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AS ÁGUAS “PURIFICADORAS” DO IGARAPÉ DO ARRUDA

CRÔNICA DE: Sérgio Aparecido Dias
(...e de quem mais poderia ser?)

Vez por outra, quando me é possível, escapo do formigueiro estressante de Manaus e me refugio em um recanto qualquer, para dar descanso ao Tico, ao Teco e aos Três Patetas (os meus preciosos 5 neurônios). E numa dessas ocasiões, um amigo ofereceu-me carona em sua 4X4, cabine dupla, ar condicionado, direção hidráulica e outros babados, até Boa Vista, a bela capital de Roraima. Forçado por tão especialíssimas circunstâncias, fiz minhas malas e arribei pro extremo Norte.

Viagem super agradável, a não ser pelas péssimas condições da BR 174, com 3 ou 4 buracos, no meio de tantas outras centenas. Em certos trechos não existem propriamente “buracos”, mas autênticas crateras, de fazer qualquer um tremer de medo. De noite a coisa se complica mais ainda, pois, além de ter que se desviar dos buracos, tem que se ter muito cuidado com as carretas e caminhões. Os primeiros quilômetros foram tranqüilos, todo mundo alegre, todos cheios de adrenalina pela expectativa da viagem. Passando pela cidade turística de Presidente Figueiredo, com suas belíssimas cachoeiras e corredeiras, fomos pouco a pouco afastando-nos de Manaus e do Estado do Amazonas.

Como sempre, eu me comportava como se fosse a primeira vez que via florestas, rios e animais sel-vagens. A pobre câmera digital já estava cansada de tanto clicar e filmar. Minha esposa me dizia, pela ené-sima vez, que já bastava de fotografar tanto mato e tanto rio. Mas eu sou assim mesmo em relação à Nature-za, tanto aqui na Amazônia, quanto no Pantanal, ou no Nordeste ou no Sul do país. Já quase na metade da viagem, depois de tantas emoções de vistas deslumbrantes, chegamos perto da rodovia Manaus-Caracaraí e nos aproximamos do marco zero do Equador.

Sempre foi meu sonho conhecer o marco zero do Equador. Tirei muitas fotografias ao lado daquele monu-mento tão famoso. É uma pena que esteja tão abandonado e não haja, por parte dos órgãos governamentais e de turismo, um tratamento adequado com tão importante ícone de marco geográfico. E vamos que vamos adiante, pois ainda tem muito chão pela frente! Vai daí que, clicando aqui e clicando ali, quase não acreditei no que a câmera descobriu.

Na passagem por uma ponte sobre um pequeno rio (que aqui na Amazônia chamamos de ‘igarapé’), consegui ler o nome do dito cujo, numa tabuleta com letras bem grandes: IGARAPÉ ARRUDA. Quase provoquei um acidente, berrando ao meu amigo para que retornasse, a fim de que eu pudesse fotografar melhor a tabuleta, a ponte e o rio. Até já vislumbrava o título que daria à matéria: “As águas Purificadoras do Iga-rapé do Arruda”. Mas não foi possível realizar a manobra de retorno, devido a diversas carretas e cami-nhões que vinham logo atrás, alguns, inclusive, buzinando forte (um jeito próprio dos motoristas xingarem a mãe de quem está atrasando o tráfego). Tive que me conformar em adiar as fotografias para quando regressássemos.
Mas agora aqui estão elas. São águas puras e cristalinas, vindas da montanha, sem a poluição de esgotos e dejetos das cidades. Bem diferentes das águas putrefatas do caudaloso rio imundo da corrupção, que assola Brasília e toda a nossa Pátria! O curioso é que, justamente na hora em que procurava os melhores ângulos, verifiquei que algumas mulheres estavam lavando...MALAS!!! 

É isso mesmo, lavando malas!!! Bem, eu já conhecia lavagem de dinheiro, mas não das respectivas malas! Pensei em fazer uma brincadeirinha “inocente” com elas, falando da curiosa lavagem, traçando um paralelo com as corrupções de Brasília, mas fui recebido com olhares gélidos e expressões faciais nada amigáveis. Olhavam de vez em quando para um determinado ponto da margem oposta, como que pedindo ajuda. Certamente não estavam sozinhas. De repente, poderia aparecer alguém com um pau de fogo na mão, e eu seria impedido de escrever tão bela e “edificante” matéria. Eu jamais privaria o mundo de tamanho privilégio, por isso resolvi cair fora...apesar de ser muuuito corajoso!!!
Alguém aí quer uma garrafinha dessa água purificadora? É só entrar em contato com os hereges do Genizah e acertar o preço. Garanto que sairá mais barato que a água “milagrosa” do Valdemiro Santiago!





Sérgio enviou este mimo ao Genizah por e-mail





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