CIÚME: A BESTA DO “AMOR”!
https://genizah-virtual.blogspot.com/2012/05/ciume-besta-do-amor.html
Caio Fábio
A frase de Paulo “o amor não arde em ciúmes” acaba com muitos dos disfarces de amor que, pelo ciúme, vestimos no nosso engano ou autoengano.
É muito ciúme a encharcar as nossas almas adoecidas!
Sim;
e tudo feito em nome do amor; de um amor que é tudo, menos amor; e que
seria melhor designado como posse, ou poder, ou controle, ou vaidade, ou
insegurança, ou propriedade, ou carência, ou medo, ou mesquinharia, ou
idolatria afetiva, ou culto ao sangue familiar, ou sentimento
narcisista, ou implicância, ou antipatia, ou simplesmente de maldade.
Assim, deve-se não apenas pensar no ciúme que nasce no coração de cônjuges ou namorados frágeis ou mesmo supostamente donos daqueles a quem pensam amar [...], mas, também, incluir em tal lista de enciumados [...] os
amigos, os pais, o avós, os tios, os parentes, os irmãos, os filhos, os
patrões, os pastores, e todo aquele que diz que sente ciúmes do que
ama, gosta, lhe pertence ou é seu há mais tempo...
Esses tais são os que acham que amor e relacionamentos são baseados em usocapião.
Vejo,
não apenas entre cônjuges e namorados — os classicamente detentores do
direito mortal ao ciúme —, mas também entre outros [...] como os que
acima mencionei [...], a doença do ciúme e suas expressões desgraçadas
de amor falsificado.
São
pais com ciúme do amor que seus filhos recebam de outras figuras
paterno/maternas, como se ter um filho amado ou que ame a outros com
qualidade que expresse um tipo de ligação filial/paterna fosse uma
desgraça, uma perda, uma blasfémia; ou são avós sofrendo da mesma
mesquinharia de alma, quando sentem que seus netos amam um outro que
igualmente os ame, com amor de qualidade semelhante ao que vincula
netinhos e avós; ou irmãos que passam a odiar aqueles que recebam e doem
fraternidade e irmandade aos seus irmãos de sangue [sangue!... grande
porcaria!]; ou amigos que fiquem loucos de raiva contra todo outro amigo
do amigo supostamente amado; ou parentes que passam a antipatizar
qualquer um que seja objeto de amor equivalente ao que se dê a um bom
tio, tia, primo, ou relativo, sem que nada oficial ou sanguíneo una o
tal “parente afetivo” àqueles aos quais os supostos parentes de direito
devotem amor enciumado como sendo um ente/objeto da família...
No
caso dos patrões, pastores, ou pessoas que exerçam influencia sobre
outras, não é nem em nome do amor que sentem seus ciúmes, mas em nome de
uma fidelidade adquirida pela vinculação institucional, o que faz de
tal ciúme algo equivalente ao ciúme de um dono de fazenda pelas suas
vacas e crias no pasto.
Sou
filho de uma família na qual havia os filhos e os afilhados, desde os
meus bisavós; e ambas as categorias se tornavam a mesma coisa para o
coração; posto que tanto os filhos quanto os afilhados, os que tinham
laços de sangue e os que eram filhos do afeto sem DNA, fossem igualmente
amados e aceitos por todos.
Meus
avós, paterno/materno, praticaram isto a vida toda. Cresci ouvindo meus
pais se referirem aos afilhados de seus pais como irmãos, e amando-os
como tais. E mais: eram contados na soma dos filhos dos meus avós e como
irmão deles; digo: dos meus pais e tios.
Quando
conheci o reverendo Antônio Elias e sua esposa, Maria José, depois de
um tempo, passei a chamá-los de pai e mãe, e nunca senti que meus pais
se achassem diminuídos por isto; afinal, era amor; e mais: meus pais me
amavam de fato, e, portanto, pela lógica do amor, amavam também a todos
os que genuinamente me amassem e eu a eles.
Mas
o que vejo toda hora [...] são filhos zangados com os pais se eles amam
outros entes [ou enteados] como igualmente filhos; ou tios irados
contra novos tios do afeto; ou amigos sentindo-se traídos por novas
amizades de seus amigos; ou avós enlouquecidos pelo fato de que seus
netinhos tenham avós do coração; ou pais separados que não admitem uma
relação de amor entre seus filhos e os novos cônjuges de seus
ex-cônjuges; ou pais se sentindo diminuídos pelo fato de os filhos
passarem a amar e ser amados pelos seus sogros como filhos a pais e
vice-versa; etc...
Para
tais pessoas [...] parece que o melhor cenário seria aquele no qual
seus filhos/pais/netos/amigos/parentes [etc...] fossem desprezados em
cada nova relação fora daquela que com eles acontece.
Sim! Este é o tipo de amor que dizem ser amor e que por eles é sentido!...
Deus me livre de tal amor, venha ele de onde vier. Não o quero. De fato, o abomino!
Que
amor é esse que não ama também àqueles aos quais os que amamos venham a
amar ou por eles venham a serem amados numa qualidade sublime de amor?
Ora,
é fácil dizer: não é o amor que faz tais demandas, mas sim o sentimento
mais animal e demoníaco possível; o qual é inferior ao que existe na
natureza dos instintos entre muitos animais, em meio aos quais, por
exemplo, uma tia aliá [elefanta] cria um elefantezinho como mãe, etc...
Assim, digo a você:
Não
se submeta às cobranças de ciúmes loucos feitas em nome de amores que
odeiem aos amem você ou que detestem aos que você ame com amor sadio e
verdadeiro!
Sim; pois aceitar que assim seja é abraçar doenças como se virtudes fossem.
Eu
jamais me submeti e nem me submeterei a essa baixaria menor do que
animal; pois, se amo, também amo a todos aqueles que amam aos que amam;
assim como não aceito que aqueles que digam me amar demandem que meu
amor se encolha para mais amores nesta vida.
O principio bíblico é simples:
Aquele
que ama o Pai, também ama a todo aquele que Dele é nascido; ou seja: a
todo outro a quem Ele chame filho e a Ele chame de Pai!
O que passar disto vem do diabo!
O
diabo é que ensina esses amores do inferno em nome da posse, do sangue,
do DNA, do direito, ou de qualquer outro pretexto anti-vida.
Esta é minha reflexão para você no dia de hoje!
Nele,
em Quem somos todos filhos adotivos [...] e o Único Unigênito do Pai
não sente ciúmes de nós, antes por nós se deu, e decidiu que tudo o que
era Dele seria nosso também, sendo Ele nosso irmão mais velho e nós Seus
co-herdeiros.
Persiga o @genizahvirtual no Twitter