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Igreja de Cristo em missão em Xerém



Lya Alves
Tragédia é uma forma de drama, um gênero teatral onde se expressa o conflito humano. Na tragédia grega, os homens lutavam contra o impiedoso Destino, que submetia homens e deuses. Mas nem toda tragédia é teatral. Se saímos do campo da arte há tragédia real. Estive em Xerém esta semana após a chuva que gerou uma tragédia. A notícia no Estadão de hoje diz que 1 pessoa morreu, oque  encaixa a notícia no gênero de tragicomédia, ou no burlesco, que é o baixo cômico, quase ridículo. Ruas inteiras foram soterradas, a lama chegou até o teto, como assim, uma pessoa morreu? Em todos os lugares que eu passava ouvia comentários sobre pessoas que morreram.  Mas enfim, agora  resta cuidar dos que estão vivos. Deus é poderoso para reconstruir Xerém.


Várias igrejas se mobilizaram e fizeram a diferença naquele local. As redes sociais também se tornaram uma ferramenta importante nesta mobilização. Enquanto a Cruz Vermelha estava na Pracinha da Cidade arrecadando e distribuindo alimentos e a Prefeitura estava no Centro reconstruindo a ponte e desobstruindo as ruas principais, as igrejas locais atuando em unidade tiveram grande importância prestando serviço nas áreas mais próximas ao foco da tragédia e oferecendo seus templos como abrigo. Visitamos algumas enquanto servíamos, uma Assembléia de Deus, a Brasil para Cristo e a Batista da fé, onde ficamos instalados. Foram várias pessoas que se dividiram em grupos para levar alimento, água e roupas para os locais mais afetados, onde a Prefeitura não chegava. O fato de as igrejas conhecerem a população local ajudou muito com relação a distribuição das cestas básicas e também na hora de socorrer as vítimas.(Mais fotos )


Quando chegamos ao local mais afetado, nossa sensação foi de profunda impotência. Uma frustração chegou a nossos corações e todos silenciaram, um silêncio longo. Não tínhamos pás, nem carrinho de mão, nem caminhão para ajudar com as casas. E ainda que tivéssemos, os maradores não poderiam voltar para lá. O Pr. Maycon Barroco saiu para comprar este material e voltamos para a igreja para organizar as doações. Nesse meio tempo, tratamos de levantar o ânimo: ânimo também se doa.Mas se havia gente doando fé, havia os mercenários como a Drogaria Pacheco, que passou a cobrar R$ 9,70 por um Sonridor (antiácido), que custa em média R$3,00. Em alguns lugares as quentinhas também dobraram o preço.


No momento é preciso doações de água, coisas de bebê (fraldas, hipoglós, etc) e roupa íntima nova (há pouquíssima (doação de sutiã). Não doe roupa rasgada ou suja, não há água e não é possível lavar. Além disso a necessidade é emergencial, as roupas devem estar prontas pra uso. Mas o mais necessário ainda é a água, porque a água local está contaminada.Se tiver fé, doe fé; se tiver amor, doe amor. Se tiver dinheiro, doe suprimentos. Se só tiver pedras na mão, ajude a reconstruir as casas dos desabrigados. Toda ajuda é necessária.

Saiba mais sobre oque é preciso doar e sobre onde você pode doar na página do Facebook: http://www.facebook.com/Sosxerem


Se você ainda não entendeu o que esta postagem tem a ver com apologética, entenda, isso é apologética na prática. A filosofia nasce no ócio, a teologia, em campo missionário. Por falar em teologia, para que servem os dízimos e ofertas? Para ajudar os necessitados, como os de Xerém. 

Vamos lá, pastores. Isso é restauração, isso é mover profético. Omissão é pecado. Você que gosta de dar seu “dízimo profético”, dê sua “oferta profética” aos oprimidos de Xerém. Profetize a restauração de vidas doando. Quer uma “visitação extraordinária do Espírito Santo”? Doe.  Um pastor me disse “Os dízimos e ofertas servem para manutenção da casa de Deus e para o trabalho evangelístico. Medidas sociais nós já pagamos através de nossos impostos.”- e isso não é evangelismo? Jesus nunca precisou de show gospel com hora marcada. Eu vi pessoas quase saindo no tapa por causa de uma toalha. Os desabrigados de Xerém trocam qualquer show gospel por uma garrafa de água. Não se tratam de “medidas sociais”, mas sim de repartir o pão. Isto não é tarefa do governo, é nossa. “Dai-lhes vós de comer”, palavras de Jesus em Mateus 14:16. Medidas sociais são para o governo, repartir o pão é com a igreja sim, e o pessoal de Xerém está mostrando a que veio, graças a Deus. Mas todos devem ajudar, essa é a questão.


Se você se sentiu constrangido pelo último parágrafo, certamente não foi pelas minhas palavras. O constrangimento ocorre “porque o amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14). Como falei, ajudar o povo de Xerem não é uma medida social ou política. É exercer amor.





Lya Alves é missionária, graffiteira, artistaarte educadora, desenhista da história em quadrinhos Guerreiros de Deus


 

Postar um comentário

  1. Lya, esta madrugada eu estava falando exatamente sobre isso com um amigo meu. A minha inquietacao era:"o que o mundo fez com a compaixao?". E isso eh em toda parte, tenho visto coisas horrives nas igrejas, nas ruas, no onibus, na praia, nas criancas. Parece que o amor do mundo, das pessoas em geral (cristas ou não) simplesmente secou. Não acho que seja so espiritual, eh um defeito de educacao. Ninguem mais aprende a caridade. Tenho me surpreendido chorando em varios momentos de constatacao.
    Mas Deus eh soberado e sabe a hora certa de dar um basta.

    Se você puder, publica aqui tambem os postos de doacao fora de xerem para que a gente que mora longe possa tentar ajudar.

    Que Deus continue abencoando a sua vida e seu ministerio.

    ResponderExcluir

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