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Fuja da gaiola dos aproveitadores da fé


Hermes C. Fernandes


É triste constatar que há muitos tirando proveito do rebanho de Deus. Usam da credulidade do povo para alcançar seus fins, nem sempre louváveis. Fazem promessas mirabolantes, que jamais poderão cumprir. Loteiam o céu, e vendem o que jamais podem entregar. Pedro denuncia os tais que prometem “liberdade, sendo eles mesmos escravos da corrupção; porque de quem um homem é vencido, do mesmo é feito escravo” (2 Pe.2:19).

Infelizmente, o povo de Deus tem sido massa de manobra nas mãos desses homens inescrupulosos. O que nos consola é saber que um dia eles terão que prestar contas a Deus.

Vemos muito abuso de autoridade, em que a vida privada das pessoas é invadida, e seus direitos violados. As Escrituras estão cheias de advertências acerca dos que usam tais expedientes. Paulo adverte aos crentes de Colossos a que tivessem cuidado para que ninguém os fizesse “presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Col. 2:8).

Tudo começa com um alçapão estrategicamente armado. Desavisado, o pássaro avista um pouco de comida e logo se aproxima. Depois de pego é levado para uma gaiola. Seja de bambú ou de ouro, gaiola é gaiola. Pássaros foram feitos para a liberdade. Engaiolado ele até canta, mas de saudade de voar livremente.

Ninguém tem o direito de invadir a privacidade de outrem, ditando o que lhe é ou não permitido fazer. Os Colossenses estavam sendo assediados por gente dessa extirpe. E o pior é que eles usavam de artifícios espirituais, tais como visões e culto a anjos, para subjugar os crentes. Paulo adverte: “Ninguém vos prive do prêmio”! Que prêmio é este de que os crentes de Colossos estavam sendo privados? A liberdade!

A lógica paulina é imbatível: “Se estais mortos com Cristo, quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, como: não toques, não proves, não manuseies? Todas estas coisas estão fadadas ao desaparecimento pelo uso, porque são baseadas em preceitos e ensinamentos dos homens. Têm, na verdade, aparência de sabedoria, em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum contra a satisfação da carne” (Col.2:20-23). O que parecia “culto voluntário”, não passava de mais um artifício para manter as pessoas cativas e oprimidas.

Os mais duros discursos de Jesus foram dirigidos aos religiosos de Seu tempo. Jesus os desmascarava, pois atavam “fardos pesados e difíceis de suportar”, e os punham “nos ombros dos homens”, porém, eles mesmos nem com o dedo queriam movê-los. “Tudo o que fazem é a fim de serem vistos pelos homens”! Jesus não poderia ser condescendente com tamanha hipocrisia. Ele vociferou: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações. Por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, e depois de o terdes feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós” (Mt.23:4-5a, 14-15). Que triste ironia! Tenho a impressão de já ter visto este filme antes! Quantos deixaram a bruxaria, cansados de todas as obrigações impostas pelos espíritos? Mas ao migrarem para as igrejas evangélicas, encontram fardos semelhantes, e por vezes, mais pesados, que lhes são impostos por líderes vorazes e inflexíveis.

O Evangelho não pode ser reduzido a um monte de regras, do tipo “pode/não pode”. Isaías diz que os sacerdotes de seu tempo andavam “errados na visão”, e tropeçavam “no juízo. Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. A quem se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender a mensagem? Ao desmamado, e ao arrancado dos seios? Porque é: Preceito sobre preceito, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali” (Is.28:8-10). Tal como os sacerdotes contemporâneos de Isaías, muitos líderes atuais têm reduzido a Palavra de Deus a um amontoado de regras desconexas, e as imposto ao povo de Deus deliberadamente.

Alguns, mais escrupulosos, apresentam tais regras como “princípios”, ignorando toda e qualquer regra hermenêutica. O Evangelho acaba sendo transmitido como uma receita de bolo. Se as pessoas fizerem tudo direitinho, hão de colher os resultados esperados.

Todo tipo de arbitrariedade é praticado, usando como pretexto a autoridade espiritual que recai sobre o líder. A doutrina que advoga a infalibilidade papal agora encontra seu par entre os herdeiros da Reforma Protestante. Quem quer que ouse questionar o líder, é chamado de rebelde, e, por isso, deve ser expurgado, excomungado, excluído do meio do rebanho.

Em alguns casos, o pastor se acha no direito de dizer com quem a pessoa deve se casar, onde deve morar, em que deve trabalhar, e etc. Não atender às ordens pastorais é insubmissão que deve ser rigorosamente punida. Quão atual é orientação que Pedro dá aos pastores:

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, não por torpe ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho”. 1 Pedro 5:2-3

Coerção, imposição, autoritarismo, são palavras que deveriam ser riscadas do dicionário eclesiástico e pastoral. O líder cristão deve desempenhar sua função através do exemplo. Em vez de mandar, ele demonstra como se faz. Em vez de se servir de seus subordinados, ele os serve. Em vez de impor, ele expõe e propõe.

Hermes Fernandes é também culpado do que se faz aqui no Genizah

Silas Malafaia 6907134472610689094

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  1. Quero compartilhar minha própria experiência. nasci numa família de pastores assembleianos, meu pai muito amigo e sábio mais os obreiros muito rígidos. Nunca pude usar shortes e nem jogar bola na rua com os amigos na infância, pois nas vigílias era obrigado a pedir perdão em público depois de alguns irmãozinhos acusarem-me em público,pois era o filho do pastor e precisava dar o exemplo. Durante a mocidade, apaixonei-me por uma jovem de outra denominação (hoje minha esposa) e quase fui excluído por estar, segundo aquele grupo de obreiros, em "jugo desigual". Meu pai, como pastor e, obrigado pela "doutrina" da igreja, formou uma comissão para falar comigo, mas os advertiu que tivessem cuidado pois, eu conhecia bem a Bíblia. Resultado: Não conseguiram me excluir e o namoro redundou em um sólido casamento. hoje sou pastor congregacional e, sinto muita pena dos jovens que sofrem o mesmo que eu sofri anos atrás numa igreja tão arbitrária. Amo a igreja onde fui criado e ajudei a construir, mas preferi a liberdade de decisão a que o conhecimento da teologia bíblica me conduziu. "Para a liberdade foi que Cristo nos resgatou".

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  2. Caro irmão Hermes,

    Muita boa essa sua postagem. Já me deparei com líderes autoritários e é algo terrível!
    E olha que Jesus Cristo nos ensinou que quem quiser ser o maior seja o menor e o que governa como quem serve, mas parece que a turma não aprendeu não. O negócio é os crentes fugirem da gaiola deles mesmo! Só assim eles aprendem!

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  3. Ao Pr Israel..
    "Meu pai, como pastor e, obrigado pela "doutrina" da igreja, formou uma comissão para falar comigo, mas os advertiu que tivessem cuidado pois, eu conhecia bem a Bíblia."

    Essa foi a melhor parte.
    É bom quando falam isso a nosso respeito não é?

    Cuidado porque ele conhece a Bíblia... essa foi muito boa!
    Parabéns!
    Deus te use!

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  4. E aonde tem esta igreja, ainda hoje, em que o pastor não seja autoritário, ou que não seja movido pela cobiça? Estou visitando igrejas para que me congregue. Nas pequenas e médias que tenho entrado, não estou mentindo, a primeira coisa que falam(e olhando) para mim é sobre o dízimo. Quanto as grandes, a gente fica sentado ouvindo sempre e concordando. Se quizer trabalhar, tem que ser obreiro e entrar no esquema do sistema, senão você dança. A igreja do Senhor, tem que ter os oficiais, e também a liberdade do Espírito. Quando temos liberdade do Espírito, hoje, porque não se ensina a Palavra, o movimento pirata entra. Sinceramente, não tenho mais nenhum desejo de me congregar. Está ficando cada vez mais difícil. Esta história de obreiro, parece até que foi inspirado nas lojas maçônicas, não? Pois estas têm obreiros, e nas igrejas, segundo a Bíblia têm que ter: diáconos, evangelistas, presbíteros profetas, pastores, mestres, doutores, apóstolos(não como foram os 12 - os missionários). Está mudando tudo.

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  5. Caro irmão Hermes, este texto é de uma realidade assombrosa. Sinceramente creio que ele se aplica na totalidade nas Ass. de Deus. Pode até ter algumas caracteristicas menores em outras denominações mas que parece estar focando nas Ass. de Deus, parece messsssmo.
    Minha sogra, hoje com 86 anos, diz que quando era novinha (já faz um tempão) la nos idos de 1968, havia um pastor que exigia que os irmãos fossem para a EBD domingo de manhã em jejum,(segundo ele, isso santificava a igreja), até que um belo dia, a empregada do pastor deixou escapar que ele nesses dias pela manhã tomava um pratão de mingau de aveia. Foi uma revolta só. Ninguém mais atendia a "santa convocação" do pastor. E segundo minha sogra, o dito cujo, morreu pouco tempo depois, e no velorio se viam bichos saindo de seus orifícios (faciais).

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  6. Gostei do texto, apesar de o mesmo não conter declarações e apresentações de detalhes e nem de exemplos. Ficou um texto vago. Parace que o autor ficou com receio de ser mais explicito.

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