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O “Espírito do Natal” não é o Espírito de Jesus



 Carlos Moreira


Uma das canções natalinas mais bonitas que eu já ouvi é “So this is Christmas”, de John Lennon. A letra inteligente, cheia de humanismo e poesia, politicamente correta, soma-se a uma melodia que faz a alma alçar vôos.

Não sei se você já prestou atenção, contudo, que nesta composição não há nenhuma referência a Deus, a Jesus, ao advento, ou a qualquer coisa que lembre o verdadeiro significado do Natal. A impressão que me dá quando a ouço é que ela está celebrando algo, mas isto não tem qualquer ligação com o título que a canção trás.

Você conhece o significado da expressão “zeitgeist”. Trata-se de um termo alemão que quer dizer “espírito do tempo” ou “espírito da época”. Na prática, “zeitgeist” é a síntese do pensamento intelectual e cultural do mundo num determinado momento, as características de um período da história da humanidade. Sua conceituação filosófica está construída, essencialmente, sobre a obra “Filosofia da História” de Friedrich Hegel. 

Estou usando este conceito apenas para sedimentar o meu pensamento sobre um fenômeno que percebo acontecer em nossos dias: a paganização do Natal. Ouso afirmar que, para a grande maioria das pessoas, comemorar o Natal é festejar a paz, a felicidade, a harmonia, o perdão e a generosidade, assim como está dito na canção de Lennon. Tudo isto tem extraordinário valor e significado, mas não tem qualquer relação com o que, de fato, é intrínseco, imanente a esta celebração.

Natal tornou-se a época das confraternizações, de irmanarmo-nos com nossos semelhantes, de tornarmo-nos mais sensíveis, abertos a “percepções” espirituais. Natal é a festa do Papai Noel, da árvore enfeitada, da ceia com cardápio refinado, guloseimas das mais diversas, vinhos e espumantes. Natal é o momento de trocar presentes, de iluminar as casas, a cidade, de mandar cartões e enviar mensagens de otimismo, de amor e esperança.

Observando o processo, tenho a impressão de que, no mês de dezembro de cada ano, todos nós ficamos como que “possuídos” pelo “Espírito do Natal”. Na prática, é como se algo invadisse o inconsciente coletivo das pessoas, um fenômeno quase “materializável”, como um “ente” metafísico que ganha vida própria. A partir daí, esse “ente” passa, então, a influenciar e conduzir nossos sentimentos, pensamentos e ações. Em suma, esse tipo de “natal” transformou-se em algo como “zeitgeist”.

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus... esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens... Humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Fp. 2:5-8


Eis, de forma clara, o que significa Natal! Natal é a celebração da encarnação de Deus entre os homens na figura histórica de Jesus de Nazaré! Natal é a manifestação concreta de um amor indescritível, imensurável e incompreensível, da ação unilateral de um Deus apaixonado que, num ato de sacrifício extremo, resolve tornar-se um de nós, e isto com vistas a pacificar a nossa existência através da nossa reconciliação com o Criador.

Tristemente, tanto o Natal quanto a Páscoa, as duas mais importantes celebrações cristãs, esvaziam-se a cada ano em propósitos e significados, perdem sucessivamente, mesmo entre o povo dito de Deus, seus desdobramentos mais profundos. Fomos entorpecidos pelo
zeitgeist”; deixamo-nos “encantar” com presentes, comes e bebes, pirotecnia, luzes e festas, e esquecemo-nos de que, um dia, sob o céu estrelado da Palestina, na cidade de Belém, dentro de uma estrebaria, Deus tornava-se homem e constituía-se na única alternativa de reconduzir o homem até Deus.     

Por fim, quero lhe dizer que não tenho nada contra a festa, os cartões, as confraternizações ou o Papai Noel. Não sou daqueles que ficam cassando “bruxas”, fazendo exegeses bizarras, inventando modismos, que proíbem comemorações e vêem o diabo em tudo. Mas também não quero estar entre os que, por falta de discernimento e consciência, por falta de entendimento e reverência, perderam a percepção de que o “Espírito do Natal” e o Espírito de Jesus são, em nosso tempo, coisas totalmente diferentes. 

Carlos Moreira é culpado por tudo o que escreve. Julgado, tornou-se réu do Genizah. Outros textos seus podem ser lidos em A Nova Cristandade. 





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  1. Esta é tb a minha posição. Buuuu papai noel!

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  2. Quero somente ratificar: "Em dezembro, parece que todos nós somos possuídos pelo espirito do natal". Tó fora deste "nós" ! para mim o 25 de dezembro é um dia qualquer como outro ! Este espirito já foi expulso de mim, desde o dia em que eu descobrir que Jesus não nasceu nesta data ! Chega de mentira ! Pb. Roberto Rocha

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  3. E com toda certeza vc está muito correto em sua analise!!!

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  4. Roberto Rocha
    Cara você arrasou com essa descoberta. E que dia foi mesmo que Jesus nasceu?

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  5. Fico realmente assustado pelo fato de que em pleno século XXI a "ficha" ainda não caiu na moleira de muita gente!

    Há certos grupos que falam de um tal de "Sola Escriptura". Nada além do que está revelado nas Escrituras Sagradas. Amém!!!
    Que detonam com a macumbaria evangélica com seus olhos ungidos, atos proféticos etc. Amém de novo!!!
    Que arregassam com os "profetas" da prosperidades com suas sementes e capanhas de não sei quantas almas. Amém novamente!
    No entanto o que não entendo é como esse povo da apologia continua a endossar a perppetuação em nosso meio de festas como a Páscoa e o Natal. Comemorações essas que EM NENHUM LUGAR NAS ESCRITURAS DEUS NOS MANDA OBSERVAR!!!
    Onde fica o Sola Escriptura que tantos arrotam serem seus ferrenhos defensores? Danilo, tu não é Presbiteriano bicho!? Como é que tu não fala nada???
    E a Páscoa? Essa é ainda pior! Ela é uma festa exclusivamente judaica. Em Deuteronômio Deus diz claramente que a mesma seria como estatuto perpétuo para todas as gerações de judeus. Somos judeus por um acaso? Então, porque observar uma baboseira como essa?
    Amados, pior do que a macumbaria evangélica neo-pentecostal que tanto se critica em espaços como esse, é o paganismo cristão tão presente em nossas igrejas históricas, os quais não são questionados e com isso perpetuados, consequentemente, de geração em geração em nossas igrejas tidas como defensoras da sã doutrina. rs! Parece até piada.
    Eu acredito que a maior mensagem da vida cristã é que não precisamos de datas "especiais" ou qualquer coisa dessa natureza. Cristo é para ser vivido em plenitude por cada discípulo em dias corridos. No cotidiano. Em nosso ordinário dia-a-dia.O verdadeiro cristianismo não vê datas especiais, mas tão simplesmente um dia após o outro em que devemos lutar contra a carne para podermos andar no Espírito. E assim com a vida testemunhar acerca daquele que um dia encarnou, viveu, morreu e por fim ressuscitou para o perdão de nossos pecados.
    Sola Escriptura!
    Paz a todos!

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  6. Prezado Roberto Rocha,

    Que bom que você é um cara esclarecido e muito articulado, nem precisava ler um texto tão simplista como o meu. Entretanto, milhares de outros são abençoados com textos assim, simples, que não servem para você...
    Ah, sobre o dia do nascimento de Jesus, em meu coração, ele nasce todo dia, pois todo dia é dia de de-cisão! O mais, tô nem ai... Com reverência e respeito, Moreira.

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  7. Não sou o Roberto Rocha, mas vou responder ao questionamento do Miranda. O dia 25 de dezembro foi escolhido, de acordo com as próprias autoridades católico-romanas, para iludir os adoradores do deus sol e tentar fazê-los crer que esta data celebra o nascimento do verdadeiro sol da justiça, Jesus Cristo. Embora tivesse fins nobres, todavia, os meios para atingí-los foram ímpios, por serem baseados na mentira. As festividades do Solstício foram, ao correr do tempo, substituídas pelas do Natal. Até o nome "Natal" relembra as festividades do deus-sol, pois significa "natalis invicti solis", ou seja: "o nascimento do sol invencível". Quanto à época em si, basta ler que, naquela noite, "pastores guardavam o rebanho nos campos", o que seria impraticável na Palestina, em pleno 25 de dezembro, com os termômetros assinalando vários graus abaixo de zero! Mas os pastores eram forçados a fazerem isso em Abril ou Setembro, dado o intenso calor, acima dos 40 graus. Além disso, os romanos JAMAIS iriam agendar um recenseamento em pleno rigor do inverno. Isso, sem mencionar que os magos (que a Bíblia nunca diz que eram "reis" e também não menciona os seus nomes) não estiveram na estrebaria, na noite do nascimento de Jesus, mas "na casa", cerca de 1 ano e meio a 2 anos depois. Quanto a "dar presentes", a comilança, a bebedeira e o destempero, estão bem de acordo com as tradições pagãs desta festa. Já a figura RIDÍCULA do "papai Noel", então, substituindo a pessoa de Jesus e tornando-se na maior de todas as mentiras que se contam às crianças (o saco de presentes, o trenó, os veadinhos -sim, eu sei que são RENAS-, os DUENDES, a árvore- de per si ligada aos cultos ocultistas, bruxarias e adoração aos deuses da Natureza-, enfim, uma sucessão interminável de mentiras e enganos), isso tudo é uma grande abominação!

    Passo agora, tendo finalizado a resposta ao Miranda, a falar em linhas gerais sobre essa festa tão bonita do Natal. O tal "espírito natalino" é um espírito de falsidade e mercantilismo que tem, inclusive, invadido Igrejas e denominações. Bem apropriado adotar-se a música "natalina" de John Lennon para representar esta festa "cristã", pois ele fez pacto com o diabo e se dizia mais famoso que Jesus Cristo. A sua "inspiração" deve ter sido o que ele chamava de "yellow submarine", as cápsulas do alucinógeno LSD, consumidas e aconselhadas pelos Beatles a seus fãs. A festa do Natal é belíssima, suas músicas são de um valor musical inigualável. Especialmente se tocadas por Luis Bordon e sua harpa. Melhor ainda, se acompanhadas da guitarra havaiana do grande mestre Poly. Gosto de tocá-las em meu violão ou em minha guitarra havaiana, de vez em quando. Mas reconheço que, se cantadas, se constituem em heresia e desvio das verdaes cristãs e bíblicas. "O bom velhinho", "pinheirinho agreste", "árvore" "papai Noel" "jingle bells", etc., são belíssimas composições musicais ENQUANTO INSTRUMENTAIS. Suas letras, porém, são um amontoado de inverdades, mentiras e deturpação das verdades bíblicas! Isso seria "inventar modismos" e "ver o diabo em tudo"? Se crentes nascidos de novo e regenerados segundo a Palavra de Deus, concordam com todas essas aberações ligadas à festa do deus-sol em roupagem "cristã" (inclusive teatralizando em seus templos com a figura bizarra do "papai Noel", duendes e renas), devem se arrepender dessa prostituição religiosa e voltar a beber da água limpa e cristalina da Palavra de Deus. se esse meu posicionamento é "politicamente incorreto" e "retrógrado", SOU O MAIOR DE TODOS OS RETRÓGRADOS, com muita honra! E sobre os "politicamente corretos", que querem contextualizar e "modernizar" seus princípios, em detrimento do radicalismo e fundamentalismo bíblico, Judas Iscariotes foi o precursor de todos e seu fim foi na ponta de uma corda!

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  8. Caro Carlos, o seu artigo foi muito bom e ajudou a refletir sobre uma questão importante na igreja hoje. Mas, s eme permite, acho que sua resposta a Roberto foi forte demais. Precisamos viver a graça neste novo tempo, inclusive com aqueles que, talvez, temos menos paciência... é só uma observação pessoal de um amigo para um amigo.

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  9. Querido +Josep,
    se me excedi, peço perdão publicamente... Não tenho problemas com comentários contrários ao meu pensamento, apenas não tolero sarcasmo. Acho que toda pessoa deve ser respeitada, sobretudo quando escreve para milhares de outras. Que se critiquem as idéias, mas sem ridicularizar o autor.

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  10. Caríssimos,
    fico aqui dando risadas quando vejo estas questões de datas serem levadas tão a sério, com tantas exegeses e apologéticas. Que importa qual a data, se sabemos que Ele encarnou e morreu e que, em razão disto, e pensando na pregação da mensagem, e no caráter ligado a reflexão, devo celebrar tanto Sua vida quanto Sua morte? Que importa em que mês foi, em qual dia foi? Quem de nós pode, seriamente, dizer algo provável quanto a isto. Que apego exacerbado temos com questiúnculas. Coisa de crente mesmo! Importa, sim, é que Ele nasceu, viveu, morreu e ressuscitou! O mais, do "deus" sol, do papai noel, das apologéticas esvaziadas de significação prática existencial, tô nem aí...

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  11. Caro Carlos+,

    eu não se se ele foi forte demais ou não. Uma coisa eu se, você está escrevendo coisas que precisamos ouvir inclusive se não desejamos ouvir ou não concordemos com você. Com certeza, é mais fácil ler quando concordamos com o que o autor escreve.

    Por isso, acho que é muito bom, manter as formas, inclusive quando não gostamos o sacarmo das respostas dos outros.

    Finalmente, eu não estava pedindo nenhum perdão, acho que não precisa, só desejava fazer uma pequena observação com o grande amor que eu tem pela sua pessoa.

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  12. Gelsemias
    Uuiii o Hermes nao deve ter gostado muito nao, até porque ele esta fazendo uma sociedade com o Papel noel, ja fez as pazes como ele esta la nos states, deve trazer, todo o Espírito Natalino para ca, até porque aqui ntalvez nao tenha os shopings ou os papais noeis de la.
    Viva o natal de Jesus e o Espirito natalino do Hermes ahahahaha.

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  13.  Por que muitos cristãos celebram o Natal em 25 de Dezembro, se não foi nessa data que Cristo nasceu?
    O significado original de 25 de Dezembro é que esse dia era um popular dia festivo de celebração do retorno do sol. Em 21 de Dezembro ocorre o solstício de inverno (o mais curto dia do ano e assim um dia chave no calendário), e 25 de Dezembro era o primeiro dia no qual os antigos podiam notar claramente que os dias estavam se tornando maiores e que a luz do sol estava retornando.
    Assim, por que 25 de Dezembro foi escolhido para lembrar o nascimento de Jesus Cristo com uma missa (ou ceia)? Como ninguém sabe o dia de Seu nascimento, a Igreja Católica se sentiu livre para escolher essa data. A Igreja queria substituir o festival pagão com um dia santo Cristão. O método se valia do fato de que é mais fácil tirar um festival mundano, mas tradicional, da população quando podemos substituí-lo com um bom festival. De outra forma, a Igreja teria deixado um vácuo onde antes havia uma tradição de longas datas, e se arriscado a produzir descontentamento na população e um rápido retorno à prática pagã.
    Os vários equívocos acerca do nascimento de Cristo ilustram a necessidade de sempre testarmos tudo o que ouvimos contrário à Palavra de Deus, não importa qual seja a fonte da informação. A Bíblia é a autoridade decisiva.
    A despeito de todos os erros humanos, os fatos verdadeiros sobre Jesus são mais maravilhosos do que palavras podem expressar. Ele verdadeiramente nasceu de uma virgem na cidade de Belém exatamente como profetizado anos e anos antes. Jesus foi concebido em Maria, não por homem, mas pelo Espírito Santo de Deus. Como o apóstolo João revela, Jesus existia antes da Criação do mundo (João 1). Ele é parte da Santa Trindade que conhecemos como Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). O Filho de Deus veio em forma de homem com um propósito - morrer como um sacrifício voluntário em pagamento pelos pecados da humanidade. Ele o fez para conceder salvação eterna como um dom gratuito a todo aquele que O aceitar e O seguir.

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