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E Deus escreveu no chão...



Alan Brizotti


"Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo" (João 8.6)

A cena é devastadora: uma mulher desesperada, sentindo a morte rondar-lhe por todos os lados. Um grupo radical, legalista e sua armadilha dogmática e impiedosa. Olhares mistos: curiosidade, raiva, expectativa e até um certo êxtase macabro, afinal a multidão adora espetáculos dolorosos. A mulher, no centro de todos os ódios, na convergência efervescente de todas as teologias. O ápice do caos parece iminente. Parece...

Jesus também estava lá. Ele sempre está perto de quem sofre. É o Deus da empatia: do grego, "em" + "patos": dentro do sentimento. O Deus de todos os "ais". O Deus que se sensibiliza, que conhece os bastidores da fúria, as cavernas do medo, as raízes de amargura, as palavras que se mesclam aos gemidos, os sonhos destruídos, a dor em toda sua extensão.

Levaram uma mulher para ser morta dentro do Templo. Teologias da vingança, da fúria e do terror não respeitam geografias. Têm pressa para matar. São os caçadores de escândalos que Davi tão bem retratou no Salmo 35. 21: "Com a sua boca dizem: nós vimos, nós sabemos de tudo!" Gente triste que só consegue um mínimo de prazer ao destruir a alegria dos outros.

Eles queriam um espetáculo do terror, e Jesus lhes deu um: em suas próprias mentes: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra" (8.7). Em cada mente um tsunami de impurezas começa a jorrar. Somos feitos da mistura estranhamente complicada de imperfeições. Não podemos sair mirando, fulminando, julgando. Esses verbos são conjugados em nossas almas todos os dias.

Jesus, curvado, escreve no chão... Deus escrevendo no pó!

Foi a ação mais extraordinária que ele fez. E deu tão certo! Até hoje - séculos depois - ainda estamos olhando para aqueles rabiscos. Jesus tirou de cima da mulher TODOS os olhares. Ele a libertou da munição do olhar.

Silêncio. Talvez alguns soluços daquela mulher. O texto, a narrativa de João insiste em colocar a marca que os maldosos queriam tatuar nela: adúltera! Jesus não! Ele se levanta e a chama de "mulher" - devolve a dignidade que a marca queria roubar. Mulher! Então faz a pergunta que complementa o processo de liberdade: "Onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?" Só condena quem julga - e Jesus não a julgou, ele a curou!

O Deus que escreveu no chão agora escreve uma nova história: "Vá e não peques mais!" É como se o Éden fosse redimido. É Deus dizendo à sua filha: "É melhor ficar comigo!" Não peque! Mas, como o mesmo João vai escrever depois: "mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (I João 2.1).



Por causa de Jesus sei que sou livre!










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  1. Maravilhoso!
    Deus seja louvado eternamente!

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  2. Escrevinhante E DIVULGADOR DE ESCREVINHANÇAS Danilo, esta passagem da mulher adúltera, consta na maioria das bíblias como incorporada indevidamente e não aparece na maior parte das cópias mais antigas das Escrituras Sagradas... Nas versões de João Ferreira de Almeida "O TEXTO COMEÇA E TERMINA ENTRE [...] CONFIRMANDO E ALERTANDO PARA ISTO! MAS, QUE DEUS/THÉOS/ "ZEUS" ESCREVEU ISTO AINDA É MAIS DUVIDOSO... GENTE COMO VOCÊ COMBATE A APOSTASIA, MAS A AFAGA AO MESMO TEMPO CONTEMPORIZANDO COM ESTE NOTÓRIO EVANGELHO EM NOME DE "JESUS/IESOUS/IESUS"... O combate contra a apostasia por meio de meias verdades, inclusive escriturais, obterá meios argumentos espirituais, meias medidas de cura da fé protestante evangélica filha da MAMÃE ICAR... A retórica deste poético mas infundado texto (pois sua existencia nos originais é questinada até mesmo nas bíblias que o divulgam), Danilo, é apenas folclórica... É "OLÍMPICAMENTE" BASEADA EM "ZEUS". Um abraço, escrevinhante e divulgador de escrevinhações Danilo. Pr. Gilberto Sereno

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  3. Escrevinhante e divulgador de escrevinhanças Danilo, esta passagem da mulher adúltera, consta na maioria das bíblias como incorporada indevidamente e não aparece na maior parte das cópias mais antigas das Escrituras Sagradas... Nas versões de João Ferreira de Almeida "O TEXTO COMEÇA E TERMINA ENTRE [...] CONFIRMANDO E ALERTANDO PARA ISTO! MAS, QUE DEUS/THÉOS/ "ZEUS" ESCREVEU ISTO AINDA É MAIS DUVIDOSO... GENTE COMO VOCÊ COMBATE A APOSTASIA, MAS A AFAGA AO MESMO TEMPO CONTEMPORIZANDO COM ESTE NOTÓRIO EVANGELHO EM NOME DE "JESUS/IESOUS/IESUS"... O combate contra a apostasia por meio de meias verdades, inclusive escriturais, obterá meios argumentos espirituais, meias medidas de cura da fé protestante evangélica filha da MAMÃE ICAR... A retórica baseada neste texto (que as próprias bíblias que o contém questionam como verdadeiro e constante nas ESCRITURAS SAGRADAS ORIGINAIS),Danilo é apenas folclórica... É "OLÍMPICAMENTE" BASEADA EM "ZEUS". Um abraço, escrevinhante Danilo.

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  4. "Vá e não peques mais..." [... porque se você pecar, aí sim eu vou te julgar e te lançar no fogo do inferno, e para sempre, pois o perdão que eu dou agora poderá se converter em castigo na lógica do 70 vezes 7, estou acumulando...]

    Parece ridícula e agressiva a colocação, mas é o tipo de idéia implícita na lógica teológica que embasa a maior parte dos discursos cristãos convencionais, a saber, que o perdão de Deus é condicional e exclusivo para aqueles que em um dado momento de sua vida levantam seu braço direito e afirmam "eu quero Gizuz".

    Sim, em Cristo somos livres, e esta liberdade implica reconhecer nossa condição de pecador, o que nos leva a perceber o equívoco que é se colocar como juiz de outrem, sejam eles cristãos, espíritas, muçulmanos, animistas ou mesmo ateus. É evidente que a aplicação deste mecanismo de perdão/juízo já é bastante reconhecido em nossos sermões e reflexões cristãs contemporâneas no que se refere à culpa imediata; acredito, porém, que esta mesma discussão necessita de ser melhor abordada e ampliada para a perspectiva de eternidade, ou seja, céu e inferno. Não acredito que esta seja já uma questão esgotada; pelo contrário, penso que constitui uma das maiores contradições que marcam ainda o pensamento teológico e talvez um empecilho ao conhecimento pleno da pessoa de Deus em Cristo, o que torna desequilibradamente dúbia, ainda que silenciosamente, a moral cristã.

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  5. Nossa. que bonito, cara.
    Não tinha pensado pelo lado de "Deus escrevendo no pó". Muito boa a colocação.

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  6. Excelente o texto... bem oportuno para os dias atuais...

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  7. São esses detalhe que me fazem me apaixonar por Cristo sempre...Me amarrei no título e na expressão "o Deus da empatia". É isso aí. Graças ao Deus que é e simplesmente é.

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  8. Allan Brizotti, parabéns pelo texto. Minha interpretação do mesmo é a seguinte: no coração de PEDRA daqueles que queriam apedrajar a mulher, estava escrito, como na PEDRA, dada a Moisés: Não adulterarás. Jesus, que vem revelar um Deus de Amor, não escreve mais a lei em PEDRA, mas no coração... e, mostrando isso, ele escreve na areia, como que quem diz: "a LEI, escrita na PEDRA, perene, eterna, olha o que eu faço com ela... escrevo essa mesma lei "Não adulterarás" na areia, porque a lei eu posso apagar,escrevendo na areia, mas a vida de um ser humano, isso é precioso demais para mim".
    Os judeus agiam com a moral nas mãos, Jesus questiona a moral, ele é ÉTICO!!!
    Alex, católico.

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  9. Eu creio q toda a Escritura seja sagrada, apta a ensinar, redarguir, instruir, libertar, curar, sarar, purificar, etc etc etc e nao aceito um Pr , seja de q denominaçao for venha apesar do titulo q carrega contestar a palavra de Deus por haverem colocado entre colchetes uma passagem. Eu creio q se esta na palavra, esta por que Deus assim o permitiu.

    Nao caiam nessas conversas de originais sejam gregos ou troianos, mas sim na Palavra de Deus que vem salvando, libertando e curando atravez de seculos.

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