Thalles Roberto atinge patamar único no cenário gospel nacional e lançará CD pela prestigiada Motown
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Thalles Roberto, recém contratado pelo selo gospel da Universal -UM- foi convidado a compor o casting da legendária gravadora Motown. Um arranco e tanto em qualquer carreira musical internacional.
REDAÇÃO
Genizah
Não é pouca distinção. Para muitos, este é um reconhecimento maior do que muitos Grammys latinos, o prêmio gringo da música feito para deslumbrar os Zés Cariocas. Receber o selo da Motown é um respaldo que qualquer artista gostaria de abiscoitar e indica que a gravadora aposta forte em sua carreira e reconhece o seu potencial para o mercado internacional.
A Motown Records é uma das maiores influencias da música mundial. O Som –soul- da Motown bebeu na fonte do gospel clássico, do "rhythm and blues" e mudou o pop para sempre. É a mais importante incubadora de artistas negros desde seu surgimento na década de 60 até o rap e hip hop de hoje. A partir dos seus estúdios o mundo conheceu Stevie Wonder, Marvin Gaye, Michael Jackson, The Four Tops, Diana Ross e tantos outros mega talentos.
“Como fã dos artistas da Motown, pesa no meu coração a responsabilidade de ser ainda melhor. Eu temo lançar um disco com aquele selo ali na capa. É uma grande responsabilidade, mas também uma grande felicidade" Thalles
Entre os artistas de amplo alcance no segmento gospel nacional, a música de Thalles é a mais diferenciada e arrojada. Apurado como poucos, a riqueza e a minucia do seu som só é comparável a outro virtuose do meio: Leonardo Gonçalves. Já quando se vislumbra o mercado e as tendências mundiais da música pop a maioria dos que entendem do assunto concorda: Não há ninguém no meio gospel brasileiro com o potencial de Thalles Roberto para conquistar um espaço internacional de mainstream. Ele tem tudo para estar entre os grandes e não está se falando dos grandes da música gospel internacional. Thalles tem talento para estar entre os grandes da música mundial e PONTO.
Um parêntese apologético
Por vezes, em virtude de opiniões e atitudes relacionadas à religião e às vicissitudes típicas do meio evangélico, as opiniões a respeito de Thalles ganham cores fortes na zona cinza entre a persona evangélica e o artista. Thalles já declarou que a religiosidade atrapalha a música gospel. Ele não está errado. Atrapalha os artistas e a religião em si.
Thalles está tanto mais certo quando se pensa em termos de carreira musical e mercado, deixando de lado a religião e, especialmente, o Evangelho. Melhor seria cavar bem fundo um fosso entre estes dois “mundos”, o que não significaria abrir mão da expressão de fé e do bom testemunho, mas apenas do marketing da fé e do testemunho artificial. Isto seria bom para os artistas, para os crentes e para os religiosos também. Mas não é assim que a banda gospel toca. Está tudo muito misturado.
Voltando ao Thalles Roberto, a verdade inconveniente é que procuração para a medida apologética do seu trabalho foi outorgada pelo próprio quando se permitiu ser ungido pastor, com estardalhaço marqueteiro, na retomada de sua carreira gospel. A intenção de Thalles pode até não ter sido esta. O seu coração pode até estar no lugar certo, mas foi assim que o mundo enxergou o lance. Afinal, Thalles não foi o primeiro a seguir este rumo. Em outras palavras, são os próprios artistas da música gospel que escolheram este julgamento artístico esquizofrênico mal ancorado entre os acordes musicais e o padrão teológico-moral-sectário da métrica da religião.
Lamentavelmente, ou não, vai aí uma longa discussão e, por culpa também dos próprios artistas e seus promotores, não apenas dos crentes, todo este esquema “gospel” se movimenta nesta relação simbiótica, para-religiosa, sempre sujeita a avaliações desconectadas da esfera da qualidade artística. E todos os artistas do meio acham que precisam usar o palco de seus shows para pregar, para convertidos, a sua própria visão denominacional-teológica-experiência-espiritualizada-2.0 a fim de ganhar o rótulo de levita-superstar. Melhor não seria guardar esta oportunidade para falar do Amor de Cristo em uma esfera mais ampla, a um público fora do gueto, sem muita visão com marca registrada? Quem sabe, com um belo testemunho de engajamento com as coisas do Reino, para além dos trinados: Ai Jesus! Ai Papai! Queima! Quero vitórias!
No mínimo, se evita a tentação de querer ser criativamente espiritual, o que é da natureza de todo artista. Quem vai pesar as tintas para julgar um artista que quer colocar a sua marca diferenciada no palco. Ter o seu sinal, o seu personal it! É do jogo. O que não é do jogo artístico é esta pizza que muitos crentes gostam: meia espiritual, meia swing, que sempre termina em fogo estranho nos shows com unções liberadas até “de quatro”, quando o que se devia liberar são apenas notas musicais. Depois não reclamem do escrutínio dos apologistas de plantão de fósforo aceso diante da fogueira das vaidades. – Herege! Eu?
Voltando ao talento
Thalles Roberto é indiscutivelmente um músico de primeira grandeza. Só precisa de um letrista à altura do seu som. O artista que diz ter aprendido muito no seu tempo de Jotta Quest e saiu de trás do grande palco nacional para recomeçar no gueto religioso, encontrou espaço para mostrar o seu talento ao Brasil e está sendo reconhecido nacionalmente pelo público e pelos grandes nomes da música brasileira. Irá mais longe do que o Jotta Quest jamais foi ou irá.
Thalles tem swing único e, com este movimento em sua carreira, rompeu, de uma vez, as barreiras do gospel, da música brasileira e da música latina e tem diante de si um palco privilegiado para mostrar o seu gingado ao mundo. Agora é o momento, dele mesmo, se livrar da religiosidade e botar pra quebrar, como se dizia na Motown nos anos 70, com um olho em Jesus e os ouvidos ligados. Sucesso!
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