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AS MINHAS MALDIÇÕES HEREDITÁRIAS


Pr. Sérgio Aparecido Dias


De acordo com os novos ensinos “teológicos”, eu devo ter maldições pra mais de metro! Senão, analisem comigo os seguintes tópicos:

• Para começar, minha ascendência paterna é africana, ou seja: sou “afro-descendente”. Trocando em miúdos: sou filho de preto!

Na verdade, não sou “filho de preto”, mas filho de “mulato”, visto que minha avó era branca e casada com um negro legítimo. Pela matemática das gerações das genealogias, provavelmente meu bisavô nasceu escravo, aí por volta de 1861. Forçosamente, meu tataravô veio da África na condição de escravo, em 1840, mais ou menos. Como geralmente os negros africanos seguiam as religiões que deram origem ao Candomblé brasileiro, bem como a chamada “magia negra” (porque era praticada por negros; talvez a dos brancos seja “magia branca”!), eu possivelmente carrego toneladas e toneladas de maldições!

Mas é possível que haja atenuações para essas maldições, pois os meus documentos dizem que eu sou “pardo”, algo assim semelhante a “marrom”.

• Meu pai era “cambono”, espécie de auxiliar de “babalorixá”, que antigamente se dizia “pai-de-santo”. Às vezes, nos terreiros de umbanda, ele conversava com os “cavalos”. Demorei um pouco para entender isso.

Fui “esclarecido” que assim eram denominadas as pessoas “incorporadas” por espíritos, que as utilizavam para se comunicar com os vivos. Eu ria muito cá comigo, quando via mulheres “incorporadas”. Nesse caso, elas eram “éguas”, não é mesmo? Inclusive, eu andei “arrastando as asas” para algumas “egüinhas” bem jeitosinhas! Bem, mas... isso não vem ao caso da presente crônica.

• Voltemos às maldições. A minha avó era muito religiosa, do mesmo modo que a minha mãe. Mas, devido ao sincretismo religioso do Brasil, também dava seus créditos aos “orixás”, benzedeiras e rezadeiras. Por sinal, ela também era rezadeira, puxadora de cantos, “benditos”, “ladainhas” e infindáveis rosários e “terços”. E, claro, não poderia faltar a crença nos “banhos de descarga” (atualmente chamados de “descarrego”, tanto nos terreiros da Umbanda quanto nos da “Universal”).

• Em casa, tínhamos imagens de São Sebastião, mas também dávamos honra a Oxóssi. Rezávamos para N. Sra. Aparecida, mas também críamos em Yemanjá. Carregávamos os andores de São Jorge, mas também dávamos honra a Ogum. Em qualquer desses casos, praticávamos idolatria. E também macumba das brabas, com “demanda” despacho e tudo o mais! Tudo isso agregado à fidelidade absoluta ao catolicismo e a crença na missa, no “purgatório” e nos santos. A mesma mistura indigesta de grande parte do povo brasileiro, aliás!
E por aí vai! Seria um desenrolar de fontes e mais fontes de maldições, se eu continuasse a enfileirar as possibilidades. Reconheço que todas essas coisas fazem parte do reino das trevas, trazendo, conseqüentemente, maldições para quem as pratica e condenação a quem as segue. Mas não são transmitidas geneticamente e nem transferidas automaticamente aos descendentes. A mesma coisa acontece com quem segue a Cristo e ao Evangelho: seus filhos não são automaticamente salvos e nem nascem crentes por um processo de código genético. Filho de peixe é peixinho, certamente, mas filho de crente não é “crentinho”! Do mesmo modo, filho de perdido não é perdido por transmissão hereditária, mas, sim, por nascer contaminado com o pecado original. Que não é um código genético transmitido por Adão, mas inserido na natureza humana após a queda de nossos primeiros pais.

Mas quando somos alcançados pelo poder regenerador do Evangelho, o Espírito Santo nos convence do pecado e nos leva a receber a salvação e a remissão dos pecados por Jesus Cristo, efetuando-se o milagre da conversão e a transformação em nova criatura (Jo. 3:3; 6-8; 16-18; Jo.5:24; Jo. 14:16,17; Jo. 16:8; II Co. 5:17). E já sabemos que ninguém pagará pelo pecado de outrem e nem se salvará pelo bom procedimento de seu pai ou de sua mãe. Logicamente que sempre existirão “efeitos colaterais” do pecado cometido, como, por exemplo, as doenças transmissíveis pelo sangue (sífilis, gonorréia, Aids, etc.), bem como deformidades e mutações genéticas em casamentos consangüíneos. Porém, a culpabilidade do pecado e as implicações morais jamais são passados de uma geração para outra geneticamente. Cada qual sempre será responsabilizado pelo seu próprio pecado, ainda que este venha a trazer seqüelas físicas à descendência.

Desse modo, não preciso ir a um “encontro tremendo” e nem “regredir” até o útero materno ou até a vidas anteriores. Nem pesquisar minha árvore genealógica à procura de possíveis focos originários de maldição. E, por sinal, no meu caso, aí é que a porca torce o rabo, pois sou judeu por parte de mãe. Meus avós maternos, José Salomão e Ana Salomão, eram judeus. Pensando bem, se eu regredir até o dia da crucificação, de repente poderei descobrir que algum ascendente maluco tenha jogado pedras na cruz!

Melhor parar por aqui mesmo, ou ficarei louco. Misturar “saravá” com “shalon” nunca daria certo, nem aqui e nem na China. Sou Brasileiro e Cristão, e isso é o que importa. Cristão evangélico, que isso fique bem claro! Evangélico crente, que isso fique mais claro ainda! Crente no sentido bíblico, com fidelidade irrestrita na Palavra de Deus e não de “profetas”, “apóstolos” e “ungidos”. E fim de papo!



Pr Sérgio Aparecido enviou por e-mail o artigo a Genizah





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  1. Amadão. Oportuno o post. Me preocupo sim com as maldições que lançamos aos nossos filhos, à esposa, aos que passam pela nossa vida quando não buscamos que a Palavra de Deus faça a sua obra em nós, quando causamos-lhes embaraços para que não venham a ter o testemunho do Evangelho, numa mente renovada conforme o que Deus diz... Como aliás, fazem os pregadores de hoje nas nossas televisões... Maldição com cheiro a bênção.
    Abração, caro amigo Sérgio!

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  2. Ótimo texto... Quantas maldições involutárias e voluntárias... Se não for pela graça, estamos muito, mas muito mal mesmo...

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  3. Irmão, em minha igreja nós temos a reunião dos 3,18 pastores, e fazemos aquela sessão do descarrego... de tijolo, areia, cimento e tudo mais para a reforma de nossa igreja. Quem sabe fazendo uma boa obra para a igreja do Senhor, você não dá uma amenizada nessa carga genética negativa?

    Se quiser, também, temos um salzinho grosso por lá, para você dar aquela salgada na picanha e cuidar de nosso churras.

    Mas eu tenho de revelar que também tenho minhas maldições hererditárias... Minha rodou em todo tipo de lugar, inclusive em terreiro; meu pai também. Além disso, meus avós paternos todos católicos e nunca falam em Jesus, só Maria. Meu avô materno foi o fundador da Comunhão Espírita de Brasília.... mas se converteu no leito de morte... será que anula?!!

    Bom, com tudo isso, aqui estou. Pastor, casado, feliz e leve. Mas, sinceramente, o maior peso de minhas maldições foi colocado por mim mesmo. Comecei na "Sai da Nossa Terra", uma das postulantes dessas maldições hererditárias. Mas, descarreguei, e hoje sou presbiteriano, e isso desde 1994... acho que já deu para anular o efeito...rsrs

    Abraços.

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  4. Post genial!! Dizer mais o quê????

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  5. Maldição = Ausência de bênção.
    Estar sem Jesus.
    Estar em desobediência.
    Quem está em Cristo não tem mais maldições, e se as tivesse tido, teriam sido esmagadas no momento em que o sujeito recebeu a Cristo. As coisas velhas já passaram eis que tudo se fez novo.
    Nem sei como enfatizar o «quanto» anti-Cristo é essa doutrina e a forma como essa ideologia nega o sacrifício de Jesus na Cruz.
    Já me cansei de escrever sobre isso. É um assunto que já me dá náuseas.

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  6. Também tenho a mesma convicção, nunca acreditei nessa besteira de hereditariedade maldita.

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  7. Realmente vivemos num mundo confuso e relativizado quanto ao que é certo e errado. Estive buscando mais informações e acabei me surpreendendo com o que tomei conhecimento. Achei um software (RENDA SOFTWARE) de sua autoria em que as palavras riquezas e prosperidade são exploradas de forma inacreditável pra quem se demonstra combativo às novas teologias. Até parece que o que combatemos não tem haver com nosso modo de viver. Seu sistema de ganhar dinheiro, independentemente de entrar no mérito de ser honesto ou não, é tão rechaçável quanto aos supostos disseminadores. Por acaso você tem parte com os Illuminati?

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  8. Perdão por enviar o comentário de novo. Achei que não tivesse ido. Ignore-o, por favor.

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  9. Irmão, em minha igreja nós temos a reunião dos 3,18 pastores, e fazemos aquela sessão do descarrego... de tijolo, areia, cimento e tudo mais para a reforma de nossa igreja. Quem sabe fazendo uma boa obra para a igreja do Senhor, você não dá uma amenizada nessa carga genética negativa?

    Se quiser, também temos um salzinho grosso por lá, para você dar aquela salgada na picanha e cuidar de nosso churras.

    Mas eu tenho de revelar que também tenho minhas maldições hererditárias... Minha mãe rodou em todo tipo de lugar, inclusive em terreiro; meu pai também. Além disso, meus avós paternos eram católicos e nunca falavam em Jesus, só Maria. Meu avô materno foi o fundador da Comunhão Espírita de Brasília... mas se converteu no leito de morte... será que anula?!!

    Bom, com tudo isso, aqui estou. Pastor, casado, feliz e leve. Mas, sinceramente, o maior peso de minhas maldições foi colocado por mim mesmo. Comecei na "Sai da Nossa Terra", uma das postulantes dessas maldições hererditárias. Mas, descarreguei, e hoje sou presbiteriano, e isso desde 1994... acho que já deu para anular o efeito...ou não :O rsrs

    Abraços.

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  10. "Em qualquer desses casos, praticávamos idolatria."

    Crente falando crentenice, praticava e não pratica mais? não idolatra um bloco de papel que costuma carregar debaixo do braço? não se sente mais confiante e seguro quando está com seu ídolo de papel?

    "A mesma mistura indigesta de grande parte do povo brasileiro, aliás!"

    E seu cristianismo evangelicalizado também não é indigesto? não ensina que quem tenha vivido 20 anos e usado esse tempo para praticar o mal, passará os restantes trilhões de anos sendo sadicamente torturado?

    20 anos X trilhões de anos!

    esse não é um ensino indigesto e repugnante que atribuem a um deus sádico? um deus sádico e destituído de qualquer senso de dignidade? os orixás não são mais misericordiosos que seu deus amoral?

    "efetuando-se o milagre da conversão e a transformação em nova criatura"

    Nova criatura soberba, traiçoeira, arrogante, supersticiosa e hipócrita? ou estas não são as marcas dos crentes?

    A vida de vocês crentes é sua maior testemunha de acusação.

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  11. "AS MINHAS MALDIÇÕES HEREDITÁRIAS"
    O texto me chamou bastante atenção, pois você tomou posse delas. As maldições existem sim e a hereditária também porém no momento em que você entrega a sua vida a Jesus elas caem por terra. Eu conheço uma mulher que ficou grávida de uma menina,essa menina teve uma filha e a filha dessa menina teve uma filha todas as mulheres não foram registradas pelo pai todas até a primeira ,o mais interessante é que elas tiveram filhos homens com outra pessoa e foram registrados e o mais interessante é que um dos pais encontrou a menina e quando ia registrar ele morreu. A penultima menina é minha irmã e última é a minha sobrinha todas elas são só (Fulana da Purificação)Você acha que não devo me importar com o que vai acontecer com a minha sobrinha?
    Ainda bem que ela aceitou Jesus

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  12. Post oportuníssimo.

    A Paz!

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  13. tsc tsc, quanta ignorância...tenho pena de vc "pastor"

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  14. Agradeço a todos os comentários. Muito obrigado pelos incentivos. Ao Ricardo Moura, eu digo que gostaria de saber como vocês conseguiram dividir os 3,18 pastores. O que vocês acabaram cortando, pra conseguir esse feito matemático? Ah...eu aceito o sal grosso sim, pois eu uso com freqüência em meus churrascos. Inclusive, irei usar em grandes quantidades, pois pretendo aumentar a minha lanchonete e usar uma área só pra churrascos. Um abração ao Rubinho Pirola, sou leitor de seus artigos e aprecio muito o seu estilo. Respeito as demais opiniões, inclusive aos que defendem a existência de transmissão hereditária de maldições. Mas a Bíblia diz que "a alma que pecar, essa morrerá; O pai não carregará a iniqüidade do filho e nem o filho a iniqüidade do pai". O que acontece é a TRANSMISSÃO de ensinamentos e práticas que conduzem às maldições, seja por ensino seja pela prática familiar. Mas o PECADO cometido pelos ascendentes jamais será pago pela DESCENDÊNCIA, mesmo porque o pecado nunca é pago por ninguém. Ao "Anônimo", ou "Anônimos" (não sei porque essa gente não tem coragem de se identificar!!!), tenho a dizer o seguinte: Eu não sou o autor do Renda Fácil Software, sou apenas um de seus distribuidores. O programa cria pequenos sites de páginas onde você pode distribuir ou revender softwares, ou livros digitais de sua autoria, ou redistribuir de outros autores com margens de ganho. O autor do Renda Fácil divulga o seu sistema e coloca no final o endereço e nome do distribuidor. Tudo muito claro e limpo: você anuncia o seu produto, divulga o sistema, cria seus softwares e os vende, dando direito ao comprador de revendê-los com lucro. Se você não entendeu isso,é um problema unicamente seu. Quanto a dizer que eu idolatro a Bíblia, isso não é verdade! Nós, cristãos, ao contrário de vocês espíritas (ou ateus mesmo, não dá pra descobrir pelos comentários em que esses "anônimos" crêem!), temos a Bíblia como a nossa única regra de fé e prática e como sendo a inerrante e infalível Palavra de Deus. E até mesmo o Denizard Rivail (que se dizia reencarnação de um tal Alan Kardeck) a tinha na conta de livro sério, pois escreveu um livro intitulado "O Evangelho Segundo O Espiritismo Moderno", que é a "bíblia" dos espíritas. Mas se vocês não crêem na Bíblia e nem em Deus, porque perdem tempo aqui no Genizah? Porque lêem as nossas postagens? E mais: porque não têm a fibra e a coragem de homem (ou de mulher) para se identificarem? Por acaso, não honram as calças que vestem? Sejam machos,mostrem a cara, digam seus nomes, identifiquem-se, seus coelhos medrosos!!!

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