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Também como no livro de Ester...


Antônio Carlos Costa


Lembro-me de um amigo, dirigente de grupo de louvor, que disse ter participado em certa ocasião, da santa ceia de uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro, na qual foram entoadas duas canções seculares bem conhecidas de nós brasileiros. Uma delas, do cantor Gilberto Gil, cuja letra diz a seguinte coisa:

"Se eu quiser falar com Deus Tenho que me aventurar Tenho que subir aos céus Sem cordas pra segurar Tenho que dizer adeus Dar as costas, caminhar Decidido, pela estrada Que ao final vai dar em nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Do que eu pensava encontrar".

Achei tudo fora de hora, de profundo mal gosto e ofensivo à glória de um Ser cujo Filho foi moído pelas nossas transgressões.

Não sou a favor de se levar para o culto músicas cujas letras ensinam o exato oposto da fé cristã ou que tão somente dizem aquilo que todos os dias ouvimos em ruas, praças, bares, praia -e não nos sacam deste mundo de miséria e dor-, a fim de elevarmos nossa mente ao Deus absolutamente amável revelado pelo evangelho de Cristo. Creio que deveríamos ser criteriosos quanto ao contato com essas músicas até na nossa vida privada. Por que parar para ouvir o que desperta a dor, deprime, estimula as paixões mais pueris?

A letra da música, sem margem de dúvida, é um dos pontos óbvios da questão. Mas, o que falar do ritmo musical? Todos devem ser aceitos e introduzidos no culto a Deus? Eles são neutros? Não existe ritmo profano? Certamente nossas preocupações devem também envolver os ritmos musicais. A melodia desperta os mais diferentes tipos de emoção. O senso comum, portanto, nos ensina que as canções que inserimos em toda e qualquer solenidade, têm que ser harmonizar ao estado do espírito humano de momento.

Há ritmos musicais que não convidam a alma para a contemplação de um Deus santíssimo, "sobrevestido de glória e majestade".

Quanto à sacralização, vamos assim dizer, de canções seculares, introduzindo conteúdo cristão às melodias, sabemos que há precedentes na história do cristianismo para esse tipo de prática. Lutero foi um que usou músicas populares, alterando a letra, e introduzindo-as no culto. Castelo Forte é uma delas. Gostaria muito que algumas das músicas seculares que ouço há anos (especialmente quando escrevo livros, artigos e sermões), tivessem conteúdo cristão e pudessem ser usadas na adoração.

Não podemos nos esquecer, no entanto, que dependendo da música, tem-se que tratar da questão dos direitos autorais, e que algumas canções marcaram tanto a vida de uma determinada cultura, que é quase impossível dissociá-las do seu propósito original.

Estou certo de que enriqueceria a vida da nossa sociedade, se músicos cristãos fossem capazes de ensinar os valores do cristianismo através de suas composições. As letras não precisariam necessariamente mencionar as palavras com as quais estamos tão familiarizados na Bíblia, e que assumem forte conotação religiosa para o não-cristão. Eles fariam como o livro de Ester, no Antigo Testamento, que fala sobre Deus do início ao fim, sem mencionar o seu nome.

A música é uma das principais avenidas da alma para a contemplação do que transcende a esta vida de luto e lágrimas. Que saibamos ser criteriosos quanto ao que vamos ouvir em casa, bem como quanto ao que vamos trazer para nossos cultos, pois uma boa escolha musical poderá representar para a sua e a minha vida, contato com o que faz a verdade penetrar de modo mais profundo na alma.



Rev.
Antônio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra
e presidente do Rio de Paz e colaborador do Genizah



 
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  1. Alguém pode me iluminar e explicar o que há de biblicamente ERRADO na letra dessa música?
    Grato.

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  2. dessa vez errou feio na escrita, um texto todo manipulado, cheio de escolhas pessoais e baseado em experiencias próprias .. querendo no minímo interferir no direito de escolha dos cristãos e pregando um cristianismo musical patético, sou novo, mas acredito que não precisamos voltar a um legalismo disfarçado de cuidado para que o povo absorva a mensagem.

    ao Pai da música que depois do Mestre nos deixou o Espirito a fim de nos ensinar em amor todas as coisas !!!

    Daniel Brianese

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  3. Acho que esse artigo tá uns cinquenta anos atrasado!
    Ademar de Campos fazia Axé evangélico a vinte anos atrás e a sanfona e o triângulo sempre foram tocados nas Assembléias de Deus sem problemas.
    Quanto as letras que não mencionam palavras bíblicas isso é o segredinho sujo da indústria da música gospel. Letras que falam de um "deus" que pode ser qualquer coisa vendem milhões levam grupos e cantores evangélicos para os programas seculares de TV e geram contratos com selos famosos, como a Sony e a Somlivre.

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  4. Jean Gabriel jeangabriel@jocumdf.com15 de setembro de 2010 às 11:08

    Que bom que o senhor só consegue ouvir ou se aproximar de Deus com determinados ritmos pois esses o recebem "sobrevestido de glória e majestade" só não acho que todos os outros que não se enquadram nesse perfil devam ser marginalizados ou tachados como "afastadores de Deus" ou mesmo indignos.
    Se Lutero teve a capacidade de contextualizar músicas populares porque fazê-lo hoje seria inviável? porque não somos são Lutero!?
    não consigo enxergar a diferença.

    Em resposta: Música Secular por Bráulia Ribeiro – Repost http://mz58g.th8.us

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  5. A desculpa dos críticos ao texto está na tal "graça comum", que é tão pregada e defendida ferrenhamente por muitos que não entenderam ainda o significado de sermos separados, santificados, escolhidos.
    Criaram essa tal "graça comum" , que por sinal não tem embasamento bíblico e baseado nela, defendem o uso de músicas seculares, compostas por artistas seculares, alegando que "Deus usa de sua graça pra abençoar artistas seculares na composição de verdadeiras obras de arte" e que por isso mesmo "não tem problema algum em apreciá-las (curtí-las)".

    Assim como já questionei diversas vezes, volto a questionar agora:

    Como pode DEUS "inspirar" perdidos para compor "arte" em nome da tal
    "graça comum", que não tem fundamento bíblico e o diabo tb pode "insipirar" os mesmos perdidos?

    2 Coríntios 6:14 Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça?
    E que comunhão tem a luz com as trevas?

    Pode um indivíduo ser usado por DEUS pra criar "arte" em nome da tal "graça comum" e ao
    mesmo tempo ser usado pelo diabo?????

    Mt 6:24: Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará
    a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a mamon.

    Querem exemplos? Vejamos sobre o Gilberto Gil citado no texto:

    http://old.gilbertogil.com.br/folhas/flh_01.htm

    http://www.gospeledeovelha.com/2009/11/gilberto-gil-fala-sobre-queda-da.html

    http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=5962

    http://www.bahianoticias.com.br/holofote/noticias/2007/05/23/140,flora-gil-presenteia-pai-de-santo-com-apartamento.html

    Isso só para exemplo.
    Agora raciocinem: Gilberto Gil, que é pai-de-santo, autor de músicas como a "Filhos de Gandhi" (veja o link: http://letras.kboing.com.br/gilberto-gil/filhos-de-gandhi/), ou essa: "Réquiem pra Mãe Menininha do Gantois", escreveu a música citada no texto em adoração legítima à DEUS, sem nenhum contexto espírita? Sinceramente? Creio na Bíblia:

    “Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce." Tiago 3.12

    Então comentaristas, se vocês gostam de ouvir músicas seculares, ok, que ouçam, só não usem a Bíblia pra justificar isso. Sei que música gospel hoje é terrível, sem conteúdo, são repletas de mantras, repetições e gemidos. Mais do mesmo. Mas e daí? O erro de um justifica o outro?

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  6. Se Gilberto Gil fosse evangélico o comentário seria diferente!

    Abraços!

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    Respostas
    1. Se Gilberto Gil fosse cristão comporia uma letra bem diferentes para a melodia!

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    2. se Gil fosse um cantor "gospel" comporia uma letra comercial, pra vender cd
      se Gil fosse um cantor cristão, não mudaria o que compôs

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    3. Vejo que você conhece o gospel bem, mas não o que é cristão. Recomendo a leitura da Bíblia, prezado.

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  7. Gosto de MPB e de Gilberto Gil, mas no que concerne a Deus, só o glorificam quem o Adora. Para Gilberto Gil, como para a maioria dos não cristãos, pouco importa se "baixa Cristo ou Oxalá". Para nós, os que cremos nas Sagradas Letras, somente nos satisfaz Jesus, ele que baixou o mais profundo por amor à humanidade perdida que não sabia a diferença de mão direita para a esquerda. Agora que já nos foi revelado o filho de Deus, Jesus, como podemos ficar indiferentes à sua mensagem, coxeando entre dois pensamentos? Não, nossa mensagem seja à igreja, seja ao mundo, não pode ser diferente da que recebemos Dele!

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