Verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar
https://genizah-virtual.blogspot.com/2011/10/verdades-sobre-reforma-que-ainda.html
Alan Brizotti
Estamos na Semana da Reforma. 31 de outubro de 1517, Wittenberg,
Alemanha. Um novo tempo começava, das ânsias guardadas no cerne de
corações inflamados, surge uma nova forma, Reforma. Como um abençoado
eco de Wycliffe (1328-1384), cujos ossos foram queimados trinta anos
depois de sua morte, e de John Huss (1373-1415), o “ganso” que
profetizou sobre o “cisne”, um tempo de redescobertas começava.
Na porta da igreja do castelo de Wittenberg, 95 teses começavam a desmontar uma história de opressão teológica. A vida de Lutero era marcada por um demolidor peso de culpa e senso absurdo do pecado, até o dia em que ele se depara com Rm.1.17, onde sua mente é aberta para a verdade transformadora da justificação por graça e fé. No século XIX, a frase mais conhecida da Reforma seria popularizada: “Ecclesia reformata et semper reformanda est” (“A igreja reformada está sempre se reformando”).
Quais são as principais verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar?
I – O resgate da justificação do pecador por graça e fé
Questão central do Evangelho: Como podemos, míseros pecadores, ser alvos da graça de Deus? John Stott dizia que “ninguém entende o cristianismo, se não entende a palavra ‘justificado’". A justificação por graça e fé começa onde há libertação dos esquemas de merecimento: indulgências, peregrinações, penitências, ativismo eclesiástico.
Reafirmar esse princípio nos leva a desmascarar teologias que priorizam o ter em detrimento do ser. É o efeito Lutero destruindo a tirania do merecimento.
II – O resgate da autoridade normativa das Escrituras
A redescoberta do evangelho tem passagem obrigatória pela oração e estudo da Palavra. Na época de Lutero, a hermenêutica estava presa aos esquemas próprios e tendenciosos de interpretação da igreja. A reforma afirma que as Escrituras têm autoridade suprema sobre qualquer ponto de vista humano. Não somos chamados a pregar uma teologia, mas o evangelho!
Lutero dizia que “no momento em que lemos a Bíblia é quando o Diabo mais se apresenta, pois tenta nosso coração a interpretar as verdades lidas segundo nossa própria vontade, e não segundo a vontade soberana de Deus”.
É preciso redescobrir a centralidade da Palavra. Reafirmar esse princípio nos leva hoje a questionar nossa hermenêutica, a assumir uma atitude bereana (At. 17. 10, 11), uma atitude de quem pensa.
III – O resgate da igreja como comunhão dos santos
Lutero amava a igreja, não queria dividi-la, mas oferecer-lhe um caminho de cura. A igreja era governada pelo Papa, e não por Cristo. Somente o clero possuía a Bíblia, isso sem falar no acúmulo de riquezas e poder da igreja enquanto o povo sofria na miséria (isso lembra alguma coisa?). Para Lutero, a igreja é o “autêntico povo de Deus”, os líderes servem à igreja, e não podem se servir dela. Por isso Lutero reafirmou o sacerdócio geral de todos os crentes – todo cristão tem a responsabilidade de anunciar o evangelho.
Reafirmar esse princípio hoje, numa sociedade do egoísmo, do individualismo e da indiferença, é assumir um chamado ao arrependimento. Esse arrependimento abrange todos os “caciques denominacionais” que ainda exploravam o povo, até às mentalidades ingênuas que, por preguiça mental, nunca progridem na fé.
IV – O resgate da liberdade do cristão
Lutero redescobre o prazer de ser livre. Como somente Deus é livre, ele nos concede a liberdade por meio de Jesus Cristo (Jo. 8.31,32 e 36). Lutero perguntava: “para que serve a liberdade do cristão?”, ao que ele mesmo respondia: “o cristão é livre para amar”. Estamos dispostos a amar hoje?
Reafirmar esse princípio significa reavaliar todo e qualquer sistema de submissão opressiva, legalismos asfixiantes, estreitamentos neurotizantes, experiências carismáticas carentes de misericórdia, que destroem a liberdade.
V – O resgate da centralidade da cruz de Cristo
Através da libertação em Cristo, o cristão se torna “um Cristo para os outros”(Lutero), portanto, quem é cristão não pode dominar sobre os seus semelhantes, sob pretexto algum. Antes, solidariza-se com o sofredor, ajudando-o a carregar a cruz. Na cruz, o cristão vê crucificado o mundo. Dela vem a nossa vocação para estabelecer o reino de justiça, igualdade e paz. É o sinal supremo do amor de Deus.
Reafirmar esse princípio significa voltar à verdade de que não somos celebridades, mas servos. Como um cristão do passado dizia, “a vida oferece somente duas alternativas: autocrucificação com Cristo ou autodestruição sem ele”.
Somos chamados a discernir o espírito de cada época. Será que estamos dispostos a assumir o “efeito Lutero” em nossa prática teológica atual? Que a igreja seja sempre uma “igreja reformada, sempre se reformando”.
Alan Brizotti homenageando a reforma no Genizah
Nunca na historia da Igreja do Senhor Jesus Cristo necessitou de uma profunda, longa e séria reforma como vemos nessa geração.
ResponderExcluirA Igreja do Senhor Jesus está atolada de heresias e de malignidades, doutrinas de demonios como da prosperidade, cura interior, adereços como sal grosso, foigueira santa, carne de gideao, toalhinha e martelo do Valdomiro, BIBA a reais do Silas maracutaia, divisoes doutrinarias na Igreja, ( nossa são tantas coisas que nem dá para enumerar aqui ), e principalmente a apostasia.
Precisamos nao de um Lutero , mas ao menos uns dez mil Luteros e de uns 30 mil Apostolos Paulo para colocar pra correr tanta patiaria, canalhice gospel e desmandos que estão se fazendo usando o nome e o evangelho do Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Mas, ( ngraças a Deus que sempre tem um mas ) há ainda os sete mil que nao se dobraram a baal , e o Genizah é de fato uma voz profetica em meio a esses caos de falsos profetas e doutrinas de demonios que estamos vivenciando nessa geração.
Continuemos firmes , constantes no santo e incrivel proposito de estar somente com nosso Pai, nosso Deus e sua santa e eterna Palavra, pois aquele que perseverar até o fim será salvo.
Pastor Caleb
Necessária lembrança. Muito necessária, por sinal!
ResponderExcluirBRAVO!!!!
ResponderExcluir31 de Outubro: 494 anos da Reforma Protestante! Quer dizer que em 1517 Martinho Lutero enfrentou Roma pra que hoje você fosse "evangélico"!?
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