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A difícil oferta do novilho cevado

Rubinho Pirola

"Porque qualquer que quiser salvar a sua vida,perdê-la-á..." Mc 8:36

Acabei de falar com a esposa em viagem pela Holanda onde foi encontrar-se a trabalho com outras companheiras do ministério de rádio que desenvolve.


Quem nos conhece sabe do desgaste de mais de uma década no campo missionário. Tanto que já até nos designaram para irmos para o Brasil por seis meses para um tempo de refrigério (e algum trabalho, afinal, sou missionário brasileiro, rsrsrsrs...).

Mas ela, que hoje já havia confessado a mim o seu cansaço mas, apesar dele, a sua disposição firme em continuar a fazer o que se propôs diante de Deus, ligou há pouco contando como passou horas a compartilhar e a servir de ombro, e braços e, claro, ouvidos a uma irmã da Suécia, acho eu, em apuros.

Não pude deixar de me lembrar, tão logo desliguei o telefone, do novilho do filho mais velho do tal irmão rebelde, da conhecida parábola do Filho Pródigo (que para sermos mais rigorosos, devia-se chamar "A parábola do Pai Pródigo").


Nesse drama de caminhos feitos destruição, arrependimento e perdão, há algo interessante: Após a volta do fujão, o pai ofereceu-lhe uma festança com direito a assar (quem sabe no espeto!) um novilho cevado. Não um qualquer, mas o alimentado à mão, o especial, quem sabe guardado pra uma ocasião especialíssima.

O nó da questão, é que o pai ofereceu justamente algo que não possuía mais, uma vez que, como afirma Lucas 15:11 e 12, logo no início da narrativa contada por Jesus, "tendo o pai dividido tudo o que possuía entre ambos", aquele novilho não lhe pertencia.

Para além de viver de favor, o agora pobre pai, mandara sapecar um churrascão com o novilho de alguém que, por certo, já havia gasto as suas últimas esperanças e boa vontade com o irmão safado e ingrato.


Sei que a Betânia não se importou em socorrer, mas como confidenciou a mim, ficou surpresa ao ver que, mesmo sem perceber, ainda tinha o que repartir e foi usada pelo Pai para abençoar alguém.


A minha amada, provou mais uma vez esse princípio em ação na sua vida: Quando justamente achamos ter queimado os últimos cartuchos, Deus sempre nos mostra que ainda não demos tudo - ou por desatenção, ou, no caso da narrativa bíblica, por egoísmo.

O que Deus nos dá para repartir, nunca se acaba. A nossa disposição sim. A nossa abertura para os outros sim.


Ainda bem que, do contrário do irmão ressentido que perdeu a rês numa festa que não queria oferecer, para alguém que achava que não merecia nem mais um fio de cabelo da família, a Betânia deve ter dormido com aquela paz gostosa que experimenta todo aquele que se presta a repartir o que tem e o que julga que não.

Que Deus surpreenda você também... E que não se esqueça da lição que tenho ouvido de um amigo:


Tudo o que guardarmos para nós vai ser exatamente a porção que vai-se perder!

Rubinho Pirola é parte da quadrilha e também ama boi cevado - especialmente a sua picanha - na brasa! E entende perfeitamente a dor do dono do animal...

Sabedoria 3989783240315594633

Postar um comentário

  1. Quantas vezes Jesus me surpreendeu na minha vida. Já passei por momentos bem dificeis mas a minha fé saiu reforçada. Esta leitura foi mais um toque de Deus. Parabéns!

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  2. Mandou bem Rubinho! Amor é infindável, pois a fonte que há em nós e nos alimenta para além deste mundo, também nos transborda. As vezes basta dar um pouco para percebermos a abundancia que parecia nos faltar... "pois é dando que se..."

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