Tempo integral sem integridade
http://genizah-virtual.blogspot.com/2014/07/tempo-integral-sem-integridade.html
Carlos Fernandes
Digno é o trabalhador de seu salário, mas muitos pastores remunerados tornam-se verdadeiros parasitas de igreja
Sob certos aspectos, pode ser considerado o emprego dos sonhos de muita gente: sem relógio de ponto, com horários flexíveis, bom salário – direto e indireto, já que costuma ser acompanhado de benefícios como auxílio-moradia, convênio médico e previdência privada –, pouca cobrança por resultados e várias mordomias, virar pastor de tempo integral virou o sonho de muita gente. Em igrejas de grande porte, então, o negócio é melhor ainda: com vários cargos à disposição e uma legião (ops, legião, não!) de fiéis voluntários prontos a fazer a obra de Deus por puro diletantismo, o trabalho do ministro do Evangelho limita-se a pregações dominicais, reuniões de gabinete e as inevitáveis celebrações de casamentos e enterros, que, diga-se de passagem, não acontecem todo dia. O resto é tempo livre para “meditar na Palavra”, dedicar-se à vida familiar, praticar esportes e preparar sermões. É verdade que muitos sermões, ultimamente, vêm mais do Google do que de verdadeira inspiração divina, mas deixemos isso para lá.
O fato é que é grande o número de pessoas nas igrejas loucas para ingressar no chamado ministério de tempo integral. A justificativa, na maioria das vezes, é das mais válidas – bíblica, até: afinal, quem aspira ao pastorado, excelente obra almeja, nas palavras de Paulo, o apóstolo (ele mesmo um sujeito que não vivia do ministério, e sim, de sua profissão de artífice, um belo exemplo cada vez menos seguido). Ademais, dizem, sem preocupações com o sustento, o pregador teria mais tempo para dedicar-se ao ministério através de visitas a enfermos e presidiários, evangelismo, ações de natureza social e muitos outros etcéteras. Tudo muito bonito e bem justificado. Acontece que nem sempre a banda toca desse jeito. E o sujeito que um dia sentiu-se chamado por Deus para o sagrado ofício do pastorado acaba virando um burocrata de si mesmo, envolvido com um sem-número de demandas pessoais ou meramente administrativas. Um burguês sem cheiro de ovelha ou barro nos pés, como os pastores de outrora.
“Assusta a quantidade de gente querendo se dar bem nos arraiais evangélicos e fazer do púlpito, simplesmente, um meio de vida – boa vida, diga-se de passagem”
Assusta a quantidade de gente querendo se dar bem nos arraiais evangélicos e fazer do púlpito, simplesmente, um meio de vida – boa vida, diga-se de passagem. Mas a praga do parasitismo eclesiástico não se limita às igrejas e seus inchados ministérios; é grande, também, o número de pregadores quixotescos, sem vinculação denominacional, sempre em busca de convites para pregar ou dar testemunho aqui e ali, em troca – claro – de uma ofertinha. Os mais caras-de-pau chegam a distribuir cartões de visita. Na última edição da Expo Cristã, a feira anual de produtos e serviços evangélicos que acontece todo ano em São Paulo, voltei para casa com o bolso cheio de cartões e folhetos onde se lia mais ou menos isso: “Fulano de tal, ministro do Evangelho [ou missionário, obreiro, evangelista]: Curas, libertação, batismo com o Espírito Santo”. Quer dizer que se a gente contratar o cara para um culto em nossa igreja, tudo isso vai acontecer? Então, tá!
OK, a Bíblia diz que o trabalhador é digno de seu salário. E a tradição evangélica já consagrou a figura do ministro de tempo integral, aquele obreiro separado por Deus e reconhecido pela igreja local, a quem cabe sustentar seu líder. Nada contra remuneração, férias, 13º salário e demais auxílios que a igreja possa fornecer ao homem de Deus, é tudo muito justo. Agora, que o pastor esteja realmente disposto e disponível a trabalhar pelo Reino, e não só na igreja local – há inúmeros hospitais, asilos e orfanatos cheios de gente ansiosa por uma oração, uma palavra de conforto e fé. Convenhamos: se a maioria dos trabalhadores tem de dar expediente a semana inteira, com uma ou duas folgas, quando muito, por que tantos pastores e pregadores querem ficar no bem-bom de seus gabinetes refrigerados ou, pior ainda, refestelados na poltrona de casa em plena terça-feira à tarde?
Com o crescimento das igrejas no cenário urbano e a penetração cada vez maior do Evangelho nas classes médias, a tendência a ser evitada é a construção desse tipo de corporação eclesiástica, na qual os líderes ganham muito mas não querem nada com a hora do Brasil. Tempo integral, tudo bem; mas que haja integridade também. Quem quiser moleza, que se candidate ao Congresso Nacional, onde um monte de gente também não faz nada e vive às custas do contribuinte – mas, pelo menos, ninguém lá diz que foi “chamado por Deus”.
Carlos Fernandes é jornalista, produtor editorial e diácono da Igreja Maranata, no Rio de Janeiro.
Quando eu era seminarista da igreja batista, eu acompanhava o pastor em suas visitas aos membros da igreja, sempre tinha bolinho, café, doce, oração, leitura da Bíblia, essas coisas boas,
ResponderExcluirnuma bela segunda-feira, dentro do templo, peguei o pastor tentando pescar umas notas do gazofilácio, "é pra comprar leite", ele disse, e completou: "depois eu devolvo".
Não tem muito a ver mas eu rio sozinho com essa história até hoje.
Caracaaaaaaaaa, Carlossssdocéu! Você foi meter o dedo no vespeiro! Mas, concordo com você. Sou pastor também. E sei também que o temor de viver do salário que a igreja oferta na nossa vida anda escasso. Como muitos outros temores que sumiram das nossas hostes. Que faltam fazem os leões. Não os do Imposto de renda (ainda que necessários tbm entre essa, digamos classe), mas o de Roma.
ResponderExcluirUm abraço, queridão! E parabéns pela sua pena!
Cada um tem o pastor que merece.
ResponderExcluirA igreja da corda os pastorem se enforcam.
...
Bom concordo com o texto em partes:
ResponderExcluir1- O mesmo é confuso, no começo diz que o pastor tem benefícios e depois diz que não tem.
2- Me parece que há falta de informação ou mesmo conhecimento do ritmo de uma igreja grande.
3- As vezes parece que não se enquadrou no sistema.
Mas indo por partes não vejo beneficio algum no episcopado, quase que todos os pastores não tem vários outros direitos dos trabalhadores, nem preciso citar. Pastores tem dificuldade ate mesmo para abrir uma rélis conta de banco. Acredito realmente que muitos estão abrindo igrejolas por preguiça de trampa, mas e quanto a outros que abandonaram suas carreiras para ganhar menos? Eu realmente acho que uma experiencia mais empírica de campo faria muito bem ao escritor.
Pax
Allan Koch
Excelente!!!! Há tempos atrás ouvi uma canção em uma emissora evangélica que dizia:"Marajá espiritual, preguiçoso e negligente é, além de caráter mau ele já enfraqueceu na fé..." e por ai vai (a propósito nunca mais ouvi tocar) hehehe. Mas falando sério, por que o exemplo de Paulo, o maior evangelista é tão desprezado? Entendo que Igreja tem de viver por fé e na graça de Deus e não na Lei, ora, dízimo é Lei, ou seja, se retirássemos os dízimos das Igrejas então veríamos quem realmente é chamado por Deus.
ResponderExcluirBem, eu sou pastor. Devido ao modelo da nossa denominação, a disponibilidade de tempo integral se faz necessária embora existam pastores de tempo parcial.
ResponderExcluirEm uma visão geral. eu penso que existem muitos espertalhões. Mas existem muitos e muitos pastores sérios que não desejam serem parasitas eclesiásticos. O problema é que muita gente não entende, quando um pastor sérios gasta horas prearando um estdo Bíblico ou sermão, ele está trabalhando,. Se gasta horas de oração por sua igreja, está cumprindo sua função também.
Prezado Danilo,
ResponderExcluirpareceu-me mais um reflexo da vida que o autor leva. Talvez ele esteja criticando o seu pastor da igreja onde frequenta, pois já deve ter visto muita porcariada por lá. O autor simplesmente fala do que não conhece e nem vive. Aprioristicamente criou um retrato virtual de algum modelo impróprio e aplica a todos os demais. No mínimo uma piada de mal gosto. Não se pode pegar a parte pelo todo, metonímia. A maioria dos pastores recebem, pela última pesquisa de 02 a 06 salários mínimos por mês. Grande parte destes estão com seus INSS atrasados porque não conseguem pagar por suas igrejas não terem caixa suficiente. O autor generaliza como se todos os pastores tivessem seguro de vida, farta poupança, plano de saúde etc. etc. etc
Aqueles que são pastores por interesses escusos não nos servem de modelo e nunca servirão.
Uma lástima este artigo. Talvez o autor queira se candidatar ao ministério para manifestar esse funesto comportamento. Talvez lhe caia bem. Creio que como jornalista e produtor cultural já deva ter ganho alguns milhares de reais e seja um homem de sucesso e projeção nacional, daí estar apto para criticar como critica ou talvez esteja almejando .....
Para você Danilo um forte abraço deste servo que deixou um bom cargo em uma grande instituição financeira para ser ministro da Palavra.
Pr. Luiz Fernando
Bem fundamentalista o artigo para um irmão Maranata! Não tiro a razão pelos exageros que temos visto por aí, mas seu pastor sabe que você está indo a outras igrejas colher tais informações? Ou está somente reproduzindo o que todos dizem por aí. Agora se o irmão é Maranata, porém interdenominacional e imparcial, retiro minhas palavras... do contrário, se converta.
ResponderExcluirCarlos Fernandes se torne um pastor então! Já que acha que é tão fácil assim.
ResponderExcluirConcordo que existe alguns como descreve, mas vejo que não tem conhecimento de campo quanto a realidade do fato. Cada paróquia tem as suas realidades e as suas demandas.
Miquéias
Sou pastor batista e atualmente não estou administrando nenhuma igreja.Concordo com o digno escritor mas com ressalvas, já que seu sistema eclesiástico não comporta a figura de um pastor remunerado (salvo algumas exceções). Na verdade, no passado era muito comum a figura do pastor vocacionado, "chamado por Deus" no entender pessoal de cada um. Assim como acontece com os padres (ou acontecia). Contudo, com o passar do tempo as próprias igrejas locais (pelo menos entre os batistas) se tornaram com verdadeiras "empresas" com perfis que não mais comportavam pastores sem qualificações catedráticas (faculdade disso ou daquilo). As igrejas compostas de membros com PhD's, Mestrados, etc., não admitiam serem "pastoreadas" por pastores com seminários bíblicos (mesmo que fossem indevidamente chamados de "faculdades teológicas").Então elas mesmo acabaram criando a oportunidade para os 'oportunistas' de plantão que tinham tais qualificações acadêmicas mas estavam desempregados, ou mesmo empregados mas ganhando 'pouco'! Enquanto isso, os velhos vocacionados que conheciam a beleza do Evangelho puro e se davam por inteiro na desbravação de campos missionários foram deixados de lado pelos doutores das igrejas. Hoje são apenas "placas comemorativas e honoríficas" nas pedras de fundação das igrejas, ou na porta de algum gabinete pastoral ou diaconal... Isto abriu portas para outras igrejas imitarem, mesmo aquelas igrejinhas do interior e sem condições de bancar a festa. Há igrejas que selecionam pastores através de seus "CV" (currículos)e levam semanas, e até meses, ouvindo-os e entrevistando-os, até que decidam quem será o seu pastor! Ao final, um orador convidado (com todas as despesas custeadas pela igreja anfitreã)elabora um homérico sermão (discurso) onde a glória da escolha do novel ungido é atribuída ao Espírito Santo de Deus!!! Ah, isto se o escolhido aceitar as propostas contratuais de seu cargo: salário compatível com seu grau de "estudo", benefícios, acomodações, planos de saúde para a família pastoral, etc. Isto sem levar em conta aqueles que depois de seis meses na direção da igreja são "sondados" por outras igrejas que prometem cobrir-lhes a oferta salarial para que sejam seus pastores (e que na maioria são aceitas)..... Para não mais me estender, não culpo somente os "espertos" de plantão mas as próprias igrejas que não mais conhecem a vontade de Deus exaradas nas Escrituras: "apascentai as minhas ovelhas"...
ResponderExcluirEU ENTENDI O QUE O IRMÃO QUIZ DIZER MAS LAMENTO QUE O ESPAÇO Aí FOI DEDICADO ÀQUELES QUE NÃO SÃO PASTORES SEGUNDO A BÍBLIA .A GRANDE MAIORIA É ESCRAVO DA DENOMINAÇÃO OU DA DIREÇÃO OU ATÉ MESMO DA MEMBRESIA. NÃO TEM DIREITOS NEM CREDITO E PROBLEMAS DENTRO DE SUAS FAMÍLIAS. PLANOS DE SAUDE,ISSO QUANDO TEEM, é DE SEGUNDA CLASSE . E SE MORREREM VAO DEIXAR A VIUVA ENDIVIDADA E NAO VAI APARECER NENHUM
ResponderExcluirELISEU PARA MULTIPLICAR O AZEITE. O FUTURO DELE ESTA LITERALMENTE NAS MÃOS. DE DEUS.
SOU PASTOR HÁ 12 ANOS NO COMPLEXO DA MARÉ ,MAS SOU UM PELICANO NO DESERTO PORQUE MORO A 50 ANOS EM COPACABANA .EU JÁ POSSUIA TUDO QUE NECESSITO PARA SOBREVIVÊNCIA E REVERTO O MEU DIGNO SALÁRIO PARA A COMUNIDADE, MAS VEJO CENTENAS DE PASTORES, OBREIROS ANÔNIMOS ENFRENTANDO O TRAFICO A MISÉRIA E OS DESMANDOS, FAZENDO O QUE PODEM E O QUE NÃO PODEM PARA MINIMIZAR OS PROBLEMAS HUMANOS E ESPIRITUAIS DE UM LUGAR ONDE MUITOS SÓ QUEREM IR PRA FAZER TURISMO E MESMO ASSIM COM ALGUM TIPO DE ESCOLTA.
QUERO MANIFESTAR AQUI A MINHA SOLIDARIEDADE A ESSES
PASTORES SEM NOME,SEM SOBRENOME E SEM PEDIGREE.
AOS OUTROS..... BOM EMPREENDIMENTO!
Meu nome: REV RICARDO RODRIGUES
Excelente texto sobre nos pastores. Apesar de não agraciado com todos os benefícios que foram citados no texto, considero que o salário de um pastor é algo sério (para os que realmente são pastores com o "P" maiusculo. O que temos hoje são muitos preguiçosos que não querem nada com nada e e ncontram na igreja um cabide de emprego. Sou pastor na Carolina do Sul e além do tempo dedicado a igreja trabalho secularmente, porque as condições de desenvolvimento pastoral na região em que estou me leva a ficar "meditando na palavra" todo o tempo, não posso fazer visitas durante o dia, todos estão trabalhando, não dispomos de documentos para ir a prisões e hospitais, então, cuido da igreja com muito amor e carinho mas tambem tenho o meu trabalho secular para não ficar com o tempo ocioso. Que Deus possa recompensar a todos os pastores que pastoreia com amor e com o zelo de Deus como Paulo falou na sua segunda carta aos Corintios no versículo dois do capítulo onze.
ResponderExcluirBelo texto, só não concordo com seu final "Quem quiser moleza, que se candidate ao Congresso Nacional, onde um monte de gente também não faz nada e vive às custas do contribuinte – mas, pelo menos, ninguém lá diz que foi “chamado por Deus”, pois tem alguns lá que juram de pé juntos que foi Deus que mandou..kkkk
ResponderExcluirBoa tarde, graça e paz.
ResponderExcluirConcordo com o irmão Carlos Fernandes.
Hoje, desde fevereiro desde ano, sou pastor de tempo integral como missionário na implantação de uma igreja congregacional na cidade de São João da Boa Vista, interior de São Paulo.
Deixei um cargo de contador chefe de uma empresa que eu trabalhava há 10 anos, de fevereiro de 2001 até fevereiro de 2011. Abri mão de tudo que tinha, pois precisei pedir demissão da empresa e viver apenas pela fé em Cristo para realizar a obra que Ele chamou a mim e minha esposa e filha para fazermos. Confesso que as vezes fico perdido e constrangido por ficar durante a semana em alguns períodos do dia em casa. Trabalho desde os 12 anos de idade com carteira assinada e hoje tenho 39 anos. Nunca fiquei sem trabalhar secularmente e as vezes fico sem graça pois faz falta a correira do dia a dia na empresa. Nos últimos 12 anos, me dediquei ao ministério pastoral de tempo parcial, ao trabalho na empresa das 08:00hs às 18:00hs, à Faculdade e a minha família. Hoje, tenho ocupado meu tempo à preparação de sermões, estudos, ficar mais com minha família, fazer evangelismo nas imediações de nossa igreja, ou melhor, de nossa casa, visto que estamos iniciando o trabalho com grupo familiar em nossa casa atual. Estou fazendo capelania escolar na escola estadual que minha filha estuda, dando expediente todas as terças e quintas feiras durante todo o dia como voluntário. Tenho cuidado mais de minha saúde, tenho participado de atividades sociais da Secretaria de Assistência Social da Cidade, e tenho feito visitas a entidades sociais que necessitam de ajuda, e outros afazeres. Tudo isso para divulgar o evangelho do Senhor e a nossa igreja. Realmente o Carlos tem razão, quando pastores querem ter tempo integral para ficar em casa sem fazer nada. Mas tenho certeza de que existem pastores verdadeiros que praticam o que dizem ser: PASTORES DE TEMPO INTEGRAL.
Ainda existem homens e mulheres fiéis ao Senhor que se preocupam em honrá-lo. Eu tenho certeza de que estou fazendo o que o Pai se agrada. Um abraço a todos. E Carlos, parabéns pela sua matéria, foi muito edificante e esclarecedora.
Rev. Oldimar Miranda Alves (proldimar@hotmail.com)
Pastor da Primeira Igreja Evangélica Congregacional em São João da Boa Vista/SP. www.iecsaojoaodaboavista.blogspot.com
CAPELANIA ESCOLAR - Abrace esta ideia.
Caro amigo, sou Pastor e penso que esta matéria não vai mudar nada. Pois é, o tempo integral nao quer dizer nada , se a igreja "mantém"um pastor por tempo integral creio que a igreja está em conformidade com o pastor e sou pastor e não tenho sustento tão elevado ( 2 salários) e confesso que isso não me encomoda.Vou continuar aqui fazendo minha parte. um abraço
ResponderExcluirA Bíblia realmente ensina que pastores devem receber dinheiro para “pastorear” a igreja?
ResponderExcluirSe formos analisar os textos bíblicos, existem três momentos no novo testamento nos quais é citado o assunto em questão:
O primeiro é quando Jesus envia os discípulos de dois em dois “a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir”.
Em Lucas 10.7: “E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa.”
Em Mateus 10.10,11: “Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis.”
O segundo momento é quando o apóstolo Paulo defende seus direitos de missionário:
Em 2 Coríntios 11.8-9: “Outras igrejas despojei, recebendo delas salário, para vos servir; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado; porque os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei, e ainda me guardarei, de vos ser pesado.”
Em 1 Coríntios 9.9-12: Pois na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca do boi quando debulha. Porventura está Deus cuidando dos bois?
Ou não o diz certamente por nós? Com efeito, é por amor de nós que está escrito; porque o que lavra deve debulhar com esperança de participar do fruto.
Se nós semeamos para vós as coisas espirituais, será muito que de vós colhamos as matérias?
Se outros participam deste direito sobre vós, por que não nós com mais justiça? Mas nós nunca usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
O terceiro momento é quando o apóstolo Paulo está ensinando Timóteo a liderar a igreja:
Em 1Timóteo 5.17,18: “Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino. Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.”
Nota-se que tanto no primeiro momento como no segundo, o salário mencionado é para missionários (pessoas saindo de sua cidade, de sua casa, de seu trabalho para levar as boas novas a outros lugares), e em momento algum dá idéia de dinheiro, mas sim de sustento, de mantimento, de hospedagem.
Já no terceiro momento, a idéia do salário é também relacionada a sustento ou mantimento, pois faz menção ao verdadeiro sentido do dízimo instituído por lei em Deuteronômio 14.22-27:
ResponderExcluir“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo.
E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias.
E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado;
Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus;
E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;
Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.”
Ou seja, o dízimo deve ser consumido tanto pelo que devolve como pelo levita. E vale ressaltar que hoje todos somos levitas e sacerdotes. O véu do templo se rasgou.
Com isso, fica claro que o sistema instalado hoje na maioria das igrejas está em total desacordo com o que dizem as Escrituras.
O “missionário” hoje tem que ficar em hotel, tem que receber cachê e tem que vender óleo ungido, Cd’s, DVD’s, livros etc. porque “vive” do evangelho ou largou tudo para ser “missionário” (cantor, pregador itinerante...). Sendo que, o que a Bíblia diz é: “...e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” Mateus 10:7-8.
O “pastor” hoje é mais um administrador, tendo que receber dinheiro para fazer a obra de Deus, e se importando mais com a quantidade do que com a qualidade dos fiéis pela conveniência do dízimo. Dízimo este que se tornou a menina dos olhos de mercenários, de pessoas sem o mínimo temor de Deus, que brigam por campos de igrejas que rendem muito dinheiro.
Que o Senhor faça os líderes atuais voltarem à sensatez e levante obreiros dignos, uma nova geração que faça a diferença!
Graça e Paz!
Caro irmão, tenho 25 anos de nova vida em Cristo, e 15 como pastor, a maioria dos pastores que conhecí e conheço, repare bem a maioria, vivem de forma integral, com uma ajuda de custo ( não tão robusta )sua família passa por várias privações, não tem o reconhecimento necessário da denominação.
ResponderExcluirMesmo assim continuam fazendo a obra, amando os irmãos, amando a igreja e o Senhor da Igreja, sendo acordado pelas madrugadas, e edificando os crentes na fé. PERGUNTO : QUANTO VALE EM NUMERÁRIOS, TAIS SERVIÇOS PRESTADOS?
Ai Alexandre.
ResponderExcluirQuando meu amigo ia numa igreja católica, ele pegou um jovem padre, recém saído do seminário, dando mole pra uma jovenzinha muito bonitinha. "é só amizade” ele disse. Mas dizem as boas e más línguas que aquilo ñ ficou só na amizade não. Depois ele foi pra outra paróquia e ninguém nunca mais ficou sabendo de nada. A jovenzinha bonitinha se casou e se mudou.
Não tem muito a ver mas eu choro sozinho com essa história até hoje.
Seu hipócrita! Até parece que no meio do clero católico não tem erros também.
Não tem muito a ver? Não tem nada a ver, amigo... Você leu a matéria? O que este padre safado e essa "jovenzinha" tem a ver com o assunto integralidade e integridade dos pastores? Se não tem algo de construtivo para compartilhar, então que se cale!
ExcluirConcordo com o texto. Vemos muita gente que não tem chamado algum, a não ser pra ficar fugindo das responsabilidades pastorais e a igreja sofrendo. Visitas? isso só se for empurrado pelos outros.Nem as mensagens são preparadas com dedicação, pois só traz cansaço e desanimo na igreja.Tem muitos que ainda reclama do salario, dizendo que é pouco.Que o Senhor tenha misericordia e desperte esses homens.
ResponderExcluirParabéns Carlos Fernandes!
ResponderExcluirPenso que uma das marcas de um bom jornalista é a ousadia; o que não lhe faltou ao escrever este artigo. Não sou pastor ou jornalista mas creio ser necessário chamar o povo a reflexão. Pastores, ovelhas e administrações esclesiásticas precisam ter disposição em falar deste assunto tão polêmico, sem receio de críticas. Há, a meu ver, uma confusão conceitual difundida ao longo de décadas a respeito de rebeliões e críticas, onde muitos pastores tentam se proteger de críticas atrelando-as a algo malígno. Isso só corrobora para a entrada de pessoas que assumem uma postura inquestionável e em nome disso usam e abusam de pessoas e instituções.
Concordo que existam inúmeras excessões mas assim como a educação está em crise(assim dizem os indicadores)embora existam excelentes professoes, também o modelo de pastores em tempo integral encontra-se em crise, podendo ( não em poucos casos) ocultar ociosos que se escondem do mercado de trabalho.
Se um pastor de tempo integral é um parasita ou não, é a igreja local que deve julgar através de homens e mulheres consagrados e sérios. É assim que deve ser para não correr o risco de desmoralizar o chamado. O artigo é provocador e entende que foi essa a intenção do autor, mas é também muito simplista. Sou pastor em tempo integral e me entristeci quando li que atender pessoas em gabinete e preparar sermões são atividades menos nobres. Seria bom perguntar a alguem que foi atendido para aconselhamento se foi válido ou não ou então aos membros das igrejas se foram edificados e fortalecidos na fé através dos sermões. Sinceramente acredito que o autor esta falando de um caso muito especifico e pessoal. Sergio
ResponderExcluirA culpa não é dos interessados em se tornar um “pregador”, esta acontecendo hoje como aconteceu com Jesus quando Ele endureceu o discurso, enquanto Ele proporcionava curas, alimentação e libertação ao vivo e à cores, era muito bem recebido. Hoje quando alguns pastores vocacionados, procuram pregar um evangelho de salvação, são obrigados a pregar para um número cada vez menor de fiéis. Daí surge a figura do profissional do evangelho, que prega as facilidades para se alcançar tudo aquilo que necessitamos e que em conseqüência enche grandes templos. É como no caso dos furtos e consumo de droga, se não houvesse quem consome não haveria ofertas destes produtos. Conheço pregadores de pequenas denominações que pregam há muitos anos e suas pequenas igrejas continuam com um número reduzido de fiéis. Nunca ouvi esses pregadores pregar facilidades nem tão pouco exercitar o seu direito de “cobrar o dizimo” e a "fidelidade" no ato de ofertar. Eles não se vendem, porém, se quisessem ver seu ministério crescer era só contratar esses verdadeiros artistas e dar a eles uma percentagem nos lucros. Resta saber o que queremos, será que estamos procurando o que deveríamos procurar? Rogerio
ResponderExcluirSou pastor evangélico, trabalho secularmente e com muitas dificuldades cumpro também a agenda eclesiastica. Fico muito imprecionado no que tange salário do pastor. Todas as vezes que se discuti o salario pastaoral surge uma grande confusão porque também aceitamos o que tem sido imposto a muitos anos. Penso que assim como qualquer profissão o ministério deve haver reconhecimento e inclusive ter regulamentação para salrio definido como piso e teto salarial e mais com direitos e deveres. Afinal para me tornar pastor fiz uma faculdade que nem sempre são reconhecidas e no momento em que estou trabalhando no meu ministério dedico-me totalmente.
ResponderExcluirIncrivel que na minha profissão com muito menos esforço sou reconhecido com facilidade, sou advogado e o tempo inteiro acabo trabalhando como pastor, pois mesmo nos momento em que estou aplicando qualquer esclarecimento aos cliente acabamos falando do Reino de Deus. Com um detalhe quando acaba o expediênte terminou o meu compromisso juridico, porem até mesmo de madrugada sou acordado para excercer o ministério pastoral sem contar que até a minha familia é obrigada a trabalhar sem receber nenhuma remuneração. Logico faço tudo isto com maior prazer porque sou chamado pelo Senhor para este fim, mas nem tanto nunca vi ninguem questionar o salario ou sustento salarial de um padre ou bispo ou qualquer outro visto que na maioria das vezes vivem com luxo invejavel. Quero deixar bem claro que apoio totalmente os pastores que trabalham integralmente, visto a necessidade de algumas comunidades e que atuam. E quanto deveriam receber? Isto é facil, quanto ganha um vereador, um deputado estadual, federal, prefeito, governador, assim como qualquer outro politico. Porque estes chegam com um compromisso de governar para o povo durante um periodo de 4 anos, e na maioria das vezes não fazem nada e ninguem cobra os valores superfaturado de seus salarios. Ou seja os lideres religiosos quase sempre faz a função dentro da comunidade de todos estes e ainda formam pessoas para serem tudo isto e muito mais. Afinal onde querem chegar, se tem ou não de ter sal´rio os ministros? Entre cirem um orgão regualmentador como a OAB para observar segundo posicionamento de trabalho de cada um, ai sim veremos os pastores trabalhando conforme tem que se trabalhar. Observe como são formados antes de legalizarem suas igrejas, ou seja na "legalização" que se cobre os documentos também do lider. Para conclui, qual o meu tempo de trabalho? Quando me aposento como ministro? Quais os direito da minha familia dentro do meus confortos salarial?... Milton de Almeida Vieira (Ministro do evangelho)
Lamentável seu artigo, concordo com o Pr. Luiz Fernando. Só esclarecendo, Paulo era fazedor de tendas e isso por um curto período de tempo em Corinto, ele recebia salario das igrejas, pois isso ele deixa bem claro (At 18 e 2Co 11),pare com essa balela de fazedor de tenda.
ResponderExcluirOlá adorei o texto, sempre digo que os pstores hje em dia estão exorbitando em suas funções e seus benefícios, conheci um certo pastor que além do salário ( bom salário diga-se de passagem) e do plano de saúde,a igreja pagava o aluguel numa zona nobre do Rio( a igreja ficava na baixada) o combustível do carro, a faculdade dos filhos ( que eram 2 ) entre outras coisas, sinceramente eu trabalho e tenho que arcar com tudo isso do meu bolso, e nenhuma empresa faz isso, porque então deveríamos concordar com isso, pra mim isso é um abuso!!!!!!
ResponderExcluirA PAZ DO SENHOR A TODOS
ResponderExcluirAMADO EU COMO PASTOR CONCORDO COM VOCE EM ALGUNS TERMOS SIM, PQ INFELIZMENTE NOS DIAS ATUAIS, OS PROPRIOS SEMINARIOS TEM DISSEMINADO IDEIAS DE PROFISSIONALISMO AO PASTORADO, ESQUECENDO QUE A PRIMAZIA DE SER PASTOR SEGUE DO CHAMADO DE DEUS, MUITOS INCLUSIVE, NEM SOFRERAM NADA NA VIDA, NUNCA TIVERAM UMA HISTORIA DE VIDA, TEM UM TESTEMUNHO FRAQUISSIMO E COMO NESCIOS TEM MINISTRADO PALAVRAS MUITO BONITAS, QUE TEM IDO DE ENCONTRO AOS OUVIDOS SEDENTOS DE PALAVRAS CARINHOS, DO NADA A VER, NÃO TEM PROBLEMA, DEIXA DISSO, E AONDE FICA A MUDANÇA DE VIDA, VINDE COMO ESTAIS, MAIS NÃO PARA PERMANECER DA MESMA MANEIRA, E QUANTO A PAULO RELAMENTE ELE TEVE QUE APRENDER NA LIDA O QUE ANTES NÃO HAVIA APRENDIDO, POIS EU NÃO SEI SE VC LEMBRA QUE SAULO DE TARSO, ERA DE FAMILIA ABASTADA E LEMBRANDO QUE ELE PARTICIPAVA DA RODA DOS MAIORAIS, RESUMINDO ERA UM TREMENDO FILHO DE PAPAI, E COM ISSO TEVE QUE APRENDER NO SEMINARIO DA VIDA, ATRAVÉS DE TRABALHOS, PEDRAS, CHICOTES E PRISÕES, COMO AS PESSOAS AS QUAIS ELE LEVARIA A PALAVRA SE SENTIAM NO DIA A DIA.
COM CERTEZA ABAIXO A PROFISSÃO PASTORAL, AMIS COM CERTEZA TAMBEM, VAMOS HONRAR OS HOMENS E MULHERES QUE FAZEM A OBRA DE DEUS, QUE ABANDONAM JUNTO COM SUAS FAMILIAS OS LOCAIS AONDE ESTÃO, OU MESMO POSIÇÕES QUE OCUPAM PARA SE DIRIGIR PRA AONDE O SENHOR OS TEM ENVIADO.
PASTOR CLAUDIO CEZAR
PR.CLAUDIOCEZAR@GMAIL.COM
27-9833.1808
Carlos Fernandes acertou na mosca, ou melhor nos parasitas de plantão. O texto é tão verdadeiro que ofendeu aos pastores que correram em defesa própria. Se estão achando que ganham pouco como pastores vão aprender a fazer tendas.
ResponderExcluirBom dia, sou pastor neopentecostal, há 12 anos, concordo em partes com o prezado irmão (se assim posso me referir) exerço o ministério integral há 12 anos e posso dizer com propriedades que na igreja há 2 medidas, duas justiças, os que se dão bem e os que se dão mal, é o que nós aqui chamamos de sistema! há homens sérios aqui que pregam um evangelho puro esses, são desprezados e mandados para o interior do estado, os "caras" que dão o "sangue' ou melhor "tiram" o sangue esses são os detentores de melhores salarios e honrarias então posso dizer que: o autor do artigo esta equivocado, tem muito pastor de tempo integral que honra as calças que usa, isso eu garanto inclusive os neopentecostais e sofre por causa disso.
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