Sequidão
http://genizah-virtual.blogspot.com/2010/10/sequidao.html
Digão
O ar anda muito seco. Aqui em Rondônia a coisa está virando calamidade. Quando se anda na rua, a garganta seca, mesmo você ficando de boca fechada. Os olhos ardem, a garganta arranha. O clima está nublado há dias, e é por causa da poeira suspensa. De noite, fica uma neblina que te impede de enxergar mais longe. E é neblina de pó, não de orvalho.
A grama das praças ficou marrom. Não sei como estão as plantações e os rebanhos, mas imagino que devam estar sofrendo bastante também. Há notícias de que ocorreram acidentes nas estradas daqui, de Goiás e do Mato Grosso por causa do ar seco, junto com as queimadas.
O ar está pesado, ruim para se respirar. Segundo uma amiga que mora em Brasília, a coisa por lá também não está nada fácil, até mesmo porque o clima lá naturalmente é bastante seco.
Sinto que o clima, o ar, o meio-ambiente eclesiástico também apresenta tamanha sequidão. O nome de Jesus, que até há pouco tempo era central, hoje se tornou apenas mais um amuleto para de amealhar renda. A sagacidade de empresários religiosos que querem se fazer conhecidos como ministros de Deus e a sanha de gente calhorda em busca de notoriedade alcançam níveis alarmantes em nossa história recente. O conchavo, o jeitinho, o “quanto levo nessa”, se tornaram padrão nos bastidores eclesiais brasileiros. Por sua vez, há também aqueles que, alijados da notoriedade ocupada no passado, passam-se por únicos e exclusivos profeta e pregoeiros do Evangelho genuíno, gerando, com isso, um sem-número de seguidores áulicos e faltosos de capacidade de discernimento, que se alimenta de sua bile despejada Brasil afora. Há também aqueles que crêem e pregam que Deus é uma espécie de Carolina da música de Chico Buarque: o tempo passou e só Deus não viu, não agiu, não intercedeu, não exerceu Sua soberania. Como um bobalhão, ficou sentado à beira do caminho lamentando Sua impotência perante este mundo mau.
Enfim, o que há é uma sequidão. Os relacionamentos pessoais estão secos, quebradiços. O caráter de muita gente não suporta ser moldado, pois pode trincar. O relacionamento com Deus, então, resseca as vistas, a garganta, a pele.
O profeta Ezequiel demonstra, em sua profecia (Ez 37.1-15), o que realmente somos: ossos secos em um vale (Ez 37.11). A visão de ossos remete à imagem da morte, desolação, abandono. Ossos também são parte da estrutura de um corpo. A igreja de hoje está bem estruturada, com seus inúmeros departamentos, autarquias e diretorias internas; falta-lhe, porém, o fôlego de vida, para que termine essa sequidão.
É hora de clamarmos a Deus, pedirmos perdão a Ele, nos arrependermos de nossos maus caminhos. Deixar de usar o rebanho como moeda de troca eleitoreira, ou como vitrine de nossa presunção. É hora de vivermos, novamente, a vida de refrigério que Deus nos dá (Sal 23.3a), sendo guiados por Ele, e não por nossa própria carnalidade. É hora de a igreja evangélica brasileira se converter ao Senhor, e fugir de sua perene sequidão. Que Deus tenha misericórdia de nós!
Digão anda procurando refrigério para esta terrível sequidão
PAZ IRMÃOS:
ResponderExcluirO FATO É A LEMBRANÇA EXATA DE "VIDAS SECAS" DE GRACILIANO RAMOS.
E TRISTEMENTE É O RELATO CRU, FIEL E FIDEDIGNO DE JOEL: A SECA, A TERRA ÁRIDA, A FLATA DE COMIDA, BEBIDA E A FALTA DE FÉ.
AGORA SÓ FALTAM OS GAFANHOTOS,E LEMBREMOS QUE EM 2009 ELES APARECERAM NA AUSTRALIA.
DEUS FALA MAS AS PESSOAS INSITEM EM NÃO OUVIR....
PASTOR CLAUDIO ACCONCI
Sou aqui de Rondônia também (Vilhena, cidade clima). Tava quente e seco por aqui, mas graças a Deus já caiu uma chuvinha pra dar aquela esperança pra nós.
ResponderExcluirInfelizmente pelas igrejas o clima anda seco mesmo, parece que o povo só sabe cantar sobre chuva, mas não quer que ela venha. Complicado... Quando o Filho do homem vier, porventura achará fé na terra?