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Pior do que Envelhecer é Não se Tornar Adulto Nunca


Carlos Moreira


Quando eu fiz 40 anos, um amigo me ligou e disse: “meus parabéns! Agora começarão os bons anos de sua vida!”. Eu fiquei animado, pois estava com aquela sensação de envelhecimento, começando a famosa “crise da meia idade”. Aí, em seguida, ele arrematou “é meu amigo, aproveite os bons anos que virão, pois, os extraordinários, já se foram...”.

Na verdade, ninguém quer envelhecer. Por outro lado, na “sociedade da imagem”, desde que se tenham recursos financeiros, só envelhece quem quer. A medicina avançou tanto nesta área da estética que é difícil hoje você encontrar alguém que não tenha feito algum tipo de cirurgia. É implante de cabelo, lipoaspiração, restauração dentária, botox, silicone, depilação a laser, e um sem número de mimos disponíveis tanto para as mulheres quanto para os homens.

De fato, é mesmo possível retardar o envelhecimento. Mas há um fenômeno que eu tenho observado na sociedade contemporânea: a desproporcionalidade entre o avanço da idade cronológica e o crescimento da maturidade existencial. A impressão que tenho é que quanto mais velhas as pessoas vão se tornando, mais imaturas vão ficando. E não é só isso... O problema parece ser bem mais freqüente em pessoas do sexo masculino do que nas do sexo feminino.   

Sinto-me confortável para afirmar isto, pois, como profissional de mercado, interajo com uma grande quantidade de pessoas, sobretudo em viagens. Fico abismado com o nível das conversas que travo em encontros dos mais diversos. Percebo nelas a existência de um profundo esvaziamento emocional, intelectual, cultural, social, político e religioso. É o que chamo de desidratação da alma. Praticamente todas as conversas giram em torno da seguinte "vala comum": dinheiro, status, mulher, balada, futebol e cachaça.

A prova dos nove, todavia, acontece no gabinete pastoral. Sistematicamente, por exemplo, ouço as mulheres se queixando da falta de conteúdos nos homens. Elas afirmam que eles estão sem perspectivas na vida, gravitam em torno de grandes futilidades, possuem uma vaidade exacerbada, além do total desconhecimento de questões elementares para se construir uma relação afetiva com um mínimo de propósito. Lembrei da Paula Toller, do Kid Abelha, quando em sua canção diz: “garotos perdem tempo pensando em brinquedos e proteção...”. Do lado das mulheres, o problema se repete, mas numa freqüência menor, eu diria.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino... agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” 1ª Co. 13:11-12.

Observe o que Paulo está afirmando: ele está nos ensinando que o conhecimento de Deus e a maturidade existencial – holisticamente falando – são coisas que caminham de forma paralela. À medida que minha consciência vai sendo transformada pelos conteúdos do Reino de Deus, vou deixando para trás as “coisas de menino”, ou seja, as futilidades, vaidades e tolices próprias de quem ainda não chegou a tornar-se adulto, e passo a materializar outro tipo de comportamento. Preste atenção: pessoas que possuem um “centro de gravidade” mais adensado são justamente aquelas que, concomitantemente, desenvolveram uma espiritualidade sustentável. 

Num mundo feito apenas para os vencedores, nesta sociedade dos campeões, ter é a grande prioridade para o ser, pois é melhor vencer no mundo do que vencer o mundo! E assim, alienados pelo zeitgeist, presos a uma espiral umbigocêntrica que por fim nos leva a uma total incapacidade de nos enxergarmos, nos auto-discernirmos, vamos envelhecendo, mas, curiosamente, nunca chegamos a nos tornar adultos. Sobre isso, Hermann Hesse afirma: “Ninguém pode ver nem compreender nos outros o que ele próprio não tiver vivido”.


Tenho encontrado muito poucas pessoas que tem idade cronológica compatível com a maturidade existencial. Quando isto acontece, todavia, percebo que há algo em comum entre elas: o fato de estarem sendo capaz de evoluir no discernimento de Deus, de si mesmas e dos seus semelhantes.

Carlos Moreira é culpado por tudo o que escreve. Já foi menino mas, no tempo próprio, deixou as coisas de menino e prosseguiu para o "alvo". Textos seus podem ser lidos aqui, no Genizah, e na Nova Cristandade.



Vida prática 7864434173392929541

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  1. A nossa alegria supera nossa tristeza, nosso consolo supera nossa dor, nossa fé supera nossa dúvida, nossa esperança supera nosso desespero, nosso entusiasmo supera nosso desânimo, nosso sucesso supera nosso fracasso, nossa coragem supera nosso medo, nossa força supera nossa fraqueza, nossa perseverança supera nossa inconstância, nossa paz supera nossa guerra, nossa luz supera nossa escuridão, nossa voz supera nosso silêncio, nossa paciência supera nossa impaciência, nosso descanso supera nosso cansaço, nosso conhecimento supera nossa ignorância, nossa sabedoria supera nossa tolice, nossa vitória supera nossa derrota, nossa ação supera nosso tédio, nosso ganho supera nossa perda, nossa resistência supera nossa fragilidade, nosso sorriso supera nosso choro, nossa gratidão supera nossa ingradidão, nossa riqueza supera nossa pobreza, nosso sonho supera nossa realidade... Nosso amor a Deus, ao próximo, à vida, nos faz superar tudo! (Pr. Edilson Ram)Uma semana de vitórias Deus é com tigo creia! TENHO UM BLOG GOSTARIA DE TI CONVIDAR SEGUIR O ENDEREÇO É:http://SNSDEUS.BLOGSPOTFICA COM NOSSO PAPAI já estou te seguindo te encontrei através de uma amiga,post teu comentario vai ser uma benção prs seguidores e visitantes uma semana com muita sorte de benção!!!

    12 de fevereiro de 2011 05:35

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  2. e o que tu me dizes do homem que lida com a mulher como se ela fosse a sua mãe? Quer proteção ao invés de ser,quer mimos no lugar de ser macho...Fica a dica,as mulheres estão cansadas desse tipo ai que não quer crescer,e que chegam na igreja como se fossem os tais dentro de casa,elas estão acordando hein,Jesus está na mira deles.

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  3. E assim, alienados pelo zeitgeist
    Como assim? não entendir, poderia poderia me explicar por favor?

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  4. Como sempre Carlos Moreira me levando a pensar e dessa vez me incomodando a crescer. Se tornando menos maduras a medida que crescem, acredito ser mais um "mimo" que as pessoas utilizam para se sentirem mais jovens.


    Abs
    Lene

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  5. Prezado Antônio,
    Agradeço pela sua honestidade em questionar um termo que não está em português. zeitgeist quer dizer "espírito do tempo", ou seja, de forma bem simples, trata da cultura e dos hábitos da sociedade em um determinado tempo. É uma expressão alemã e utilizada mais em textos filosóficos. Perdoe-me por não ter colocado o significado no texto. Moreira

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  6. Engraçado, que quando eu era adolescente eu já observava isso nas pessoas de mais idade, mas eu só tenho 31 anos... Na verdade, Salomão já comparava o passado ao fundo do mar. Nunca saberemos se as pessoas do passado eram mais maduras que as do presente... Eu tendo a crer que o ser humano, em essência, não muda. Os valores coletivos - o zeitgeist - leva o comportamento humano a assumir aparências diferentes ao longo do tempo.

    Nesse sentido, talvez seja difícil perceber a verdadeira maturidade de cada pessoa. Tanto maturidade como pessoa, quanto maturidade espritual. Isso não nos isenta de buscá-la a cada dia, pelo contrário, é um convite ainda mais forte a fazê-lo. Mas, por mais que amadureça ao longo do tempo, não consigo deixar de pensar como Brian White quando disse: "Nunca chegamos realmente a crescer, só aprendemos a nos comportar em público."

    Abraços.

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  7. Parabéns pelo post Carlos, muito bem elaborado. Crescer exige responsábilidade e muitos não estão preparados pra isso!!

    Não conhecia o Genizah, mas tenho lido e gostado muito dos assuntos aqui abordados. Parabéns a todos que fazem parte desse site.

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