O Rio de Janeiro continua triste...
http://genizah-virtual.blogspot.com/2009/10/o-rio-de-janeiro-continua-triste.html
Hermes Fernandes
Os olhares do mundo se voltam novamente para o Rio de Janeiro. Mas desta vez, não se deve à acirrada disputa para sediar as Olimpíadas de 2016, e sim à disputa entre facções criminosas. Trinta e três mortos contabilizados até agora. Um helicóptero da polícia derrubado pelo tráfico. Moradores de um morro descem às pressas, por causa de uma suposta invasão de bandidos da facção adversária.
O governo anuncia que não vai amolecer. O policiamento seguirá ostensivo. Não importa o número de mortos, nem o terror que isso produza na população, nem a opinião pública internacional. Fogo contra fogo! Afinal, a polícia ficou desmoralizada com o episódio da queda do helicóptero. Se não reagir à altura, terá sua credibilidade irrecuperável.
O que dizer diante disso tudo?
Não ainda buscar culpados, nem tentar medidas drásticas de última hora. Esta bomba já está armada há décadas, e é fruto de uma política descomprometida com a educação e a justiça social. Contratar mais policiais. Aumentar seus salários. Banir os policiais corruptos. Estas e outras medidas são importantes, porém incapazes de resolver efetivamente a situação. Sem querer ser chulo, o buraco é mais em baixo.
Meninas são mães de cinco, seis filhos, antes de completarem 20 anos. Um de cada pai. Os traficantes são os heróis do morro. Os ídolos da criançada. Muitos dos meninos sonham em portar uma R15. Bailes funk são incentivados na comunidade, e agora considerados manifestação cultural legítima. Sem querer generalizar, muitas de suas letras são apelativas, estimulando a promiscuidade e o uso de drogas (são chamados de 'proibidões').
Qual a solução pra isso?
Que tal uma evangelização mais ostensiva nas favelas? Ora, cada comunidade está pontilhada de igrejas evangélicas. Sem contar que muitos bandidos têm nomes bíblicos, o que denuncia que seu background é evangélico.
Sem querer ser piegas, a única solução para isso é um dilúvio de amor.
Quem entra pra vida do crime jamais se sentiu suficientemente amado, e por isso, não dá o menor valor à vida, nem a sua nem a de outrem. Filhos de famílias pobres, desrespeitadas pela polícia e demais autoridades. Meninos que ingressam no crime ainda na pré-adolescência. Alguns testemunharam a morte dos pais, dos irmãos, e revoltados, venderam sua alma ao capeta.
Os mesmos que abraçam uma arma de forte calibre, jamais sentiram o calor do abraço de outro ser humano. Não adianta exorcizá-los, como pensam alguns líderes religiosos. O pior diabo é a falta de amor. Já que não são amados, querem, ao menos, ser respeitados. Daí, impõem o terror.
Os crentes pensam que basta dizer "Jesus te ama", e pronto. Estão evangelizados. Já não podem se desculpar perante Deus, pois ouviram a Palavra. Ledo engano. Eles querem ouvir dos lábios de outro ser humano: Eu te amo. Eu me importo com você, com o seu futuro, com a sua dor. E não apenas isso. O amor tem que ser manifestado em boas obras.
Imagine se cada igreja instalada nessas comunidades oferecesse cursos profissionalizantes aos jovens. Imagine se estas mesmas igrejas e entidades investissem em atividades artísticas e esportivas. Imagine se providenciássemos mentores para os jovens sem pais.
Enquanto essas comunidades não experimentarem um banho de amor e atenção, nossa cidade continuará a experimentar eventuais banhos de sangue, como o que estamos assistindo nesta semana.
Em vez de se preocuparem com a imagem do Rio no Exterior, preocupem-se com a dor causada no coração de tantas mães.
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Hermes Fernandes é também culpado do que se faz aqui no Genizah
Queria concordar com o Hermes. Queria acreditar na beleza transformadora deste texto e proposta.Queria não ser tão pessimista em relação a isso. Mas não! Simplesmente não vejo a possibilidade de banho de Graça, mas apenas pingos e ríspidos de misericórdia aqui e ali, com forme a realidade insofismável da história humana e predestinação Divina.
ResponderExcluirCaro Gresder,
ResponderExcluirMeu pessimismo foi curado quando descobri a perspectiva pós-milenista. Creio piamente no progresso do Evangelho na História.
Veja o que diz Oséias 10:12 - "Semeais para vós em justiça, ceifai o fruto do constante amor, e lavrai o campo de lavoura, porque é tempo de buscar ao Senhor, ATÉ QUE VENHA E CHOVA A JUSTIÇA SOBRE VÓS."
Há ruído de abundante chuva! Toda a Terra se encherá da glória e do conhecimento do Senhor.
A Verdade, o Amor e a Justiça prevalecerão!
Não a como discutir contra a esperança de um homem, posto que se formos em parte livres, pela fé sadia e vontade determinada podemos criar o que não é, o que não poderia ser.
ResponderExcluirNeste ponto não posso ridicularizar suas convicções, mesmo não vislumbrando agora, naquele momento não quero ser o tolo que duvidou que pudesse chover no deserto.
Parabéns ao prezado Hermes por mais esse texto.
ResponderExcluirFoi-se o tempo (e faz tempo...) em que a letra da canção popular fazia algum sentido. Hoje a letra foi forçadamente alterada pelas circunstâncias. Ao invés de "lindo", como bem diz o título da postagem, o Rio de Janeiro continua triste... E também nós, ficamos tristes ante tão horrendo quadro. Que venha a abundante chuva. Em Nome de Jesus. Deus abençoe a todos.
Alessandro Cristian
Graça e Paz!
ResponderExcluirHermes:
Seria a tua perspectiva do pós-milenismo dos Puritanos ou do Reconstrucionismo Cristão, conhecido também como ou teologia do domínio?
Laus Deo