A Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida se desliga da Aliança Cristã Evangélica Brasileira (ACEB)
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A Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV) se desligou oficialmente da Aliança Cristã Evangélica Brasileira (ACEB), por decisão do Bispo Primaz, Walter McAlister - que também pediu demissão do seu cargo no Conselho Geral da mesma. As razões para o desligamento foram apresentados em primeira instância aos membros do Conselho e, dois dias depois, a todos os integrantes da ACEB. Reproduzimos abaixo, na íntegra, o texto do comunicado enviado por Bispo McAlister para justificar o desligamento:
Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2011
Caros irmãos e irmãs em Cristo da ACEB,
Escrevo a vocês para comunicar, com muito pesar e decepção, mas de
maneira irrevogável, a minha demissão do Conselho Geral e o desligamento
da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV) da Aliança Cristã
Evangélica Brasileira (ACEB). Fato já comunicado aos membros do Conselho
Diretor no início desta semana. Mas sinto que devo uma explicação a
todos os que participam da Aliança justificando minha decisão, por isso
lhes mando este documento.
Descrevo abaixo a quem interessar as razões que me forçaram a tomar
essa decisão, levada a termo com base em minha experiência como líder de
uma Aliança que existe há 18 anos (a ICNV) e que se mantém unida e
atuante desde então. E, o que escrevo a seguir, peço que compreeendam,
não tem o objetivo de promover qualquer tipo de desconforto ou desunião,
mas o faço apenas a título de explicação:
1. Acredito que a ACEB está tomando rumos que se desviam das
metas principais que uma aliança de igrejas evangélicas de uma nação
deveria tomar. Em vez de unir-se em prol de buscar a essência
do Evangelho dentro da diversidade de manifestações denominacionais e
doutrinárias, vejo que a organização opta por se tornar uma voz
política. Erro esse que, aliás, já foi cometido no passado por outras
iniciativas similares. Diante disso, sou obrigado a concluir que se
seguirmos por esse caminho a ACEB simplesmente não dará certo.
2. Desejo muito ver a união da Igreja evangélica
brasileira, em especial mediante a percepção (explicitada em meu livro
“O Fim de Uma Era”) de que ela sofre de muitos males que precisam ser
discutidos, problemas como falta de devoção, reverência e liderança; o
fascínio com celebridades; o mercantilismo; o consumismo; divisões;
facções; uma clara tendência de politizar os nossos anseios (buscando no
Estado a solução dos males da nossa sociedade) e a volta de antigas
heresias que precisam ser denunciadas como tais. Diante desse cenário,
vi na ACEB uma possível alternativa para as igrejas brasileiras
definirem sua essência e assim se depurar. Foi uma alegria ver uma
tentativa de resgate da Igreja. Mas, infelizmente, passados esses meses,
o que observo é que esses pontos fundamentais estão sendo
ignorados e a ACEB está se tornando apenas mais uma entre tantas
instituições que visam a palpitar e tentar influenciar politicamente e
midiaticamente o que está nas manchetes dos jornais – mesmo que seja em
nome de causas nobres.
3. Desde o início dos trabalhos da ACEB busquei trazer
à mesa o aprendizado e o conhecimento que todos os meus anos como líder
de uma denominação que existe pela aliança voluntária de igrejas
independentes me proporcionaram. Mas percebi que minhas
ponderações e protestos em prol do que julgo ser importante de fato
foram inócuos, como em relação aos manifestos publicados a respeito de
iniciativas do Estado e o que percebi ao meu redor foi o desejo de
ingressar no universo de influência das esferas políticas do país. Um
erro crasso, aliás, já cometido ao longo de dois mil anos de História de
Igreja e que só trouxe problemas e poluição para a Igreja cristã.
4. Em vez de discussões relevantes para a
purificação da Igreja de Jesus Cristo no Brasil, presenciei em alguns
trabalhos da ACEB discussões superficiais ou alienígenas à proposta do
Evangelho, como “a necessidade de se fazer um manifesto sobre o
aumento salarial dos deputados federais na ordem de 60%”. O argumento
foi que “teríamos de fazê-lo para que afirmássemos um viés profético”.
Só que voz profética é proclamar o que vai contra o que toda a sociedade
aprova. E, nesse aspecto, nós fomos apenas mais uma voz na multidão,
visto que aquela reclamação a sociedade inteira já estava fazendo. A
ACEB não foi criada para chover no molhado e dizer o que todos já dizem.
5. A Igreja de que o Brasil precisa não existe. Por
isso, temos que liderar com palavras de resgate de sã doutrina, ética e
espiritualidade. Questões como a infalibilidade das Escrituras sequer
foram incluídas nos documentos, e quando questões como essa foram
levantadas, e apoiadas por muitos, a resposta foi que qualquer mudança
na declaração de fé teria que ser uma resposta a erros claros de
doutrina da igreja. Ou seja: os assuntos fundamentais simplesmente não estão avançando nas ações da ACEB.
6. Para meu total estarrecimento, fui surpreendido ao
ser informado que na convocação nacional de novembro próximo teríamos de
ouvir uma declarada candidata ao Governo Federal, a senadora Marina
Silva, dizer para a Igreja de Jesus Cristo “O que o Brasil espera da
Igreja”. Ou seja, uma representante do Estado é quem deve dizer a
sacerdotes qual é a nossa missão em nossa nação? A lógica disso escapa à
minha compreensão, exceto pela percepção clara de que essa é uma busca de proximidade ao poder político.
7. Esse fato deixou claro a meus olhos o
quanto a ACEB está se desviando da proposta de resgate de uma
espiritualidade que poderia levar a Igreja brasileira a ser sal da terra
e luz do mundo e adotando uma proposta de caminhar pelos corredores do
poder, realmente acreditando que isso nos levará a cumprir a missão a
nós confiada por Cristo. Só que não vai. Uma análise histórica
das vezes em que a Igreja se emiscuiu com o Estado torna evidente que
essa opção simplesmente não é o caminho. É perda de tempo para a causa
do Evangelho e pode provocar danos gravíssimos, como as páginas dos
livros de História nos demonstram inequivocamente.
8. Mediante fatos como os descritos acima, ficou claro que estávamos formando um corpo representativo e não um ministério de resgate da união da igreja. E disso, sinceramente, o Reino de Deus não precisa.
9. A gota d’água para que eu tomasse a decisão de me desligar
do Conselho foi o recebimento do comunicado da intenção do Conselho
Diretor de dar as mãos ao governo petista sob o lema “A Igreja ouve o
grito de Dilma”. Pelo que analisei, faz parte dessa intenção
não somente cooperação mas, também, solicitar doações das igrejas para
fins sociais do governo federal – que já gasta nababescamente o dinheiro
que tira da população sem a nossa anuência e sob ameaça de sanções aos
que sonegam os tributos ditados pelo Estado. Se é para adotar
iniciativas como essa que a ACEB foi criada, lamento, mas me recuso a
participar disso.
10. Há causas extremamente graves para o destino eterno de
almas humanas a que nossos esforços precisam se dirigir muito mais do
que as que a ACEB vem propondo e, com base nas Escrituras,
entendo que não posso investir meu tempo e minhas energias em ações que a
meu ver gerarão apenas ações políticas momentâneas, mas que ecoarão
pifiamente pela eternidade.
11. A Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV),
representadas por mim, tem o forte desejo de promover a união do Corpo
de Cristo – mas pelos caminhos bíblicos e não mediante lobbies
políticos, participação em projetos do Estado, presença em comício e
iniciativas similares que estão no escopo de ONGs, partidos políticos,
associações de moradores, sindicatos e instituições que nada têm a ver
com o Reino de Deus. Foi a busca da união que nos motivou a nos afiliar à
ACEB, como também a aceitar a minha indicação como conselheiro. Só que os
rumos que a ACEB tem claramente tomado ferem a o manual de ética da
ICNV, que, em seu artigo 11, proibe qualquer envolvimento dos nossos
sacerdotes em atividades de cunho político. Por isso eu, como
líder e exemplo para cerca de 200 sacerdotes da ICNV e mais de 50 mil
membros da denominação, não posso aceitar fazer parte de uma organização
que, em nome de ser uma “Aliança Cristã” está se tornando uma
instituição que se alia ao poder público para avançar causas que julga
serem o caminho legítimo de avanço do Reino de Deus, mas que entendo ser
um trágico equívoco – e que terá graves repercussões no futuro para a
Igreja evangélica brasileira.
Mediante todas as razões acima apresentadas, lamento ter que me desligar da ACEB, mas quero deixar claro ainda que:
A. Não há em mim rancor, mas sim uma percepção mais clara do que de fato é o anseio de setores que participam da liderança da ACEB.
B. Faço isso a contragosto;
C. Todos os
laços pessoais de afeto, apreço, amor e carinho de minha parte para com
todos os integrantes da ACEB com quem pude comungar permanecem
inalterados. Minha questão aqui não é com pessoas, é com objetivos e
metodologias de uma organização que, hoje, não vejo sentido de continuar
a pertencer. Respeito e só quero bem a todos os membros da ACEB. Tenho
carinho pelos integrantes dos vários conselhos. Há pessoas realmente
notáveis agregadas a essa organização e pelas quais tenho afeto e
amizade pessoal. É com respeito a todos que me despeço desta
instituição, embora continuemos irmãos de fé e, espero, amigos.
D. Só o
faço por entender que os rumos que a ACEB está inexoravelmente tomando
não avançarão em absolutamente nada a causa de Cristo e a purificação
urgente da Igreja evangélica brasileira;
Que Deus guie e abençoe a cada um. Que o Senhor abençoe a Sua Igreja no
Brasil e a cada um de vocês em particular. Permanecererei orando para
que a Igreja de fato venha a se unir e haja um resgate claro da fé
evangélica, que está se corrompendo em muitos ambientes, fato sobre o
qual já comentamos e concordamos.
Na paz e no amor do Mestre,
+ Walter McAlister
Bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida
Só uma frase:
ResponderExcluirParabéns, bispo Valter, por não se contaminar com as finas iguarias do rei.
PARABÉNS Bispo Walter McAlister!!! Tenho orgulho de fazer parte da ICNV. Não devemos nos contaminar. Forte abraço e muito Jesus na ALMA!!!
ResponderExcluirQuero deixar aqui minha admiração pela coragem e compromisso com o Reino de Deus que teve o bispo Valter.
ResponderExcluirParabéns, são de homens assim que a igreja brasileira está ṕrecisando.
realmente a igreja cristã perdeu sua identidade, não sabe mais qual o seu papel nesse mundo. e o pior ainda se deixa conquistar pelos manjares da babilônia. difícil decisão e espero que seja a correta.
ResponderExcluirValeu Bispo, Parabéns!!! Creio que o caminho correto é sempre o Evangelho puro e simples. Uma coisa: 200 sacerdotes??? Só temos um único sacerdote, sumo e eterno: Jesus Cristo!!!
ResponderExcluirQue maravilhoso é constatar que os que não dobraram os joelhos à Baal estão se manifestando, tomando posições bíblicas sólidas e corajosas. Nosso dever não é outro que não o de apoiar atitudes como as do rev. McAlister. Temos para isso duas poderosas armas ao nosso favor: uma outorgada por Deus, a Bíblia Sagrada, e outra pela inteligência humana (também concedida pelo Criador), a Internet. Vamos usá-las com sabedoria pelo estabelecimento do Reino de Deus e Sua exclusiva Glória.
ResponderExcluirComunicado com efeito tão devastador quanto uma bomba atômica !
ResponderExcluirSempre pensei que a falta de uma instituição, séria, era o que faltava para agir como o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo manda. Demostrando que os verdadeiros Cristãos não eram “um bando de fanáticos e alienados” na sociedade. Pelo visto é mais uma instituição que começa bem e caminha mal. Mais uma que se acopla ao “sistema”, no famoso é dando que se recebe. Parece que me iludi nesta utopia. Acho que nunca haverá uma ” CNBB protestante ” como conceito de voz unica de verdade Cristã com compromisso verdadeiro com a palavra de DEUS.
Discordo do Bispo na parte em que disse : ” C. Todos os laços pessoais de afeto, apreço, amor e carinho de minha parte para com todos os integrantes da ACEB com quem pude comungar permanecem inalterados. Minha questão aqui não é com pessoas, é com objetivos e metodologias de uma organização que, hoje, não vejo sentido de continuar a pertencer. Respeito e só quero bem a todos os membros da ACEB. Tenho carinho pelos integrantes dos vários conselhos. Há pessoas realmente notáveis agregadas a essa organização e pelas quais tenho afeto e amizade pessoal. É com respeito a todos que me despeço desta instituição, embora continuemos irmãos de fé e, espero, amigos.” São pessoas e seus desejos, vaidades, concupsicências e por aí afora que o levaram a refletir e se desligar da instituição. Se não concordou com rumo que a instituição estava tomando, o que também concordo com ele, Bispo, foi causado por idéias, objetivos e propostas feitas por pessoas. O sistema ( instituição ) não tem vontade própria, tudo é composto, movido e feito por pessoas.
Compare com um herege, nunca começa falando barbaridades. Fala do ” meio da conversa” para frente. Então toda instituição começa cheia de bons ideiais e depois, por causa de desejos pessoais, desanda.
Infelizmente gente no processo, estraga tudo !
Ô raça de víboras! Pensam que estão tomando conta de tudo! Aguardem o que lhes está reservado!
ResponderExcluirEngraçado esse discurso do Bispo Walter...no mínimo curioso...
ResponderExcluirPor isso que eu sou da Nova Vida.
ResponderExcluirAcredito que a decadência da igreja teve inicio com a falsa conversão do Imperador Constantino.
ResponderExcluirDesde de então a igreja sofreu um retrocesso espiritual, onde surgiram várias disputas pelo poder, causando o cisma entre a Igreja Grega e a Igreja Romana. Em 1517 um monge agostiniano protesta contra os abusos cometidos pela igreja Romana, a qual se julgava acima do bem e do mal.
Dentre as 95 teses de Lutero 5 são consideradas como as diretrizes da reforma;
só a fé, só a graça, só a escritura, só Cristo, e Glória somente a Deus.
Hoje os pseudos pastores acrescentariam, sola oferta,e sola dízimos.