GANHAR DINHEIRO SEM PERDER A ALMA!

Jamierson Oliveira

A busca pela prosperidade material é uma das maiores ocupações do homem moderno. Mas quem já estudou antropologia cultural, sabe que não é assim em todas as culturas do mundo. Há aquelas culturas de subsistência, em que prover o pão para o dia presente é o essencial.

O meu primeiro estágio missionário foi em Cananéia (SP), num dos campos da Missão MEAP (http://www.meap.org.br/), num vilarejo chamado Ariri. Este lugar é o mundo de várias famílias de pescadores, também conhecidos como caiçaras, que levam suas vidas nos mangues e a mata atlântica virgem, com sua riqueza de fauna e flora, aves como o biguá, patos selvagens, garças, arapongas e com sorte vê-se tucanos.

Ali, ninguém pensa no luxo, nas facilidades da vida urbana. IPod, iphone, notebook, netbook, ebook, banda larga, tv à cabo, metrô, gás encanado, controle remoto, escada rolante, enfim, nada disso é desejado por esses povos. "Vamo logo ali e fisgamos um pexim prô armoço e tá bom sô!", me disse seu Valdemar um dos moradores isolados dessa região, durante evangelização que fazíamos.

Mas eu não! Quero trocar de carro, casa própria, outra faculdade, netbook pra minha filha de 7 anos, rede wi-fi no apartamento, tv led, novo exemplar da Bíblia do momento, o que mais? Ah, lembrei! Pizza de sexta-feira, almoço fora de domingo, lanche após o culto de domingo (ainda mais que agora termina as 20h), e quero viajar final de ano com toda família para um lugar legal, pode ser no Brasil, mas precisa ser de avião!

E olha que sou uma pessoa simples! Um amigo sempre me diz que preciso de mais ambição! Talvez ele esteja certo, mas preciso encontrar uma forma de buscar riquezas, prosperidade material, patrimônio para garantir até mesmo um bem-estar para meus filhos, mas conciliar isso tudo com a perspectiva de uma nova cidade no céu, de que vivo transitoriamente nesse mundo, que sou peregrino aqui, que o reino de Deus e a sua justiça é o que mais importa, que amar meu irmão necessitado exige atitude solidária da minha parte.

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Não, não quero fazer parte do "Clube do Um Milhão de Almas" do Silas Malafaia, nem participar das campanhas tipo: "Corrente do 318 Pastores", "Campanha da Restituição", "Domingo das Causas Impossíveis", "Clamor Pelo Crescimento Financeiro", "Campanha Conquista de Gideão" etc. Quero apenas cumprir meu ministério, trabalhar com dedicação e inteligência, e queira Deus me prosperar!

Em dias tão confusos como estamos vivendo, onde não conseguimos deixar de sofrer a influência do meio que vivemos, minha oração tem sido semelhante a de Agur:

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"Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus" (Pv 30:7-9).

FOTO: local onde estive em 1999 como parte do estágio prático do CPM - Curso Preparatório de Missões - Missão Antioquia.

Jamierson Oliveira é colaborador do Genizah