Evangélico será destaque no carnaval do Rio como entidade da Umbanda
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Portela terá Zé Pelintra interpretado por ator evangélico.
Há muito que o carnaval deixou de ser a "festa da carne" e passou a ser a "festa da diversidade". Num caso que vem se repetindo há alguns anos, os evangélicos têm se multiplicado no meio do samba.
Mas nenhuma novidade poderia ser mais surpreendente do que a que será apresentada pela Portela. Selecionado e dirigido pelo coordenador de passistas da escola, Valci Pelé, o ator e dançarino Vinícius Villiger interpretará o personagem Zé Pelintra, entidade lembrada pelo enredo da escola por ser padroeiro do Mercadão de Madureira.
"Sou evangélico, frequento minha igreja, tenho minha fé. Mas não vou confundir as coisas. Li a pesquisa feita pelo Valci sobre o tema. Quero fazer um trabalho de composição de personagem. Para mim, é um desafio artístico como qualquer outro!" explica o jovem Vinícius, que também é professor de dança de salão. Além da Portela, ele será um dos integrantes da comissão de frente da Inocentes de Belfort Roxo.
A apresentação de Vinícius promete uma surpresa especial, dentro da ala onde outros 100 malandros, todos coreografados e dirigidos por Valci, constituirão a Ala do Zé Pelintra.
Reconhecendo o desafio de representar um personagem de destaque no desfile de uma escola de samba do porte da Portela, Vinícius tem se empenhado para honrar a preferência e dar conta do desafio. E diz estar preparado para rebater as críticas dos religiosos que vierem a condenar a sua participação:
"É meu trabalho. Não tem conotação religiosa pra mim. Não muda o que eu creio. Estou preocupado com o desafio, não com essa discussão" - minimiza a questão.
Como diria Candeia e como diriam os pastores evangélicos... "na paz do Senhor"!
ENTIDADE
Zé Pelintra é uma personagem folclórica e espiritual presente nos cultos ameríndios brasileiros, sobretudo, a Umbanda e o Catimbó.
Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas, embora não alinhado com entidades de cunho negativo, é uma espécie de transcrição arquetípica do "malandro". No seu modo de vestir, bastante típico, Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá de fita vermelha ou preta.
Esta entidade andou pelo mundo, suas manifestações apresentam-se em todos os cantos da terra. Foi noticiado que incorpora nos Estados Unidos.
Zé Pelintra é invocado quando seus seguidores precisam de ajuda com questões domésticas, de negócios ou financeiras e é reputado como um obreiro da caridade e da feitura de obras boas.
A Umbanda é um culto legitimamente Brasileiro com seus próprios rituais e estrutura, enquanto o Catimbó é uma forma regional de sincretismo entre elementos tanto brasileiros, europeus, indígenas, portanto, animista, católico e naturalista.
Na Umbanda, Zé Pelintra é um guia pertencente à linha do Povo da Malandragem, mas incorpora nas sessões de Exu, haja vista que não existe o hábito nos terreiros de se promoverem sessões exclusivas para os Malandros. Já no Catimbó, é considerado um "mestre juremeiro". É creditado como pertencente à linha das almas, cujos seres humanos desencarnados auxiliam no benefício da humanidade como forma de expiação de uma vida anterior de extrema dissipação material.
Majoritariamente os seguidores de Zé Pelintra concentram-se nos ambientes urbanos de Rio de Janeiro e São Paulo, mas eles também podem ser encontrados no Nordeste do Brasil, entre os "catimbozeiros", e nas áreas rurais de praticamente todo o país.
Zé Pelintra, tanto na Umbanda como no Catimbó, é tido como protetor dos pobres e uma entidade de importância entre as classes menos favorecidas em geral, tendo ganhado o apelido de "Advogado dos Pobres", pela patronagem espiritual e material que exerce.
Com informações SRZD/Enciclopédia Livre
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