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Teu passado te condena?

O remorso de Orestes


O “se” é mágico. Algo tão forte, que mesmo as programações mais básicas o usam. Se você usa planilhas eletrônicas com um pouco mais de intimidade, certamente já deve ter usado a função básica “SE”:

“Se tal numero for menor - ou maior, igual, diferente... - retornar tal resultado”

O mesmos para programações onde “if” (se), “then” e “else” fazem chover.

O “se” é nosso velho conhecido, pelo exercício de imaginarmos como seria “se”...:

“Se eu estudasse alemão, como seria minha vida?”
“Como seria se eu tivesse casado com esse ou aquele indivíduo?”
“Se eu estivesse lá, as coisas seriam diferentes...”
“Se fosse assim...”
“Se fosse assado... tostado? Grelhado?...”

Imagine se Judas Iscariotes tivesse aprendido algo no tempo em viveu com o Cristo, que as palavras do Mestre pudessem ter penetrado o entendimento daquele discípulo assim que foi para casa na noite em que o traiu, ouvindo o tilintar de 30 moedas de ouro em seu alforge.

O silêncio da noite em seu quarto, depois de anos de viagens, sentado na cama coberta com lençóis cheirando a guardado. Tirou as sandálias, olhou para o travesseiro e respirando fundo, deitou e procurou o sono... que nunca mais veio.

-Traidor... gritou a voz dentro dele, a realidade do que era, com as provas brilhando em sua frente, dinheiros provindo dos dízimos e ofertas, supostamente dinheiro sagrado bancando a morte de Jesus.

- Eu não queria que ele morresse quando o entreguei para ser preso... - argumentava consigo mesmo, mas um grito calava até seus pensamentos: “Teu passado te condena: Traidor!”

Assim foi, mesmo quando tentou devolver o dinheiro no tempo, diante do risinho sarcástico daqueles que o pagaram: por tradição, esse dinheiro não poderia voltar para os cofres santos, por ser dinheiro que comprou um assassinato.

Mas... e se?

E se Judas não tivesse ido até aos sacerdotes? Se, ao invés disso, procurasse Jesus e apesentasse a cara de pau deslavada de dizer: Mestre... me perdoa? Fiz besteira. A maior de todos os tempos. Se houver uma chance do senhor me absolver de tamanha maldade...

Se – de novo “se” - fosse eu?

-Vai para o inferno! Você acha que eu esqueci do que me fez? Eu não te avisei, Judas? Eu fiz algo para merecer de você isso? Trinta moedas? O valor de venda de um escravo? E sabendo que os fariseus me odiavam, foi procurar justo eles para fazer negócio? Vê se morre, Iscariotes...

Graças a Deus, eu, que ainda vivo de ressentimentos passados, não sou Jesus. Certamente, o Messias o teria absolvido, perdoado. Ele perdoou Pedro. Por que não Judas?

Infelizmente, Judas era Judas: ele não podia entender o tamanho do amor de Deus, nem teve forças para buscá-lo. O passado dominou-o, encheu seus olhos de escuridão deixando em sua visão apenas dois focos: Uma corda e uma árvore.
Morreu Judas, sem dinheiro, marcado pela eternidade com símbolo de traição, e covardia pelo suícidio. Entrou para história como maldito.

A culpa o matou. A culpa é algo letal. Um dia, ela não dará mais espaço para seus sonhos e vida.

Antes disso, vá ao Mestre.

O Zé deu uma passada na redação do Genizah e deixou esses escritos por lá.





 

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