Ibope: Maioria dos brasileiros quer padres casados e acredita que pregar contra a homossexualidade é crime
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Pesquisa aponta que a maioria dos brasileiros não quer padres homossexuais e não aceita casamento de gays em igrejas, mas acredita que o pastor que prega contra a homossexualidade deveria ser acusado de crime de homofobia.
Ou seja, segundo o IBOPE e em outras e tenebrosas palavras, o povo brasileiro, se consultado, aprovaria o teor da finada e temida PLC 122 com facilidade, mesmo na sua versão mais draconiana.
Duas questões emergem a partir da divulgação desta informação:
1) Está criada a oportunidade para os promotores da liberalização dos costumes ressuscitarem a agenda dos gays no congresso nacional. Ao que parece, as aspirações dos defensores de valores conservadores não refletem as opiniões da maioria dos brasileiros acerca do tema. Poderemos até assistir a uma trégua em função das eleições, período em que políticos evitam “bolas divididas” desta magnitude (60% a favor – 40% contra), mas a bomba está armada;
2) Observa-se uma intrigante incoerência acerca da questão homossexual. A maioria da população brasileira, que é católica, não quer padres gays e, tão pouco, deseja a celebração de casamentos homossexuais em suas igrejas, mas defende a criminalização da pregação religiosa contra a homossexualidade (uma preocupação predominantemente dos evangélicos) e aceita a inclusão do tema nos currículos escolares.
A seguir a matéria do IBOPE:
Quase sete em cada dez brasileiros (65%) são a favor de que a Igreja Católica passe a aceitar que padres possam se casar e constituir família. É o que mostra uma pesquisa do IBOPE Inteligência/CNT (Confederação Nacional dos Transportes) para a revista Época.
Ainda segundo o estudo, a população se divide com o fato de que mulheres exerçam o papel de padres: 48% são contra e 46%, a favor. Por outro lado, a maioria (74%) é contra a ideia de que a Igreja Católica aceite padres homossexuais/gays e 64% são contra a possibilidade de pessoas que não fizeram seminário celebrar missas.
O estudo também mostra que para 60% dos brasileiros, atualmente, o maior problema da Igreja Católica são os casos de pedofilia, seguidos da corrupção (16%) e do distanciamento da realidade dos fieis (8%).
Quando questionados se um pessoa fere os preceitos de sua religião, independente de qual seja, se fizer aborto, 69% dos entrevistados respondem que sim e 27%, que não. Já para o uso de pílula anticoncepcional ou camisinha, o resultado inverte: a maioria (73%) não considera que os preceitos de uma religião são feridos ao utilizar esses métodos contraceptivos, assim como 61% dizem que sexo antes do casamento não fere os princípios de uma religião. Mas, a população fica dividida quando o tema é homossexualidade: para 45%, ser homossexual é ferir os preceitos de uma religião, enquanto 49% discordam.
A pesquisa também perguntou se um líder religioso deve ser acusado pelo crime de homofobia se pregar contra homossexuais: grande parte (60%) declara que sim e 55% também acham que o tema homossexualidade deve ser incluído no currículo das aulas de educação sexual.
Casamento - Oito em cada dez brasileiros (80%) são a favor de que divorciados se casem religiosamente de novo, 76% são favoráveis à ideia de que instituições religiosas celebrem matrimônios entre casais que já tiveram relação sexual e 62% apoiam a celebração religiosa de casamentos entre casais que não praticam a religião na qual vão se casar. Por outro lado, 61% são contra a possibilidade das instituições religiosas realizarem a união entre pessoas do mesmo sexo.
Francisco - Depois da escolha do novo papa, a confiança de 37% dos brasileiros na Igreja Católica aumentou, enquanto apenas 4% dizem que diminuiu. No entanto, para a maioria da população (59%), a confiança permaneceu a mesma.
Dos 2.002 entrevistados entre os dias 5 e 9 de dezembro de 2013, em 141 municípios, 61% são católicos, 24% evangélicos e 4% de outras religiões. Mais da metade (59%) declara ser praticante. Os que não tem religião somam 10%. A margem de erro é de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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