Jacob Arminius e a Escravidão da Vontade: O Duelo!
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Marcelo Lemos
Carrego comigo certa dose de admiração por Jacob Arminius, teólogo holandês que emprestaria seu nome ao sistema teológico conhecido como Arminianismo. Essa é uma declaração um tanto perigosa considerando que sou convicto Calvinista. Mas, quando se fala em Jacob Arminius tem-se a impressão de que a maioria dos seus críticos jamais se deu ao trabalho de ler seus escritos – o mesmo vale para os críticos da teologia de João Calvino. E, lendo Arminius tenho encontrado valiosos tesouros, apesar de rejeitar partes importantes de sua Soteriologia.
Gostaria mencionar também certa injustiça que é feita a teologia de Arminius. Desde sempre sua tese tem sido acusada de “Pelagianismo”, uma acusação imprecisa. Aqueles que fazem tal acusação nada sabem sobre qual era a heresia de Pelágio, ou nada sabem sobre a teologia de Arminius. A heresia pelagiana consistia na negação do Pecado Original. É verdade que isso geraria um ferrenho debate sobre a Graça de Deus, incluindo a Predestinação, mas o coração da heresia estava na negação do Pecado Original.
Além disso, Pelágio defendia que a morte de Cristo teria sido para nos deixar um exemplo, e não uma Obra Vicária; consequentemente, defendia que a natureza humana era capaz, por si mesma, de mudar sua própria sorte e redimir-se, seguindo o exemplo deixado de Cristo. Os pontos centrais da doutrina Pelagiana consistiam no seguinte: (a) Ao pecar Adão prejudicou apenas a si mesmo, não a raça humana; (b) As crianças nascem no mesmo estado de pureza que Adão tinha no Édem; (c) A raça humana não morre com o pecado de Adão, nem vive novamente pela Ressurreição de Cristo; (d) Que a Lei era um guia tão para o céu quanto o Evangelho; (e) Mesmo antes do Advento de Cristo os homens podiam viver sem pecado.
Jacob Arminius, no entanto, jamais negou o Pecado Original, nem questionou a Total Depravação da Natureza Humana.
“Esta é minha opinião sobre o livre-arbítrio do homem: em sua primitiva condição, quando saiu das mãos de seu Criador, foi o homem dotado de uma grande porção de santidade, conhecimento e poder, que lhe permitia compreender, amar, considerar, desejar e operar o verdadeiro bem, de acordo com os mandamentos que lhe foram entregues. Porém, nenhuma dessas coisas poderia ele realizar se não fosse por meio do auxilio da Graça Divina. Mas, em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de por si mesmo, sequer pensar, querer ou fazer aquilo que é verdadeiramente bom: é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições, vontades, e em todas as suas habilidades. Por Deus, em Cristo, através do Espírito Santo, é que ele pode ter capacidade a entender, estimar, desejar e operar o verdadeiro bem. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, tendo sido liberto do pecado, torna-se capaz de pensar, querer e fazer aquilo que é bom, no entanto jamais sem o contínuo auxilio da Graça Divina” (ARMINIUS, Jacob; The Works of James Arminius, Volume I).
Não consigo encontrar o menor traço da heresia pelagiana no modo como Arminius descreve a condição espiritual do homem caído. Muito pelo contrário: sua visão a respeito da condição do homem não-regenerado é maravilhosamente bíblica e, por isso mesmo, é tão semelhante a teologia calvinista. O que não significa que sua teologia era completamente saudável. Falamos sobre isso mais adiante.
Em primeiro lugar observem isto: não preciso ir a Calvino ou Lutero para negar a teoria do Livre-Arbítrio – basta-me Jacob Arminius! “Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação,... torna-se capaz”, ensina Arminius. Este é o ensino Bíblico. Este é o ensino Calvinista. Esta é, em última análise, uma negação do livre-arbítrio. Arminus defende que o homem é absolutamente escravo do pecado, e do pecado não pode se livrar a menos que seja regenerado, então, basta-nos isto para negar a tese do livre-arbítrio, como fez magistralmente Lutero:
“Se todos os homens possuem ‘livre-arbítrio’, ao mesmo tempo em que todos, sem qualquer exceção, estão debaixo da ira de Deus, segue-se daí que o ‘livre-arbítrio’ os está conduzindo a uma única direção – da “impiedade e da iniquidade”. Portanto, em que o poder do ‘livre-arbítrio’ os está ajudando a fazer o que é certo? Se existe realmente ‘livre-arbítrio’, ele não parece capaz de ajudar os homens a atingirem a salvação, porquanto os deixa sob a Ira de Deus” (LUTERO, Martinho; Nascido Escravo; Editora Fiel).
Lutero foi direto ao ponto: se o homem é escravo do pecado, mesmo que o livre-arbítrio existisse não seria capaz de ajudá-lo em nada. O livre-arbítrio é tão escravo do pecado quanto o próprio homem, pois tudo que a vontade humana consegue fazer por si mesma é o pecar: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Romanos 7.18). Sabiamente alguém definiu o problema nos seguintes termos: Livre-arbítrio, um escravo!
“Vamos, no entanto, nos referir à grande doutrina da Queda. Qualquer pessoa que acredita que a vontade do homem é inteiramente livre, e que pode ser salva por meio dela, não acredita na Queda. Como, às vezes, tenho lhes dito: poucos pregadores acreditam plenamente na doutrina da Queda, ou então apenas acreditam que Adão, quando caiu, quebrou seu dedo mindinho, e não seu pescoço, arruinando assim a sua raça. Ora, amados, a Queda quebrou o homem completamente. Não deixou nenhuma capacidade inalterada; todas foram despedaçadas, degradadas e manchadas. Como um poderoso templo, os pilares podem estar ali, as colunas, até o pilar principal, mas, todos eles foram quebrados, ainda que alguns retenham suas formas e posições. Às vezes a consciência do homem retam muito a sua ternura - no entanto, esta caída. A vontade também não está isenta. Embora seja o maioral de Mansoul - conforme Bunyan o chama - o maioral erra. O senhor vontade - voluntarioso - estava continuamente errando.
A natureza caída que vocês tem foi colocada fora de ordem; sua vontade, entre outras coisas, afastou-se completamente de Deus. Eu lhes direi que a melhor prova disso: é o grande fato de que nunca encontraram um cristão, em toda a sua vida, que dissesse que ele veio a Cristo, sem que antes Cristo tivesse vindo a ele” (SPURGEON, Charles H,; Livre Arbítrio: Um Escravo).
Veja todos estes três, incluindo Jacob Arminius, me dizendo a mesma coisa: a completa impotência da vontade do homem não-regenerado. Isso implica na negação do livre-arbítrio, ao menos enquanto algo que possa ajudar o homem a fazer algo melhor por si mesmo. O livre-arbítrio, se existe, é tão escravo do pecado quanto o homem! Evidentemente o leitor atento irá perceber a ironia: “livre-arbítrio escravo” é uma auto-contradição que invalida a própria tese do livre-arbítrio. Por outro lado, a negativa da escravidão da vontade implica a negação dos efeitos da Queda, e incorre na heresia pelagiana!
Então, como eu disse no início, a teologia de Jacob Arminius não é completamente saudável. Esse é nosso segundo ponto. Quando Arminius se propõe a definir o estado espiritual do homem faz um bom trabalho, como vimos acima. Porém, incapaz de se render as implicações óbvias de sua própria conclusão, torna-se inimigo das Escrituras e contradiz a si mesmo.
Questionado sobre suas posições, Arminius envia aos Curadores da Universidade de Leyden ,um documento contendo Nove Questões (Nine Questions), em Novembro de 1605. Ao responder uma das perguntas – como pode Deus exigir que o homem tenha fé se o homem é incapaz de ter fé por si só? – o celebre teólogo holandês responde:
“Deus pode fazer tal exigência, já que ele determinou conceder ao homem graça suficiente pela qual ele possa acreditar” (ARMINIUS, Jacob; The Works of James Arminius, Volume I).
O homem , segundo admite Arminius, não tem nenhuma capacidade de crer em Jesus e fazer verdadeiro bem. Sua natureza encontra-se fatalmente corrompida pelo pecado. Arminianos e Calvinistas estão de acordo sobre este ponto. Mas se tal conclusão é verdadeira (já vimos que é), como pode o homem ser salvo? Como pode o homem vir a crer em Jesus? Arminius argumenta que Deus concede ao homem “graça suficiente pela qual ele possa acreditar”.
Neste ponto, Arminus contradiz sua própria teologia sobre a Queda, e claro, o ensino das Escrituras. Como vimos, Arminus defende que os efeitos da Queda foram tão devastadores sobre a natureza humana, que só podemos crer depois de sermos regenerados: “...é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições, vontades, e em todas as suas habilidades... Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, tendo sido liberto do pecado, torna-se capaz...” (ARMINIUS, Jacob; The Works of James Arminius, Volume I).
Todavia, não querendo admitir as conclusões evidentes de sua própria teologia, ele defende que Deus concede ao homem não-regenerado “graça suficiente pela qual possa acreditar”. De posse de tal “graça suficiente”, o homem “pode ou não acreditar”. Em outras palavras, está sendo dito que o homem está em trevas absolutas, mas Deus acende uma luz diante de seus olhos, dando-lhe a chance de crer.
A tentativa que Jacob Arminius faz para salvar a livre escolha do homem é completamente absurda. Se ele defende que o homem só pode crer se for, primeiro, regenerado, como pode conceber a ideia de que tal regeneração ocorra divorciada da fé? Por acaso Deus regenera o homem e depois pergunta se ele quer acreditar em Jesus? Ou será que “graça suficiente para crer” não é o mesmo que “regeneração”? Neste caso, a afirmação de que é preciso ser regenerado para se capaz crer não terá sido mais que um habilidoso jogo de palavras?
De modo que, assim como não é justo acusar a teologia de Arminius de pelagianismo, não se pode evitar tão facilmente a acusação de “semi-pelagianismo”. Tal acusação nasce justamente da contradição inerente ao pensamento do teólogo holandês: O homem pode crer sem ser regenerado primeiro? Essa “regeneração” – da qual fala Arminuius – é uma “ajuda” que Deus dá ao homem depravado, ou é o milagre do Novo Nascimento? Para ter fé o homem precisa de certo auxilio do Espírito, ou precisa que o Espírito opere o milagre da nova vida, regenerando-o?
O ensino bíblico é claro: Deus concede vida ao homem, de modo livre e soberano. Nas Escrituras, a salvação não depende do home ser capaz de escolher o bem. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último Dia” (João 6.44). “E dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido” (S. João 6.65). “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (S. Mateus 11.27). “Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Romanos 9.15,16).
Por fim, quando Deus interfere na existência humana não é para abrir uma possibilidade de salvação, mas para salvar efetivamente. Ele não apenas iluminou nossos olhos, ele nos ressuscitou! “Antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos da Ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus – para mostrar nos séculos futuros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós: é dom de Deus” (Efésios 2.3-8).
Marcelo Lemos é do time do Genizah
Oh Marcelão falou tudo esta ai de graça....Pra todos.
ResponderExcluirLIVRE-ARBÍTRIO É SIMPLESMENTE RIDÍCULO
ResponderExcluirJá foi provado além de toda controvérsia que o livre-arbítrio é uma tolice. A liberdade não pode pertencer ao arbítrio como a ponderação não pode pertencer é eletricidade. Elas são coisas completamente diferentes. Podemos crer em agente livre; porém o livre-arbítrio é simplesmente ridículo. É bem conhecido de todos que a vontade é dirigida pelo
entendimento, movida por motivos, conduzida por outros componentes da alma e considerada como algo secundário.
Tanto a filosofia como a religião, descartam de uma vez a idéia de livre arbítrio; e eu vou tão longe quanto Marinho Lutero, em sua forte afirmação, onde ele diz:"se algum homem, de alguma maneira, atribuir a salvação ao livre-arbítrio do homem - mesmo a íntima parte - nada sabe sobre a graça e não conheceu Jesus Cristo corretamente". Pode parecer
uma declaração severa; todavia, aquele que em sua alma crê que o homem faz o seu próprio livre-arbítrio voltar-se para Deus, não pode ter sido instruído por Deus, pois esse é um dos primeiros princípios que nos é ensinado quando Deus começa Sua obra em nós: não temos nem vontade nem poder, posto que Ele concede ambos; porquanto Ele é "o Alfa e o Ômega" na salvação do homem.
Sumário
ResponderExcluirNeste sermão nossos quatro pontos principais serão - Primeiro, todo homem está morto porque o texto diz: "mas não quereis vir a mim para terdes vida". Segundo, Há vida em Jesus Cristo - "...não quereis vir a mim para terdes vida". Terceiro, Há vida em Cristo Jesus para todo aquele que vem recebê-la" (...) "não quereis vir a mim para terdes vida". Isso implica em que todos que vão, terão vida. Quarto e o sentido do texto é: ninguém por si mesmo jamais virá a Cristo, pois o texto diz: "...não quereis vir a mim para terdes vida". Portanto, longe de afirmar que os homens por suas próprias vontades fariam tal coisa, o versículo nega-o categoricamente e diz: "NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida". Ora, amados, estou quase pronto a exclamar: será que os defensores do livre-arbítrio tem tão pouco conhecimento a ponto de desafiar a doutrina da inspiração? Estão destituídos de senso todos aqueles que negam a doutrina da graça? Tem se afastado tanto de Deus que torcem isto para provar o livre-arbítrio onde
o texto diz: "... NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida"?
É UM SERMÃO GRENDE DO SPURGEON, QUEM QUISER ME MANDE UM E-MAIL QUE EU MANDO COMPLETO. cabrabruto@hotmail.com
Um dia, chegaremos todos à conclusão de que não devemos nos apegar ãs doutrinas de um ou de outro, só à de Cristo. Como Arminius e Calvino entendiam as coisas de Deus, como Paulo e Pedro, ou Apolo, etc, destrincharam os Evangelhos, a meu modesto ver, não deveria servir para nos posicionarmos totalmente a favor de um e totalmente a favor de outro. Partidarismo - se chama isto. Quando todos os cristãos entendermos estas coisas, seremos um só corpo, um só Espírito, uma só Igreja, e todos seres pensantes que buscam conhecer mais de Deus estudando Sua Palavra e buscando intimidade particular com Ele.
ResponderExcluirMarcelo,
ResponderExcluirÉ evidente que ele se contradiz, posto que sua definição de escravidão decorrente da queda, sequer existe. Essa escravidão não existiu de fato, ela é apenas hipotecada, e a resturação por meio da graça preveniente já vem sendo pressuposta em tal argumento.
Uma outra questão não tratada, é que o arminianismo, embora não negue o pecado original, nega a culpa herdada. Isso porque em decorrência da graça preveniente concedida, o seu livre arbítrio é restituído ao ponto de uma liberdade adâmica ser considerada, por meio da qual se torna apto de querer o bem.
O argumento arminiano sobre a escravidão, não leve em conta um tempo real no qual o homem era de fato livre, senão um tempo hipotecado de um estado hipotecado de como haveria de ser, caso Deus não intervisse, dando-lhe a capacidade pela qual buscaria a Deus.
Por mais que seja esse, em linhas gerais o argumento sinergista arminiano, o íncrível é que eles -Armínio, remonstrantes e arminianos wesleyanos - aind sim possuem tênue diferença em algumas questões.
Graça e Paz
Mizael Reis
O arminianismo mantém a doutrina do livre-arbritrio, principalmente para salvar a Deus da inevitável conclusão da teologia calvinista, qual seja, de que em ultima instância, Deus é o autor do próprio mau que combate, o que seria uma espécie de esquizofrenia divina.
ResponderExcluirA graça, na visão arminiana, continua sendo um presente: um presente que só Deus pode dar, mas cabe ao homem, usando a liberdade que o próprio Deus lhe concedeu (lembre-se que além de caídos também temos uma imago dei em nós) pode aceitar.
Ora, quando o presente é inacessível ao homem somente podendo ser obtido ser for dado de presente ao homem, qual o mérito que esse homem tem? O mérito não é todo de quem ofereceu o presente?
No arminianismo, diferente do calvinismo, o presente é oferecido a todos, mas no calvinismo ele é oferecido apenas aos eleitos. Assim o evangelho, longe de ser uma boa notícia global não passa de uma boa notícia para a meia dúzia dos eleitos.
Teu artigo sobre Arminio é furada...por inteiro conceitua sua opinião calvninista..leia http://www.arminianismo.com..para apreender um pouco mais...
ResponderExcluirO que eu vi foi uma tentativa frustrada de deturpar conceitos, tendo o autor, para isso, abusado de todo tipo de falácias.
ResponderExcluirPor que não usar este espaço, que, obviamente, pende para o calvinismo, para tentar explicar o inexplicável? Como conciliar o calvinismo com as afirmações de que Deus não faz acepção de pessoas e de que Deus deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade? Isso pra ficar nos versículos mais "básicos" sobre o tema.
Quem tem a verdade, a Bíblia, que faz as afirmações acima, ou os calvinistas, que, para defender sua doutrina, ignoram tais afirmações? Tem algo errado, concordam?
Por favor, tentem, ao menos, refletir sobre tais afirmações antes de vir com respostas prontas e evasivas.
Embora o pensamento do holandês Tiago Armínio — prefiro a versão aportuguesada — tenha sido deturpado pelos seguidores mais imediatos, João Wesley conseguiu aperfeiçoar o ensino arminiano no século XVIII, livrando-se de equívocos que os seguidores de Armínio criaram quando foram mais além em suas declarações do que o próprio mestre. É essa visão arminiano-wesleyana, e não o pensamento puro e simples de Armínio, que veio a prevalecer no mundo protestante devido à influência do pregador Wesley sobre o metodismo, o Exército de Salvação, parte das Igrejas Batista e Anglicana, o adventismo do sétimo dia e as várias igrejas pentecostais.
ResponderExcluirReafirmo o conselho acima do Marcos Fialho de recomendar a leitura dos artigos e materiais do site www.arminianismo.com – altamente interessante e recomendada sobre esta controvérsia.
Quanto à velha e falsa acusação de que o livre-arbítrio contraria a ação salvadora da graça, o próprio Tiago Armínio responde: imagine um homem rico que estende esmolas a um mendigo faminto para que possa manter a si e a sua família.
Deixa de existir o dom gratuito porque o mendigo estende a mão para recebê-lo?
Não é verdade que a esmola depende em parte da liberalidade do doador e em parte da liberdade do receptor, e este último não a receberá a menos que estenda a mão para aquele?
Já que o mendigo é capaz de poder receber a esmola, pode-se dizer que ele pode tê-la ou não tê-la, ou ficar vaidoso por tê-las, por sua própria e soberana vontade?
Se isto vale para um mendigo que recebe esmolas, quanto mais nós pecadores indignos que recebemos as riquezas da graça de Deus!!!
A GRAÇA EXIGE E CONFIRMA O LIVRE-ARBÍTRIO
ResponderExcluirJais Wylerson,
O livre-arbítrio é ridículo desde quando???
A Bíblia é clara ao dizer que a salvação é acessível a todo e qualquer membro da raça humana, não só aos eleitos. Pois "Deus amou O MUNDO de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que TODO O QUE nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna", João 3: 16. Cada um de nós é responsável perante Deus, pois "todos compareceremos perante o tribunal de Deus” e “cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus", Rom. 14:10-12.
Deus "deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”, 1 Tim. 2:4; “não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento", 2 Ped. 3:9; Ele “não faz acepção de pessoas”, Atos 10:34 e 35. Paulo declara em Tito 2:11 que "a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens" e em Heb. 2:9 que era necessário que Cristo “provasse a morte por todo homem”.
Por isso, bênção ou maldição, recompensa ou castigo, salvação ou perdição, céu ou inferno, são o fruto de nossas decisões. Veja as declarações de Deus na Bíblia:
“te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência”, Deut. 30:19;
"eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte", Jer. 21:8;
"porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus, portanto convertei-vos e vivei", Ezeq. 18:32.
Por isso a Escritura ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura”, Mar. 16:75, e " notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam", Atos 17:30. Por isso ela convida repetidamente cada um de nós: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas”, Isa. 55:1; “vinde a Mim, todos”, Mat. 11:28; “aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida”, Apoc. 22:17.
Embora o homem seja completamente incapaz de salvar-se a si mesmo, ele pode escolher permitir que Deus o salve ou não. Como diz o primeiro dos 5 Artigos da Remonstrância, documento que expressa as posições arminianas, Deus predestinou à salvação “dentre a raça humana que tinha caído no pecado – em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo –, todos aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu Filho e que, pela mesma graça, perseverarem na mesma fé e obediência de fé até o fim”. Isto é o que a Bíblia ensina em Efésios 1:3-14.
DEPRAVAÇÃO HUMANA E GRAÇA PREVENIENTE
ResponderExcluirOs arminianos não negam a depravação humana, isto é, que o homem é corrompido e sozinho não pode buscar a Deus, nem mudar a si mesmo. Não ignoramos que “a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento”, Rom. 2:9; nem que “não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros”, João 15:16.
Mas reconhecemos que Cristo é “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem”, João 1:9; e que o Espírito Santo opera no coração de todos para levá-los a Cristo e à toda a verdade, João 16:8-14. Isso é o que John Wesley chamou de "graça preveniente", a saber, a divina graça que precede a decisão humana. Ela existe antes de e sem referência a qualquer feito humano. Como os homens foram corrompidos pelo efeito do pecado, a graça preveniente PERMITE as pessoas exercerem o seu livre-arbítrio dado por Deus, podendo então, escolher a salvação oferecida por Deus em Jesus Cristo ou rejeitar a oferta salvífica.
Vem de Deus o arrependimento e o interesse pela salvação (Joao 1:12-13; 6:37,44,65; 15:5; 1 Coríntios 15:10; Filipenses 2:12-13; Atos 5:31; Romanos 2:4; Tito 3:4-5), mas vem do homem escolher arrepender-se dos pecados e aceitar a salvação em Jesus (Isaias 45:22; Salmo 51:17; Joao 3:16-18; 6:29; 12:36; Atos 3:19-20; 5:31; 16:31; 1 João 1:9).
Que compete ao próprio homem (e não a um plano arbitrário de Deus) responder à salvação, iniciar um relacionamento com Ele e manter-se nos caminhos do Senhor é óbvio nas seguintes passagens:
“escolhei, hoje, a quem sirvais (..) eu e a minha casa serviremos ao Senhor”, Jos. 24:15;
"olhai para Mim, e sede salvos, vós, todos os termos da Terra", Isa. 45:22;
“aquele que perseverar até o fim, este será salvo”, Mat. 24:13;
“esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”, 1 Cor. 9:27;
“sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”, Apoc. 2:11;
“eis que estou à porta e bato”, Apoc. 3:20.
A Bíblia não ensina o MONERGISMO (Deus e somente Ele é responsável pela salvação humana, da realização à aceitação da oferta da cruz), mas ensina o sinergismo. Isto é, Deus e o homem desempenham partes, não necessariamente iguais, no plano da salvação: “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”, Filip. 2:12.
RISOS, QUANTOS APOLOGÉTAS DISCUTINDO IDÉIAS !
ResponderExcluirPOR QUE NÃO DISCUTIR:
A- EVANGELIZAÇÃO ?
B- VIDA SANTIFICADA ?
C- ORAÇÃO ?
D- PARARMOS DE FICAR CORRENDO ENVOLTA DE NÓS MESMOS E MOSTRARMOS O PERFUME DE CRISTO ?
ISSO É APENAS UMA IDÉIA, UM SONHO QUE EU TENHO !
O RESTO, SINTO MUITO....REFUTO COMO NADA PARA MIM. POIS O QUE ME IMPORTA: GÁLATAS 2.20
SILVIO
Silvio,
ResponderExcluirDê gargalhadas, se conseguir, após ler dois textos disponíveis na internet sobre como adotar uma visão ou outra afeta a radicalmente a compreensão de uma pessoa a respeito de temas simples do evangelho e da vida cristã. Assim, você poderá entender melhor que por trás de "ideias apenas" como o calvinismo e o arminianismo se escondem diversas implicações práticas sobre evangelismo, vida santificada e oração – tal como você sugere.
O primeiro texto que recomendo é “O Cristo do Arminianismo”, que pode ser lido em http://www.monergismo.com/textos/arminianismo/cristo_arminianismo.htm
Escrito por um calvinista, o artigo aborda como a visão do que Jesus fez e faz por nós é radicalmente diferente nas duas visões teológicas. O autor chega a propor que calvinistas e arminianos não servem ao mesmo Salvador, com os primeiros adorando ao Jesus da Bíblia e os últimos a um falso Cristo!
O segundo texto que proponho para leitura é “Não Me Odeie Porque Sou Arminiano”, disponível em http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&task=view&id=917&Itemid\
=28
Escrito por um arminiano, o autor apresenta críticas comuns ao arminianismo e à filosofia de evangelismo das igrejas que o defendem. O texto mostra que embora os dois grupos tenham a aprender um o outro, é impossível pertencer a ambos ao mesmo tempo pois um sistema é a completa negação do outro.
Fico um tanto quanto entristecido em considerar esta faceta da Graça de Deus apresentada como Calvinista.
ResponderExcluir"Deus escolhe a quem Ele quer e exerce a misericórdia Dele aos seus escolhidos e na verdade Deus escolheu foi ALGUNS, enquanto a grande maioria viverá como meros fantoches ou personagens que saíram de cena definitivamente no final da história. Os justos (escolhidos a dedo) e os ímpios(rejeitados de antemão), os primeiros encontrarão o amor eterno de Deus e os últimos a ira reservada também a Satanás e seus demônios"
Sem querer entrar na teologia, escritos , relatos, interpretações ou me extender, mas entendo o que foi exposto neste artigo da seguinte forma:
Suposta visão arminiana:
Suponhamos uma prisão repleta de presos culpados e condenados a pena perpétua. Então Jesus chega ao carcereiro e diz abra a cela, eu assumi a culpa e penalidade de todos os criminosos que admitirem suas culpas e reconhecerem a necessidade de redenção, aos que aceitarem genuinamente isto eu gratuitamente lhes dou liberdade e os levarei para o Reino de meu Pai.
continua...
Suposta Visão Calvinista
ResponderExcluirSuponhamos uma prisão repleta de presos culpados e condenados a pena perpétua. Então Jesus chega ao carcereiro e diz abra a cela, eu assumi a culpa e penalidade de todos os criminosos que meu Pai determinou (então Jesus começou a apontar o dedo e a selecionar dentre todos alguns aos quais o Pai ja havia escolhido). Após terminar a seleção o carcereiro pergunta a Jesus:
E o restante dos presos? estão condenados perpetuamente? E Jesus responde: Não sabeis que meu Pai ja selecionou os que são seus? Ele é Deus e quer apenas estes, os demais estão destinados a serem instrumentos nas mãos do inimigo e por isso a condenação é adequada a eles.
O carcereiro novamente pergunta: Mas todos igualmente são condenáveis e culpados. Por quê estes vão ser melhores ao sair a da cadeia e não cometerão mais crimes e os outros não teriam uma nova chance?
Jesus responde: Todos são culpados e nenhum deles tem direito, porém a Graça é o presente de meu Pai aos homens, mas é um presente para apenas alguns selecionados. Quem foi selecionado receberá a Graça e a quem foi rejeitado de antemão não lhes resta nada a não ser aceitarem que não foram escolhidos.
O carcereiro insiste: Como pode alguém saber que foi escolhido, uma vez que todos estão aqui na prisão do pecado. O que cada um pode fazer para encontrar sua redenção? Olhe Jesus como eles lhe pedem uma chance.
Jesus diz: Ninguem pode fazer nada pela sua redenção, nem sequer clamar pela GRAÇA, pois a Graça esta disponivel para todos, para todos que meu Pai ja selecionou de antemão. Estes que clamam e não foram escolhidos não poderão ser salvos da condenação e só o fazem por medo da condenação e não pela Graça de meu Pai.
O carceiro...: E se os presos que acabam de ser libertos voltarem a cometer crimes, eles retornarão para cá?
A Graça bastará a eles, foram escolhidos e como tal certamente não serão afastado da Graça, mesmo que quisessem não conseguiriam, alias, eles não tem livre-arbítrio, apenas seguem aquilo que ja lhes foi determinado e que por desconhecerem consideram ser vontade própria, mas na verdade é como a programação de um computador que executa o que ja esta programado.
E o carcereiro pergunta: Estou fora da prisão e quero ter certeza de que sou justo. O que devo fazer?
Jesus responde: Quanto a questão da Graça, se meu Pai o escolheu, não importa que estejas dentro ou fora da prisão, que faças ou deixe de fazê-lo, basta apenas que tenha sido escolhido.
.......
Sinceramente, eu escrevi "suposta" visão arminiana e "suposta" visão calvinista para que possa descrever bem livremente acerca do modo que me parece que ambos expõe esta questão da eleição, pecado, Graça.
Mas se na visão arminiana parece que um sim aos 49 minutos do segundo tempo abre as portas para a salvação.
Enquanto que na visão calvinista me parece que ou você foi escalado para o time vencedor ou ja esta derrotado por mais que jogue, treine e se esforce.
Acredito que se deva esclarer melhor cada posição teológica. Se o intento é que o Genizah seja um espaço aberto onde as linhas teológicas coexistam então que venham os defensores de cada teologia e apresentem seus argumentos.
Caro irmão Valter dos Santos.
ResponderExcluirMeu riso, foi de sarcasmo e continua sendo.
Tive alguns alunos, calvinistas, arministas e os mesmos em certas alturas se degladiavam na minha sala de aula. Entendo e compreendo o vosso ponto de vista, mas não perco mais o meu tempo debatendo essas idéias, que sinceramente não convence quem pertence ao calvinismo ou a armínio. Sinceramente, prefiro estar onde meu Mestre está ou seja, evangelizando, tirando pessoas das sarjetas, prostitutas dos prostíbulos, alcoólatras de bares. Agora, enquanto estamos aqui, quantas pessoas estão se matando...se drogando, quantas pessoas estão querendo uma palavra de consolo....uma palavra que mostre para ela o caminho da salvação...e você acha que ela vai se importar com calvino ou armínio ? Não mesmo, o que elas precisam mais do nunca...JESUS CRISTO DENTRO DOS CORAÇÕES, PREENCHENDO A VIDA VAZIA E SEM SENTIDO PARA ELAS.
E eu aqui, continuo a sorrir vendo esse debate que sinceramente E ESPECIALMENTE PARA MIM....NÃO LEVARÁ A LUGAR ALGUM MESMO.
NO AMOR DE QUEM NOS AMOU PRIMEIRO....E COM CERTEZA NÃO FOI CALVINO OU ARMINIO......MAS SIM O REI DOS REIS.
SILVIO
Opss.....Caro irmão Valter dos Santos..eu ia me esquecendo, quando o Mestre dos Mestres disse para irmos pelo mundo evangelizando, discipulando, Ele fez alguma menção a um desses dois senhores ? Paulo usou alguma vez os argumentos de Armínio ou Calvino ? Pois é, precisamos voltar a pureza do evangelho novamente...a simplicidade da palavra de Deus, precisamos parar com certos argumentos e voltarmos as veredas antigas. Precisamos sim com urgência mesmo retornarmos as raízes do evangelho.
ResponderExcluirNo amor de quem nos amou primeiro.
Silvio
PROBLEMA ESTÁ NOS DEBATEDORES, NÃO NO DEBATE
ResponderExcluirSilvio,
Eu entendi sim que o seu riso era de sarcasmo. Minha recomendação para as gargalhadas, idem rsrs!
Entendo que a discussão teológica pode, e muitas vezes obriga a, acabar em um torneio de pingue-pongue, onde argumentos são trocados repetidamente até que alguém vença apenas por não conseguir rebater o 345º contra-argumento adversário. Isto não significa, contudo, que a discussão deva deixar de existir, apenas que o nível do debate precisa ser melhor.
Seguíssemos o seu conselho de evangelizar pura e simplesmente e a História da Igreja seria pior do o que está registrado. Não nos esqueçamos que a Palavra de Deus ordena buscar e pregar a doutrina correta (Mt 22:29; Jo 8:31-32; 1Tm 4:13-16; 2Tm 4:1- 2; Tt 2:1,7-8; 2Tm 2:15; Jd 1:3-4) e que devemos rejeitar e condenar o erro doutrinal [Mt 7:15-23; Ef 4:14-15 (cf Jr 5:13); Cl 2:8; 2Tm 3:1,5-9; 2Pe 3:15-17; 1Jo 4:1; 2Jo 1:7-11]. Católicos e arianos debatendo a Trindade e a divindade de Jesus, católicos e protestantes debatendo a Sola Scriptura e Sola Gratia, pedobatistas e imersionistas debatendo a forma do batismo – todos esses exemplos mostram que a discussão teológica tem um lugar legítimo dentro do cristianismo.
PARA QUEM É O EVANGELHO?
Como pentecostal que é, você fala como alguém extremamente pragmático. Você fala em "evangelizar, tirar pessoas das sarjetas, prostitutas dos prostíbulos, alcoólatras de bares". Sigamos com sua perspectiva de pensamento, observando se é pragmático o que você fala:
O evangelho é apenas para os excluídos sociais como prostitutas, alcoólatras e drogados?
Acaso Deus não nos chamou também para evangelizar os "Nicodemos" e "jovens ricos", que são relativamente estabilizados na vida social?
Por que se concentrar apenas naqueles que respondem mais facilmente a uma mensagem simples e rápida do evangelho?
A mesma apresentação superficial e rápida do evangelho que alcança a empregada ou secretária também atinge o patrão dela, um advogado ou professor universitário?
(continua)
DIFERENÇAS PRÁTICAS ENTRE CALVINISTAS E ARMINIANOS
ResponderExcluir(continuação)
Com todo o respeito, cabia a você como professor mediar as discussões entre seus alunos calvinistas e arminiANOS em classe, tendo estudado minimamente os pontos de vista de cada um para ajudá-los a compreender o ponto de vista um dos outros. Você cita alunos imaturos em classe a debater essa controvérsia como prova de que essa discussão não leva a lugar nenhum e atrapalha a evangelização. Pois eu citarei um exemplo oposto.
Já participei de várias discussões internas de um grupo evangélico na UnB, em Brasília entre 2005-2007, sobre arminianismo e calvinismo. O debate entre nós sempre foi respeitoso, saudável e qualificado. Sem gladiadores a se engalfinhar. Todos, de diversas denominações, éramos comprometidos a trabalhar para o Reino e a evangelizar dentro e fora de nossas igrejas locais.
Por fim, uma pessoa em condição social extrema como as que você gosta de enfatizar (prostitutas, alcoólatras e drogados) não precisa nem deve saber uma palavra sobre Calvino ou Armínio na hora de eu lhe apresentar o evangelho de Cristo. Mas a minha abordagem evangelística muda se eu (bem como a igreja que frequento) tendem para o arminianismo ou calvinismo, como o Nicodemos muito bem demonstrou nos comentários acima.
Para um calvinista, crer, perseverar na fé e ser salvo são coisas inevitáveis para quem foi eleito antes da fundação do mundo, mesmo contra a vontade deles. Os demais ficariam à margem desse privilégio e, ainda que quisessem, não poderiam se salvar. Sendo calvinista, eu apenas PROCLAMO o evangelho às prostitutas, alcoólatras e drogados. Os que nasceram com o "chip da eleição" vão acionar o programa de "formatação interna" (nascer de novo) que se segue à decisão por Cristo, mais cedo ou mais tarde. Deus os "programou" assim antes da fundação do mundo, e o IDE é nada mais nada menos que a "senha do login" para iniciar o "sistema" da salvação eterna rsrs...
Para o arminiano, é diferente. Ele PREGA de verdade, insistindo, orando, acompanhando o candidato à salvação, pois sabe que o destino eterno da pessoa evangelizada está em aberto, que Deus e o império das trevas estão lutando dentro daquele coração pela sua posse. Vou apanhar horrores com o que vou escrever a seguir, mas pouco me importa já que as realidade é evidente por si mesma.
Salvo raríssimas exceções, igrejas locais e denominações calvinistas como as Presbiterianas:
a) investem radicalmente muito menos em programas de missões estrangeiras, ajuda humanitária e evangelismo de massa do que as igrejas arminianas;
b) crescem em membresia em progressão numérica, ao contrário das igrejas armininas que crescem em progressão geométrica;
c) graças em parte ao seu nível de pregação do púlpito e ensino religioso (EBD), alcançam mais as classes média alta e alta da população, com maior escolaridade, ao contrário das classes média baixa e baixa, de escolaridade mediana, tipicamente alvos das igrejas arminianas.
Consegue ver agora, Silvio, como ideias apenas têm uma profunda consequência pragmática?
abraços,
Walter
(com WWWWWWWWWWWWW, ok? rs!)
Conheci uma pessoa que após ouvir toda a pregação do evangelho, respondeu, compreendi tudo mas não quero pra mim! Um outro que falou prefiro continuar como estou e pagar pra ver! Como me explica isso, Marcelo?
ResponderExcluirWALTER;
ResponderExcluirVocê foi 10 nas colocações, e eu assino embaixo; exceto da última parte, na qual você diz que a sonolência das igrejas de orientação calvinista se deva ao "calvinismo". Eu posso refutar isso facilmente citando a História. Aliás, Calvino foi um dos primeiros a evangelizar o Brasil com a fé protestante. Enfim, poderia citar inúmeros exemplos.
Eu vejo diferente esse problema. Os reformados, boa parte deles, estão dormindo por uma questão de escatologia. A maioria é amilenista, e sofre de uma boa dose de pessimismo. Acreditam que o mundo vai mal e que deve ser assim. O discurso é mais ou menos assim: "A coisa tá feia, e vai ficar pior".
Eles estão acorrentados pela escatologia; assim como os dispensacionalistas padecem de um mal semelhante, e não fosse o pragmatismo pentecostal, teriam a mesma quantidade de seguidores que os "reformados" (amilenistas, no caso).
O que os reformados precisam é uma boa dose de injeção de Esperança. Esperança Escatológica. A mesma que incendiou o mundo uma vez, e pouco a pouco, está incendiando novamente.
Abraços!
EDNALDO JAVAM
ResponderExcluir“Conheci uma pessoa que após ouvir toda a pregação do evangelho, respondeu, compreendi tudo mas não quero pra mim! Um outro que falou prefiro continuar como estou e pagar pra ver! Como me explica isso, Marcelo?”
Pode haver várias explicações, e não sabemos qual é a vontade DECRETIVA de Deus para estas duas pessoas. Mas sabemos qual a vontade REVELADA de Deus para nós: pregar o evangelho a todas. Mas, posso lhe assegurar, se uma pessoa não se converte hoje, ainda que tenha se emocionado com a pregação, ou a compreendido inteiramente, isso se deve a vontade de Deus hoje (não quer dizer que Deus não a salve amanhã, ou depois).
Mas creio que sua pergunta vise também, e principalmente, outra coisa. Se eles não possuem livre-arbitrio (como eu, Marcelo, afirmo), como podem ter compreendido o Evangelho e o rejeitado? Não há aqui algo a ser explicado, como que havendo uma contradição. Cabe apenas esclarecer o não compreendido.
Quando se afirma que o homem não tem livre arbítrio não se nega que ele possa compreender intelectualmente o evangelho, e nem mesmo que ele não possa se emocionar com Ele. Os homens se emocionam até assistindo Mogli, o Menino Lobo! O que se nega é que possam confiar em Cristo, para sua salvação pessoal, a menos que Deus os conduza a isso.
Abraços querido.
LIVRE-ARBÍTRIO
ResponderExcluirÉ uma escolha, reconher Jesus como Senhor ou não. Deus não obriga a nínguem a aceitá-lo como Senhor, isso é amor de verdade, dar ao homem o poder de escolher e não colocá-lo como quem não pode fazer escolhas.
A paz do Senhor.
Flávio Vieira.
Caro irmão Walter com WWWWWWWWWW.......lamento o erro do vosso nome.
ResponderExcluirbom vamos lá então. Sim sou professor, e amo um debate em sala de aula, saudável e edificante, pois tive grandes mestres no meu período de faculdade que incentivavam o debater idéias e a se chegar a um concensso em comum para ambas as partes. Porém, isso foi a 25 anos atrás, quando ser crente era para sociedade era piada de péssimo gosto mesmo.
Infelizmente, meu nobre irmão, as igrejas de hoje e por conseqüente os membros das mesmas, estão mais preocupados em crescer...crescer, tanto faz se numericamente ou geometricamente e usam de modelos normalmente importados ou de outra estratégias para atrair neófitos.
Voltando ao assunto, te digo meu amado em Cristo:
a- pregar a palavra, com a palavra e pela palavra. Simplesmente isso, sem mais nada. Sem uma teologia importada, rotulada e enlatada, tal qual Paulo pregava...
b- voltarmos urgentemente a pureza da palavra.
c- "esquecermos" que pertencemos a igreja A ou C e sim lembrarmos que pertencemos a igreja de Cristo, universal e invisível ao nossos olhos, mas visível aos olhos de Jesus. Lembrando que igreja e esquemas teológicos ficam, almas se salvam ou se perdem....depende da pessoa, até o seu ultimo respirar.
d- concordo com o que você diz e claro está escrito...pregar a são doutrina que está dentro da palavra de Deus. Mas não a doutrina que os senhores A e C nos deixaram.
Penso eu, que quando esquematizamos ( estratégias ), as coisas espirituais, elas se tornam vazias e sem sentido. Por isso que eu nesses anos todos, procuro apresentar o Cristo ressuscitado, que está dentro do novo testamento,da qual eu faço parte da nova aliança, através do derramamento do seu sangue.
Do mais meu amado, como diria um saudoso mestre, Joaquim Castanheira..." encher de lingüiça o sermão ".
Finalizando, se A ou C estão certos, veremos quando estivermos na glória com o Senhor !
Fraternalmente em Jesus, o Cristo.
MARCELO:
ResponderExcluirObrigado pelas palavras de consideração e pelas correções! Infelizmente, não consegui expressar de forma clara o que queria. Longe de mim dizer que os calvinistas não cumprem a Grande Comissão! Apenas que eles evangelizam e crescem muito menos que os arminianos.
Não conheço muito bem a escatologia calvinista, exceto que Calvino preferiu não comentar muita coisa do Apocalipse e que ele sustetava que o papado cumpria as profecias do Anticristo. Se possível, gostaria que você comentasse mais a respeito ou indicasse links sobre o assunto.
Faltou conceituar oque é escravidão? Quando se diz escravo do Pecado, incorre-se diretamente e subjetivamente em, sem possibilidade de crer? Irracional? Inconsciente? Com os Olhos vedados para crer em cristo na cruz e ser predestinado a salvação? Se de fato uns nascem para salvação e outros para a perdição de nada vale um Deus-Homem pregado em uma Cruz, se a soberania deste mesmo Deus ja predestinou a salvação de seus escolhidos.
ResponderExcluirWalter, não se pode falar em uma escatologia "calvinista". Há, na Tradição Reformada, alguns correntes, as mais comuns, amilenismo e pos-milenismo. O Posmilenismo é mais dinâmico, mais eficaz em cumprir o mandato cultural. Somos otimistas e avivalistas. E estamos crescendo bastante também.
ResponderExcluirReferencia sobre o assunto. Livros eu indicaria, por exemplo, A Grande Tribulação, Dias de Vingança e Paraíso Restaurado, de David Chilton. Não sei se há tradução para o português, mas há trechos no portal Monergismo (uma excelente fonte sobre o assunto).
Sites, além do Monergismo citado acima, há vários blogs mantidos pelo próprio Felipe Sabino, editor do primeiro. E, se me permite uma autoindicação, no Olhar Reformado temos publicado algumas coisas a respeito.
Além disso, um convite antecipado: a Igreja Anglicana Reformada está planejando uma Conferência Escatólica Pós-Milenista, aqui no Brasil. Creio que será um evento inédito. E também desejamos, querendo Deus, publicar alguns livros sobre o assunto. Orem por nós!
Abraços!
Cesar Auth;
ResponderExcluirTua objeção não faz sentido! Como o Deus homem crucificado não tem valor se é verdadeira a predestinação? O que uma coisa tem haver com a outra? O mesmo Deus que predestinou uma multidão ao céus, predestinou que eles seriam conduzidos aos céus por meio do Cristo Crucificado. Deus predestinou o FIM e também OS MEIOS (do contrário não teria predestinado nada, evidentemente).
Abraços reformados.
MARCELO:
ResponderExcluirGostei das dicas e vou procurar ler os artigos indicados sobre a escatologia "calvinista" rsrsrs! Da minha parte, sou pre-milenista e creio que é a visão que melhor explica e acomoda os vários capítulos e seções proféticas da Bíblia, como Daniel 2, 7 e 8, Mateus 24 e 2 Tessalonicenses 2.
CESAR AUTH:
O problema do calvinismo não é a predestinação pura e simplesmente. Todos os cristãos comprometidos com a Bíblia creem na predestinação. O problema é a forma como Calvino e seguidores a explicaram, atribuindo-a a um ato arbitrário da parte de Deus e teorizando a predestinação para a perdição.
Uma idéia, que tal postarmos alguns versos da palavra de Deus, para dar um embasamento mais bíblico ao debate de idéias ? Assim pelo menos, estaremos vendo e lendo o que a bíblia diz a respeito...que tal senhores ? Em vez de citarmos autores de A ou C ou B ou F ?
ResponderExcluirSILVIO;
ResponderExcluirA proposta é boa, mas veja, os textos bíblicos estão presentes no debate, assim como estão presentes em cada um dos autores citados. Estudar o pensamento da Igreja não é ignorar as Escrituras, pois o pensamento dela parte - acertadamente ou não - nos textos bíblicos.
Então, como o assunto é "ter ou não" livre arbitrio na salvação, agente pode começar analisando os textos citados no próprio artigo. Seria muito produtivo, de fato.
Caro irmão Marcelo Lemos...Ev. João cap. 1. vers 11 a 13, que nos diz:
ResponderExcluir"11- Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 -Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
13-Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus."
Posto apenas para esquentar o debater idéias !
ué.....cadê meu comentário ??
ResponderExcluirSILVIO:
ResponderExcluirO que você quer provar, ilustrar ou refutar com João 1:11-13?
ATENÇAO WEB MASTER...TEM ALGO ERRADO NO SERVIDOR DE VOCÊS.....NÃO ESTÁ SINCRONIZADO A HORA !!
ResponderExcluirSILVO;
ResponderExcluirMuito bem. Jesus diz que "não o receberam". Agora, por que agiram assim? O próprio Jesus diz que "ninguém pode vir a mim, a não ser que o Pai o TRAGA". E Paulo, escrevendo aos Romanos, vai dizer que Deus ENDURECEU o coração dos Judeus, a fim de que os gentios fossem incluídos.
Assim, o motivo de "não O receberem" depõe contra a tese do livre-arbitrio.
Discussão infindável...
ResponderExcluirQuem poderá se considerar salvo? Será que ninguém é capaz de ardentemente desejar ser cristão, ou seja, obedecer aos dois mandamentos de Jesus?
Se são inúteis os mandamentos de Jesus, porque foram, afinal, enunciados?
Deixemos de lado as discussões e procuremos amar ao próximo. Afinal, mandamento é MANDAMENTO.
"não são justos diante de Deus os ouvidores de lei, mas serão justificados os observadores de lei Romanos 2:13".
QUANDO O POVO É ORDENADO A SERVIR A DEUS OU A BAAL, ISSO É O LIVRE ARBÍTRIO. É A ESCOLHA QUE DEUS CONCEDE AO HOMEM DE DECIDIR ENTRE O BEM E O MAL CAMINHO.
ResponderExcluirAtt.
Rafael
Vitória-ES
Roberto; você acredita na doutrina da Trindade? Se acredita, não venha me dizer que fazer teologia é algo contrário a prática cristã. Se não acredita, então não é cristão, e igualmente não pode dizer que fazer teologia é contrário a prática cristã.
ResponderExcluirSILVO e MARCELO;
ResponderExcluirCreio que João 1:11-13 não pode nem deve ser usado para discutir a questão do livre arbítrio versus predestinação calvinista. O texto em questão não faz nenhuma referência direta ou indireta ao papel da soberania de Deus ou da liberdade humana para que os judeus do 1º século não reconhecessem a Jesus como o Messias. Existem textos melhores para discutir esse tema.
João 1:11-13 trata da dinâmica da salvação e da regeneração (descrevendo o fato), sim, mas sem entrar em detalhes sobre a presença ou ausência do livre-arbítrio (analisando o fato em si). Mas se ainda insistirmos na abordagem livre arbítrio versus predestinação calvinista, perigosa na minha opinião a partir desse texto, prefiro concordar com o Sílvio do que com o Marcelo.
João é claro ao dizer que os crentes "receberam" a Jesus - um ato da liberdade humana que aceita o dom oferecido. Apenas após a recepção de Cristo, no verso 12, os crentes tornam-se regenerados. Primeiro a decisão da fé, depois a regeneração do eleito - uma ordem diferente da que é ensinada pelo calvinismo.
Para pensar...Atos 10.34 e 35
ResponderExcluir"E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas;
Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo."
Ap. 3.20...."Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo”
Mano Walter...apenas ilustrar nada mais que isso.
ResponderExcluirvers 11....fala do povo judeu, que não O receberam.
vers 12... expansão e propagação do evangelhos aos gentios.
vers 13.... novo nascimento do homem em Cristo. Retornando ao seio de Deus, através da morte Salvífica de Cristo.
SÍLVIO:
ResponderExcluirInsisto na tecla de que a rejeição de Jesus pelo povo judeu em João 1:11-13 não é um texto apropriado para a discussão, pois não atribui essa rejeição nem à liberdade individual nem a um decreto eterno anterior. Há outros textos mais claros e explícitos sobre esse assunto que podem ser usados.
MARCELO:
Sobre quem endureceu o coração de Faraó, precisamos entender algumas coisas:
1. o AT atribui a Deus muitas vezes o que Ele meramente permite, como os sofrimentos infligidos a Jó (Jó 2:10 cf 2:4-7) e a tentação de Davi em recensear o povo (2Sm 24:1 cf 1Cr 21:1 e Tg 1:13);
2. assim, lemos que Deus endureceu a Faraó - Ex 4:21; 7:3; 9:12; 10:1,20,27; 11:10; 14:8;
3. mas também lemos que o próprio Faraó se endureceu - Ex 7:13,14,22; 8:15,19,32; 9:7,35; 1Sm 6:6 (cf Sl 18:24-27).
UM PEQUENO ESTUDO SOBRE A PREDESTINAÇÃO:
ResponderExcluir#Pontos gerais -
a) Deus deseja que todos os homens, não só os eleitos, se arrependam e sejam salvos - Ez 18:23,32; Jo 3:16-18; 6:37-40; 12:46-47; At 17:30-31; 1Tm 2:3-4; 2Pe 3:9; Ap 22:17
b) mas nem todos os homens serão salvos - Mt 25:40-41; Rm 2:3-8; 2Ts 1:7-9; Ap 20:10-15
c) os predestinados, ou escolhidos, são os que aceitaram o chamado (Mt 22:14) da salvação EM CRISTO -
Jo 15:16 (cf 15:5-6);
Rm 8:29-30 (cf 1:7; 10:9,12-13);
Ef 1:4-5 (cf 1:1,11-13; 3:12-13);
2Ts 2:13 (cf 1:1);
1Pe 1:2 (cf 2:3,6-8)
e) Deus não predestinou ninguém para o inferno, tendo feito este para o diabo e seus anjos, não para os homens - Mt 25:34,41; 1Ts 5:9; Ez 18:23,32; 1Tm 2:4; 2Pe 3:9
f) Jesus morreu por todos os homens, não só pelos eleitos, e isto inclui os que se perderão - HB 2:9; 2PE 2:1; Jo 1:29; Rm 5:18-19; 2Co 5:18-19; 1Tm 2:5-6; 1Jo 2:2.
#Respondendo a objeções -
a) Quem endureceu o coração de Faraó? -
1.o AT atribui a Deus muitas vezes o que Ele meramente permite - Jó 2:10 cf 2:4-7; 2Sm 24:1 cf 1Cr 21:1 e Tg 1:13;
2.assim, lemos que Deus endureceu a Faraó - Ex 4:21; 7:3; 9:12; 10:1,20,27; 11:10; 14:8;
3.mas também lemos que o próprio Faraó se endureceu - Ex 7:13,14,22; 8:15,19,32; 9:7,35; 1Sm 6:6 (cf Sl 18:24-27)
b) Deus tem misericórdia apenas de alguns (Rm 9:14-18)?
- cf Sl 18:25-26 e Is 55:6-7
c) Ele predestinou Jacó e Esaú (Rm 9:11-13)? -
1. Rm 9:12 cita uma PREDIÇÃO sobre supremacia e servidão profetizadas ANTES de os gêmeos nascerem sim (cf Gn 25:23), mas se refere aos POVOS que deles descenderam, pois Esaú jamais serviu ao seu irmão Jacó
2. Rm 9:13 cita um FATO HISTÓRICO ocorrido 1000 anos DEPOIS dos gêmeos (cf Ml 1:2-3) sobre os POVOS que deles descenderam, nada tendo a ver com o destino eterno dos indivíduos Jacó e Esaú
d) predestinados para a perdição? - Pv 16:4 (cf Ec 7:29; Is 55:7 e Pv 11:21); Rm 9:21-22 (cf 2:5-8; Jr 18:5-10 e 2Pe 3:9)
e) até mesmo os descrentes possuem livre-arbítrio - Jo 5:39-40; Rm 1:18-20; 6:16; 2Pe 3:5
f) a graça de Deus pode ser resistida pelo homem - Mt 23:27; Jo 5:40; Lc 7:30; Jo 7:17; At 7:51; Hb 3:7-8
g) as Escrituras apresentam eventos em que convivem tanto a liberdade humana quanto a soberania divina - Gn 45:8 e 50:20; Lc 22:22; Jo 6;37; At 2:23; At 4:26-28.
Predestinação é uma heresia; tolice teológica e sem sentido! Se todos são predestinados então porque pregar e tentar ensinar acerca de Deus e Salvação pois, afinal de contas tudo e todos já estão predestinados? ... ou não??
ResponderExcluirGostei do texto, achei claro e uma boa exposição das idéias principais dos dois sistemas teológicos. Como já dito acima, eles são auto-excludentes, combinações não são coerentes, embora alguns batistas teimem em tentar uma coexistência. Não vejo nenhum contra-senso entre a predestinação dos eleitos e a proclamação do evangelho ao mundo, em obediência à ordem de Cristo: a crença na eleição me faz mais confiante nos resultados da evangelização, como um reforço do que foi dito antes por Isaías, que a Palavra proferida pelo Senhor jamais volta vazia. Deus provê os meios para que a redenção seja anunciada a todos, da mesma forma como garante que nenhum dos que deu ao Filho se perderá. Muitos que consideram a eleição uma violação da vontade humana, não hesitam em dizer que "fulano" foi escolhido por Deus para o ministério... como poderia ter sido escolhido para o ministério, sem ter sido escolhido para a salvação? Que Deus nos guie em Seu Caminho e Palavra, e que estas questões não limitem nossa visão sobre a função primordial da igreja: proclamar o evangelho e glorificar a Deus com o testemunho digno da vocação com que fomos chamados. Abs!
ResponderExcluirA fé é um dom de Deus. A salvação é graça, e não um ato de equidade. Deus salva por graça, por meio da fé, que é um dom. Jesus não morreu na cruz para possibilitar a salvação, mas de fato para salvar àqueles por quem Ele morreu. Se alguém disser que pode ver reino de Deus sem antes nascer, ser regenerado, está negado o próprio discurso de Jesus a respeito da impossibilidade humana de vir a Cristo. Um homem pode ter um dívida sem poder pagá-la. Isso não o isenta de pagar por uma dívida tão grande que não tenha como pagar. O homem nasceu em pecado, mas dom da vida eterna é Deus quem dá.
ResponderExcluirJoão B. Carlsen Neunburg
John Stott e A Doutrina da Predestinação
ResponderExcluirPrimeiro há uma referência a aqueles que Deus de antemão conheceu. Essa alusão a "conhecer de antemão", isto é, saber alguma coisa antes que ela aconteça, tem levado muitos comentaristas, tanto antigos como contemporâneos, a concluir que Deus prevê quem irá crer e que essa presciência seria a base para a predestinação. Mas isso não pode estar certo, pelo menos por duas razões: 1a) neste sentido Deus conhece todo mundo e todas as coisas de antemão, ao passo que Paulo está se referindo a um grupo específico; 2a) se Deus predestina as pessoas porque elas haverão de crer, então a salvação depende de seus próprios méritos e não da misericórdia divina; Paulo, no entanto, coloca toda a sua ênfase na livre iniciativa da graça de Deus.
Assim, outros comentaristas nos fazem lembrar que no hebraico o verbo "conhecer" expressa muito mais do que mera cognição intelectual; ele denota um relacionamento pessoal de cuidado e afeição. Portanto, se Deus "conhece" as pessoas, Ele sabe o que passa com elas (Sl 1.6; 144.3); e quando se diz que Ele "conhecia"os filhos de Israel no deserto, isto significa que ele cuidava e se preocupava com eles (Os 13.5). Na verdade Israel foi o único povo dentre todas as famílias da terra a quem Javé "conheceu", ou seja, amou, escolheu e estabeleceu com ele uma aliança (Am 3.2). O significado de "presciência" no Novo Testamento é similar: "Deus não rejeitou o seu povo [Israel], o qual de antemão conheceu", istao é, a quem Ele amou e escolheu (11.2 Cf. 1 Pe 1.2). À luz deste uso bíblico John Murray escreve: "'Conhecer' ... É usado em um sentido praticamente sinônimo de 'amar'...Portanto, 'aqueles que ele conheceu de antemão' ... é virtualmente equivalente a 'aqueles que ele amou de antemão'". Presciência é "amor peculiar e soberano". Isto se encaixa com a grande declaração de Moisés: "Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos que qualquer povo ... mas porque o Senhor vos amava ..." A única fonte de eleição e predestinação divina é o amor divino.
Segundo, aqueles que [Deus] de antemão conheceu, ou que amou de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (29). O verbo predestinou é uma tradução de prooriz, que significa "decidiu de antemão", como se vê em Atos 4.28: "Fizeram o que o teu poder e tua vontade haviam decido de antemão que acontecesse". É, pois, evidente que o processo de tornar-se um cristão implica uma decisão; antes de ser nossa, porém, tem de ser uma decisão de Deus. Com isso não estmos negando o fato de que nós "nos decidimos por Cristo", e isso livremente; o que estamos afirmando é que, se o fizemos, é só porque, antes disso, Ele já havida "decidido por nós". Esta ênfase na decisão ou escolha soberana e graciosa de Deus é reforçada pelo vocabulário com o qual ela está associada. Por um lado, ela é atribuída ao "prazer" de Deus, a sua "vontade", "plano" e "propósito" (Ef 1.5, 9, 11; 3.11), e por outro lado, já existia "antes da criação do mundo"(Ef 1.4) ou "antes do princípio das eras"(1 Co 2.7; 2 Tm 1.9; cf. 1 Pe 1.20; Ap 13.8). C. J. Vaughan resume esta questão nas seguintes palavras:
Cada um que se salva no final só pode atribuir sua salvação, do primeiro ao último passo, ao favor e à ação de Deus. O mérito humano tem de ser excluído: e isto só pode acontecer voltando às origens do que foi feito e que se encontra muito além da obediência que evidencia a salvação, ou mesmo da fé que a ela é atribuída; ou seja, um ato de espontâneo favor da parte daquele Deus que antevê e pré-ordena desde a eternidade todas as suas obras.
Não entendo porque ainda tentam resolver uma, digamos , "conta" que nunca ,eu disse nunca fechará. A não ser que queiram assumir posisionamentos radicais ou partidários de um ou de outro.
ResponderExcluirIsso em teologia chama-se antinômio ou seja; duas verdades que parecem contradizer-se.
Para não perder mais tempo vou citar um simples exemplo das leis físicas e imutáveis como as leis espirituais são,pois foram criadas pelo mesmo Criador.
PERGUNTA:
Por que os planetas não caêm em direção ao Sol, ou a Lua não sai de sua órbita e se choca com a Terra ?
RESPOSTA:
Porque duas forças operam simultaneamente. A força da gravidade que atrai para o centro e a força centrífuga que afasta do centro mantendo assim um equilíbrio.
Eu sei que estou sendo simplista demais para explicar algo muito complexo,mas o que quero dizer é que Deus aje maneira inexplicável .
Esse debate deveria ser anterior ao Edem.
OS ANJOS CAÍDOS TIVERAM LIVRE ARBÍTRIO PARA SE REBELAREM E POR ISSO FORAM PRÉ DESTINADOS AO LAGO DE FOGO SEM SALVAÇÃO? PENSE NISSO. .
Rev Ricardo Rodrigues
John Stott em seu comentário sobre Romanos ainda diz o seguinte sobre a predestinação:
ResponderExcluirEste ensino não pode ser minimizado. Nem a Escritura nem a experiência nos autoriza fazê-lo.
O Dr. J. I. Packer, em sua excelente obra O Evangelismo e a Soberania de Deus aponta que, mesmo que neguem isso, a verdade é que os cristãos crêem na soberania de Deus na salvação. "Dois fatos demonstram isso", ele escreve. "Em primeiro lugar, o crente agradece a Deus por sua conversão. Ora, por que o crente age assim? Porque sabe em seu coração que foi Deus inteiramente responsável por ela. O crente não se salvou a si mesmo; Deus o salvou. (...) Há um segundo modo pelo qual o crente reconhece que Deus é soberano na salvação. O crente ora pela conversão de outros ... roga a Deus que opere neles tudo quanto for necessário para a salvação deles". Assim os nossos agradecimentos e a nossa intercessão provam que nós cremos na soberania divina. "Quando estamos de pé podemos apresentar argumentos sobre a questão; mas, postados de joelhos, todos concordamos implicitamente".
Que bom que existem "calvinistas" que leiam Arminius.... Alguns que se dizem "calvinistas" não leem nem Calvino.
ResponderExcluirBom, hoje nos consideramos experts de teologia histórica, porém conhecemos, nesta questão de debate, apenas 5 pontos de "Calvinismo", i.e. TULIP, e, se muito, as resposta dos remonstrantes que foram bem além das cinco afirmações inciais dos "arminianos".
Eu sei que nada sei.. continuarei com a Biblia que simplesmente ignora o conflito paradoxal para a mente humana e me leva a um ponto onde como Paulo devo reconhecer que Deus é bem maior do que a maior expressão de inteligencia do ser humanos...
ALGUÉM SENTOU NA CADEIRA DE JUIZ E MANDOU ARMINIUS AO INFERNO:
ResponderExcluir"Arminius se propõe a definir o estado espiritual do homem faz um bom trabalho, como vimos acima. Porém, incapaz de se render as implicações óbvias de sua própria conclusão, torna-se INIMIGO DAS ESCRITURAS e contradiz a si mesmo"
Eis ai o grande erro do Calvinisno: Quem não pensa igual é inimigo, é do diabo e por ai vai.
Calvino mandou alguém a morte? Baniu alguém de seus cantões? Alguns diriam que ele era um homem de seu tempo, mas o autor ai é homem deste artigo texto é homem de que tempo? Será a mesma raiz que brota ódios?
Alguém já viu o povo de Deus brigando para evangelizar? Já que brigam tanto por causa de algo que pode até ter um "Terceira Via" sugiro que todo o valor arrecadado com livros sobre estes assunto sejam usados totalmente na evangelização mundial.
Será que vão doar tudo. Duvido.
Excelente fórum de debates! Na multidão dos conselhos se extrai a sabedoria. Prezados, creio que existe o dom de mestre e este precisa sim se dedicar ao ensino, ser um teólogo, ensinando aos membros do corpo a seguirem a sã doutrina. Vemos desde praticamente o início da Igreja, alguns pregando "um outro Jesus". Aproximadamente 2.000 anos depois seria diferente?
ResponderExcluirQuero dizer que estou AMANDO este debate, que muito está acrescentando no meu crescimento teológico.
ResponderExcluirMarcelo Lemos, como sempre, seus textos são muito edificantes, e as explicações que tem dado sobre o debate soteriológico tem sido muito boas, firmes e convincentes.
Me converti numa igreja de linha arminiana e, confesso, não tinha paz com relação à certeza da salvação em meu coração, pois era sempre enfatizado que hoje eu posso estar salva, amanhã já não mais! "aquele que perseverar até o fim será salvo". Mas eu sempre pecava... havia vezes que não o fazia com as obras, mas nos meus pensamentos... lá estava a raiz do pecado (um palavrão, uma inveja, uma blasfêmia - não contra Deus - entre tantas coisas), mas no dia em que encontrei a graça verdadeira do Senhor, aquela que vem através da fé somente, e que NINGUÉM - nem os anjos do céu, nem coisa alguma - pode nos tirar, ah meu irmão Marcelo... isso trouxe realmente paz verdadeira ao meu coração.
E sabe o maior milagre que aconteceu? Aquilo que eu lutava sempre pra deixar a partir da minha mente, foi saindo aos poucos, não que eu não cometa pecados, não é isso, mas melhorou e consideravelmente. Passei a descansar no amor e misericórdia de Deus.
Sabe Marcelo e demais irmãos que estão acompanhando este artigo, a visão tanto arminiana como calvinista convergem na graça soberana de Deus. Uma pessoa postou que quem está salvo não importa o que faça, continua salvo... quero dizer que um salvo em Cristo Jesus não pensa assim. Como ele reconhece o sacrifício de Jesus, ele procura glorificá-lo em cada momento da sua vida, e sente profunda dor quando peca, mesmo sabendo que sua salvação não lhe será tirada por causa disso. A Bíblia, em momento algum nos dá margem para pecar. "Sem a santificação ninguém verá ao Senhor." é a ordem.
E, se TODOS nós pecamos, se TODOS nós estávamos condenados à perdição eterna sem Deus, e Deus graciosamente quis salvar alguns da perdição e deixar outros nesse estado, porque seria Deus injusto? A justiça que emana Dele é diametralmente diferente do nosso conceito de justiça, ofuscado pela Queda. Todo o livro de Romanos trata sobre isso.
Eu entendo o debate Calvino x Armínio da seguinte forma, ao ler Romanos:
Graça - depende total e exclusivamente de Deus.
Lei - depende total e exclusivamente da obediência do homem.
Ora, Paulo refutou em cada versículo a Lei (não a invalidando, mas dizendo que ela não salvava, apenas apontava para a salvação). Acaso não seria o mesmo com a soteriologia calvinista? O ser humano por si só nada pode fazer, mas a graça de Deus alcança aqueles a quem Ele decide alcançar. Nós olhamos a justiça de Deus pela nossa ótica humana e, inconscientemente, queremos "forçá-lo" (força de expressão apenas) a ser justo como nós somos. Mas Ele tem os seus DECRETOS eternos, Ele sabe o porque decide SALVAR ALGUNS e DEIXAR OUTROS na perdição.
Continuação
ResponderExcluirAcaso não é essa a conclusão a que Paulo chega no final de Romanos 11?
"O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém."
Romanos 11:33-36
Esse é meu parecer sobre o assunto.
Forte abraço a todos e obrigada por me deixarem participar afinal, quem disse que mulher não gosta de teologia? rsrsrrsrsrsr
Em todo esse debate envolvendo livre-arbítrio, eleição incondicional etc., tenho visto que muitos acabam dando um enfoque, uma ênfase diferente à dada pelas Escrituras. Dá-se mais peso ao que é apresentado com menos peso pela Palavra. Discuti-se mais o "porquê" da predestinação, enquanto não se enfatiza tanto o "para quê" da predestinação.
ResponderExcluirSei que não são todos os que comentem esse equívoco, mas é um erro mais comum do que se imagina.
Escrevi sobre isso no meu blog no post: "Decidi falar sobre a predestinação" - http://pensandoavida.com/blog/2011/05/12/decidi-falar-sobre-a-predestinacao/
Abraço a todos!
*Em outras palavras, está sendo dito que o homem está em trevas absolutas, mas Deus acende uma luz diante de seus olhos, dando-lhe a chance de crer.*
ResponderExcluirUm clássico erro calvinista? Acho que sim! Uma analogia ruim, no fim das contas.
O homem está sim mergulhado em trevas absolutas. Mas o próprio Deus, inicialmente, abre os olhos - bem como fez a Lídia, em Atos 13:15 (tudo bem que Lidia já deveria ser judia, mas o ponto é este).
A posição de Jacob Armínio (1560-1609) e seus seguidores – frequentemente conhecidos como remonstrantes – quanto à graça, o livre-arbítrio, à predestinação e à perseverança dos crentes. Armínio era um teólogo calvinista holandês que, em todos aqueles pontos nos quais a tradição reformada diferia da católica ou da luterana, continuou sendo calvinista. É importante recordar isso, visto que frequentemente se diz que o arminianismo é o contrário do calvinisrno, quando na realidade tanto Armínio como seus seguidores eram calvinistas em todos os pontos, exceto nos que debatiam. Além disso, é necessário notar que o debate envolvia também o interesse de um dos grupos em sublinhar o calvinismo estrito a fim de salvaguardar a independência recentemente conquistada do país, enquanto que o outro buscava posições que tornassem mais fácil para o país comercializar com outros que não fossem estritamente calvinistas. Em parte, por essa razão, os calvinistas estritos fundamentavam seus argumentos sobre as Escrituras, e o princípio da justificação só pela graça, construindo sobre isso um sistema rigidamente lógico e racional, enquanto seus opositores desenvolveram argumentos igualmente coerentes fundamentados sobre os princípios geralmente aceitos da religião – razão pela qual em certo modo foram precursores do racionalismo.
ResponderExcluirArmínio envolveu-se em um debate quando resolveu refutar as opiniões daqueles que rejeitavam a doutrina calvinista estrita da predestinação. Mas então se convenceu de que eram eles que tinham razão, e se tornou o principal defensor dessa posição. Os calvinistas estritos que se opuseram a ele e que mais tarde condenaram seus ensinamentos eram supralapsarianos. Sustentavam que Deus havia decretado antes de tudo a eleição de alguns e a reprovação de outros, e depois havia decretado a queda e suas consequências, de tal modo que o decreto inicial da eleição e reprovação pudesse ser cumprido. Também sustentavam que as consequências da queda são tais que toda a natureza humana está totalmente depravada, e que o decreto da predestinação é tal que Cristo morreu unicamente pelos eleitos, e não por toda a humanidade. Em princípio, Armínio tratou de responder a essas opiniões adotando uma posição infralapsariana; mas logo se convenceu de que isso não bastava. Criticou então seus adversários argumentando, em primeiro lugar, que sua discussão dos decretos da predestinação não era suficientemente cristocêntrica, visto que o verdadeiro grande decreto da predestinação é aquele “pelo qual Cristo foi destacado por Deus para ser o salvador, a cabeça e o fundamento daqueles que herdarão a salvação”; e, em segundo lugar, que a predestinação dos fiéis por parte de Deus baseia-se em sua presciência de sua fé futura.
Visto que a doutrina da predestinação de seus opositores se fundamenta na primazia da graça, e de uma graça irresistivel, Armínio respondeu propondo uma graça “preveniente” ou “preventiva”, que Deus dá a todos, e que os capacita para aceitar a graça salvadora se assim decidirem. E, visto que a graça não é irresistivel, isso implica que é possível um crente, mesmo depois de haver recebido a graça salvadora, cair dela. Foi contra todas essas propostas dos arminianos que o Sínodo de Dordrecht, ou de Dort (1618-19) afirmou os cinco pontos principais do calvinismo estrito, a depravação total da humanidade, a eleição incondicional, a expiação limitada por parte de Cristo, a graça irresistivel, e perseverança dos fiéis.
As teorias de Armínio foram adotadas por vários teólogos de tradição reformada que não estavam dispostos a levar seu calvinismo às consequências que Dordrecht as havia levado. O mais destacado entre eles foi João Wesley (1703-91). Entre os batistas ingleses, aqueles que aceitaram o arminianismo receberam o nome de “batistas gerais”, porque insistiam que Cristo morreu por todos, enquanto que aqueles que ensinavam a expiação limitada foram chamados “batistas particulares”.
Justo L. González, Breve Dicionário de Teologia, p. 46, 47
A principal preocupação de Armínio não era elevar a humanidade ao mesmo nível de Deus ou superior a ele; ninguém pode lê-lo de forma justa e ter essa impressão. Sua principal preocupação era elevar a bondade de Deus ao mesmo nível ou até mesmo sobre o poder de Deus, sem diminuir em nada o poder de Deus. A forma que ele conseguiu isso foi por meio da ideia da voluntária auto-limitação divina – algo que ele em todos os lugares supõe e sugere sem expor explicitamente. O teólogo reformado Richard Mueller corretamente descobriu e trouxe à luz este elemento do pensamento de Armínio. Ele reconhece os dois igualmente importantes impulsos no pensamento de Armínio: o direito absoluto de Deus de exercer poder e controle e a livre limitação de Deus do poder para o bem da integridade da criação:
ResponderExcluirTanto no ato da criação quanto no estabelecimento do pacto, Deus livremente se compromete com a criatura. Deus não é, em primeiro lugar, de alguma forma constrangido a criar, porém faz assim apenas por causa de sua própria livre inclinação para comunicar a sua bondade; nem é Deus, em segundo lugar, constrangido a oferecer qualquer coisa ao homem em troca de obediência, na medida em que o ato da criação implica um direito e um poder sobre a criatura. Apesar de tudo, em ambos os casos, o desempenho livre do ato resulta no estabelecimento de limites ao exercício do poder divino: admitindo o ato da criação, Deus não pode reprovar absolutamente e sem uma causa na criatura; admitindo o início do pacto, Deus não pode remover ou evitar suas promessas.
Não se encontra nenhuma sugestão em Armínio de alguma preocupação com a autonomia humana por sua própria causa. A única razão de Armínio para afirmar o livre-arbítrio libertário é desconectar o pecado de Deus e tornar o pecador o único responsável por ele. Sua única preocupação prioritária é com a glória de Deus em todas as coisas. Não pode haver dúvida de que ele concordaria de todo coração com a resposta à primeira pergunta do Breve Catecismo de Westminster: “Qual é o fim principal do homem?” “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”.
ResponderExcluirA diferença entre as teologias arminiana e calvinista não está na centralidade do homem versus a centralidade em Deus. O verdadeiro Arminianismo é tão completamente centrado em Deus quanto o Calvinismo. Uma leitura justa dos teólogos arminianos clássicos, de Armínio a Thomas Oden, não pode deixar de encontrar neles uma ressonante confirmação da centralidade em Deus de toda a criação e redenção. A diferença, ao invés disso, se encontra na natureza e no caráter do Deus que está no centro desses dois sistemas. O Deus que está no centro do Calvinismo clássico e extremado, tipificado pela TULIP, é um ser moralmente ambíguo em poder e controle
ResponderExcluirDepois da morte de Armínio, o governo começou a interferir cada vez mais na controvérsia teológica sobre predestinação. O príncipe Nassau destituiu os arminianos dos cargos políticos que ocupavam. Um arminiano foi executado e outros foram presos. O conflito teológico atingiu tamanha proporção que levou a Igreja a convocar o Sínodo Nacional da Igreja Reformada, em Dort, mais conhecido como o Sínodo de Dort, onde os arminianos, conhecidos como “remonstrantes”, tiveram a oportunidade de defender seus pontos de vista perante as autoridades, partidárias do Calvinismo. As discussões ocorreram em 154 reuniões iniciadas em 13 de novembro de 1618 e encerrada em 9 de maio de 1619, cujo assunto era a predestinação incondicional defendida pelo Calvinismo e a predestinação condicional defendida pelo Arminianismo. Os arminianos acabaram sendo condenados como hereges destituídos de seus cargos eclesiásticos e seculares, tiveram suas propriedades expropriadas e foram exilados.
ResponderExcluirLogo que Maurício de Nassau morreu, os calvinistas perderam o seu poder na região e os arminianos puderam retornar ao país, onde fundaram igrejas e um seminário, o qual até hoje existe na Holanda (Remonstrants Seminarium).
Em síntese, as igrejas protestantes holandesas continham diversidade teológica, à época de Armínio. Tanto monergistas quanto sinergistas eram ali representados e conviviam pacificamente. O que levou a visão monergista à supremacia foi o poder do Estado, representado pelo príncipe Maurício de Nassau, que perseguiu os sinergistas.
Para Armínio e seus seguidores, sua teologia também era compatível com a reforma protestante. Em sua opinião, tanto o Calvinismo quanto o Arminianismo são duas correntes inseridas na reforma protestante, por serem, ambas, compatíveis com o lema dos reformados sola gratia, sola fide, sola scriptura.
O Arminianismo é um sistema teológico baseado nas idéias do pastor e teólogo reformado holandês Jacob Harmensz, mais conhecido pela forma latinizada de seu nome Jacobus Arminius. No inglês, é usualmente referenciado como James Arminius ou Jacob Arminius. Em português, seu nome seria Jacó Armínio.
ResponderExcluirEmbora tenha sido discípulo do notável calvinista Teodoro de Beza, Armínio defendeu uma forma evangélica de sinergismo (crença que a salvação do homem depende da cooperação entre Deus e o homem), que é contrário ao monergismo, do qual faz parte o Calvinismo (crença de que a salvação é inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma participação livre do homem). O sinergismo arminiano difere substancialmente de outras formas de sinergismo, tais como o Pelagianismo e o Semipelagianismo, como se demonstrará adiante. De modo análogo, também há variações entre as crenças monergistas, tais como o supra-lapsarianismo e o infra-lapsarianismo.
Armínio não foi primeiro e nem o último sinergista na história da Igreja. De fato, há dúvidas quanto ao fato de que ele tenha introduzido algo de novo na teologia cristã. Os próprios arminianos costumavam afirmar que os pais da Igreja grega dos primeiros séculos da era cristã e muitos dos teólogos católicos medievais eram sinergistas, tais como o reformador católico Erasmo de Roterdã. Até mesmo Philipp Melanchthon (1497-1560), companheiro de Lutero na reforma alemã, era sinergista, embora o próprio Lutero não fosse.
Armínio e seus seguidores divergiram do monergismo calvinista por entenderem que as crenças calvinistas na eleição incondicional (e especialmente na reprovação incondicional), na expiação limitada e na graça irresistível:
- seriam incompatíveis com o caráter de Deus, que é amoroso, compassivo, bom e deseja que todos se salvem.
- violariam o caráter pessoal da relação entre Deus e o homem.
- levariam à consequência lógica inevitável de que Deus fosse o autor do mal e do pecado.
Contexto Histórico
Para se compreender os motivos que levaram à aguda controvérsia entre o Calvinismo e o Arminianismo, é preciso compreender o contexto histórico e político no qual se inseriam os Países Baixos à época.
De acordo com historiadores, tais como Carl Bangs, autor de “Arminius: A Study in the Dutch Reformation (1985)”, as igrejas reformadas da região eram protestantes, em sentido geral, e não rigidamente calvinistas. Embora aceitassem o catecismo de Heidelberg como declaração primária de fé, não exigia que seus ministros ou teólogos aderissem aos princípios calvinistas, que vinham sendo desenvolvidos em Genebra, por Beza. Havia relativa tolerância entre os protestantes holandeses. De fato, havia tanto calvinistas quanto luteranos. Os seguidores do sinergismo de Melanchthon conviviam pacificamente com os que professavam o supralapsarianismo de Beza. O próprio Armínio, acostumado com tal “unidade na diversidade”, mostrou-se estarrecido, em algumas ocasiões, com as exageradas reações calvinistas ao seu ensino.
Essa convivência pacífica começou a ser destruída quando Franciscus Gomarus, colega de Armínio na Universidade de Leiden, passou a defender que os padrões doutrinários das igrejas e universidades holandesas fossem calvinistas. Então, lançou um ataque contra os moderados, incluindo Armínio.
De início, a campanha para impor o calvinismo não foi bem sucedida. Tanto a igreja quanto o Estado não consideravam que a teologia de Armínio fosse heterodoxa. Isso mudou quando a política passou a interferir no processo.
À época, os Países Baixos, liderados pelo príncipe Maurício de Nassau, calvinista, estavam em guerra contra a dominação da Espanha, católica. Alguns calvinistas passaram a convencer os governantes dos Países Baixos, e especialmente o príncipe Nassau, de que apenas a sua teologia proveria uma proteção segura contra a influência do catolicismo espanhol. De fato, caricaturas da época apresentavam Armínio como um jesuíta disfarçado. Nada disso foi jamais comprovado.
Cito uma fala de Augustus Nicodemos Lopes:
ResponderExcluir"Você não pode dizer que a doutrina da predestinação não é bíblica; ela é bíblica! Você pode dizer que você não a entende, mas não pode dizer que não é bíblica."
E as declarações de John Stott esclarecem totalmente o motivo pelo qual Augustus disse tal pérola.
Junior.
essa discussão não tem fim, eu vejo a negação do livre arbítrio como a própria negação do caráter de Deus, ah, chega disso.
ResponderExcluirEmbora tenha sido discípulo e bebeu na fonte de Calvino, Arminius surto, e defendeu uma forma evangélica de sinergismo. Fui arminiano a principio, mas quando ouvir falar do calvinismo no seminário batista fui procurar saber mais profundamente,e quando percebi estava de juelhos pedindo perdão a Deus da minha ignorância, e por ter ensinado e pregado dentro dessa teologia do pânico. Pois vivia com o pavor de perder a salvação no ultimo estagio da minha vida. Hoje graças a Deus tenho um linha de biblica saudável e coerente com as escrituras. No decorrer dos estudos no seminário um dos professores arminiano estava defendendo com unhas e dentes em aula sobre o "livre-arbítrio" quando eu argumentei que era segundo Arminio não segundo a biblia, ele de imediato começou a citar textos biblicos para provar seus argumentos e o rebatia com outros textos e quando percebi ele ja estava gaguejando e respodendo com experiencias pessoais, pois não conseguia provar nem argumentos nos originais. A teologia reformada calvinista é profundamente biblica e para ir contra ela é preciso ser antibiblico, ou um teologo liberal. Desculpe os arminianos que são meus irmãos em Critso e os amo, mas pesquise sobre quais as contribuições que a teologia arminiana trouxe para a igreja e para a sociedade. De centenas posso citar duas o teísmo Aberto e o neopentecostalismo.
ResponderExcluirGostei muito dos embates, acho sempre muito proveitoso ouvir os dois lados da moeda, o que torna Genizah quase que único, pois aqui os opostos se expressam!
ResponderExcluirO que sei, que sei, é
Que passei minha vida muito amargurada com a perda da salvação e que não conseguia desfrutar da alegria da salvação, e quando encontrei Jesus + calvinismo, foi pra mim descanso.
Tenho me deliciado, na graça e no amor de Deus, que abismo nenhum, que tenha em mim ou fora de mim, pode me separar. E tentado através da renovação de mente alcançar a estatura do Varão Perfeito, más sem peso, pois sei, que sei
Que é, inalcançável e Ele não espera isso de mim, antes, Ele anda em minha direção, pra me sustentar.
Quanto aos da turma, do deixa disso, pra que isso, digo o seguinte:
Anunciar Jesus +Predestinação + eleição + soberania, é libertar o povo do Egito!
Pior, que ser escravo no Egito, é ser escravo na terra prometida!
Dani Lima
http://berearepreciso.blogspot.com
O texto começa bem, distanciando Armínio do Pelagianismo. No entanto, quando passa a fazer algumas objeções, o autor comete alguns erros.
ResponderExcluirArminus defende que os efeitos da Queda foram tão devastadores sobre a natureza humana, que só podemos crer depois de sermos regenerados.
Armínio não diz que só podemos crer se formos regenerados. O pensamento da época era o contrário. Cremos para sermos regenerados. Inclusive Calvino era da mesma opinião. O que Armínio diz que segue a regeneração são os frutos da fé salvadora, não a fé salvadora propriamente dita.
Por causa desse erro, o autor faz algumas perguntas totalmente sem sentido:
Por acaso Deus regenera o homem e depois pergunta se ele quer acreditar em Jesus?
Ou será que “graça suficiente para crer” não é o mesmo que “regeneração”?
Neste caso, a afirmação de que é preciso ser regenerado para se capaz crer não terá sido mais que um habilidoso jogo de palavras?>
Embora o autor tenha percebido a diferença entre o ensino de Armínio e o de Pelágio, o mesmo não acontece na questão do semipelagianismo. Ele diz,
De modo que, assim como não é justo acusar a teologia de Arminius de pelagianismo, não se pode evitar tão facilmente a acusação de “semi-pelagianismo”.
O semipelagianismo ensina que cabe ao homem dar o primeiro passo em direção a sua salvação. Armínio ensina isso? É óbvio que não. O próprio autor diz que Armínio acreditava que Deus concedia graça suficiente para o homem crer. Portanto, para Armínio, o homem não dá o primeiro passo. E se é assim, por que seria difícil evitar a acusação de semipelagianismo? Muito pelo contrário, é muito fácil, e esta acusação é igualmente injusta.
Mas isso o autor diz porque acredita que há uma "contradição inerente ao pensamento do teólogo holandês". Mas esta contradição, como vimos, foi criada pelo próprio autor. Armínio não se contradiz em nada aqui.
Nenhum dos versículos citados diz que "Deus concede vida ao homem, de modo livre e soberano". Jo 6.44 e Jo 6.65 apenas revelam que é preciso uma obra da graça antes do homem crer em Cristo, algo em que o próprio Armínio acreditava. Mt 11.27 diz que o Filho se revela a quem quer, mas ele não diz a quem ele quer revelar-se. Podemos estar certos de que a iniciativa é dele e que a menor iluminação de nossas mentes é dada sob seus próprios termos. Rm 9.15, 16 não dizem que Deus é misericordioso com uns e não com outros, mas enfatizam o fato de que a misericórdia de Deus não pode ser restringida pelos homens sob a reivindicação de raça ou obras. A misericórdia, para ser misericórdia, deve ser livre.
Finalmente, é verdadeiro que Deus nos salva efetivamente. Mas ele salva efetivamente os que têm fé em Cristo. A salvação não está restrita a um grupo de privilegiados. Cristo não veio ao mundo meramente comunicar a existência de um decreto no qual alguns já foram predeterminados à salvação e outros à perdição e que nada mais pode ser feito quanto a isso a não ser nos conformarmos. Este é um ensino estranho às Escrituras e completamente contrário ao caráter de Deus.
Passei o8 anos na igreja presbiteriana, estud muito a doutrina calvinista, inclusive ainda tenho comigo confissao westemister, catecismo maior...sempre fiquei com um pe atras, questionei diversas vezes. quando vc estuda, ler varios versiculos segue uma linha de raciocinio criado pela doutrina parece tudo certo, mas quando chega ao final as contradicoes sao muitas, absurdas e o que é pior muito perigosa. Graças dou ao SENHOR por me abrir os olhos diante de tantas contradiçoes.
ResponderExcluir"Desculpe os arminianos que são meus irmãos em Critso e os amo, mas pesquise sobre quais as contribuições que a teologia arminiana trouxe para a igreja e para a sociedade."
ResponderExcluirHum... William Lane Craig?
E, te rebato a questão:
"Desculpe os CALVINISTAS que são meus irmãos em Critso e os amo, mas pesquise sobre quais as contribuições que a teologia CALVINISTA trouxe para a igreja e para a sociedade."
Ah, leve em conta a perseguição que os calvinistas perpetraram contra os Remonstrantes, OK?
Quem crê nesse tal livre arbítrio está com um pé no inferno e o outro na casca de banana.
ResponderExcluirTodos aqueles que se dizem calvinistas, luteranos etc são iguais torcedores de time de futebol e não interpretam a Palavra de Deus e vivem de defender times. se não houvesse livre-arbítrio desde o início de tudo, nem haveria queda dos anjos pois eles foram gerados em estado de glória e caíram. Caíram porque DECIDIRAM DEIXAR DEUS. Será que é difícil entender essa simplicidade? Quando se defende times isso fica difícil. Se os anjos DECIDIRAM seguir o maligno, como não dizer que foi uma decisão deles? Vão tentar inventar algo para justificar a defesa do clube? Sem arbítrio ou livre vontade tudo seria uma grande hipocrisia da parte de um Deus louco e sádico brincando com sua criação. A interpretação e compreensão natural de verdades espirituais dá nisso. Interpretações baseadas em raciocínios humanos, sem discernir ou compreender verdades espirituais.
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