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Apesar de tudo, inclusive nós, Cristo triunfará!



Marcelo Lemos

Estou trabalhando num livro, escrito a três mãos, no qual falamos sobre Escatologia e Esperança; livro que será publicado gratuitamente em nosso blog, o Olhar Reformado. Trata-se de um livro de escatologia, sinônimo bíblico de esperança. Enquanto reviso alguns textos e esboço outros, fico sabendo da polêmica decisão do STJ de legalizar as uniões estáveis entre homossexuais, e também da reação um tanto desesperada de certa ala evangélica. Não tenho a menor intenção de seguir a cartilha politicamente correta: o que o STJ foi “legalizar” um pecado, uma abominação. Como cristão não posso, nem em sonho, sugerir que tal decisão foi coisa boa.

Todavia, enquanto a reação de certa ala evangélica é de revolta e revanchismo, acredito que devemos encarar o quadro com Esperança. Certamente é preciso vigiar na defesa de nossas liberdades civis - por exemplo, o direito de livre expressão que supostamente é direito de todos. Temos o direito de defender aquilo que a Moral Bíblica nos ensina como verdadeiro. Irá o Estado Brasileiro nos assegurar esse direito? Ainda não sabemos e, enquanto é dia, vigiamos na defesa desses direitos. Mas isso não é tudo.

Eis o meu ponto, vigiamos e batalhamos pela via da Esperança. Torna-se um grande problema quando pretendemos mudar o mundo com as armas do mundo. “Espero que o mesmo poder que um dia colocou o mundo de cabeça pra baixo continue a fazê-lo! O Espírito Santo jamais permitirá que a acusação de não ter sido capaz de converter o mundo paire sobre seu santo Nome” (Charles Spurgeon).  Acredito nessa mesma esperança, pois é dela que Cristo fala ao nos ordenar a Grande Comissão.

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É me dado toda autoridade no céu e na terra – por esta razão, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (S. Mateus 28.18-20).

Por qual razão devemos cumprir a Grande Comissão? A maioria das pessoas pensa em dizer alguma coisa sobre amar os pecadores. Devemos certamente amar os pecadores, mas não é essa razão que a própria Grande Comissão apresenta. Jesus diz “toda autoridade me foi dada no céu e na terra, por esta razão, ide e ensinai todas as nações!”. Cristo está dizendo que foi feito Senhor sobre tudo e todos, e que o papel da Igreja é ensinar “todas as nações” – fazer discípulos – a se submeterem ao Senhorio de Cristo. E ele não fala de alguns discípulos, mas de ensinar “as nações”!

Encontramos duas coisas aqui. Primeiro, um objetivo: discipular as nações. Segundo, o meio de alcançar tal objetivo: a pregação do Evangelho. Nesse embate cultural com a questão do homossexualismo, assim como em qualquer outra questão, devemos manter sempre em mente as palavras do Profeta: “Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o SENHOR dos exércitos” (Zacarias 4:6). Toda vez que nos esquecemos disso prejudicamos a causa que deveríamos promover.

Quando finalmente compreendi isso desisti da política enquanto um meio de reformar a sociedade. Sim, podemos usar a política como um meio paliativo, aqui e ali, mas ela é incapaz de reformar o mundo. Sou um direitista e conservador, mas longe de mim o pecado de confundir política com Evangelho (não que tal pecado nunca tenha sido cometido por mim outrora, risos). Tenho descoberto, nas páginas do Livro Sagrado, que se desejamos transformar o mundo só existe uma receita: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo!” (II Coríntios 10.3-5).

Toda vez que tentamos receitas alternativas, falhamos. Falham os pensadores da Teologia da Libertação, e falham os cristãos direitistas reacionários. Os primeiros parecem querer “paz e amor” sem regeneração, e os segundos a regeneração feita na marra! A receita de Cristo? Regeneração, mas regeneração pelo Evangelho!

Não há resposta para o homem no homem. E a Igreja Brasileira já deveria ter aprendido isso, se não com a Bíblia, ao menos com nossa História recente. Falo da Ditadura Militar. Quando o Brasil foi ameaçado pelo perigo do Comunismo (uma tentativa humana de mudar o mundo que já custou perto de 140 milhões de vidas), o Brasil respondeu acertadamente com o Golpe de 64. Digo “acertadamente” sem qualquer dor na consciência, pois, no que me diz respeito, agradeço a Deus todos os dias pelo Brasil não ser uma Cuba ou um Vietnã, como tentaram fazer os guerrilheiros do Araguaia. No entanto, a resposta Brasileira foi também uma resposta humana, e deu no que deu: o que era para ser paliativo, um "Estado de Exceção", foi tomado e digerido com se fosse um remédio! Militares e conservadores tentaram converter o Brasil na marra para a moral “cristã” - como se a polícia pudesse fazer aquilo que compete apenas ao Espírito fazer (S. João 16.8).

E não é que a Igreja brasileira se deixou levar? Apesar de quase ninguém tocar no assunto, há relatos sobre pastores, professores e seminaristas sendo delatados, (por seus irmãos!), aos milicos. E não estamos falando de terroristas, estamos falando de gente comum que apenas pensava diferente em política ou em teologia! Isso é Evangelho? Não sãos os evangélicos os primeiros a apontarem o dedo contra a Igreja de Roma por causa da Inquisição e suas fogueiras? Inquisição católica é abominação, mas inquisição evangélica é obra do Senhor?

Eis que vos digo um segredo guardado a sete chaves: a Igreja Brasileira ainda não aprendeu o caminho de Cristo. Espere a próxima eleição e comprove. Apesar de todo o discurso “moralista” e “religioso” que usamos para defender um candidato e atacar outro, o fato é que apenas estamos fazendo parte de um único e mesmo jogo. Eu já fiz isso, e a maioria também faz. E desconfio que uma minoria privilegiada em certos escalões jogue tendo em vista não exatamente os interesses do Reino... Em qualquer dos casos, não é dizer que se abra mão de convicções políticas, mas que não tomemos aquilo que é humano como mais poderoso e eficaz que o caminho de Cristo, o Evangelho.

Podemos ter nossas convicções políticas. Como disse no inicio sou um conservador – no Brasil sinônimo de “direitista”. Minhas convicções me fazem olhar com desconfiança para o quadro que se desenha a nossa volta, especialmente naquilo que ameaça as liberdades individuais, dentre as quais a livre-expressão é uma. Devemos estar alertas. Porém, mesmo aqui não posso me esquecer da Igreja Primitiva. Nossos irmãos, servido a Cristo sob o julgo do Império Romano, não tinham direito a tribunais e presídios de quinta categoria: eram mandados diretamente para o Coliseu. Todavia, eles fizeram na perseguição aquilo que nós, como toda liberdade, temos sido incapazes de fazer.

Mas mantiveram a Esperança, pois conheciam o caminho de Cristo: é a pregação do Evangelho que transforma o mundo. Por isso, venceram. E nós, venceremos? Se lutarmos com as armas dos homens, não. E certamente não venceremos com esse evangelho “mala-cheia” que vemos na telinha...  

Como pastor jamais deixarei de pregar contra o pecado, seja ele qual for. E se for preciso, posso até ir aos cultos com um habeas corpus dentro da Bíblia, apenas como precaução (risos). Mas, e se o habeas corpus falhar? Neste caso seremos, como Paulo, prisioneiros de Cristo, mantendo no coração as Palavras que Jesus enviou à Igreja Perseguida, e estão registradas naquele que é o maior livro sobre Esperança, o Apocalipse: “Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou de nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai – a ele, glória e domínio para todo o sempre. Amém!” (Ap. 1:5,6).

Nessa Esperança aguardamos a palavra do salmista, “dominará de mar a mar, e desde o rio até a extremidade da Terra. Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante Ele, e os seus inimigos lamberão o pó. Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Sebá oferecerão presentes. E todos os reis se prostarão perante Ele; todas as nações O servirão. Porque Ele livrará ao necessidade quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude!” (Salmos 72.8-12). Sim,apesar de tudo, inclusive nós, o Evangelho triunfará!










Marcelo Lemos, do Olhar Reformado, falando de esperança no Genizah

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  1. A inquisição nossa de cada dia.

    Quando eu era evangélico, já nos meus tempos de criança, uma das mentiras divulgadas em nosso meio “crente”, era que as guerras promovidas pelo governo norte-americano eram para abrir as portas das nações para a pregação do evangelho, dessa forma o banho de sangue promovido na Coreia, no Vietnã, na américa-central, e em outras partes do mundo, eram todos facilmente justificáveis, não só os missionários norte-americanos acreditavam piamente nessa estória, como também deixava claro que a população evangélica dos EUA concordava com a idéia.

    Anônimo Católico.

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  2. Me entristece muito saber que algumas pessoas "jogaram a toalha", afirmando que essas decisões como muitas que virão são o cumprimento da Palavra de Deus!
    Isso não deixa de ser verdade, mas desistir de lutar pelos direitos civis, não aceitar essa imposição maligna que está sendo exposta a todos ao meu ver é um legalismo consciente!
    Não estamos querendo retardar o cumprimento das profecias, estamos zelando pelos ensinamentos do nosso Pai Celestial!
    Que povo é esse que grita Deus e se cala diante de decisões como essa?
    Concordo com o texto...quando fala em paliativos, creio que muita coisa ruim será aprovada ainda, essa primeira vitória será a primeira de muitas...agora a gente vai ficar balançando a cabeça e dizendo:Deus tem misericórdia? Vamos agir!!! Agora sem alvoroço, sem querer fazer montinho né Mala? Creio que lutar pela verdade é uma das mais puras provas de amor a Deus! Cada um pense o que quiser...vc é livre! Deus não precisa que ninguém o defenda! Interprete isso como achar melhor!!!

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  3. Achei muito bom o texto, exceto quando diz que a Revolução de 64 foi acertada, porque o Brasil ia se tornar uma Cuba ou Vietnã. Desculpe, mas o autor está bem equivocado e bebendo em fontes duvidosas no que diz respeito à História do Brasil, pelo menos sobre esse assunto;Revolução de 64. Isso foi fruto da Guerra Fria, os EUA já tinham Cuba bem a sua frente e se o Brasil cambiasse pro mesmo lado, segundo eles, iriam correr riscos dos mais variados...etc. A revolução de 64 foi um atraso inimaginável para o Brasil. Jango tinha idéias de repartir melhor as riquezas com a população, mas não se tornar um país comunista, como dizia a classe burguesa e afins. Pra saber mais sobre o assunto, sugiro ao autor e quem queira, ver no YOUTUBE, um documentário que passou na TV Brasil, se chama O DIA QUE DUROU 21 ANOS dividido em 3 partes. Grande abraço e paz para todos do CAMINHO.

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  4. juliana jesus/como no filme ``A VOLTA DO TODO PODEROSO´´ existia um homem que queria mudar o mundo com a politica mas DEUS mandou que ele construisse uma ARCA para salvar a sua familia e seus vizinhos de uma catastrofe! você poderia imaginar se DEUS resolvesse mudar de ideia e quisesse inudar o mundo novamente e nos pedisse literalmente que contruissimos uma arca, como a arca de noé? será que teriamos coragem de fazer como aquele personagem do filme,que enfrentou uma mentalidade ``moderna´´ e fez algo que para o mundo inteiro era uma GRANDE LOUCURA! eles diziam: DEUS falou com você? haverá um diluvio? você deve estar louco! mas a verdade é que DEUS nos fez esse pedido ``louco´´, e nós estamos fazendo como jonas,estamos nos misturando com os ``marinheiros´´ deste mundo,estamos nos escondendo no ``porão´´da indiferença para fugirmos da ``ameaça dos ninivitas´´. hoje, a arca que DEUS quer que construamos é a pregação do evangelho! está escrito:Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.1cor.1.21/ o grande problema hoje é que a maioria de nós quer ser visto com ``bons olhos´´na sociedade,queremos preservar a nossa ``integridade´´ e por isso tentamos mudar o mundo com as armas do mundo! não queremos ser diferentes dos demais mortais! mas para cooperarmos com DEUS é nescessario que abramos mão da nossa vaidade e mais,renunciemos a nossa vida e deixemos sim que o mundo pense que somos loucos varridos! porque foi assim que os nossos antepassados foram vistos,como está escrito:Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.somente na cruz podemos triunfar! obrigada marcelo lemos pelo artigo!

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  5. Achei muito bom o texto, exceto quando diz que a Revolução de 64 foi acertada, porque o Brasil ia se tornar uma Cuba ou Vietnã. Desculpe, mas o autor está bem equivocado e bebendo em fontes duvidosas no que diz respeito à História do Brasil, pelo menos sobre esse assunto;Revolução de 64. Isso foi fruto da Guerra Fria, os EUA já tinham Cuba bem a sua frente e se o Brasil cambiasse pro mesmo lado, segundo eles, iriam correr riscos dos mais variados...etc. A revolução de 64 foi um atraso inimaginável para o Brasil. Jango tinha idéias de repartir melhor as riquezas com a população, mas não se tornar um país comunista, como dizia a classe burguesa e afins. Pra saber mais sobre o assunto, sugiro ao autor e quem queira, ver no YOUTUBE, um documentário que passou na TV Brasil, se chama O DIA QUE DUROU 21 ANOS dividido em 3 partes. Grande abraço e paz para todos do CAMINHO.

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  6. A porposta escatológia é otima, MAS....

    Quanto a "o Brasil respondeu acertadamente com o Golpe de 64. Digo “acertadamente” sem qualquer dor na consciência, pois, no que me diz respeito, agradeço a Deus todos os dias pelo Brasil não ser uma Cuba ou um Vietnã, como tentaram fazer os guerrilheiros do Araguaia." DISCORDO TOTALMENTE.

    Nem a ditadura foi positiva e nem tão pouco foi a solução para um perigo eminente real.

    Todos os dias os ladrões do PCC pretedem implantar a ditadura da cocaina e do terror e não conseguem. A analogia é boa porque as tais forças ocultas eram mambembes e as ameaças ridículas, mas boas o bastante para justificar a vontade de tomar o poder pelas armas.

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  7. Não escrevi que a Ditadura foi positiva.

    Paz e bem

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  8. Muito bom o texto, concordo com voce pastor, enquanto os evangelicos lutarem com as armas dos homens nada mudará.

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  9. o texto é muito bom mas incorre no erro quando cita a ditadura de 64 e rotula negativamente cuba e Vietnã. com certeza não poderíamos esperar coisa melhor de um conservador. suas informações são aquelas dadas na escola de ensino médio, cuja a historia é mentirosa.e por que Deus nos livre de ser como Cuba ou Vietnã. no que somos melhores do que eles. ah! ja sei é por que esse evangelho adulterado é proibido nesses lugares!!! rsrsrs. quem dera que aqui fosse proibido também, talvez teríamos uma igreja mais orgânica e menos jurídica. teríamos a honra de sermos perseguidos verdadeiramente por causa do nome de jesus e não por sonegar o imposto de renda.
    infelizmente incorremos em muitos erros ideológicos.

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  10. Verdade, Cuba é o Paraíso na Terra.

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