681818171876702

10 maneiras de identificar um fariseu

Zé Luís

No meio cristão é usual associarmos a hipocrisia com o que chamamos “fariseu”, já que era Jesus quem denunciava-os publicamente dessa forma, sem se importar com a influência política que esses líderes religiosos da época tinham, a ponto de poderem conseguir penas capitais através do Estado dominante - no caso, Roma – como a crucificação, por exemplo.

Fariseus tinham apoio público para seus atos, inquestionáveis, e exerciam a posição mais poderosa deste mundo: ministravam diretamente ao Deus Altíssimo, criador dos Universos.

Mas a pergunta que não quer calar é: você é um fariseu? Tem tendências a isso? Será?



1. Boas intenções originais justificando atos ruins

A seita dos fariseus surgiu em uma época anterior ao nascimento de Cristo, na época dos Macabeus – vide livros apócrifos na bíblia católica – quando a influência da religião helênica romana começava a trazer elementos à religião judaica (como o uso de imagens representando deuses) que descaracterizaram a Lei Mosaica, patrimônio nacional. Defender a manutenção dos valores da Lei era, além de apologia religiosa, garantia de que o Judaísmo não seria contaminado com abominações como a Idolatria.

Essa luta apologética pela preservação das Escrituras foi o marco inicial do grupo. Não demorou muito para que essa seita, que migrou para partido político, começasse a abandonar a força original, já que a liderança era passada de pai para filho, e os mesmo nem sempre tinham a mesma perseverança de seus antepassados, mas usando do prestígio do passado para se manter a frente, no poder.


2. A organização em nome de Deus é mais importante que Deus.

Jesus denunciou isso sistematicamente, não respeitando líderes daquele grupo por serem gente bem colocada socialmente. O mestre pedia contas a eles pelas responsabilidades que tinham em mãos, questionando a postura egocêntrica quando usavam de suas posições para beneficiar-se. O uso de retóricas religiosas para justificar atos perversos, e a incorporação desses atos como regras a serem usadas em benefício próprio, mesmo quando isso não é compatível com os preceitos no qual, originalmente, se propôs quando ingressou na organização é típicamente farisáica. A tradição de um sistema, mesmo que claramente perverso, para um fariseu, é mais importante do que a religião defende.


3. Não existir policiamento para quem faz policiamento é uma benção

Um dos detalhes que mais aborreciam o Mestre era o fato dos fariseus “aperfeiçoavam” cada vez mais as Leis e não às cumpriam.

Era comum entre os “rabinos” a discussão sobre determinados pontos da lei, como por exemplo, o cumprimento do sábado sagrado: Se um discípulo, quando questionado sobre quanto se pode caminhar em um Sabath respondesse 10 quilômetros , e outro 2 quilômetros, aquele que deu uma margem mais “dura” era tido como um bom discípulo, enquanto o que dava uma distância menor era tido como “liberal”, um “abolicionista da Lei”. Jesus acusava-os de inventar preceitos rígidos, fardos pesados, para cobrar dos outros o cumprimento, mas nem de longe cumpriam. Uma regra mais justa é melhor elaborada quando o próprio policiamento se policia. Isso pareceria muito mais com misericórdia, sentir a dor alheia.


4. Inventar regras para evitar debates

A interpretação da Lei com textos fora de contexto - assim como fazem com a Graça hoje – muitas vezes foi artifício montado para evitar questionamentos de mentes mais ávidas. Jesus questionou essa postura e - sendo conhecedor da Lei( que Ele mesmo criou) – não dava brecha para esse tipo de invenção. O messias, não saindo do contexto e não estando atado a proteção de nenhuma organização religiosa, explanava as reais razões e motivações que originavam a criação da Lei. O Legalismo ainda hoje é uma forma eficaz de calar bocas, embora não passe de falácia.


5. Máscaras

A aparência na vida de um fariseu é primordial. Diferente de um político – que necessita da projeção para ganhar votos – o religioso, que tinha seu cargo assegurado por ser de descendência, exige que os lugares de honra, assim como exige que os que vivem a sua volta o tenham como uma espécie de ser sagrado, o que Jesus nunca fez.



6. Em nome da proteção da Lei, ele quebrará a Lei

Está escrito “Não matarás”, “Não dará falso testemunho”, mas para calar a boca de Deus, os fariseus ignoram fatos e quebram o Mandamento, não explicitamente, mas com a desculpa de que, na verdade, estão destruindo o inimigo da Lei. Pregadores da Justiça cometendo injustiças para que a suposta Justiça prevaleça.


7. Fariseus perdem o foco sempre que sua teologia é confrontada

Kemuridama é um artificio ninja para escapar de determinados confrontos, uma pequena explosão de fumaça que oculta a fuga do guerreiro. Jesus – e mesmo o apóstolo Paulo – usou a “ressurreição” como kemuridama quando estava entre fariseus e saduceus, grupos de pensamento contrário sobre o assunto, deixando de ser o foco de ataque, deixando que se engalfinhassem com suas infrutíferas discussões sobre o sexo dos anjos.

Paulo conhecia o artifício tão bem que alertou contra ele, quando soube que haviam alguns assumindo linhas “teológicas” de Apolo, Pedro ou Paulo. “estaria Jesus dividido?”. Ainda pode-se ver hoje discussões acaloradas sobre a compreensão adotada (vide Calvinismo x Arminianismo).


8. Seguir a Lei só quando é conveniente

Por tradição, o filho do sacerdote do templo deveria assumir o sacerdócio e cumprir toda a Lei. Na época de Jesus, o sacerdote herdeiro não estava no templo, mas no deserto, não tinha vestes sacerdotais, mas pele de camelo, substitui a alimentação levítica por gafanhotos e mel. João Batista era filho de Zacarias, mas quem estava no comando dos “negócios” do templo era dois parentes, Anás e Caifás, genro e sogro. Se houvesse zelo como defendiam aqueles fariseus, certamente não assumiriam a posição que não lhes pertencia, nem quebraria a preciosa tradição, já que existe apenas um sumo-sacerdote, e não dois, intercalando-se ano a ano. A necessidade de projeção social fez com que fizessem vistas grossas àquela situação óbvia, e ignorar a Lei aqui seria prejudicial.

Muitas igrejas mantém regras obviamente erradas para manter em beneficio aqueles que a criaram, apesar de serem nitidamente injustas e incondizentes com o Cristianismo que buscam defender.


9. Por trás da aura angelical, ira belicosa

Todo fariseu posta certo ar de equilíbrio quase zen-budista. Isso dá segurança aos que veem como referência espiritual. Isso é uma arte Alguns exageram, ficam com trejeitos estranhos, esquisitices. Na intimidade, são pessoas comuns, até agressivas, e algumas até perversas. Isso é comum quando a necessidade da aparência suplanta a necessidade intima de conversão.


10. Mentiras em nome de Deus

Um fariseu conhece a Palavra, isso é fato. Somando-se a sua aparência de legítima santidade e o reconhecimento público de suas insígnias, uma mentira ou outra, usadas por “causa justa” jamais serão questionadas. Quem, em sã consciência questionaria um servo de Deus e correr o risco de ser fulminado pelos céus por petição desse servo?
Mentiras ajudam a manter o rebanho, reforçam verdades universais com pequenas distorções benéficas aos cofres, colaborando na manutenção e expansão do reino (com letra minúscula mesmo).

É a forma mais rápida de se atuar em nome de Deus quando o Espírito não tem mais vez nas escolhas da comunidade.




O Zé faz parte da equipe Genizah, e sempre que sai em condicional vem à redação e deixa algo para postagem.

Postar um comentário

  1. Dos melhores que eu já li por aqui!
    Glória a DEUS por isso!

    ResponderExcluir
  2. BOA TARDE A PAZ:
    POR ISSO QUE SOU TOTALMENTE A FAVOR DOS COSTUMES DE HOMENS NA IGREJA, OS HOMNES DEVEM ANDAR DE TERNO E GRAVATA E AS MULHERES DE SAIÃO ATÉ NO PÉ E CABELÃO COMPRIDO, SEM NENHUMA FORMA EXTERNA DE SE CONFUNDIR COM ALGUÉM "NORMAL".
    EXPLICO: A ÚNICA DIFERENÇA ENTRE OS FREQUENTADORES DE IGREJA E OS ÍMPIOS É A ROUPA EXTERNA, O ÍMPIO MENTE E O CRENTE TAMBÉM, O ÍMPIO ROUBA EO CRENTE TAMBÉM, O CAT´LOICO FALA LINGUA ESTRANHA E O CRENTE TAMBÉM FAL LINGUA ESQUISITA, O ÍMPIO FOFOCA E O CRENTE TAMBÉM, O ÍMPIO ADULTERA E O CRENTE TAMBÉM, POR ISSO AINDA EXSITEM OS COSTUMES, POIS SE AS VESTES EXTERNAS FORME DIFERENTES DO MODELO "SANTIDADE PERPÉTUA' COMO PODEREMSO IDENTIFICAR OS 'BODINHOS" DOS ÍMPIOS??

    É IGUALZINHO O FARISAÍMO DE OUTRORA.

    PR CLAUDIO ACCONCI
    prclaudio-acconci@bol.com.br

    ResponderExcluir
  3. Mandou bem Zé. Tú tá quase desconfusando, risos.

    ResponderExcluir
  4. Opa!

    Danilo, sua opinião vale muito.

    Robson: pode procurar pelo Genizah que tem coisa muito boa.

    Pastor Acconci: Hã?

    ResponderExcluir
  5. NÃO PRECISAMOS IR LONGE, BASTA ANALISAR NOS COMENTÁRIOS E NAS MATERIAS DESSE BLOG, A INTOLERÂNCIA, A FALTA DE AMOR, FALTA DE ESPIRITUALIDADE, DE RESPEITO E DE MISERICÓRDIA EM MUITA COISA ESCRITA. SENHORES DA LEI. VAMOS LER A BÍBLIA E VIVER DE VERDADE.

    ResponderExcluir
  6. parece até com um kra q eu conheço né Malafaia?

    ResponderExcluir
  7. Afff....eu tenho nojo de gente hipócrita....

    ResponderExcluir
  8. robson até os ateus podem usar gravata e saia até no pé! a questão é ter as leis de cristo no coração

    ResponderExcluir

ATENÇÃO: Comente usando a sua conta Google ou use a outra aba e comente com o perfil do Facebook

emo-but-icon
:noprob:
:smile:
:shy:
:trope:
:sneered:
:happy:
:escort:
:rapt:
:love:
:heart:
:angry:
:hate:
:sad:
:sigh:
:disappointed:
:cry:
:fear:
:surprise:
:unbelieve:
:shit:
:like:
:dislike:
:clap:
:cuff:
:fist:
:ok:
:file:
:link:
:place:
:contact:

Página inicial item