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Geração Y - Nosso novo desafio missionário



Hermes Fernandes


Recentemente, foi lançado nos Estados Unidos o livro Millennial Make-over, escrito por Morley Winograd e Michael Hais. Com base numa teoria de gerações, eles sustentam que, desde 1828, a história americana tem sido atingida por transformações profundas a cada quarenta anos, o equivalente à uma geração.

Segundo os autores, ao término de um ciclo geracional, surge uma geração dinâmica, com características opostas às da anterior. Nesse papel, se revezariam as gerações “idealistas” (assim chamadas por serem radicais e contestadoras), e as gerações “cívicas” (mais conservadoras, flexíveis e pragmáticas).

Acredita-se que a mesma teoria poderia ser aplicada em outros contextos, incluindo o Brasil.

Cada geração é distinguida por um nome específico. Por exemplo: a geração baby-boom. Este termo é utilizado para descrever as pessoas nascidas após a Segunda Guerra Mundial (1946-1964), devido ao grande salto nas taxas de natalidade dessa época. Os baby boomers foram a primeira geração que cresceu em frente à TV. Eles puderam compartilhar eventos culturais e marcos com todas as pessoas no seu grupo de idade, independentemente de onde elas estavam. Esses momentos compartilhados ajudaram a estabelecer um vínculo de geração sem precedentes. Outro elemento cultural que distinguiu os boomers dos seus pais foi o rock and roll. Artistas como Elvis Presley e, posteriormente, Bob Dylan, Beatles e Rolling Stones tomaram conta das ondas sonoras e deram aos boomers a identidade de uma geração.

Outro exemplo é a geração coca-cola, cujo nome inspirou um dos maiores sucessos da Legião Urbana. Era a geração dos seriados enlatados, made in USA. Uma geração que perdeu o idealismo dos que a precederam, tornando-se cínica e desesperançosa. Cazuza foi uma das vozes que cantou a desesperança de sua geração. Em uma de suas canções, ele dizia: "Meus heróis morreram de overdose. Meus inimigos estão no poder." Aqueles que foram os ícones da geração anterior, ou tiveram morte trágica, ou simplesmente se adequaram ao status quo. Por essas e outras, a geração coca-cola não tinha em quem se inspirar para lutar pela transformação do seu mundo. Era uma geração órfã de referenciais.

Agora, entra em cena a chamada "geração do milênio", também chamada de Geração Y, formada pelos nascidos entre 1982 e 2003. "É uma geração segura, com boa auto-estima, criada por pais atenciosos, que foram os primeiros a colocar no carro o adesivo ‘cuidado: bebê a bordo’. É uma geração que cresceu amiga dos pais", diz Michael Hais. Entre as suas peculiaridades, destacamos: é a mais numerosa da história, a mais miscigenada e a primeira a ter quantidade igual de homens e mulheres formados na universidade.

Mas sem dúvida, de todas as marcas da atual geração, a mais decisiva é a tecnologia. A geração do milênio é a primeira a crescer no mundo da internet – e isso está na base da mudança que está emergindo. Primeiro, porque a atual geração, graças à internet, é a que mais tem contato com os amigos, a que mais compartilha informação (pelo Orkut, por exemplo) e, por causa disso, desenvolveu um sentimento coletivo sem precedentes na História recente da civilização. Segundo, porque a internet está mudando as relações de poder na sociedade ao descentralizar a informação.

Terceiro, porque toda guinada na história recente só acontece quando se dá a combinação de uma geração dinâmica com uma novidade na tecnologia da comunicação.

Em 1860, foi a maravilha do telégrafo que ajudou a divulgar as idéias abolicionistas. Em 1896, o telégrafo se juntou à novidade do telefone, e os republicanos derrotaram a aristocracia agrária, inaugurando a era industrial e urbana. Em 1932, o rádio, que chegou a ser conhecido como "telégrafo sem fio", parecia feito sob encomenda para a voz de veludo do democrata Franklin Roosevelt, que faria história com seu New Deal, tirando os Estados Unidos de sua maior crise econômica. Em 1968, quase 57 milhões de lares americanos já tinham uma TV, o que ajudou a criar a identidade da geração baby-boom. Pelo que tudo indica, é a internet a grande novidade tecnológica que vai impulsionar as mudanças aspiradas pela geração emergente.

A eleição de Barack Obama, cuja campanha foi feita tendo como carro-chefe a internet, comprova a guinada profetizada pelos autores de Millennial Make-over. Foi o comparecimento em massa da geração do Milênio às urnas, que garantiu a eleição do primeiro presidente negro da história americana.

Espero, sinceramente, que os líderes cristãos estejam atentos a essas mudanças, e mudem seus paradigmas. A Geração Y é um grande desafio pra todos nós, pais, educadores, políticos e líderes. Perder o trem da história poderá custar muito caro pra todos nós.

***
Hermes Fernandes é companheiro de jornada no Genizah

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  1. Boa, Hermes, finalmente to vendo gente parando pra pensar na minha geração na esfera das igrejas!

    Acabei de finalizar meu TCC da faculdade sobre Geração Y e uma das coisas que mais martelou minha cabeça foi como aproveitar o conteúdo para dentro das igrejas! Ainda estou pensando e planejando como esclarecer a drástica mudança de comportamento que essa geração proporciona, mas a vontade continua!

    Abraços, Deus te abençoe!

    Sabrina

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  2. A geração Y é problemática, sem limites, essa tal geração Y que no caso, faço parte, está caindo em um precipício...

    Bom, mas pelo menos, a geração Y está mais confortavel....

    Mas já parasse pra pensar quantas crianças estão sendo estupradas graças a pedófilos com o apoio da grandiosa rede de comunicação mundial.....

    Tudo tem seu lado bom e ruim...

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  3. Excelente estudo! O livro também deve ser muito bom.
    Temos estudado aqui em Jocum nesses últimos 2 anos sobre gerações e tem aberto nossa mente. Embora ainda seja pouco o que temos em mãos sobre o assunto o que já temos gera uma boa discussão.
    Tem muito que temos usado também de vídeos feitos pela MTV, por que eles tem esse foco na geração atual...
    E gosto muito de perguntas..., me ajudam a digerir:
    o que temos feito pra não "perder o trem da história"?
    Abraço!

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  4. geração "Y" é legal, vejo muito potencial nesta galera, até mesmo pq dela faço parte...
    mas temo que como li em outros blogs, que depois da geração coca cola ESTEJAMOS PRESENCIANDO A GERAÇÃO "h2oh"(SEM GOSTO DE NADA, NÃO SE SABE SE É REFRIGERANTE DE LIMÃO OU ÁGUA GASEIFICADA COM GOSTO DE LIMÃO).

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  5. Concordo plenamente, prezado Hermes. Devemos estar atentos às mudanças e acompanhá-las, não ficar fechado num “mundinho”. Como bem explicitou Paulo Freire, somos seres históricos, inconclusos; logo, não basta estar no mundo: é necessário estar com o mundo, insertos na realidade da sociedade em que vivemos.

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  6. Graça e Paz!

    "Bem-aventurado o homem que não anda no
    conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores."
    Salmo 1:1

    Laus Deo

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  7. "Sera que alguém pode ser correto diante de Deus?
    Será que alguém pode ser puro aos olhos do seu Criador? Deus não confia nem nos seus servidores celestiais e até nos seus anjos ele encontra defeitos." Portanto cada um cuide da sua vida espiritual. Porque as Igrejas estão cheias de falsos Pastores. Que a graça do Senhor,mediante a Fé, como um dom de Deus,nos ajude nessa caminhada.
    Parabéns irmão! vc escreve de uma forma que emvolve e desperta a luz do evangelho divertindo e despertando para a verdade.

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  8. Não sou contra a Internet como marco desta geração, mas me preocupa um pouco o contato feito através da máquina, sem o calor humando, vejo uma alienação preocupante.
    Se tivermos o equilibrio necessário para conduzirmos essa geração, teremos jovens compromissados com Cristo e desenvolvidos tecnologicamente ao ponto de divulgar grandemente o verdadeiro evangelho.

    Graça e Paz

    Ericsson

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