Igrejas enfermas, pastores doentes.
http://genizah-virtual.blogspot.com/2010/10/igrejas-enfermas-pastores-doentes.html
Rev. Digão
Como pastor, li e reli a respeito do problema da igreja, que é sua enfermidade crônica. Sabemos que as pessoas que não têm mais compromisso com a igreja local, e sim uma relação de causa-e-efeito com a igreja, ou melhor, como disse Antônio G. Mendonça em Introdução ao Protestantismo no Brasil, uma mentalidade mercantilista, com igrejas se tornando agências de cura divina, tem se tornado, infelizmente, maioria em nossos arraiais.
Em certa igreja, onde um amigo meu pastoreava, ele solicitou a revisão do seu sustento junto aos presbíteros. A resposta dada foi: em qualquer empresa, quando o funcionário não dá resultados, é demitido…, e a reunião de seu conselho foi todo neste clima difícil.
Em uma outra igreja, a pressão da liderança sobre o pastor foi tanta que sua esposa praticamente surtou. Um presbítero perguntou ao pastor a razão de ela faltar aos trabalhos da igreja, e logo emendou: se vira, afinal, ela é esposa de pastor!
Mas será que nós, pastores, também não estamos enfermos?
Como estamos em nossas reuniões administrativas denominacionais? O que nos motiva a ir a tais reuniões? Os assuntos tratados são realmente relevantes à vida das igrejas locais? Como está nossa relação com o poder? Já vi certas movimentações de bastidores que me enojaram, pois era de se esperar isto no mundo (termo em desuso), mas não no meio de pessoas que proclamam a Palavra domingo após domingo.
Tratamos de punir aqueles que não apresentam relatório estatístico satisfatório, mas não nos importamos com o pecado da cobiça, da ganância e da vida sem ética de muitos colegas, que, para subir ao topo, passam por cima de outros. Nos exames de candidatos ao ministério, perguntamos se a pessoa conhece a constituição, os cinco pontos do calvinismo, se crê na predestinação, se conhece nuances teológicas, mas nem sempre nos importamos em saber se tal candidato tem um relacionamento saudável com Deus, com sua família, com sua igreja e consigo mesmo. No desfile de pavões que se tornaram muitas destas reuniões, discorre-se bastante sobre minúcias da teologia, mas não há palavra sobre a fonte da teologia, que, a rigor, é Deus, mas que tem se deslocado para simplesmente assunto da teologia, uma vez que as teologias ensinadas hoje em dia estão se tornando cada vez mais humanistas. Não há uma preocupação com a vida dos pastores e líderes que sofrem por nem sempre poderem expor seus corações sem medo de zombaria. Enfim, tristemente, nos tornamos autômatos em uma linha de produção empresarial.
Eugene Peterson, em Um pastor segundo o coração de Deus, diz que os pastores pecam, pois fogem de sua vocação primordial. Esquecem-se que são chamados para andarem junto ao povo, e, em vez disso, se tornam gerentes nesta estrutura empresarial em que nos tornamos. Somos mais pessoa jurídica do que Corpo vivo de Cristo.
Os pastores estamos enfermos. A igreja está enferma. A estrutura está carcomida. O que faremos? Creio que é hora de uma retomada, um retorno, ou, para usarmos um termo teológico, uma conversão, através do arrependimento e da fé. Arrependimento do nosso procedimento (pastores, líderes, igreja, sistema) e fé nAquele que um dia nos chamou e tem nos auxiliado, embora O esqueçamos. Acho que assim estaremos livres da enfermidade que nos assola.
Em certa igreja, onde um amigo meu pastoreava, ele solicitou a revisão do seu sustento junto aos presbíteros. A resposta dada foi: em qualquer empresa, quando o funcionário não dá resultados, é demitido…, e a reunião de seu conselho foi todo neste clima difícil.
Em uma outra igreja, a pressão da liderança sobre o pastor foi tanta que sua esposa praticamente surtou. Um presbítero perguntou ao pastor a razão de ela faltar aos trabalhos da igreja, e logo emendou: se vira, afinal, ela é esposa de pastor!
Mas será que nós, pastores, também não estamos enfermos?
Como estamos em nossas reuniões administrativas denominacionais? O que nos motiva a ir a tais reuniões? Os assuntos tratados são realmente relevantes à vida das igrejas locais? Como está nossa relação com o poder? Já vi certas movimentações de bastidores que me enojaram, pois era de se esperar isto no mundo (termo em desuso), mas não no meio de pessoas que proclamam a Palavra domingo após domingo.
Tratamos de punir aqueles que não apresentam relatório estatístico satisfatório, mas não nos importamos com o pecado da cobiça, da ganância e da vida sem ética de muitos colegas, que, para subir ao topo, passam por cima de outros. Nos exames de candidatos ao ministério, perguntamos se a pessoa conhece a constituição, os cinco pontos do calvinismo, se crê na predestinação, se conhece nuances teológicas, mas nem sempre nos importamos em saber se tal candidato tem um relacionamento saudável com Deus, com sua família, com sua igreja e consigo mesmo. No desfile de pavões que se tornaram muitas destas reuniões, discorre-se bastante sobre minúcias da teologia, mas não há palavra sobre a fonte da teologia, que, a rigor, é Deus, mas que tem se deslocado para simplesmente assunto da teologia, uma vez que as teologias ensinadas hoje em dia estão se tornando cada vez mais humanistas. Não há uma preocupação com a vida dos pastores e líderes que sofrem por nem sempre poderem expor seus corações sem medo de zombaria. Enfim, tristemente, nos tornamos autômatos em uma linha de produção empresarial.
Eugene Peterson, em Um pastor segundo o coração de Deus, diz que os pastores pecam, pois fogem de sua vocação primordial. Esquecem-se que são chamados para andarem junto ao povo, e, em vez disso, se tornam gerentes nesta estrutura empresarial em que nos tornamos. Somos mais pessoa jurídica do que Corpo vivo de Cristo.
Os pastores estamos enfermos. A igreja está enferma. A estrutura está carcomida. O que faremos? Creio que é hora de uma retomada, um retorno, ou, para usarmos um termo teológico, uma conversão, através do arrependimento e da fé. Arrependimento do nosso procedimento (pastores, líderes, igreja, sistema) e fé nAquele que um dia nos chamou e tem nos auxiliado, embora O esqueçamos. Acho que assim estaremos livres da enfermidade que nos assola.
Profundo e comovente!Uma análise profunda sobre o tema, usando o texto acima como incentivo à pensar e expressa, um ponto nevrálgico, de nossa "instituição" igreja, enriquece a vida do cristão inclinado a meditar acerca de nosso compromisso,de usar nossa voz para dizer não!não! Chega de comércio de fé! Chega de colocar nossos pastores contra a parede da ganância! chega! Afinal temos a mente de Cristo! Temos autoridade no nome de Jesus, para exigirmos um fim para esta pouca vergonha!
ResponderExcluirQuerido,
ResponderExcluirVejo que vc, talvez por engano coloca o nome da organização séria GIDEÕES INTERNACIONAIS, que tem mais de 100 anos e está em quase 200 países do mundo, com os Gideões Missionários - que é uma insituição que promove um Congresso Neopentecostal na cidade de Camboriu-SC
Quero te dizer que os Gideões internacionais não tem nada a ver com a organização Gideões Missionários - GMUH de Camboriu, pois não aceitamos praticas neopentecostais e nem realizamos Congressos.
Gostaria de solicitar que o amado fizesse a devida correção, pois isso está nos causando problemas.
Gideões Internacionais.
Rev. Digão
ResponderExcluirConcordo plenamente com sua visão... Queria compartilhar a minha neste assunto. Só tem duas formas de se acabar com o que está acontecendo com a instituição Igreja.
1 - Um avivamento verdadeiro. ( estamos longe )
2 - Uma perseguição a igreja. Só assim o Joio será separado do trigo ( estamos perto )
Edson Carlos
Um desabafo... Por esses dias, gritei com a minha esposa: 'Eu estou doente!' Pobrezinha, ela também está. A carga de stress e tudo o mais está nos fazendo mal. Lançar os meus cuidados e ansiedades sobre o Senhor, eu sei o que tenho que fazer. Conseguir fazer é que é a questão. Infelizmente, descobri que ser 'um pastor segundo o coração de Deus' [aproveitando o título da literatura mencionada] é muito mais difícil do que ser um entusiasmado e valoroso membro da Igreja. Parece que a felicidade de uns tempos atrás, antes de estar servindo no altar, era mais costumeira e espontânea do que hoje. Uma incoerência talvez, pois sempre imaginei que estando mais envolvido na obra do Reino, me sentiria mais alegre e satisfeito por servir a Cristo. Não que eu O esteja servindo tão bem como deveria. Não que o objetivo de uma vida cristã seja a felicidade nesta Terra. Mas se sentir bem e em paz é o desejo mínimo de cada ser humano - e até mesmo de pastores. Por que temos que ser tratados como pessoas em segundo plano, se estamos trabalhando na tarefa de primeiríssima importância? É, Paulo, acho que você tinha mesmo razão... Guardar o coração parecia bem mais fácil quando um dia a luta era somente contra as tentações pessoais de um jovem crente. Hoje, a luta é contra tantas outras coisas, situações que nos desgastam, frustram, entristecem, magoam, desanimam, confundem, etc. Uma batalha em favor fé (tanto da Igreja, para conseguir preservá-la dos enganos e dissenções, quanto da minha própria, não querendo deixá-la desfalecer). Está difícil avançar, mas não perdi a esperança. Não tenho muita 'carga na bateria', mas, enquanto der, vamos insistindo. Afinal, Deus ainda pode fazer milagres e trabalha por aqueles que Nele esperam. Não sei absolutamente 'o que' Ele fará, mas Ele sabe que preciso muito de 'alguma coisa'.
ResponderExcluirAlguns pensam que temos que ser super-homens, mas agradeço por você que orar por mim. Para quem deseje conversar e compartilhar experiências, aprendizados e outras coisas que nos edifiquem mutuamente, deixo meu contato -> prbrunopaiva@gmail.com
ResponderExcluirCom a graça de Deus, fraternalmente:
Bruno
Gostaria de compartilhar o blog com as mensagens de um amigo pessoal, com a devida aprovação dos moderadores:
ResponderExcluirhttp://blig.ig.com.br/rodrigoestudos/2010/10/13/temos-dito-%e2%80%9ca-mesma-coisa%e2%80%9d/
Tem inclusive um artigo sobre a questão da felicidade que achei interessante.
A paz seja convosco!