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Esposa de pastor: guerreira, anônima ou solitária?

Alan Brizotti

Quem é essa mulher? Guerreira, anônima ou solitária? Ou seria um híbrido das três? Percebo uma mulher marcada, incompreendida, exageradamente cobrada. Tenho visitado muitos sites, blogs e redes sociais, lido muitos artigos sobre essa figura emblemática, contudo, em sua grande maioria paira a mesma tônica: uma mulher cujos olhos estão machucados pelas luzes que intensamente brilham sobre seus maridos, mas que não apagam a penumbra de sua crise. É a dor da invisibilidade no mundo dos holofotes.

A esposa do pastor ainda é uma mulher em contradição. Tem a missão de Eva num mundo de serpentes, as lágrimas de Ana em igrejas de Peninas e, como diz o título de um livro, tem “o coração de Maria num mundo de Marta”.

Vamos observar algumas das mais sérias crises que a esposa do pastor enfrenta na guerra da vida, na cotidianidade da fé:

A crise da perfeição: o defeito de um certo Querubim...

Em muitos lugares a esposa do pastor é escrava da perfeição. É condenada ao êxito sempre. Não pode falhar, errar, sofrer, sentir alguma dor. O pior é que nunca chega a essa perfeição dela cobrada. Se olha feio, é má; se sorri para todos, é falsa! Se tem amigos, faz acepção! Ela é proibida de sentir aquela tristeza sagrada de todo humano. A tentação da esposa perfeita ainda mata muitas mulheres que tinham tudo para marcar uma geração.

A crise do resultado: a obsessão de funcionar

Para o imaginário popular é inadmissível uma esposa de pastor que não tenha alguma ocupação. É a tentação do ativismo. É a desumanização, a mania do desempenho de máquinas. Ela fica como alvo principal da língua de todos: o sucesso do pastor é sua obrigação; o fracasso, é sua culpa! É a clonagem ministerial: uma esposa à imagem e semelhança do seu “dono”.

A crise do retorno: escrava da aprovação

Muitas são as esposas frustradas por não se sentirem aceitas. No afã da aprovação, sacrificam sua identidade e sufocam a alma. Vivem apenas pelo retorno. Sofrem demais quando percebem um certo desprezo a sua sofrida obra.

A crise da solidão: o medo da confiança

Ela vive no chão da suspeita. Não pode abrir a casa pra todo mundo, mas também não pode fechar! É a encruzilhada do medo. Como disse um escritor antigo: “O medo é um gigente que se nutre da carência”, e carência é o que a esposa do pastor mais possui. Ela é conhecida da multidão, mas não tem o afeto de indivíduos dissociados da massa. Sofre, pois não sabe quando a aproximação é feita por interesses.

O que Deus diz a essas mulheres?

Você é aceita pela graça assim como é!

A graça liberta da tirania da perfeição. É Maria, uma moça simples, grávida, fazendo história pra Deus!

Deus jamais te medirá pelos resultados

Tudo que fazemos só é possível porque Ele já trabalhou em nós! É Raquel, marcada pela tradição e esterilidade, mas amada – os filhos nascem por um poder que ela não possui!

Deus conhece o seu coração

Ele sabe do seu desejo sincero de servir. É isso o que Ele mais aprova. Thomas Merton dizia que “O desejo de Te agradar, já Te agrada”. É Tamar: no turbilhão das crises, entra na genealogia do Messias.

Nos braços do Pai, a solidão termina

O Pai que nos vê no secreto (Mt. 6. 6) é o que nos sustenta em amor. É Ana: chorando sozinha, mas para aquele que pode resolver!

Mesmo numa sociedade de crises, a esposa do pastor ainda faz grande diferença.


Alan Brizotti ganhou o ano com as leitoras daqui do Genizah
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  1. oi meu nome é Giane sou esposa de pastor achei muito interessante o texto escrito acima,concordo com muitos fatores ai descritos mas tambem quero acrescentar uma coisa, nos esposas de pastor somos felizes, alegres,sorridentes e apaixonadas pelo que fazemos é falo por mim e nao por todas porem acredito que exitam muitas como eu que amam que o que fazem, sao apaixonadas pelo papel que Deus nos deu,ter a certeza de que este é com certeza nosso chamado e vocação, todos os dias vejo isso em mim que sem todo trabalho que faço dentro da igreja junto com meu marido eu nao teria a mesma alegria de viver, bom agradeço a voces por lembrarem de nós e peço que façam mais materias sobre nossas guerreiras na fé ESPOSAS DE PASTOR.

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  2. Como filho de pastores, posso dizer que as esposas de pastor (sendo elas pastoras ou não) sempre são guerreiras, algumas vezes anônimas, mas quase sempre solitárias.
    Texto muito bom Alan.

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  3. Tenho por repetidas vezes lido o Genizah em meio ao serviço diário. Li aqui muitas coisas desagradáveis ao Reino, mas que infelizmente acontecem, li irmãos defendendo cada um seu ponto de vista em defesa de alguns líderes da presente época.Li postagens a meu ver sem profundidade , outras sem necessidade e sem propósito. Li posts com um número de comentários impressionantes e o que mais me chamou atenção hoje, quando mais uma vez parei em frente à página do Genizah foi o fato de uma postagem como essa não ter sequer um comentário.
    Eu que nunca ou quase nunca comento (defeito meu talvez), mas acho mais viável escrever algo que edifique que ficar batendo boca em blog ou falando mal de quem não está presente.
    Muitos se dizem águias no presente século ( é moda ser águia) tem o papel de enxergar longe, mas percebo que estamos meio como urubus por sobre um campo de lindas e perfumadas rosas ( só enxergamos a carniça).
    Mas voltemos ao post em questão!
    Considero esse e alguns outros artigos que li humanos, sinceros e dignos de comentário.
    A esposa de pastor é como mulher maravilha tem que estar lá quando se precisa, e isso é dom de Deus.
    Incompreendidas? Quem não é?
    Mas ainda assim, com toda veracidade de cada um dessas crises citadas magnificamente por Alan Brizotti ainda vale a pena ser parte de um ministério frutífero para o Reino de Deus e isso tem um valor incalculável.
    Parabéns e obrigada pelas palavras de conforto e apoio em nome de todas as esposas desse País.
    Alan Brizotti, não ganhastes apenas o ano com as leitoras do Genizah, ganhaste o agradecimento e a oração de cada uma das irmãs que não são urubus e nem tê pretenção de ter olhos de águia.
    Dizem alguns que pedem a Deus visão de águia pra enxergar longe e denunciar as " maldades" de nossos pastores. Pedimos a Deus , porém , visão do Espírito para enxergar o invisível e discernimento para prossseguir em meio à um mundo corrupto e fingido de fé em fé e de glória em glória.
    A paz a todos os leitores do Genizzah

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  4. Uau!!! Este texto expressa uma verdadeira realidade.

    Adorei, pois é muito real e atual nos dias de hoje.

    Como sempre vocês me surpreende com textos maravilhosos e edificantes. bjs

    Danielle Sueli

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  5. Esposa de pastor: guerreira, anônima ou solitária? Ainda acrescento: A mulher sem nome ou a mãe dos filhos do pastor...
    Não é uma tarefa fácil, mas é o Senhor quem me dá graça suficiente para ser essa mulher!! Graças à Ele, minha igreja me reconhece e me aceita,vêem em mim autoridade do Senhor, e trabalho, pois sou bem ativa na obra de Deus, uma vez que tb sou pastora (sei que vcs não aprovam isso!!!) da igreja junto com meu marido/pastor...
    Uma coisa deixamos claro em nossa igreja: somos pessoas normais, que temos problemas como as outras pessoas normais...que nunca esperem de nós, sermos um casal de super heróis, e nem que nossos filhos, com 7 e 3 anos, sejam cobrados, como se já fossem adultos.. Não me sinto menor se meu marido/pastor é elogiado/recompensado, pois como temos o entendimento de sermos "uma só carne", o sucesso dele é meu tb!
    E a todas as esposas de pastores digo: NUNCA SE SINTAM INFERIORES, MENOR, DEUS TEM UM CHAMADO PARA CADA UM, NÃO É PQ SEU MARIDO É PASTOR, QUE VC TEM QUE SER, FAÇA O QUE TE VIER AS MÃOS, COM EXCELÊNCIA, PARA O SENHOR, E NÃO LIGUE PARA O QUE FALAREM, POIS UMA COISA TENHO APRENDIDO, SE FAZEMOS, FALAM, SE NÃO FAZEMOS, FALAM TB... ENTÃO FAÇA, PARA O SENHOR, POIS É O ÚNICO QUE PODE NOS RECOMPENSAR, NENHUM TRABALHO NELE, E PARA ELE, É VÃO!! Deus abençoe à todos!!
    blogdakkarin.blogspot.com

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  6. Fui esposa de Pastor e concordo totalmente com o texto, meu marido me traiu, de trocou por outra e a igreja...me abandonou, é como se toda culpa pelos erros do meu ex esposo fossem minhas, todos me esqueceram, fiquei só no momento que mais precisava de amparo, senão fosse Jesus estaria na miséria (espiritual). Que a igreja saiba olhar e amparar melhor essas guerreiras, que se ofucam muitas vezes para que seus esposos brilhem, que pagam o preço da oração para que as coisas prosperem, que ganham almas no joelho e são esquecidas, mal compreendidas e desamparadas muitas vezes.
    missionariaguita@gmail.com

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  7. o texto é mt bom, achei interessante pq definitivamente NAO se aplica a esposa do pr da minha igreja rsrs. com certeza ela nao tem o perfil "guerreira, anônima ou solitária", pelo contrario é humana, com falhas, pop, vaidosa, bagunceira (tudo isso no bom sentido) - sofre preconceito de alguns por ser assim - mas a maioria a ama pq ela é gente como eu, e É DE DEUS!

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