a doutrina das igrejas evangélicas é a doutrina bíblica,que deve ser a fé e a prática tanto de batistas,presbiterianos,congregacionais e outras igrejas ditas evangélicas.
ResponderExcluirPor isso Jesus perguntou: que comunhão tem a luz com as trevas?
Penso que todos temos o direito de criticar o que quisermos, mas é de bom tom definirmos corretamente os termos. Ecumenismo não engloba "judeus, muçulmanos, budistas e espíritas", isto seria diálogo inter-religioso. Ecumenismo diz respeito apenas a cristãos: católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes. Logo, antes de se combater algo é necessário saber O QUE estamos combatendo e este artigo errou na definição básica do termo ecumenismo.
ResponderExcluirQUANTO AO ECUMENISMO ENTRE CRISTÃOS:
ResponderExcluirPromover a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecuménico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido(1). Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura. UNITATIS REDINTEGRATIO
QUANTO A ORGANIZAÇÃO ECLESIÁSTICA
Para os protestantes valem todas as organizações eclesiáticas denominacionais, contanto que não seja a católica, vale o direito de livre interpretação da escrituras por qualquer um, menos pela igreja católica.
QUANTO AO CÂNON:
Em que livro, capítulo e versículo da bíblia se encontra a lista com todos os livros canônicos?
QUANTO A "novas doutrinas e práticas, igualmente antibiblicas":
A Imaculada Conceição representa a obra-prima da Redenção realizada por Cristo na cruz, porque precisamente o poder do seu amor e da sua mediação obteve preventivamente que a Mãe fosse preservada do pecado original. Por conseguinte Maria é totalmente remida por Cristo, mas já antes da concepção.
...a queda não foi a causa da predestinação de Cristo, e que – mesmo se ninguém tivesse pecado, nem o anjo nem o homem – nesta hipótese Cristo teria sido ainda predestinado do mesmo modo" (in III Sent., d. 7, 4). Este pensamento, talvez um pouco surpreendente, surge porque para Duns Escoto a Encarnação do Filho de Deus, projectada desde a eternidade por parte de Deus Pai no seu desígnio de amor, é cumprimento da criação, e torna possível que cada criatura, em Cristo e por meio dele, seja colmada de graça, e preste louvor e glória a Deus na eternidade. Duns Escoto, apesar de estar consciente de que, na realidade, por causa do pecado original, Cristo nos remiu com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, reafirma que a Encarnação é a obra maior e mais bela de toda a história da salvação, e que ela não está condicionada por qualquer facto contingente, mas é a ideia original de Deus para unir finalmente toda a criação consigo mesmo na pessoa e na carne do Filho. - Bento XVI
Infabilidae, e não são tratados como infalíveis os sermões proferidos nos púlpitos das igrejas evangélicas? não é o Espírito Santo que fala através dos pastores, apóstolos, etc... Infabilidade só não presta quando é a de católicos.
Assunção de Maria "Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Hebreus 11:5 - Enoque e Elias podem ser trasladados mas a mãe do Salvador da humanidade não, opinião de evangélicos, respeitem o direito do próximo crer diferente.
QUANTO A IDOLATRIA VIL E GROSSEIRA:
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Êxodo 20:16
Como sempre, evangélico emitindo julgamente fulminante contra a fé católica, contra o direito de seguirmos o ensino do Magistério da Igreja, enquanto isto a igreja evangélica ruma direto para o abismo à passos largos, cegos guiando cegos, infelizmente.
Anônimo Católico (ja fui evangélico e já disse estas mesmas besteiras que você)
Puxa! Que (má) surpresa! Sou católico e admiro bastante o Genizah. Mas às vezes aparecem aqui "escorregões" do tipo desse trecho do livro "Diálogo (sic) entre batistas e católicos". Sou teólogo e professor de Ecumenismo e Diálogo Religioso, na formação de professores para atuar na Educação religiosa. A seguir o raciocínio do texto, devemos então transformar nossas salas de aula em campos de batalha religiosa! Isso é diabólico! E lembro aqui que Diabo vem do grego "dia" (disperso) e "ballein" (lançar). Assim, Jesus é aquele que UNE (Pai, que todos sejam um... para que o mundo creia). Ao contrário do DIA-bo, aquele que dispersa. E fica a perguntinha: Você, católico, você, protestante, a quem deseja servir? Ao que UNE ou ao que divide?
ResponderExcluirJuka
Olá,a paz, achei estranho este texto. Sim, achei muito estranho. Principalmente o trecho: "Jesus não ensinou que devemos nos afastar da sociedade, mas conviver com ela. Tal convivência, entretanto, não significa concordar com desvios doutrinários, mas usar a ocasião para testemunhar-lhes a mensagem do evangelho".
ResponderExcluirQuando você diz "desvios doutrinários" automaticamente se senta no trono da verdade e sentencia os pobres cegos desprovidos da verdade que só você recebeu por liberalidade pessoal. Acho estranho qualquer pessoa se declarar portador da verdade. Pilatos perguntou à Jesus: "O que é a verdade?", e Jesus ficou em silencio mostrando de forma eloqüente que ele é a verdade. Não era necessário falar mais nada. O que vejo em sua explanação é um forte desejo de falar sobre algo que você mesmo não entende e não aceita: a divisão dos cristãos. Roma não é a besta. Os evangélicos não são ignorantes que protestaram sem razão contra uma igreja perfeita. É um processo histórico, cabe a nós aceita-lo e nos perguntar: o que vamos fazer com isso? É uma atitude madura e responsável, diferente de um pensamento cartesiano onde se separa bom de mau, certo de errado, somos seres humanos, não conhecemos a verdade tal como ela é, só saberemos quando o perfeito vier. Enquanto isso, que tal olhar para aquele que se calou diante da pergunta: o que é a verdade? Talvez o seu silencio serviu para mais para orar do que falar.
Excelente texto. Parábens, Johnny, parabéns!
ResponderExcluirSandro, obrigado pelo seu comentário. Me refiro ao macro - ecumenismo, já que o termo pode ser usado em vários sentidos - desde o ecumenismo cristão até o ecumenismo entre povos. Além do mais, no texto faço referência ao diálogo inter - religioso.
ResponderExcluirCaline, obrigado pelo seu comentário e incentivo. Deus continue te abençoando.
ResponderExcluirEsquisito os xiliques romanos... ninguém aqui é portador de nenhuma verdade, mas a Palavra é a Única Verdade! Nenhum dos dogmas romanos tem respaldo bíblico dentro de uma análise completa e honesta, são doutrinas criadas por homens assim como doutrinas da teologia da prosperidade contra a qual nós aqui também refutamos mesmo com nossos irmãos de igreja local. Agora me estranha essa aproximação mesmo com inúmeras provas de que protestantes e romanos caminham em sentidos diferentes.
ResponderExcluirSe vocês romanos ouvissem só as Escrituras e destronassem o principado do Vaticano com suas absurdas riquezas distribuidas as nações necessitadas, aí sim poderíamos conversar honestamente!