Viagem de trem
https://genizah-virtual.blogspot.com/2014/10/viagem-de-trem.html
Ana Cristina
Sempre quando vou pra capital, vou de trem...
Não é uma viagem muito agradável: o trem está sempre sujo, segue muito devagar e me deixa, algumas vezes, com mal-estar de tanto que chacoalha...
O trem não leva só pessoas. O trem leva histórias...
Nesses dias, enquanto viajava fiquei observando os rostos que comigo partilhavam o mesmo ambiente. Trabalhadores, estudantes, crianças... olhares vazios, alguns em pleno flerte, outros ouvindo uma música, outros lendo e eu observando.
Um pouco distante de onde estava chamou-me a atenção um rapaz que atendia o celular e no tom apreensivo começou à reclamar:
-" Tia! Por que vocês não me avisaram quando aconteceu... Vocês não podiam ter feito isso comigo..."
E este rapaz começou à chorar. Acabara de receber a notícia da morte de sua mãe.
Fiquei angustiada ao ver a situação daquele moço. Ele tentava segurar o choro mas este era mais forte que ele. Olhava pra janela buscando o céu mas os seus olhos se perderam com o transbordar das lágrimas que já não cabiam dentro de si.
Fiquei angustiada ao ver que ao lado deste que tanto sofria haviam pessoas que com tamanha diferença, continuavam rindo e conversando como se o que se passava bem ao seu lado não tivesse importância ou algum peso.
Nessas horas, lembro dos ensinamentos dos meus pais...
Quando alguém perdia um ente-querido não tocávamos música em casa, não demonstravámos nenhuma alegria na hora da dor de quem nos cercava... A dor do outro era a nossa!
Mas, ali naquele trem ninguém parecia se importar. Me deu vontade de chorar, mal conseguia olhar pro rapaz que cobria a cabeça com o capuz como se isso pudesse torná-lo invisível ali.
Queria ter ido até ele e dito: "Moço, meus sentimentos..." - mas sei que nessas horas palavras não surtem efeito.
Não. Não fui indiferente. Embora me sentisse totalmente incapacitada de fazer alguma coisa um pedaço daquela dor me atingiu.
Quem nunca sofreu uma perda?...
Durante toda a viagem fiquei me questionando sobre a minha postura diante de tal situação. Deveria chamar a atenção dos que estavam ao lado do rapaz pra pedir que o respeitassem? Deveria me aproximar e dizer: "Moço, Deus consolará seu coração?"
Deveria evitar observá-lo e fingir que nada acontecia?
Mas não me contive e fiz. Fiz uma prece silenciosa pedindo à Deus que é o nosso Consolador Fiel que abraçasse aquele moço e alentasse a dor que lhe abatera no peito.
Talvez, não tenha feito nada de importante à vista de quem ali estava mas sei que Deus viu e sentiu o que eu sentia ali.
Deus nos abençoe!
Não é uma viagem muito agradável: o trem está sempre sujo, segue muito devagar e me deixa, algumas vezes, com mal-estar de tanto que chacoalha...
O trem não leva só pessoas. O trem leva histórias...
Nesses dias, enquanto viajava fiquei observando os rostos que comigo partilhavam o mesmo ambiente. Trabalhadores, estudantes, crianças... olhares vazios, alguns em pleno flerte, outros ouvindo uma música, outros lendo e eu observando.
Um pouco distante de onde estava chamou-me a atenção um rapaz que atendia o celular e no tom apreensivo começou à reclamar:
-" Tia! Por que vocês não me avisaram quando aconteceu... Vocês não podiam ter feito isso comigo..."
E este rapaz começou à chorar. Acabara de receber a notícia da morte de sua mãe.
Fiquei angustiada ao ver a situação daquele moço. Ele tentava segurar o choro mas este era mais forte que ele. Olhava pra janela buscando o céu mas os seus olhos se perderam com o transbordar das lágrimas que já não cabiam dentro de si.
Fiquei angustiada ao ver que ao lado deste que tanto sofria haviam pessoas que com tamanha diferença, continuavam rindo e conversando como se o que se passava bem ao seu lado não tivesse importância ou algum peso.
Nessas horas, lembro dos ensinamentos dos meus pais...
Quando alguém perdia um ente-querido não tocávamos música em casa, não demonstravámos nenhuma alegria na hora da dor de quem nos cercava... A dor do outro era a nossa!
Mas, ali naquele trem ninguém parecia se importar. Me deu vontade de chorar, mal conseguia olhar pro rapaz que cobria a cabeça com o capuz como se isso pudesse torná-lo invisível ali.
Queria ter ido até ele e dito: "Moço, meus sentimentos..." - mas sei que nessas horas palavras não surtem efeito.
Não. Não fui indiferente. Embora me sentisse totalmente incapacitada de fazer alguma coisa um pedaço daquela dor me atingiu.
Quem nunca sofreu uma perda?...
Durante toda a viagem fiquei me questionando sobre a minha postura diante de tal situação. Deveria chamar a atenção dos que estavam ao lado do rapaz pra pedir que o respeitassem? Deveria me aproximar e dizer: "Moço, Deus consolará seu coração?"
Deveria evitar observá-lo e fingir que nada acontecia?
Mas não me contive e fiz. Fiz uma prece silenciosa pedindo à Deus que é o nosso Consolador Fiel que abraçasse aquele moço e alentasse a dor que lhe abatera no peito.
Talvez, não tenha feito nada de importante à vista de quem ali estava mas sei que Deus viu e sentiu o que eu sentia ali.
Deus nos abençoe!
Paz seja com todos
ResponderExcluirSer solidario... rir com quem rir e chorar com os que choram.... precisamos resgatar estes valores em nossa cultura, onde a tragédia de agora é esquecida pela piada 5 minutos depois, na mesma velocidade com a qual se muda de canal de televisão.
atalaiadoastelo.blogspot.com
nicodemos
FORÇA ESPIRITUAL
ResponderExcluirNão desanimes quando estiveres em dificuldades.
Elas são passageiras pode acreditar.
Tudo faz parte de nosso aprendizado.
O nosso Eu interior, que é a essência de Deus,
nos desperta para o nosso lado divino.
Sentimos uma força interior muito grande.
Algo difícil de explicar.
As vezes é difícil de entender mas o nosso interior anseia por essa procura.
A cada descoberta nos traz uma alegria muito grande, uma grande paz
Descobrir o nosso interior e ver o quanto somos capazes
nos dá uma imensa satisfação.
Ficamos felizes em descobrir uma outra pessoa dentro de nós.
Acredite, somos guerreiros!!!
Lutamos muito com a força da nossa Fé, no acreditar no amanhã...
Afinal o amanhã é um outro dia e tudo pode acontecer.
Não tenha medo, lute com bravura e com a cabeça erguida.
Siga em frente e nunca se esqueça de agradecer ao Pai
por cada minuto de sua preciosa vida.
Caminhe com força e fé!!
Deus te abençoe
Olá meus irmãos Graça e Paz.
ResponderExcluirEstou muito feliz em conhecer mais um espaço que propaga a palavra
de Deus.
Estou seguindo este maravilhoso blog, se desejares em conhecer o nosso blog, será um prazer
tê-lo como visitante e se desejares nos seguir, ficaremos felizes.
Mensagem Edificante para Alma
http://josiel-dias.blogspot.com/
Aprendendo uns com os outros crescemos em graça
e conhecimento.
Josiel Dias
Cons Missionário
cONGREGACIONAL
Rio de Janeiro
Tininha,
ResponderExcluirEu sempre viajava de trem quando era criança. Tenho boas e más lembranças. Boas lembranças das paisagens, da expectativa de chegar na casa de minhas primas. Ganhei delas uns brinquedos. Eu tinha tão pouco, ou melhor, quase nada. E roubaram meus brinquedos no trem. Eu não tinha maldade em proteger os brinquedos. Eu só tinha 5 ou 6 anos. Não sabia que as pessoas roubavam. Doeu tanto perder aqueles brinquedos. Era escumadeira, concha, colher que vinham dentro da farinha láctea.
Mas o que me causou mais sofrimento foi o direito bíblico que me foi tirado desde a minha infância. O direito bíblico de cortar os cabelos e usar calças compridas feminina. Passei muito frio na escola. Naquela época o Ministério da Educação não havia se posicionado a este respeito. Eu ia de vestido e sandália. Passava muito frio nas pernas e pés. A 6ª. Série foi o ano mais difícil. Por ser a criança mais pobre da classe e por ser estereotipada eu era muito rejeitada. Cabelos longos sem aparar e somente saia, somente vestido. Não assistia à televisão. Tinha pouco assunto para colocar na redação. Foi um marco. Aconteceu um fato e creio que o Senhor interveio, porque na segunda feira eu não iria mais para a escola.
ExcluirEu tinha uma professora de geografia, Maria Lígea. Ela dizia que se não estudássemos ficaríamos como nossos pais. Tanto ensinamento. Era rígida, mas eu a amava. A ela devo toda a minha consciência crítica.
E eu continuei estudando. Superando as dificuldades e graças à Deus consegui concluir o curso superior. E, sempre, fui bem sucedida no trabalho.