681818171876702
Loading...

Plano B

por Zé Luís

A proposta para o pequeno grupo – doze pessoas, entre músicos, cantores e gente do grupo de dança, todos amadores - foi revelada só naquele momento, uma hora antes do início do culto.

O que era para ser um momento de descontração, acabou por tornar-se uma angustia nervosa. Eles se preparavam para ouvir do preletor, reunião que precedia o culto, algo corriqueiro: um estudo sobre a importância da música no contexto da liturgia, a relação da descendência levítica em torno dos atuais músicos, a incontestável presença da dança na bíblia (sem esquecer de Miriã ou Davi)...

Alguns se prepararam para trazer questionamentos sobre o atual estado da aparelhagem, ou a necessidade de investimentos em coisas relacionadas, como estudos sobre harmonia, canto, entonação de voz, outra bateria, encordoamento para as guitarras.

Uma decepção.

O preletor explica que pensou sobre todas essas coisas, mas ao pedir a opinião para quem realmente o culto seria direcionado, tirou a seguinte conclusão:

“Cresci numa casa onde a garagem foi transformada em um centro de umbanda, e eu particularmente, antes de meu encontro com Cristo, fui ogan, aquele sujeito designado para tocar atabaques, fazendo destes toques e cânticos – chamados pontos – invocação às entidades. Existe um ponto para cada entidade, assim como um tipo de batida para cada uma das alas destes espíritos. Não existe celebração nessa religião sem que esses espíritos venham...”

Os presentes olhavam, sem entender onde esse assunto levaria, não estavam ali para ouvir pela centésima vez sobre as origens religiosas daquele irmão que há anos conheciam. Ele continuou:

“Pois bem: é inconcebível que venhamos a um culto onde invocamos alguém que se comprometeu a estar onde dois invocarem-no e não esperarmos que Ele realmente esteja. Hoje, esse culto será dirigido pelo Espírito, esperemos que ele nos conduza..."

Estranhamente, o pânico desenhou-se nos rostos presentes, cochichavam entre eles:

-Co-co-como assim? - gaguejou um.
-Qual o problema de esperarmos que algo nasça em nossa alma de forma espontânea?
-Mas o culto vai estar cheio... gostaria de ter algo programado, um “plano B”...
-O problema do “Plano B” é ele virar a regra segura...
-Essa não entendi...-questionou uma das cantoras.
-Se as coisas não funcionarem, faremos o velho culto conhecido, certo?
-Isso...
-Eis a questão: façamos o culto com a fé de um umbandista que vem para ver a entidade incorporar em um médium e não sai decepcionado...
-Que comparação esdrúxula...- sussurrou um guitarrista. O preletor riu, concordando.
-Mas?... - a cantora voltou a questionar...e se Ele não vier?
-Se Ele não vier? Está no direito Dele...mas daí fica uma questão: desde quando cultuamos um Deus que não comparece ao seu culto? Para que serve esse tempo gasto se Ele não vier? Será que ainda conseguimos identificar se nosso objeto de louvor e adoração está presente, ou tudo não passa de cantorias e palestras sobre escritos de um livro antiguissimo?

Naquela tarde, o grupo decidiu correr o risco, e esperar que Deus manisfestasse sua presença na igreja. O risco estava em descobrirem que Deus já havia os deixado, e eles, que fizeram do plano B, principal plano e de uso cotidiano, se aparavoram com a possibilidade eminente de estarem sem Deus daz tempo.

Como foi o culto aquela noite? Como imagina que as coisas se desencadearam?

Independente disso, a resposta que você imagina se esse for um relato verídico - e é - só revela o que você pensa de um culto onde Deus é invocado de forma literal.


Teologia 7640743409184695525

Postar um comentário

  1. Paz seja com todos
    agir pensando Naquele que é o Soberano nos céus e terra é algo que para alguns pode parecer cotidiano.

    Se perguntar se Deus de fato esta presente e se Ele se agradou com o culto feito a Ele é uma reflexão que deveria ser cotidiana também.

    ResponderExcluir
  2. Luiz gostei do seu texto. São coisas que acontece no cotidiano de nossas igrejas e de nossas vidas que muitas das vezes passam despercebidas. Uma coisa que nós não fazemos: perguntar a Deus como Ele quer que nós O sirvamos.

    ResponderExcluir
  3. As pessoas se reuniram invocando o poder do Espírito Santo e começaram a ler a Bíblia, ouviram uma exposição da mesma, oraram uns pelos outros, compartilharam sobre a relevância da fé em Cristo em suas vidas, cantaram canções de gratidão e adoração, fizeram coletas para as necessidades da comunidade, receberão novos membros através do batismo, celebraran a comunhão com vinho e pão e se despediram sendo enviadas em missão ao mundo, na esperança da segunda vinda de Cristo.

    É dessa forma que Cristo prometeu está presente, o que passar disso é umbanda mesmo, com todo respeito aos umbandistas.

    2 Coríntios 11:3 Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.

    ResponderExcluir
  4. Muito interessante o seu texto.
    Vejo que a maioria dos músicos nas igrejas atualmente, está mais preocupada com a performance em si do que com a manifestação da presença de Deus.
    Dou muita risada quando vejo músicos excepcinais perdidos quando o dono do culto se apresenta, fala cheguei e agora é comigo. Isso é falta de intimidade, só conhecemos algém de verdade quando nos tornamos intimos, passamos a compreênde-lo e a confirar, assim a caminhada fica bem mais fácil e prazerosa.

    E como é bom quando ligamos nossa alma ao nosso instrumento e nos entrgamos à direção divina no momento de celebração/adoração... é maravilhoso!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  5. Pena que muitas igrejas pensam que o dono do culto só assisti ao culto, provavelmente lá do céu, da onde essas mesmas igrejas pensam que Ele não sai. É lindo quando permitem que o dono do culto esteja presente e se apresente a cada um que está ali!!

    ResponderExcluir
  6. Isso tudo está virando uma bagunça...salve-se quem poder!! "miseriqueima" shuahsau

    http://atmosferasobrenatural.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  7. ...Onde estiverem dois ou três reunidos EM MEU NOME (*EM VOLTA DE, Cultuando a Ele e o ASSUNTO PRINCIPAL SENDO ELE) estarei no meio deles.
    Não em meio a circos ou palhaçadas gospels.

    ResponderExcluir
  8. A respeito de culto, Romanos 12:1 é um fundamento precioso:

    Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
    (Romanos 12:1)

    Devemos cultuar a Deus todos os dias, apresentando-nos constantemente como crentes que vivem de maneiro que Deus se agrade.

    - Nosso culto é viver para o Senhor, de fato.

    Esse nosso culto é algo racional, algo pensado, decidido e feito com juízo.

    Não é bagunça, não é algo subjetivo, não é um "mover".. não é um "arrepio", não é uma "emoção", uma "sensação", ....

    É uma ação racional, uma decisão que temos que fazer, todos os dias e até o fim.

    Forte abraço.

    ResponderExcluir

ATENÇÃO: Comente usando a sua conta Google ou use a outra aba e comente com o perfil do Facebook

emo-but-icon

Página inicial item