Luciano Huck mistura no caldeirão cantores gospel, piriguetes e dançarinas de tanga e irrita evangélicos

Contrariando o óbvio, Luciano Huck recebeu em seu “Caldeirão de Verão” no dia 31/12 dois convidados da música gospel que não se acanharam com o ambiente prá lá de informal e louvaram a Deus entre as assistentes de palco do programa, que usando apenas biquinis sumários, rebolavam à beira da piscina. 

Um dos momentos que mais ganhou a reprovação dos crentes nas redes sociais - com dezenas de milhares de posts e traços nas redes sociais monitorados pelo BEPEC - foi  o protagonizado pelo rapper Pregador Luo que abraçou uma fã em trajes de banho e dançou com ela no palco montado na praia - o pecadômetro da turma estava ligado ao máximo e dava a impressão de que a maioria dos religiosos evangélicos só vai à praia de paletó e gravata...

Assista o vídeo do UOL sobre o evento:

Os crentes desceram o porrete na mistureba em especial na forma como Luciano Huck apresentou o programa:

“Desta vez, temos o sagrado e o profano, a babel das religiões, passando pelo funk carioca, o axé da Bahia e as atrações evangélicas”, disse Huck ao anunciar a cantora Ana Paula Valadão.

Comentário de Danilo Fernandes

Antes de se irritarem com Luciano Huck e a TV Globo, que não têm a menor noção de como a banda da religião evangélica toca e estão dentro de seus papéis comercial / artístico, claramente explícitos, os hipócritas deveriam ter se irritado, se fosse o caso, com os seus ídolos gospel que foram ao referido programa! 

Afinal, estes “artistas espirituais” foram ao local da gravação, viram o ambiente, as dançarinas, etc. e sabiam o que poderia acontecer. Se ainda assim decidiram se apresentar, em especial depois da apresentação heterodoxa de Huck, com a qual passaram a concordar por omissão presente, o fizeram por conta de seus interesses profissionais e convicções pessoais. Que eu saiba ninguém cantou ali obrigado e, tão pouco, vi alguém amarrado ao biquíni da Dani Bananinha :))

Eles são artistas do casting da gravadora do grupo Globo. Se não gostaram da coisa e, ainda assim, seguiram em frente, estavam engolindo o sapo feito do que os seus corações está cheio. Poderiam, e podem, estabelecer limites. Todo artista de grande expressão (ou muito caráter, risos) faz isto. Se não o fizeram é porque estão se sentindo os patinhos feios da gravadora... Estão com medo de perder a bocada... Não deviam se sentir assim. As gravadores precisam deles, tanto ou mais do eles desta... Portanto, tenham firmeza nas suas negociações. Façam as suas escolhas e assumam as consequências das mesmas.

Pode um cantor cristão se apresentar em um local assim?

Eu penso que se tem um lugar que os imitadores de Cristo deveriam ir mais é em locais onde o pecado abunda e as almas estão se perdendo, mas, obviamente, com o proceder que Cristo teve, fazendo a diferença, sendo sal nestes lugares e não arroz na festa. Ou seja: TESTEMUNHO X FORMATAÇÃO AO MUNDO é a questão crucial. Com esta medida, se avalie cada caso e a conveniência.

Eu vou à praia com amigos e amigas, nos vestimos com trajes de praia, ouvimos música secular, nos divertimos, comemos e bebemos e nos portamos como convém a um imitador de Cristo e sobre nós não há homem que possa dizer um zip no que diz respeito ao nosso comportamento ali. E se aparecer um santarrão tentando, vai tomar uma surra de Bíblia tão grande que vai até esquecer o endereço da igrejinha que frequenta... Fariseu é a minha fonte principal de fibras e eu como de café da manhã com Bíblia e farinha.

Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade. Colossenses 2:16-23

Entendendo a questão do testemunho

Recentemente publicamos matéria acerca da ida da pastora Ana ao Programa Esquenta, onde, na minha opinião, a mesma, ao assumir o papel de pregadora, apresentou um falso evangelho triunfalista e envergonhou os crentes sinceros com um espetáculo de sincretismo e ecumenismo lamentável!

Se tivesse ido como sambista em outra edição do programa, nunca em um especial ecumênico de abertura de caminhos para o início do ano, uma babel religiosa bem ao gosto de parcela dos artistas da TV Globo e de alguns "intelectuais" da imprensa e até da igreja muderninha, diga-se, mas em outra oportunidade onde pudesse apresentar o seu trabalho com dignidade, aproveitando a oportunidade para dar um bom testemunho cristão... Veja que seria coisa muito diferente... 

Mas não foi. Não foi porque a referida artista segue tão cristã quanto qualquer macumbeiro presente ao evento, muitos dos quais seus diletos, como ficou claro, e sai por lá a cantar as maiores barbaridades, dando àquele lixo o nome de evengélico... Assista e julgue!

Voltando ao Caldeirão....

profissionais e convicções pessoais, deixando o sagrado de fora da jogada.

E quem for ministro de louvor que o faça conforme é dado fazer e viver os servos de Deus.

O artista que decide pelo gospel, música cristã, temática cristã, etc. o faz por diversos motivos, incluindo vocação ministerial.

Gravar ou cantar uma música glorificando o Senhor não é prerrogativa exclusiva de crente. A Fonte de toda a beleza é para todos, até porque é Única.

Música cristã na TV também não é proclamação do Evangelho. Se alguém acha que é, sugiro que leia o Manual.

E se o camarada é virado na coisa e, mais do que de repente, decide posar de evangélico e gravar gospel?  Porrete nele, por conta da mentira! Da safadeza!

E se o camarada posa de pregador, ministro, profeta, Jiová Jr para se dar bem no mercado gospel e, na verdade, é um safadão devasso? Toma também, pela hipocrisia!

Abrindo um parenteses...  

Todos erram... Até os calvinistas. Embora, no caso, o erro deu em abundante Graça... Risos. E que não pensem os irmãos pentecostais e neo pentecostais que só me lembrei dos enganos deles na matéria da música. Em se tratando de música, em algum momento da história, todas as denominações evangélicas erraram. Pois não foi assim com o príncipe alemão Leopold Von Anhalt, cujo ducado, de religião protestante calvinista, lá pelos idos de 1717,  recebeu J.S.Bach, um homem cujas as composições dedicadas a Deus são as mais belas... Pois bem, na época o calvinismo não admitia música de arte na igreja, de maneira que Bach dedicou-se principalmente à composição de música instrumental. Deixou-se levar por sua natureza profunda, a do músico puro, e, sem se esquecer de Deus e da função religiosa de sua arte, cultivou com prazer as formas musicais profanas. Os Concertos de Brandenburgo e as Suítes orquestrais pertencem a essa época de grande produção. Ali a igreja perdeu e o mundo ganhou. Mais tarde, com a morte do príncipe, Bach se muda e assume a função de Kantor  da igreja de São Tomás, em Leipzig, onde levou vida de alto prestígio social, mas com muitas dificuldades financeiras, revés que só mesmo o seu desejo de criar músicas só para servir a Deus explicava, diante de tanto talento e prestígio.  Nessa etapa compôs brilhantes oratórios, missas, cantatas, e as duas paixões (estilo de composição clássica religiosa) mais conhecidas - São João e São Mateus.

Voltando aos levitas...

Não vejo mal algum em alguém que cante música cristã venha a fazer trabalhos com artistas de outros gêneros musicais, ainda que este se dedique na maior parte do tempo ao serviço em igrejas, desde que, neste caso, mantenha o testemunho. Aliás, é prova de competência e talento. Ao fazer isto está sendo sal e indo a lugares não alcançados.

Por outro lado, nem todo cantor de música cristã tem ministério. Pode ter uma carreira com suas outras possibilidades e até assumir as duas proposições, com a devida separação, assim como um médico tem seu consultório e cobra por suas consultas, mas também pode participar de obras sociais da igreja como voluntário. São duas proposições diferentes e que até podem andar juntas, se a pessoa é sincera e considera cada momento segundo a ética e o proceder compatível.

O mesmo vale para todas as profissões. Quem canta em igreja não ganha cachê, mas oferta. Ninguém deixa de ser cristão porque trabalha fora da igreja e o mesmo vale para músicos, contudo não se espera de um músico cristão que este venha se apresentar na igreja nas mesmas condições que faz em shows de sua turnê, exigindo de seus irmãos valores e exigências de “estrelas” para depois subirem ao altar e pousarem de espirituais!

Enfim, milhares de pastores trabalham secularmente e ali tem sua condução compatível e, na igreja, outra. Favor lembrar de São Paulo! Com músicos não pode ser diferente, sempre agindo segundo o que for conveniente. Afirmar que qualquer música secular é imprópria para o cristão é uma tolice tão grande que até o Ap. Pedro arrumou uma viração de estômago braba, seguida de pesadelo suado por conta deste tipo de tolices. 

Agora, se o camarada quer viver - em público - sob o espesso manto da hipocrisia, em panos de saco, carinha sofrida de espiritual jejuando (Mateus 6:16-18)  e cheio de auto-engano, que o faça! Deus sabe bem quem é ele e vai com ele se entender, em especial em relação às vezes em que o fariseu censurou um irmão que estava à serviço do Senhor, mas que não se vestia no modelito cueca apertada que o mesmo acha que serve a todos....

Eu sei que há pessoas que consagram a sua vida ao serviço do ministério de louvor e a estes respeito muitíssimo a sua decisão vocacionada. Contudo, sabemos que todo este sectarismo musical no meio evangélico tem a sua origem nesta bobagada em torno do ministério levitico moderno. É tudo filho parido da Confissão Positiva, plantada por certos bispos varejeiros neste país. Uma obra de ficção que não tem base bíblica alguma... Ou melhor, tem a mesma base bíblica dos sacrifícios nos altares de animais! Uma tolice que é obra da VAIDADE. E que ai me perdoem quem aprendeu errado, não tenho a intenção de ofender a ninguém. Ao contrário, rogo que estes irmãos levitas façam uma busca do termo aqui no site onde encontrarão dezenas de textos elucidadores a este respeito. Errar é humano, permanecer no erro é burrice e, em se tratando de interpretação equivocada das Escrituras, é apostasia.

Portanto, aos que posam de levita ressussitando o que não existe desde que o mar morto era vivo e buscam para si títulos e honrarias espirituais, mas quando lhes convém, são artistas e querem tratamento de estrela...  Ai, meu nêgo, paulada na moleira! Tanto mais quando tais gurus decidem criar rituais e doutrinas espúrias, simulando moveres e experiências exotéricas rastejantes ou cheias de óleo de fritura, a serem vendidas como evangeulio nas Lojas Americanas e boas casas do ramo... A estes estão, que se declare: Seja anátema!

Genizah