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Livros digitais assustam na Feira de Livros de Frankfurt


A edição 2009 da Feira de Livros de Frankfurt que encerrou em 18/10 foi marcada pela ênfase nos Livros digitais. Já houve um acordo entre várias editoras e o projeto da biblioteca digital Google Books, do Google, mas ainda há controvérsias. O site de buscas mais poderoso da internet quer transformar milhões de livros em literatura eletrônica para serem consultados on-line. Mas a idéia continua sendo recebida com descontentamento por editores e autores.

Roland Reuss, professor de Literatura da Universidade de Heidelberg (sudoeste da Alemanha), é um dos que denunciam o plano da Google de digitalizar vários livros esgotados ou difíceis de ser encontrados para oferecê-los na internet e obter lucros por meio da publicidade conforme noticiaram sites como a AFP. "Isso não tem sentido de A a Z, é lixo e propaganda histérica", afirmou Reuss em um debate realizado sobre este assunto em Frankfurt, advertindo para o risco do aniquilamento da indústria editorial tradicional. O mercado brasileiro, e mais ainda a indústria editorial cristã, de acordo com especialistas ouvidos pela Agência Soma, não deve sofrer os efeitos desse fenômeno tão cedo. Isto porque, 69% das pessoas que compram livros no Brasil são das classes B e C, que ainda não estão plenamente inseridos no mundo digital e, por isso, preferem folhear ao invés de digitar. Mas quem tem acesso digital e lê no idioma inglês já pode hoje, por exemplo, ler as Institutas de Calvino, o grande reformador, na íntegra, sem gastar um centavo, no Google Books.

Tal avanço tecnológico chegará aqui mais cedo ou mais tarde. O projeto da biblioteca digital Google Books deparou-se nos Estados Unidos e na Europa com vários críticos, que temem uma violação dos direitos autorais. No final de 2008, os autores e os editores norte-americanos concluíram com a Google um acordo sobre a exploração desses títulos disponibilizados on-line e sobre o pagamento pelos respectivos espaços publicitários. No entanto, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em nome dos direitos autorais, ordenou a revisão do projeto. A discussão continua na justiça em Nova York, onde se espera um veredicto para novembro de 2009.

O acordo de 2008 também é contestado pelos governos de França e Alemanha. As editoras europeias e os poderes públicos consideram que a Google violou as leis vigentes na União Europeia ao escanear sem autorização prévia 10 milhões de obras, algumas provenientes da Europa.

Em Frankfurt, a Google confirmou o lançamento em 2010 na Europa de seu serviço Edições Google, que permitirá baixar livros inteiros pelo telefone celular ou em qualquer leitor digital. Desde que a Amazon.com lançou o serviço Kindle, a perspectiva de um novo concorrente causa apreensão nas editoras, que temem uma forte queda das vendas de livros "clássicos". Segundo as previsões do setor, os livros eletrônicos estarão entre os principais presentes de Natal. Segundo a Google, cerca de 500.000 obras estarão disponíveis a partir do primeiro semestre de 2010 na Europa. O Kindle tem conexão GPS por celular o que permite que o interessado compre livros, jornais e até revistas com apenas um "click". O aparelho funciona como uma espécie de micro computador armazenando o arquivo digital. Nele, a pessoa pode apenas ler o texto. O mesmo ocorre com o Sony Reader. Ambos chegam ao Brasil no fim de 2009, já perto do Natal. Mas a novidade que está deixando os concorrentes de antena ligada, é o Tablet da Apple. Com o Tablet em mãos a pessoa poderá selecionar o livro que quer ouvir no fone de ouvido. Os clássicos ao alcance de um toque.

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Marcelo Dutra - Agência Soma
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Postar um comentário

  1. Não deixa de ser uma boa ideia se observarmos como um incentivo à leitura aliado à intenção de se disponibilizar raridades aos amantes da literatura. No entanto, sob meu ponto de vista a leitura e manuseio de livros impressos é muito mais prazerosa... indescritível.
    Alessandro Cristian

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  2. Isso me entristece!
    Sei que, como citado no comentário acima, essa nova tecnologia pode sim ser importantíssima na distribuição de informação e conhecimento que não tem tão fácil acesso hoje.
    Mas nada se compara à leitura de um livro, papel e capa, cheiro das folhas novas, nas mãos...

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