O caminho em direção ao outro
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Rubinho Pirola
Ou... o verdadeiro caminho da santidade, o exercício eficaz para parecermo-nos com Deus!
“E por eles me santifico a mim mesmo, para que
também eles sejam santificados na verdade”. João 17:19
Durante muito tempo, cri que santificação era o caminho do crente para agradar a Deus. Isso é bíblico, é verdade, mas esse caminho tinha , no final, um sentido que apontava noutra direção: eu mesmo.
Ou seja, queria eu, caminhar para agradar a Deus, mas no fundo, era uma forma de me ver livre de problemas.
Agradando a Deus, eu me veria livre todo tipo de azares: calo, unha-encravada, caspa, notas baixas na escola e contaria ainda com o favor das menininhas bonitas da escola e subiria um degrau como cristão, sendo merecedor de mais medalhas do céu (ou, de um tijolinho a mais no conjunto habitacional celeste, onde tinha garantido uma propriedade sendo construída).
Santidade, era aquele caminho, acreditava eu, de agradar a Deus e isso era traduzido mais por coisas que teria de deixar de lado e que me eram tão gratas, para no fim ser beneficiado de algum modo. Como por exemplo: tinha de deixar de lado os bailaricos da escola, o cabelo comprido que os “boyzinhos” da moda usavam, o não ir aos clubes nos finais de semana, pois Domingo era o “Dia do Senhor” e, santo que é santo, não pode faltar à igreja e outras coisitas.
Santidade era mais um tipo de “vacina” para ver se ficava livre de dores de cabeça.
Santidade era mais uma tentativa de “comprar” o favor de Deus, do que um caminho que nos leva para cima, um exercíco físico, ou mais, uma cirurgia plástica para ficarmos cada dia mais com a cara e o jeito de Deus. E isso, descobri só bem depois, ser a mais pura cascata (para os portugueses, mentira, treta e da brava!).
Olhando para esse verso, onde está registrada a oração linda que Jesus dirigiu a Deus por cada um de nós, ele nos deixa uma dica tremenda: santidade é algo que diz respeito, que dirige o nosso olhar de nós mesmos, para… os outros!
“… por ELES me santifico!” É por nós. E o que significa isso?
Santificar-se para Jesus, era algo a ser buscado que beneficiaria as pessoas, não a si próprio! Tinha a ver com o botar a sua própria agenda, os benefícios, o seu prazer, em segundo plano… em função dos outros.
Não tinha a ver propriamente com Jesus ter de cortar o cabelo à militar para não escandalizar a irmãzinha da sinagoga, ou em evitar de ir à padaria no Shabat, fazendo esforço físico em dia de paragem total, ou em realizar todos aqueles ritos para garantir uma recompensa celestial; mas em ele abster-se de um prazer até legítimo, desde que alguém ganhasse.
Por exemplo, tais como deixar de ir à pesca com Pedro e os outros companheiros para ir até a casa do centurião para curar-lhe o servo acamado. Ou então deixar de provar um bacalhau à lagareiro (com muito azeite e alho, na brasa!) com os discípulos, provar aquele vinhozinho de safra especial e jogar uma boa prosa (talvez acerca do céu, ou até não, podia ser só para rirem, contando piadas de fariseus hipócritas, de religiosos vazios - tal como contamos as de papagaio ou de sogras), na companhia gostosa de cem (100!) dos seus amigos para ir à procura de um (1!) amigo em crise, num beco qualquer…
Ao invés de ganhar pontos como julgamos ser possível obter com “exercícios” solitários e vazios de significado na tentativa de agradar a Deus, sabia ele que, na contabilidade do Pai, quem caminha na direção do irmão, caminha na verdade, na direção dos céus e do… coração do Senhor Todo Poderoso.
Para Jesus, quanto mais somos de Deus, tanto mais somos dos outros.
Ser santo, santificado, para Jesus, não significava somente ser separado, exclusivo, mas separado e exclusivo para um fim apenas – ser bênção para os outros, o pobre, o enfermo e o perdido, custasse literalmente o que custasse.
Santificar-se, no sentido prático do termo significa certamente topar o sujeito chato, o irmãozinho mau cheiroso, o patrão tirano, a “sogra cascavel”,… por de lado as nossas conveniências, as nossas preferências no armário e o “salva-te a ti próprio”, enterrado a sete palmos, para ser uma espécie de sacrifício vivo em favor do bem de outrem.
Assim, aprendi uma lição. Se quero mesmo agradar a Deus e ser santo, parecido com Ele, ganhar o seu jeitão, a sua cara… então tenho de me dedicar ao próximo. Como Jesus fez. E todo mundo ver em nós, como viu, afinal, a cara de Deus estampada na de Cristo.
Rubinho Pirola é reú neste processo chamado Genizah
"Se quero mesmo agradar a Deus e ser santo, parecido com Ele, ganhar o seu jeitão, a sua cara… então tenho de me dedicar ao próximo. Como Jesus fez. E todo mundo ver em nós, como viu, afinal, a cara de Deus estampada na de Cristo".
ResponderExcluirJesus já respondeu a essa pergunta na cruz ao vencer o pecado.
Lucas 23:34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.
Muito mais que pregar o evangelho,devemos saber perdoar.
Cristo com Seu "jeitão" mostrou-nos o que é ser O Rei dos reis e Senhor dos senhores,deixando que pensássemos o que quisera-mos Dele,não negando a verdade sobre si mesmo.
Mateus 27:11 E foi Jesus apresentado ao presidente, e o presidente o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos Judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes.
João 14:6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim
Quem quiser ser Cristão deve "tomar a sua cruz" não querendo ser o dono da verdade (ainda que seja conhecedor da mesma),mas render Glórias á Deus o pai,e ensinar (mesmo que de forma sofrida) que o sacrificio de Jesus é o unico caminho verdadeiro para a eternidade.
Salmos 94:16 Quem será por mim contra os malfeitores? Quem se porá por mim contra os que praticam a iniqüidade?
Efésios 6:11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Efésios 6:13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
Vencer o mal é negar a si mesmo,aceitar o sacrificio de Cristo e exaltar á Deus em sua vida.
Você "leva jeito" para isso ?
Não é preciso "levar jeito" para ser Cristão é só deixar-se guiar pelo evangelho e receber a revelação do Espirito Santo (não o conselho dos homens).
Irmão Rubinho!
ResponderExcluirDepois de ler o texto - já na metade, na verdade - estava igual ao moço da ilustração. Obrigado por me lembrar, com graça da Graça na minha vida!
Jûnia Marquize, Belo Horizonte.
Danilo,até que enfi uma alma se salvou da "santificação idiotada" das religiões,rsrs. Amanhã estarei postando um desabafo sobre essa "santidade" do "não pode" que muitos ainda teimam em querer viver.Se todos imitassem mesmo a Jesus, só a Jesus e interamente a Jesus e se a hermeneutica da teologia fosse Jesus, com certeza os cristãos viveriam em paz,aquela mesmo que transcendi todo o entendimento.
ResponderExcluirResumindo todo o texto:Santo é amar o próximo como a si mesmo e fazer com os outros aquilo que nós gostaríamos que os outros fizessem a nós, pois isto é a Lei e os Profetas( palavras de Jesus).Paz
Rubinho, mano, um dos mais esclarecedores textos que tenho lido acerca da santidade. Louvo a Deus por nos ter brindado com esta reflexão. Qualquer tentativa de santificar-se pela motivação egoísta resultará num tipo de santidade repelente. Nem Deus agüenta! Mas a verdadeira santidade atrai tanto a Deus quanto os que nos rodeiam. É atraente, não repelente. É centrada em Deus e para o benefício dos outros, e não em nós mesmos e em nossos interesses, sejam eles nobres ou excusos.
ResponderExcluirEste artigo vai virar tema de um dos meus próximos sermões na igreja. Pode crer!
João 17:17 Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
ResponderExcluir“E por eles me santifico a mim mesmo, para que
também eles sejam santificados na verdade”. João 17:19
"... santidade é algo que diz respeito, que dirige o nosso olhar de nós mesmos, para… os outros!"
É muito difícil, tirar o olhos de nós mesmos, para olhar bem à nossa frente, olhar para quem está à nossa frente; olhar para os outros.
Generosidade! Um dos pontos altos de uma santidade cristocêntrica! Agora vai explicar este trem para os jejuadores da fogueira santa! Vai dizer a esta gente que Deus quer o melhor e o melhor é amar o pior... em amor a Ele.
ResponderExcluirSto Agostinho resumiu muito bem o que é santidade: "ama, e faça o que quiseres" . A mesma síntese poderosa encontra-se em Paulo: "...O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor." Romanos 13:10
ResponderExcluirDe fato, "a fé sem obras é morta". Pena que muita gente insiste em não ver isso! Sola fide, sola fide..............
ResponderExcluirPronto. Falar mais o que? Muito bom mesmo!
ResponderExcluirÓtima reflexão, também pensava e agia do mesmo jeito, mas é a igreja que nos ensina desta forma.
ResponderExcluirMiguel
Se os que se dizem crentes em Jesus gastassem seu tempo lendo o Sermão do Monte e buscando como viver o evangelho por inteiro em nosso dia-a-dia, veriam que o Cristo de forma clara nos ensina como devemos obedecer a Deus e que isso consiste em servir ao próximo.
ResponderExcluirComo? Amando e servindo ao próximo como o próprio Senhor Jesus fez ao abandonar o Reino dos Céus e toda sua glória só para nos dar essa mesma glória (de sermos participantes da verdadeira vida, do mesmo reino dele, mesmo sendo indignos de tal). A vida de Cristo mostra que devemos dar ao próximo aquilo que temos e que queremos.
Cristo também nos ensinou que devemos perdoar sem medida como Ele fez com a mulher apanhada em adultério. Portanto, cada um que quer seguir a Cristo e tomar sua cruz deve estar sempre se esforçando em ser Santo e puro como Ele foi (1 Pedro 1:13), abandonando todos os seus desejos pessoais e carnais que a vida terrena e os demônios tentam nos impor, fazendo-nos escravos das paixões. É nosso dever, se quisermos ser verdadeiros praticantes do evangelho (Ortopraxia) não nos esforçar em cuidar da vida alheia julgando a santidade dos outros, mas julgando a nós mesmos tendo a vida de Cristo como modelo.