A CABEÇA DO CONVERTIDO
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Antônio Carlos Costa
QUANDO DE FATO RETORNAMOS PARA A CASA DO PAI
O QUE SE PASSA PELA CABEÇA DE TODO AQUELE QUE SE VOLTA VERDADEIRAMENTE PARA DEUS
(EVANGELHO DE LUCAS 15: 17-25)
O QUE SE PASSA PELA CABEÇA DE TODO AQUELE QUE SE VOLTA VERDADEIRAMENTE PARA DEUS
(EVANGELHO DE LUCAS 15: 17-25)
INTRODUÇÃO
A Parábola do Filho Pródigo é marcada por divisões bastante claras. Cada seção trata de um aspecto relacionado ao tema mais amplo da salvação dos seres humanos. Na análise de primeira divisão tratamos do conceito de pecado. Por que o pecado é considerado como tal por Deus? Em seguida, abordamos as principais conseqüências do pecado para a nossa vida. A terceira parte dessa parábola é bastante clara. Aborda o exato momento em que o filho mais moço resolve voltar para a casa do pai. Trata de um tema de valor incalculável. É impossível que algum pregador seja capaz de hiper-dimensionar a importância do tema que o Senhor Jesus aborda nesses versos. Como alguém pode ser excessivamente alarmante ao falar sobre a exata resposta que o homem deve dar ao evangelho a fim de que seja salvo?
O tema principal desses versículos é conversão – que nada mais é do que um voltar-se para Deus em arrependimento e fé. Sem conversão – retorno para casa – não há salvação. Sem arrependimento e fé não há conversão.
Nós vamos agora entrar na cabeça do convertido e tentar entender, à luz do que Cristo ensina, o que passou pela cabeça daquele que se converteu.
A MENTE DO CONVERTIDO
O tema principal desses versículos é conversão – que nada mais é do que um voltar-se para Deus em arrependimento e fé. Sem conversão – retorno para casa – não há salvação. Sem arrependimento e fé não há conversão.
Nós vamos agora entrar na cabeça do convertido e tentar entender, à luz do que Cristo ensina, o que passou pela cabeça daquele que se converteu.
A MENTE DO CONVERTIDO
1. “VIVER LONGE DE DEUS É UMA MISÉRIA” (V. 17).
O background dessa passagem nunca deve ser esquecido por nós. Cristo estava descrevendo o que ocorria naqueles dias. Gente que havia mergulhado no pecado, praticando os crimes mais hediondos e as mais graves afrontas a Deus, e por cuja iniqüidade viera a passar pelas maiores misérias humanas, estava se voltando para Deus através da mensagem de Cristo. O que Cristo trata de fazer é descrever de uma forma simples o que estava acontecendo com toda aquela gente que subitamente mudara de vida.
Cristo as descreve como quem descobriu a verdade sobre si mesmo na escola do sofrimento providencial de Deus: “Então, caindo em si, disse...”. Elas colheram o que semearam. Quiseram viver autonomamente e Deus lhes disse: “Seja feita a tua vontade”. A vontade delas foi feita e elas não encontraram o que estavam procurando. Pior. Perderam o que tinham.
Nesse estado de fome, culpa e humilhação a verdade surge como um relâmpago na mente. Um estalo, conforme se diz. O homem cai em si. É levado a perguntar: “Afinal, por que estou aqui faminto na companhia de porcos?” Então, traça toda a sua trajetória de vida até chegar ao exato ponto em que passa a ver com nitidez como tudo começou. Volta-se para o seu coração de onde se mantivera longe. Não havia outra resposta para seus problemas. Elas sabiam que estavam afastadas de Deus e justamente por isso encontravam-se em estado miserável.
O que essas pessoas compreenderam mediante a dor? Elas descobriram que a vida longe do Pai é uma vida de miséria e que a vida ao lado do Pai é uma vida de fartura. Daí apreende-se as seguintes verdades:
- Voltar-se para Deus em razão da descoberta de uma verdade que só foi compreendida no sofrimento não é hipocrisia.
- O sofrimento é uma expressão da misericórdia divina pela vida dos pecadores.
- Deus aceita o voltar-se para Ele inicialmente baseado no amor próprio.
2. “PRECISO NADA MAIS NADA MENOS QUE TER UM REAL ENCONTRO COM DEUS”.
“Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai”. Essa declaração é decisiva. O desespero é tamanho que o coração é tomado da mais profunda certeza de que a resposta não está na religião. Nem na decisão de viver uma vida mais casta, por exemplo. Não se trata de mais religião e mais moralidade. A resposta está num encontro real com Deus: “LEVANTAR-ME-EI E IREI TER COM MEU PAI”.
Centenas estavam dizendo isso através do contato com a pregação do Senhor Jesus Cristo! Não tenho palavras para descrever o quanto essa declaração me toca. “Vou sair desse estado de penúria. Aqui não fico mais. Irei ter com o meu Pai”.
3. “NÃO POSSO ESPERAR QUE DEUS ME RECEBA SEM ANTES LHE DIZER O QUANTO LHE ENTRISTECI COM OS MEUS PECADOS, FUI RESPONSÁVEL PELA MINHA MISÉRIA E DEPENDO DA SUA GRAÇA PARA VIVER”.
“... e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado seu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores”. Não há a mínima menção nessa passagem quanto a uma possível falsidade nessa declaração. Não se tratava do pedido de alguém que viu ser arrancada dos seus lábios uma confissão contrária ao que realmente acreditava. Cristo estava descrevendo a conversão sincera de seres humanos.
Não há conversão sem arrependimento. Essa é a maior necessidade humana. O evangelho não oferece esperança para quem não se arrepende. Antes de buscar a Deus por qualquer outra necessidade o ser humano deve procurar a Deus pela necessidade do perdão. Sendo assim, ninguém deveria tomar nenhuma decisão na vida referente a Deus e a sua vontade sem antes se arrepender.
Todos os elementos do verdadeiro arrependimento estão presentes nessa parábola. Parece que hoje pessoas se aproximam da igreja sem esse espírito de contrição. Esperam que Deus as abençoe sem a intenção de se arrependerem dos seus feitos.
Note que não há exigência. Não há o que se pleitear.
4. “HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO”.
“E, levantado-se, foi para o seu pai”. A conversão é uma obra da graça divina na vida humana mediante a qual a mente é poderosamente convencida da veredicto de Deus referente ao pecado humano, o coração é vividamente enternecido pela percepção da beleza da santidade de Deus e horror do pecado e a vontade vigorosamente acionada garantindo a procura real da conversão.
Não somos salvos mediante o desejo de ser salvo, mas por meio da busca concreta da salvação até encontrá-la.
Cristo compara a viagem de volta ao retorno de uma terra distante. Mas, um primeiro passo é dado. Barreiras são encontradas pelo caminho. A alma, no entanto, não dá descanso a si mesma até que chegue em casa.
5. “NÃO POSSO ABUSAR DO AMOR DE DEUS JULGANDO QUE A SUA BONDADE ELIMINA A NECESSIDADE DE DIZER-LHE O QUANTO PEQUEI”.
“Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou. E o filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e diante de ti, já não sou digno de ser chamado seu filho”. Antes de qualquer confissão o pai o envolve com o seu amor. Porém, a manifestação do amor não faz o filho se esquecer das suas ofensas e da necessidade de honrar o pai mediante a confissão de toda afronta praticada contra alguém tão amável.
O evangelho, com toda a sua ênfase no amor surpreendente de Deus, não estimula ninguém a tão somente dar por certo o amor de Deus e permanecer onde está – vivendo a mesma vida, contando irresponsavelmente com o amor divino, pois esse amor não se contenta apenas em perdoar, mas ter de volta em casa.
6. “O AMOR DE DEUS POR MIM É O QUE ME FAZ TER CERTEZA DE QUE NÃO É UM ABUSO DEIXÁ-LO TRATAR-ME COMO UM FILHO SEU”.
O filho é apresentado como alguém que aceita participar da festa pelo seu retorno. Qual a razão de ser dessa festa? O filho retornara e o pai estava feliz. Acontece que o filho aceita toda aquela manifestação de um amor constrangedor. O evangelho visa gerar essa ousadia na alma – a perda de todo escrúpulo – a aceitação da aceitação. O filho mais moço permanece em silencio perante as acusações do irmão mais velho. O amor do pai regula sua relação com tudo e com todos.
CONCLUSÃO
A salvação resulta da conversão. Conversão é um voltar-se para Deus em arrependimento e fé. Arrependimento é saber que um dia sentimo-nos livres para abusar do amor de Deus. Fé é sentirmo-nos livres para receber o amor de Deus sem julgar que não devemos fazê-lo por ser um abuso.
Antônio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra, Presidente do Rio de Paz e há dez anos apresenta o programa de televisão Palavra Plena.
Muitos já passaram pela experiência do filho pródigo.
ResponderExcluirOs que passaram afirmam como eu afirmo, de onde saí não quero voltar.
Porcos não são boas companhias para os filhos de DEUS.
Ovelha sim, sempre quero ser ovelha, guardada, protegida e amada pelo meu pastor JESUS.
Gostei muito da conclusao no post...em uma forma sucinta e direta em referencia a parabola
ResponderExcluirA PAZ: MUITO INTERESSANTE O TEXTO.
ResponderExcluirHÁ OUTRO COLEGA DE VCS QUE TECEU COMENTÁRIOS SOBRE O MESMO TEXTO COM UMA ÓTICA COMPLETAMENTE DIFERENTE DA EXPLANAÇÃO ACIMA.
AMIGO FICO PERPLEXO COM AS NUANCES DE INTERPRETAÇÃO TOTALMENTE DIFERENTES EM GÊNERO NUMERO E GRAU, QUE DEUS DÁ AOS SEUS VASOS.
É INEGÁVEL E CONCLUDENTE QUE SE TRATA DE UM DOM, NÃO É ELOQUÊNCIA DE HOMENS COMO SE PODE VERIFICAR DA LEITURA DO TEXTO, MAS SABEDORIA DIVINAMENTE ISNPIRADA.
FICO INSTIGADO A PENSAR QUE SERIA ESTE O DOM DE CIÊNCIA, POIS INCLUSIVE JÁ COMENTEI SOBRE UM TEXTO DAQUI- do filho pródigo mesmo- QUE LI E RELI O TEXTO MAS NUNCA SEQUER IMAGINEI ESTA INTERPRETAÇÃO.PENSO EU QUE VCS DEVEM SER HOMENS DE COMTEMPLAÇÃO, DE EXAMINAR AS ESCRITURAS.
BONITO TEXTO. PARABÉNS.
Pergunto: é isso que é ser um apologista?
PR CLAUDIO ACCONCI
prclaudio-acconci@bol.com.br