Flamenco Ungido

 Calma, rubronegros, não estamos falando do FlamenGo, mas de flamenCo, a tradicional dança espanhola, mais afeita à região da Andaluzia. Tudo bem que o Flamengo anda levando um baile até do Coritiba ultimamente, e faz muito tempo que o Ronaldinho Gaúcho não bota ninguém pra dançar, mas nem por isso se ofenda. Também não estamos nos referindo a nenhum "atleta de Cristo" que joga na equipe carioca, desses que podem fazer qualquer coisa desde que paguem o dízimo e digam aos repórteres que foi "Deus que fez o gol". Só queremos proporcionar um pouco de arte (e que bela arte!) à sua alma latina (talvez ferida) neste feriado chuvoso. Um dos muitos ritmos típicos do flamenco são as sevillanas, que, como o nome sugere, vêm de Sevilha, capital da Andaluzia. 

O conhecido cineasta espanhol Carlos Saura, diretor que tem uma legião de ótimos filmes no currículo, entre eles "Cría Cuervos", "Flamenco" e "Tango", só para citar alguns, é o responsável também por "Sevillanas" (1992), em que homenageia uma série de bailados típicos da região de Sevilha. Um deles são as "Sevillanas Bíblicas", em que são cantados e dançados temas do Antigo Testamento, relacionados à sedução e à vaidade ("quanto maior a confiança, maior o perigo"), inclusive do livro deuterocanônico de Judite (que consta da Bíblia católica), especialmente na vila de Alosno, na província de Huelva, terra de Paco Toronjo, o cantor que interpreta magistralmente as canções sobre o rei Davi, Betsabé e Urias; Judite e Holofernes; Sansão e Dalila; e - por fim - Absalão e seus longos cabelos. 

Contorno da Sombra

Divulgação Genizah