QUEM É QUEM - Parte 2
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Hermes Fernandes
Oportunistas de Plantão
Há que se tomar cuidado com os oportunistas de plantão. Há pessoas que sabem como tirar proveito de uma crise. Este era o caso de Ziba, que apareceu na hora certa, no lugar certo, mas a com a motivação errada
Ziba era servo de Saul. Quando Davi, por amor de Jônatas, resolveu que acolheria em seu palácio a Mefibosete, o neto deficiente de Saul, colocou-o aos cuidados de Ziba. Naquele momento, Ziba aceitou passivamente (confira em 2 Sm.9:1-11). Mas agora chegara a oportunidade de Ziba tirar algum proveito da situação, e revertê-la em seu favor. Ele se cansara de administrar o que pertencia a seu senhor. Era hora de assumir o controle e ser dono do próprio nariz. Chega de submissão! Na mente de Ziba, chegara a hora de deixar de ser cauda, para ser cabeça.
“Tendo Davi passado um pouco além do cume, ali estava Ziba, o moço de Mefibosete, esperando para encontrar-se com ele, com um par de jumentos albardados, e sobre eles duzentos pães, cem cachos de passas, e cem de frutas de verão e um odre de vinho. Perguntou o rei a Ziba: Que pretendes com isto? Respondeu Ziba: Os jumentos são para a casa do rei. Para se montarem neles, e o pão e as frutas de verão para os moços comerem, e o vinho para os cansados no deserto beberem. Então perguntou o rei: Onde está o filho de teu senhor? Respondeu-lhe Ziba: Ficou em Jerusalém, porque pensa: Hoje a casa de Israel me restituirá o reino do meu pai. Então disse o rei a Ziba: Tudo o que pertencia a Mefibosete é teu. Disse Ziba: Inclino-me humildemente, e ache mercê aos teus olhos, ó rei meu senhor” (16:1-4).
Ora, aquilo não passava de uma calúnia. Mefibosete era um moço aleijado, filho de Jônatas, e portanto, herdeiro natural do trono deixado por Saul. Mas ele jamais almejou ocupá-lo. Ele sequer se sentia digno de comer à mesa do rei ao lado dos seus filhos!
Ziba conseguiu o que queria. Numa manobra extraiu dos lábios de Davi o que queria ouvir. Agora tudo o que pertencia a Mefibosete passou a ser dele.
É claro que Davi se precipitou. Mas ele não tinha tempo de ouvir a outra parte. Sua cabeça estava a mil. E a seu ver, não era justo que Mefibosete o abandonasse justamente naquela hora. Porém, a história não termina aqui. Mais adiante veremos a conclusão.
Simei em um dia de fúria
A caravana prosseguiu em sua jornada, deixando para trás a cidade amada de Jerusalém.
“Tendo o rei Davi chegado a Baurim, dali saiu um homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera. E, saindo, ia amaldiçoando. Atirava pedras contra Davi e todos os seus servos (...) Amaldiçoando-o, dizia Simei: Sai, sai, homem de sangue, homem de Belial! O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado. O Senhor entregou o reino na mão de Absalão, teu filho. Tu estás na desgraça, porque és homem de sangue” (vv.5-8).
Se há gente que se aproveita pra tirar vantagem, também há os que aproveitam pra colocar pra fora toda a sua raiva e descontentamento.
Surpreendente foi a reação de Davi neste episódio. Um dos seus resolveu comprar a briga e pediu a Davi permissão para arrancar a cabeça de Simei. Veja a resposta que recebeu:
“Então disse Davi a Abisai, e a todos os seus servos: Meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura tirar-me a vida. Quanto mais ainda esse benjamita? Deixai-o, que amaldiçoe, pois o Senhor lhe ordenou. Porventura o Senhor olhará para a minha aflição, e me pagará com bem a maldição deste dia” (vv.11-12).
Aquele dia era para Davi o que Paulo chamou de “o dia mal”. Há ‘maldições’ que duram apenas um dia, e que são permitidas por Deus, mas que em longo prazo resultam em bênçãos maiores, acima de qualquer comparação.
E aquele foi um dia longo, muito longo. O texto sugere que Simei passou todo o tempo acompanhando a caravana de Davi, amaldiçoando-o e apedrejando-o. Bastava um sinal por parte do rei, e sua cabeça voaria longe. Mas o rei preferiu sofrer calado.
O Caminho de volta
Depois que Absalão foi derrotado, Davi fez o caminho inverso, e retornando a Jerusalém, reassumiu o trono.
Enquanto caminhava em direção a Jerusalém, o povo saiu-lhe novamente ao encontro. Só que agora a situação era bem diferente. Em vez de tristeza, havia alegria no ar, ainda que o coração de Davi estivesse em profundo luto pela morte de seu filho amado.
Era chegada a hora do acerto de contas.
Aquele mesmo Simei que acompanhou a caravana de Davi, apedrejando-o e amaldiçoando-o, agora saiu novamente ao seu encontro.
“Apressou-se Simei, filho de Gera, benjamita, que era de Baurim, e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi. Com ele mil homens de Benjamim, como também Ziba, servo da casa de Saul, seus quinze filhos e seus vinte servos com ele. Desceram apressadamente ao Jordão onde estava o rei, e o atravessaram para fazer passar a casa do rei, e para fazer o que aprouvesse a ele” (2 Sm.19:16-18a).
Por que será que estavam com tanta pressa? Por que se misturaram aos homens de Judá? Certamente, tanto Simei quanto Ziba estavam com o coração na mão. Seus erros teriam que ser consertados, antes que fosse tarde demais.
Davi voltara ao poder!
Simei tomou a frente de todos, prostrou-se diante do rei, e lhe disse: “Não me imputes, senhor, a minha culpa, e não te lembres do que tão perversamente fez teu servo, no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalém. Não o conserves, ó rei, no coração. Pois eu, teu servo, deveras confesso que pequei, mas hoje SOU O PRIMEIRO, de toda a casa de José, a descer ao encontro do rei meu senhor” (vv.19-20).
Isso que eu chamo de diplomacia! A mais diplomática hipocrisia. Mesmo tendo razão para vingar-se, Davi preferiu poupar a vida de Simei. Porém, lá na frente, em seu leito de morte, ao aconselhar a seu sucessor Salomão, Davi recomendou: “E lembra-te, contigo está Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim, que me maldisse com maldição atroz, no dia em que eu ia a Maanaim. Quando ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, eu pelo Senhor lhe jurei, dizendo que não mataria à espada. Mas agora não o tenha por inocente. És homem sábio, e bem saberás o que lhe há de fazer” (1 Reis 2:8-9a).
Embora tivesse sofrido calado todas as calúnias e maldições proferidas pelos lábios cruéis de Simei, Davi quis poupar seu filho Salomão. – Cuidado com Simei! Ele não merece sua confiança! Eu o poupei, mas ele não te poupará, e se tiver oportunidade, tentará destruir o seu reino.
O que fez Salomão? Mandou chamá-lo e ordenou: “Edifica-te uma casa em Jerusalém, e habita aí, e daí não saias, nem para uma nem para outra parte. No dia em que saíres e passares o Vale do Cedrom, saibas que certamente serás morte; o teu sangue será sobre a tua cabeça. Simei disse ao rei: Boa é essa palavra. Como tenho dito o rei meu Senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias” (1 Reis 2:36-38).
Simei era como uma maçã podre, que poderia colocar todo um cesto a perder. Era importante que Salomão o mantivesse sempre à vista, e não permitisse que sua influência nefasta se estendesse para além dos muros de Jerusalém.
Há pessoas que imaginam ter escapado do juízo de Deus, por terem sido poupados num determinado episódio. É claro que Deus perdoa, mas isso não significa que Ele nos isente de colher os frutos de nossa rebelião. Tudo o que homem semear, isso também ceifará. Não crer nisso é o mesmo que zombar de Deus.
Simei escapou da morte no dia em que Davi retomou o trono. Mas teve sua liberdade restringida aos limites de Jerusalém.
Três anos se passaram, e um dia Simei deixou os limites da cidade em busca de dois de seus servos que haviam fugido para Gate. Quando Salomão soube isso, mandou chamá-lo e lhe disse:
“Não te conjurei pelo Senhor e não te protestei, dizendo: No dia em que saíres para uma outra parte, sabe de certo que serás morto? E me disseste: Boa é essa palavra que ouvi. Por que, pois, não guardaste o juramento do Senhor, nem a ordem que te dei? Disse mais o rei a Simei: Bem sabes toda a maldade que o teu coração reconhece que fizeste a Davi, meu pai. Agora o Senhor fará recair a tua maldade sobre a tua cabeça” (vv.42-43).
Quantos ministérios são frutos de divisões, de mentiras, de calúnias? Por conta disso, sua expansão está comprometida, até que reconheçam seu erro e se arrependam. Deus jamais endossaria algo começado tendo mentiras e rebelião como base. Ele até dá corda, como fez com Simei, mas um dia, a prestação de contas virá. E desse dia, ninguém será poupado.
Teremos que prestar contas de tudo o que dissemos, de cada pedra que atiramos, de cada atitude que tomamos, de cada injustiça que cometemos.
Continua...
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Hermes Fernandes é um dos mentores desta subversão aqui no Genizah
Os oportunistas de plantão são aqueles sempre prontos a estar do lado certo na hora certa, desde que ele seja sempre bem sucedido.
ResponderExcluirDestes, a igreja está cheia.
Oportunistas - que armas teremos contra eles - Vigilância - Jesus disse: "Sede mansos como a pomba e prudentes como a serpente" - E já que estamos falando em serpente - eis aí o maior oportunista - Satanás - se faz, segundo Cristo, de anjo de luz - em púlpitos, em distorções da palavra, como quanto tentou Jesus... - e o Apóstolo Paulo diz aos Coríntios - "Temo que como a serpente enganou Eva, Satanás vos engane também..." - É, ele é o "pai" de todos os oportunistas astutos. VIGIAR E ORAR - Eis nosso mote.
ResponderExcluirObservai o que está evidente. Se alguém confia em si que é de Cristo, pense outra vez consigo mesmo que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos. 2 Coríntios 10:7
ResponderExcluirA critica ela é boa, no meu blog tenho o costume de fazer criticas, mas sem denegri a imagem de outros, por ética social.
Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia conosco.
Mas Jesus respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim.
Pois quem não é contra nós é por nós.Marcos 9:38-40.
Agradeço muito a visita em meu blog. A paz de Cristo.