JULGANDO E APRENDENDO A JULGAR
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Recebi uma mensagem via e-mail de um leitor que não aceita muito bem minhas críticas à conduta de determinado pastor em relação aos antibíblicos, insistentes e inadequados pedidos de ofertas e contribuições para seu ministério. Embora não tenha sido desrespeitoso, o remetente, no afã de defender seu ídolo, usa algumas expressões que me tiram do sério, do tipo “não julgueis para que não sejais julgados” (Mt 7:1) e “não toqueis em meus ungidos” (Sl 105:15), pois são usadas fora de seu contexto, como último e desesperado subterfúgio daqueles que querem calar opositores na marra.
Mas eu gostaria de comentar algo que realmente é pertinente na mensagem recebida. Em dado momento, ele afirma: “Você nunca leu Mateus 7, e nunca leu Romanos 14:4, e nunca leu Tiago 4:11-12?”. Sobre este tema, que julgo importante, resolvi dedicar-lhe não uma resposta de e-mail, e sim uma postagem mais completa, que inicio com a citação dos três textos:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque, com o juízo com que julgardes, sereis julgados, e, com a medida com que tiverdes medido, vos hão-de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás ao teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” (Mt 7:1-5)
“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé, ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.” (Rm 14:4)
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga o seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4:11-12)
Embora os textos deem a entender que ao crente foi proibido fazer qualquer julgamento, esta afirmativa carece de verdade. Em momento algum fomos proibidos pelo Mestre de fazer julgamentos. Pelo contrário, em outro texto Ele próprio nos manda julgar, desde que com os verdadeiros critérios, quando diz: “Não julgueis segundo a aparência, MAS JULGAI segundo a reta justiça” (Jo 7:24 – grifo meu). Aparentemente, os três textos citados e este último se contradizem!
Esta aparente contradição se dá por conta do uso isolado de textos, sem se compreender a mensagem completa da Escritura. Desde o AT, vemos profetas julgando “ungidos” que estão em pecado, e em momento algum vemos tais ungidos reivindicando para si qualquer imunidade, ou vemos a Escritura condenando tais profetas por terem julgado!
Dois exemplos sobre isso, que certamente trarão entendimento sobre o assunto: Davi casou-se com várias mulheres (o que era permitido na Lei), e evidentemente não foi criticado por isso, mas quando “casou-se” indevidamente com Bate Seba, foi duramente julgado pelo profeta Natã. Salomão é retratado na Escritura como um homem de mil mulheres, trezentas esposas e setecentas concubinas, mas não é criticado nem condenado por isso, mas no fim da vida é criticado por ter permitido que estas mulheres lhe pervertessem o coração e o conduzissem à idolatria. O julgamento, portanto, só encontra base de existência quando se trata de JULGAR O PECADO, O ERRO, O DESVIO DOUTRINÁRIO.
Quando existem afirmações dúbias como estas na Bíblia, a qual não pode se contradizer, é necessário tentar compreender e sanar a suposta contradição. No caso, é só analisar o contexto de Mateus 7 para observarmos que ali não se encontra texto condenatório ao julgamento, mas sim ao JULGAMENTO TEMERÁRIO e HIPÓCRITA de alguém que, cometendo o mesmo erro, julga ter autoridade para julgar seu irmão, como, por exemplo, alguém que esteja cometendo adultério admoestando alguém que está adulterando. É o que se diz aqui na minha região, "o sujo falando do mal lavado". Paulo falou destas pessoas em Romanos 2:21-23 quando disse "Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?".
Faz-se necessário que o crente entenda a UNIDADE da Escritura. Uma vez conhecida, entenderemos estas “contradições”, que na verdade não existe. A Bíblia é uma unidade, mas se não compreendermos tal unidade seremos capazes de citar versículos isolados, fora de seu contexto, para justificar qualquer coisa que nos passe pela cabeça! Eis porque é necessário o entendimento de sua mensagem. A isto se chama CONTEXTO. O contexto bíblico é um só, manifesto na unidade das Escrituras, que não podem e não devem se contradizer. O contexto literário, por sua vez, é a análise de um texto em particular, um parágrafo, para que possamos entender o real significado do que está escrito.
Gosto muito de citar o exemplo do contexto de Romanos 13:7, muito utilizado na questão de “honrar pastores”, e qualquer líder dentro da Igreja:
“Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra”
Mas, lamentavelmente, basta uma lida nos versículos anteriores, e veremos que em momento algum Paulo reivindica honra para pastores, líderes e obreiros, mas para AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS...
“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores [gr. εξουσια, exousia: alguém que possui autoridade, governador, magistrado humano]; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus, para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador, para castigar o que faz o mal. Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas, também, pela consciência. Por esta razão, também, pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo” (Rm 13:1-6).
Logo, o CONTEXTO IMEDIATO já nos apresenta o real significado desta honra: não é a pastores, mas a homens imbuídos de poder temporal, político.
Eis então o valor do contexto bíblico. Sem ele, não há entendimento do texto, e com isso pode-se chegar a conclusões erradas.
Quando lemos o texto de Mateus 7:1 juntamente com o seu contexto, as coisas se esclarecem, e podemos ver que não fomos proibidos de julgar, e sim de julgar hipocritamente: “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Hipócrita, TIRA PRIMEIRO A TRAVE do teu olhoi, E ENTÃO CUIDARÁS EM TIRAR O ARGUEIRO DO OLHO DO TEU IRMÃO.” (Mt 7:3, 5). Ou seja, após primeiramente julgardes a ti mesmo e te corrigires, então terás condições e autoridade para julgar o teu irmão, desde que segundo a reta justiça contida na Escritura!
A permissão ─ e estímulo! ─ de fazermos julgamentos pode ser vista em vários outros textos no Novo testamento, dentre os quais destacamos apenas três, para não sermos enfadonhos:
“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas?” (1 Co 6:2). Paulo discorre sobre um problema surgido na igreja de Corinto, quando crentes levavam outros crentes aos tribunais locais, quando eles mesmos podiam julgar internamente, na igreja. Isto, a meu ver, inclui julgamentos de conduta, de doutrina... Ou não?
“Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos” (Ap 2:2). Não seria possível à elogiada igreja de Éfeso colocar à prova os falsos apóstolos sem julgá-los. Assim, nem mesmo a suposta autoridade apostólica que os mesmos afirmavam possuir os dava qualquer imunidade para que não tivessem suas atitudes e conduta observadas, julgadas e classificadas como erradas. Ou seja, o argumento de "não toqueis nos meus ungidos" é furado neste aspecto! Este episódio em Éfeso foi um JULGAMENTO, e foi, repito, elogiado pelo Senhor Jesus.
“Mas tenho contra ti que toleras que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2:20). Aqui a coisa está invertida, ao contrário. Agora Jesus Cristo não elogia, mas REPREENDE a igreja de Tiatira por não fazer julgamento. Uma suposta profetiza surge no seio da igreja e é aceita sem qualquer julgamento. Erro da igreja, que o Senhor repreendeu, e que nos deve servir de exemplo para que não o cometamos!
Há uma grande diferença entre julgar PESSOAS e ATITUDES ERRADAS. Veja:
Julgar PESSOAS significa “pegar no pé” de alguém em particular e julgá-lo, condená-lo e muitas vezes até executá-lo (embora a igreja, no âmbito da disciplina, tenha este poder em alguns casos,como o desligamento de um membro). Julgar ATITUDES ERRADAS significa julgar uma determinada ação de uma pessoa, e condenar esta ação, desaprovado-a e orientando os demais a não proceder de conformidade com esta atitude.
Quando julgamos uma PESSOA, condenamo-na por completo, desmoralizamos e buscamos aniquilá-la para que não seja mais seguida; quando julgamos uma ATITUDE ERRADA, compreendemos que num universo de mil atitudes de determinada pessoa 999 são louváveis, salutares e aconselháveis, mas uma é reprovável e desaconselhada.
Vamos apresentar dois exemplos interessantes e FICTÍCIOS, que servem como exemplo e para melhor compreensão:
1. Suponhamos que o pastor Fulano é líder de um grande ministério. Prega contra o pecado, contra o afastamento das Escrituras, contra o aborto e a favor da “teologia da prosperidade”. Julgar a PESSOA significa desmerecer todo o seu ministério, todas as suas obras, todas as pregações corretas que ele tem feito, por causa de um único erro. Julgar as ATITUDES ERRADAS significa concordar com o ministério do pastor Fulano, concordar com suas pregações contra os pecados e contra os erros mas discordar, refutar e condenar SOMENTE o seu apoio à “teologia da prosperidade!”.
2. Suponhamos que eu descobri que orar plantando bananeira (de cabeça para baixo) é bom; além de ser uma posição confortável para mim, a sensação que me dá é que Deus responde às minhas orações mais rápido quando eu oro assim! Aí eu passo a ensinar na Igreja que a maneira mais correta de se orar é plantando bananeira, pois somente assim Deus responde às orações, ou responde-as mais rápido. Você tem duas opções:
julgar o servo alheio, quando julga o meu ato pessoal de preferir orar esta posição. Você tem nada a ver com meus gostos pessoais? Quem é você,que julga o servo alheio? Deixe ISTO com Deus, que é o meu Senhor... A Bíblia não prescreve nada contra a oração nesta posição, e utilizá-la é questão pessoal,
julgar o meu erro em ensinar doutrinas erradas para a igreja do Senhor Jesus, dentro da reta justiça da Palavra de Deus. Isso, sim, é contigo! Por direito e por obrigação de defender com unhas e dentes a sã doutrina do Evangelho!
Qualquer leitor e/ou estudante sério das Escrituras sabe que Deus permite o julgamento, desde que não seja feito de maneira hipócrita. O texto de Mateus 7, que aparentemente manda não julgar e é amplamente usado pelos omissos de plantão, diz claramente: “Hipócrita, TIRA PRIMEIRO a trave do teu olho, E ENTÃO VERÁS CLARAMENTE PARA TIRAR o argueiro do olho do teu irmão” (Mt 7:5 - ARA).Ao fazermos tal análise, simplesmente observando o contexto, verificamos que Jesus condena o JULGAMENTO HIPÓCRITA, daquele que, prostituindo-se, se acha no direito de julgar os que se prostituem, daquele que rouba, mas se acha no direito de julgar os demais ladrões...
Entretanto, este julgamento é meramente no campo DOUTRINÁRIO. Não temos autorização para julgar o irmão em questões pessoais, aquelas em que a Escritura não prescreve doutrina.
E aonde está a dezena de outros textos que nos autorizam a julgar??
"Hipócrita, TIRA PRIMEIRO a trave do teu olho, E ENTÃO CUIDARÁS em tirar o argueiro do olho do teu irmão" (Mt 7:5)
"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS." (Mt 7:15-20)
"Não julgueis segundo a aparência, MAS JULGAI segundo a reta justiça" (Jo 7:24)
"Ora estes [de Beréia] foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, EXAMINANDO CADA DIA , NAS ESCRITURAS, SE ESTAS COISAS ERAM ASSIM" (At 17:11)
"Não sabeis vós que os santos hão-de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? QUANTO MAIS AS COISAS PERTENCENTES A ESTA VIDA?" (1 Co 6:2-3)
"E, chegando Pedro a Antioquia, LHE RESISTI NA CARA, PORQUE ERA REPREENSÍVEL. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus, também, dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, QUANDO VI QUE NÃO ANDAVAM BEM E DIREITAMENTE, CONFORME A VERDADE DO EVANGELHO, disse a Pedro, na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?" (Gl 2:11-14)
"E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, CONDENAI-AS. Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe. Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas, pela luz, porque a luz tudo manifesta. Pelo que diz: Desperta tu que dormes, e levanta-te de entre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede, prudentemente, como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef 5:11-15)
"Guardai-vos dos cães, guardai-vos DOS MAUS OBREIROS, guardai-vos da circuncisão" (Fp 3:2)
"Amados, não creiais a todo o espírito, MAS PROVAI se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1 Jo 4:1)
"Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e PUSESTE A PROVA os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos" Ap 2:2
"Mas tenho contra ti que TOLERAS QUE JEZABEL, mulher que se diz profetisa, ENSINE E ENGANE A MEUS SERVOS, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria" Ap 2:20
Citei só alguns textos que nos autorizam a fazer julgamentos; podia citar mais, mas creio que MAIS DE DEZ TEXTOS contra UM ISOLADO, fora de seu contexto, já é motivo para as pessoas repensarem seus conceitos contra a proibição expressa de fazermos julgamentos!
Certo! Então, eu posso julgar... Mas quais são, então, os critérios para se fazer um julgamento adequado?
1. JULGAR SEMPRE PELA BÍBLIA, e nunca pelo nosso padrão! - A Bíblia é o crivo da sã doutrina. Só somos autorizados a julgar coisas referentes à fé e à doutrina. Você não é autorizado a julgar pelos seus padrões, ou coisas pessoais como gostos, aparência etc, quando a Bíblia nada prescreve contra a ação praticada. Por exemplo, você pode não gostar de pessoas que praticam esportes, mas a Bíblia não te dá o direito de julgar esta área da vida do irmão; entretanto, se durante a prática do esporte este irmão grita muitos palavrões, você pode julgar esta atitude, uma vez que a Escritura afirma expressamente que não devemos falar palavras torpes...
2. JULGAR ATOS E NÃO PESSOAS - Não fomos chamados para julgar pessoas, e sim atos que vão em desacordo com a Escritura e a sã doutrina. Os que se eximem desta obrigação cristã (e fazem isso demonstrando possuir piedade cristã), pecam em não defenderem a sã doutrina contra os lobos devoradores que invadem a Igreja.
3. POR UM ERRO, NÃO DEVEMOS DESPREZAR OS MUITOS ACERTOS - às vezes uma pessoa tropeça em um ponto, e faz correto em todos os demais. Somos tentados a, por causa deste ÚNICO ERRO, condenar ou desprezar todos os acertos. É importante apontarmos o erro, mas não omitirmos os acertos! EM TEMPO: mil acertos não justificam um erro (que deve ser combatido), e um erro não desqualifica os mil acertos!
4. NÃO DEVEMOS CONDENAR - O julgar atitudes cabe a nós; o denunciar tais erros e prevenir a Igreja contra eles, cabe a nós igualmente. Condenar pessoas cabe exclusivamente a DEUS. A tarefa de IDENTIFICAR o joio é dos servos, mas a tarefa de queimá-lo é de Deus, e isso só será feito no último dia! Não nos metamos nesta seara, portanto! Vemos pessoas zelosas condenando as pessoas ao inferno por causa de seus erros... Mas nem DEUS condena ninguém antes de sua morte. Deixemos as condenações para Ele, o justo Juiz!
5. NÃO DEVEMOS FALAR MAL DOS IRMÃOS - Usa-se muito este texto da carta de Tiago para se combater julgamentos: "Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga o seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?" (Tg 4:11-12). Entretanto, Tiago não nos orienta a que não julguemos as ações, mas que não falemos mal do irmão em particular. Isto inclui a fofoca, ou os julgamentos pessoais. O mesmo Tiago que escreveu que não devemos falar mal nem julgar, fala mal e julga os que fazem acepção de pessoas (Tg 2:1-7), os que têm língua dobre (Tg 3:1-12), os que se dizem amigos de Deus e do mundo (Tg 4:1-5)... Portanto, se lêssemos a epístola de Tiago compreenderíamos melhor suas palavras! ENTRETANTO, Tiago está corretíssimo! Não devemos falar mal de nossos irmãos, fazer fofocas, criticá-los por coisas fúteis (como a forma de se vestir, a forma de falar etc) e muito menos difamá-los por nossos próprios critérios. Mas devemos julgar quando fizerem qualquer coisa que contrarie a Verdade do Evangelho.
6. JULGAR COMO ATO DE AMOR - Assim como corrigimos e até mesmo castigamos nossos filhos visando o seu bem, o julgamento deve ser visando o arrependimento dos que erram, e não a sua execração pública. Lembremos que "...se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados (Tg 5:19-20). Ih... Lá está Tiago, que disse que não deveríamos falar mal dos irmãos, falando mal e chamando os irmãos de pecadores, e mandando que os convertamos de seus erros!! Como fazer isso sem julgar??
Que Deus nos dê sabedoria para julgarmos entre o certo e o errado, e discernimento para entendermos o que é particularidade de servo e violação doutrinária!
Zilton Alencar é esquisito, mas é chapa do Genizah
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