FALAR INÚTIL
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Antônio Carlos Costa
Um dos fatos mais incompreensíveis da vida é o interesse por parte daqueles que -negam a verdade, desprezam o conhecimento e debocham da busca pelo sentido da existência-, de tentar convencer as pessoas que a realidade é absurda, o saber uma ilusão e o que nos resta é o vácuo hostil de um universo que não derrama lágrimas pelo processo inexorável de decadência dos nossos corpos e adeus que teremos que dar um dia a tudo o que amamos . Alguns chegam a bradar com entusiasmo e estranha euforia que não há valores morais absolutos, uma vez que se não há Deus tudo é permitido.
Onde está o lugar da alegria, do júbilo e do prazer de esfregar na cara dos chamados "religiosos burgueses moralistas" que nosso início é impessoal e que caminhamos para o nada, num universo onde amor e justiça são pura reação química resultado de uma evolução cega que serve apenas para gerar seres eternamente insatisfeitos com o tombo no não ser?
Escrevem e debatem compulsivamente sem ter motivo racional que os mova, debocham da desgraça da condição humana como se fossem meros observadores frios que com olhos secos vêem com objetividade a vida de cujo horror fazem parte, falam sobre o belo e o justo como se seu sistema de pensamento possibilitasse discerni-los e justificá-los, usam a razão para negar a razão, apregoam o relativismo moral enquanto justificam os valores absolutos das causas que defendem.
É difícil entender como não se calam a fim de no humilde silêncio metafísico procurar entender se algum dia na vida levaram a busca pela verdade e pelo sentido da existência a sério.
Lembro-me do profeta Jeremias dizer para Israel: "Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração".
Antônio Carlos Costa escreve em Palavra Plena
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