Vou apertar, mas só vou acender depois da marcha!

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira 16/06/11 liberar a marcha da maconha.

Aliais, conforme os oito magistrados que participaram da votação, o mesmo princípio vale para outros eventos em defesa da descriminalização das drogas, não apenas a maconha.

Os desembargadores que apoiaram, de forma unânime, a realização das marchas entendem que a liberdade de expressão e o direito de reunião são princípios superiores que devem ser respeitados pelas autoridades. Os juízes também concordaram que as manifestações não incorrem no delito de apologia ao uso das drogas e não incitam ao narcotráfico. 

Finalmente, apesar da liberação da marcha, antes de começar o debate, o STF descartou discutir a possibilidade de legalizar o consumo de maconha para usos medicinais e religiosos (MIR 12?), como tinha solicitado a Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos.

Ou seja, pode marchar, mas careta!

Maconheiros desgostosos planejam fundir a marcha da maconha com a marcha do mosquito da dengue (que sempre tem um caminhão fumacê presente) de forma a disfarçar a maresia da manifestação. Outros pretendem aproveitar o trio elétrico dos anglicanos na marcha gay (tão ligados que os anglicanos usam turíbulo para incensar, rss) e disfarçar a fumaça...

Seja como for, com ou sem sambarilove, para dar um drible na lei, a decisão foi muito injusta e preconceituosa! Afinal, na marcha para gizuz estão liberadas as drogas e todos podem marchar ao som de Regis Danese, bispa Sônia e Estevam Hernandes... Por que os maconheiros não podem consumir a sua droga enquanto marcham? Injustiça! Ou melhor: Libera a maconha para todas as marchas! Olha que beleza!

E por falar em evangélido, o povo mais marchador que há, temos mais uma opção de micareta. Depois de saber que tem até igreja evangélica preparando grupo para a marcha gay, ninguém estranhe se tiver uma ala de maconheiro gospel nestas marchas... 

Agora falando sério.

Não cabe o STF (pelo menos, não deveria, mas do jeito que a coisa anda...) liberar a maconha para uso médico, contudo acho que o país deveria considerar isto seriamente.Os Estados Unidos que são muito rigorosos nestas de saúde pública e controle de alimentos e medicamentos já tem programas em muitos estados neste sentido, isto porque a esta mesmo provada a eficiência da droga no alívio de sintomas de doenças regeneradoras sérias, psiquiátricas e, mesmo, na substituição de drogas que causam estragos terríveis a pacientes em tratamento de doenças diversas.

Naturalmente, quem se encontra diante destas necessidades especiais fará uso da substância de uma forma ou de outra, contudo, a liberação garantiria um suprimento legal, confiável e especializado (não recreativo. Em concentração e pureza adequadas para o uso medicinal).

Para o uso genérico e recreativo, acho a liberação da maconha uma temeridade. Sou contra. Sabemos que a droga é alucinógena e seu uso contínuo é maléfico ao organismo sadio e tende a levar o consumidor a experimentação de drogas mais perigosas, destas que estão absolutamente associadas a atos de violência, como os noticiários nos reforçam diariamente. 

Alguns formulam hipóteses sustentando exatamente o contrário, igualmente baseados na questão da violência.  Argumentam que a descriminalização da maconha seria útil a por um fim a principal fonte de renda a alimentar a indústria do crime, reduzindo armamentos e, por consequência, a violência. 

Eu conheço pastores muito respeitáveis defendendo a liberação e descriminalização total da maconha baseados no princípio ético do mal menor. Eu, pessoalmente, respeito estas opiniões, entendendo que tal princípio faça muito sentido em termos filosóficos, de governança e cidadania. Tanto que, inclusive, publiquei artigo de um autor defendendo este tese. Contudo, apesar de respeitar a ideia, não concordo absolutamente com a mesma. Não creio que esta linha de defesa caiba a um cristão, tanto mais a um pastor. Afinal, até onde eu sei, não encontramos respaldo bíblico algum a sustentar esta posição. Sendo assim, tendo nas Escrituras a única regra de fé e prática, o cristão não deveria argumentar estar se aliando ao que é ruim a fim de obter vitória em causas mais nobres.

Seja como for, Legal ou ilegal,  não afeta a minha vida. Sei o que me convém.

Genizah