Os "Sins" e os "Nãos" da visita a pessoas hospitalizadas
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Luís Wesley
OS NÃOS
· Ao entrar, não pergunte: "E aí? Tudo bem?"
· Não realize atos religiosos sem a devida autorização e/ou solicitação do “conjunto”, i.e., do hospital, do médico, da família e, se possível, do próprio paciente, tais como: batismo, profissão de fé, casamento, "quebra de maldição" (se é que nisso você acredita), ou bênção.
· Não se insulte com as palavras ou atitudes do paciente.
· Não demonstre estar chocado com a aparência dele ou dela.
· Não diga coisas como: "Que prova, heim!", "Você está muito pálido!", "Você está com olheiras bem demarcadas!", "Minha nossa... sua cor mudou de ontem pra hoje!", "Meu Deus, como você está mal!", "Deus sabe o que faz!", "Agradeça a Deus por sua doença!", "Em nome de Jesus, você vai sair daqui hoje mesmo!"
· Não dê uma de babaca do tipo coreógrafo-de-papagaio, a ponto de performar aquela asneira do modismo evangélico atual, do tipo "Repete comigo: 'Blá, blá, blá... Blá, blá, blá'...!", "Diz pro que está ao seu lado: 'Blá, blá, blá'...!", "Declare: 'Blá, blá, blá'...!", ou "Reivindique: 'Blá, blá, blá... Blá, blá, blá'...!"
· Não diga que a sua titia (aquela que já bateu as botas) teve o mesmo problema e que sofreu pra caramba!
· Não ofereça falso otimismo, nem participe de criticismo sobre o médico ou o tratamento.
· Não faça cara de "bobo alegre", nem de "chorão de velório" ao se aproximar da cama do adoecido.
· Não faça piadas de doentes, nem de outros assuntos relacionados ou não a doenças. Enfim, não faça piada alguma!
· Não toque nos equipamentos, nem sente na cama do paciente.
· Não dê ao paciente notícias desagradáveis, muito menos quando se tratar dos problemas que ele ou ela está enfrentando.
· Não cochiche, nem tampe os lábios quando estiver falando com os familiares ou com a equipe médica.
· Não quebre as regras definidas pelo hospital (cada hospital tem as suas próprias!), nem viole questões de confidencialidade.
· Não acorde o paciente, a menos que a enfermagem dê a devida autorização.
· Não minimize o problema e não dê uma de "expert" naquilo pelo qual sofre o paciente.
· Não diga, “Eu sei ‘exa-ta-men-te’ o que você está sentido!”
· Não se atreva a oferecer "explicações espirituais" sobre o que se passa com o enfermo.
· Não dê uma de esposa do Aderbal, nem faça de Deus o próprio Aderbal, dizendo coisas que Deus jamais disse e estragando a amizade do paciente com Aquele que você projetou como sendo o Aderbal-Cósmico.
· Não dê uma de tagarela divino, e aprenda que, em certas circunstâncias hospitalares, o silêncio é mais importante do que palavras verbalizadas.
· Não se aborde nem aja como se fosse a ambulante-densidade-convergente dos poderes e dos saberes divinos sobre o que se passa com o doente.
· Não leia textos bíblicos do tipo: "No ano em que morreu o rei Uzias...", ou "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos."
· Ah! Faça um favor a você mesmo e, mais que tudo, ao paciente: Não pregue, não faça sermão, não transforme em estudo bíblico uma visita que pretende ser apenas isso -- uma visita graciosa, inspiradora, cheia de fé e esperança!
· Não ajude o paciente a sair da cama, nem dê água ou comida sem a devida autorização ou aprovação da enfermagem.
· Não se ofereça para colocar ou retirar o "papagaio" de hospital.
· Não espirre no quarto do paciente, e, se não der pra controlar, projete seu espirro para entre o braço e o peito, e retire-se temporariamente.
· Não faça visitas hospitalares se você mesmo estiver doente e/ou em estágio de contaminação. Perca a amizade do paciente, mas não o mate de gripe.
· Não pressuponha nada.
· Não use o banheiro do paciente.
· Não chute o pinico ou o "papagaio" de hospital debaixo da cama ou da mesinha de canto.
· Não se retire como que levando consigo todas as esperanças do paciente.
· Não bata a porta.
OS SINS
· Ligue primeiro para verificar se o paciente pode ser visitado e se está disponível e disposto a receber sua visita.
· Observe os sinais, notas, avisos e precauções colocadas na porta do quarto do paciente, e obedeça-os!
· Discreta, mas audivelmente, bata antes de entrar no quarto, aguarde alguns segundos, não espere que o paciente venha te atender à porta!, e entre sem ser abrupto.
· Desinfete as mãos antes de entrar e depois de sair. Muitos hospitais mantêm anti-bactericidas disponíveis aos visitantes.
· Se possível, sente-se onde você possa manter confortável contato com os olhos do paciente.
· Seja alegre na medida certa, e promova uma conversa prazerosa.
· Colha o tom e a substância da sua conversa das sugestões (verbais ou não) dadas pelo paciente.
· Ouça atenciosamente, dando ao paciente uma atenção não dividida com aparelhos, com a aparência dele ou dela e/ou com outras pessoas.
· Faça o paciente saber que ele ou ela pode falar abertamente, se desejar, sobre assuntos delicados.
· Peça licença e se retire quando o médico entra no quarto, a menos que sua presença seja requisitada.
· Compartilhe uma breve porção bíblica e pergunte ao paciente se ele ou ela tem um pedido específico para além daquele enfrentamento de saúde, enquanto você se prepara para orar.
· Uma oração curta e cheia de significado estará sempre em ordem, mas obedecerá à sensibilidade do momento, se moldará às circunstâncias e se manterá sensível ao Espírito.
· Deixe que as esperanças, a fé e a confiança saiam, mais que tudo, pelos poros das suas próprias atitudes, pelo seu olhar, pelo seu tom de voz, pela sua respiração, pela sua história... não por sua "verborréia" momentânea e ansiosa.
· "Caminhe nos sapatos" do paciente.
· Confie radicalmente no Espírito Santo, seja quando tiver algo relevante para dizer ou quando um longo silêncio se fizer necessário.
Por Luís Wesley, baseado na experiência de ter sido hospitalizado algumas vezes!
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