Igreja do santo sepulcro em Jerusalem tem contas bloqueadas por endividamento
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GLOBO
A Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, local onde segundo o cristianismo, Jesus teria sido crucificado e sepultado, teve sua conta bancária bloqueada por causa de uma dívida de R$ 4,5 milhões com a companhia de água e esgoto israelense, Haguichon. O caso agora foi parar nos tribunais. De acordo com o padre grego ortodoxo Isidoros Fakitsas, a conta bancária da igreja foi congelada há duas semanas como resultado de uma antiga disputa com a companhia. Ele ameaça fechar as portas do local - um centro de peregrinação para milhões de cristãos de todo o mundo - durante um dia, como protesto.
A igreja ganhou a promessa de isenção tributária do lendário ex-prefeito de Jerusalém Teddy Kollek, que governou a cidade de 1965 a 1993. A promessa era verbal. E o problema eclodiu com a privatização do serviços de fornecimento de água e esgoto e a criação da companhia Haguichon, em 1997. A conta, então, passou a ser cobrada.
O fornecimento foi cortado há dias. Nesta sexta-feira, o padre, um dos religiosos ligados à administração do complexo - dividida entre vários setores do cristianismo - disse ter tido sua conta bancária interditada pela Justiça há duas semanas, o que impossibilita compras e o pagamento de fornecedores, além dos salários de 500 padres, 2.000 professores e mias de 30 escolas cristãs em Israel, nos territórios palestinos e na Jordânia.
- Declararam guerra contra nós, e a Igreja está paralisada. Não temos dinheiro nem para comprar papel higiênico - desabafou, em Jerusalém, um outro integrante da administração ao jornal “Maariv”.
Após uma reunião de emergência esta semana com todos os líderes - franciscano, ortodoxo grego, ortodoxo russo, etíope e armênio -, decidiu-se enviar uma carta de protesto ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A ofensiva dos padres para impedir o fechamento de um dos lugares mais sagrados do cristianismo vai além. Mobilizado, o grupo promete, ainda, despachar queixas a líderes mundiais, como o presidente russo, Vladimir Putin, e o americano, Barack Obama.
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