Os ensinos patéticos de Fernanda Brum: Escola de jejum
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Este jejum penteca é absolutamente idiota e esta versão profética beira a heresia, pois quer colocar Deus contra a parede com uma auto-flagelação. Assim como Deus não irá honrar mais quem semeia dinheiro em troca de alguma coisa, mas sim amará quem dá com alegria e gratidão, tão pouco irá se apoquentar com quem abre mão de sua picanha. Certamente se alegrara com o coração do que partilha o que tem com quem precisa.
Como disse o Will, aqui mesmo:
Os ignorantes desprezam os detalhes mais importantes de qualquer coisa. Prefiro acreditar que prestam esse desfavor sem más intenções, entretanto, isso varia de ignorante para ignorante.Todo o relacionamento de Israel com o seu Deus (YHWH) está inserido num contexto. Na verdade como nação eleita por Deus, Israel tinha o dever de comunicar e compartilhar Deus com o mundo – esse é um detalhe facilmente esquecido e quase sempre não percebido pelos ignorantes-hipócritas-religiosos.
Das celebrações comemorativas (festas) à leitura da lei, todos os elementos da práxis judaica estão imersos no contexto da salvação do mundo a partir de Israel, portanto nenhum ordenamento de Deus aos hebreus é em si exclusivamente individual; mas passa pelo indivíduo – beneficiando-lhe -, tendo como alvo a nação (coletivo).Uma das práticas adotadas pelo cristianismo, extraída do judaísmo, é o jejum. Trata-se da abstenção de alimentos por um determinado período com o fim de demonstrar empatia ao outro (próximo).
Todo relato bíblico, principalmente o Antigo Testamento, retrata diversas situações em que os judeus valeram-se do jejum e em nenhum momento se vê o jejum sendo usado com o fim de favorecer exclusivamente o indivíduo. Famigerados relatos como o jejum de Moisés de 40 dias; o jejum de Daniel e até o jejum do judeu Jesus Cristo testificam o fato de que o jejum não é para o indivíduo, mas, em passando por ele beneficia-lhe, tendo como fim o benefício da coletividade. No caso de Moisés, o beneficiário foi o povo que recebeu a lei (Ex 24:18); no caso de Daniel, a nação em um estado periclitante (Dn 9) e por fim, quanto ao jejum de Jesus, este teve como beneficiário o mundo - alvo único do ministério de Cristo (Mt 4:2).
Como já disse o Hermes Fenandes por aqui:
Eis a diferença entre as religiões humanas, e a proposta do cristianismo original. Enquanto a palavra chave do cristianismo é comunhão, a palavra chave das religiões é privação. Desde o hinduísmo o islamismo, o budismo, até o catolicismo, atribui-se valor especial à privação espontânea de bens materiais. Faz-se voto de pobreza, pratica-se abstinência de alimentos, e ainda por cima, em alguns casos, estimula-se o autoflagelo, como se o sofrimento auto-impingido tivesse algum valor expiatório. À luz das Escrituras Sagradas, não há qualquer valor intrínseco na abstinência do que quer que seja. Deixar de comer, de possuir bens no mundo, de casar, ou coisa parecida, não acrescenta nada em nossa comunhão com Deus. Aliás, o Apóstolo Paulo chama isso de “doutrinas de demônios”. Paulo denuncia tal prática, atribuindo sua inspiração a espíritos enganadores, que se aproveitam da “hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; pois tudo que Deus criou é bom, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”(1 Tm.4:2-4).
Enquanto a religião valoriza o ascetismo, a privação, o cristianismo valoriza a partilha, a comunhão. A virtude não está em privar-se de um bem, e sim o abrir mão de parte dele em favor do próximo. Tomemos por exemplo o jejum. A maioria das religiões do mundo o adota como parte dos seus ritos. Para uns, trata-se de um método que tem como finalidade promover o sacrifício dos apetites carnais, enfraquecendo assim a natureza pecaminosa residente no ser humano. Para outros, como os judeus, a prática do jejum está relacionada ao luto. Além desses conceitos clássicos, há também uma ideia que predomina nos círculos evangélicos de hoje. Pra muitos cristãos sinceros, o jejum não passaria de um meio de chamar a atenção de Deus para as suas necessidades, sensibilizando-O e pressionando-O a satisfazê-las.
Pastora? Ai começa a merda.