Jesus vai ao McDonald´s
https://genizah-virtual.blogspot.com/2011/04/jesus-vai-ao-mcdonalds.html
Teólogo desnuda religiosidade fast-food
Luiz Alexandre Solano Rossi, teólogo
GAZETA DO POVO
A
sociedade de consumo está influenciando o pensamento religioso e o
comportamento dos cristãos. Quem observa a mudança é o professor do
mestrado em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Luiz
Alexandre Solano Rossi, que acaba de relançar o livro Jesus vai ao
McDonald’s: teologia e sociedade de consumo. “Deus não pode ser visto
como um bem a ser consumido, como se fosse uma mercadoria a mais. É o
que procuro mostrar”, diz.
Segundo Rossi, em alguns tipos de teologia praticadas nas igrejas,
tanto protestantes quanto católicas, é possível observar a transformação
de Jesus em um produto. A consequência, reforça o pesquisador, é que a
vivência cristã acaba se equiparando a uma loja de fast-food, na qual o
cliente “escolhe” o que bem entende, nos moldes da chamada Teologia da
Prosperidade. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Qual o impacto do consumismo na Igreja e na teologia?
O impacto se dá em dois momentos. O primeiro é na formação de uma
cultura que nega a coletividade, fazendo com que a teologia deixe de ser
vista como um instrumento de proteção da vida, principalmente da vida
dos mais vulneráveis, para se tornar um instrumento individual. O
segundo impacto é que o fiel começa a pensar mais no seu sucesso e bem
estar pessoal do que nos outros. Para atender a esse desejo, muitos
migram de uma comunidade para outra, seja católica ou protestante, como
se fossem lanchonetes de fast-food. Se a pessoa percebe que igreja tal
tem uma certa eficiência, se ouve que lá dá resultado, então se muda.
Desaparece o compromisso com uma doutrina, uma história, uma tradição.
Diante desse cenário, as igrejas deveriam se reinventar ou se manter como sempre foram?
As igrejas precisam ler os sinais que a sociedade emite,
reinventando-se a cada dia. E perceber como a mensagem cristã pode
responder às grandes questões, influenciando a sociedade. A sociedade de
consumo já fez a sua parte criando a chamada Teologia da Prosperidade.
Essa teologia diz que o plano de Deus é fazer o homem feliz, abençoado,
próspero, um sucesso absoluto. A complexidade é que, para esta teologia,
só não é próspero, saudável e feliz quem carece de fé ou quem não
cumpre o que a Bíblia diz a respeito das promessas de Deus. Quando não,
as pessoas destituídas de êxito são malvistas, como se estivessem
envolvidas com as forças do diabo ou em pecado. Essas situações estão
muito aquém da religião. A teologia tem de proteger e não dizer que
alguns seres humanos são miseráveis porque pecaram, ou coisa assim. De
forma alguma, Deus os chama.
Quais são outras consequências negativas do consumismo impactando a teologia?
Um deles é a que a preocupação do indivíduo passa a ser somente
consigo. A responsabilidade coletiva deixa de existir. A segunda é a
superficialidade, a falta de reflexão. Temo que as pessoas hoje não
queiram refletir da maneira como deveriam, atitude típica da cultura
pós-moderna. Tudo se tornou muito rápido e superficial. E a
superficialidade gera mediocridade. Diria que muitos pregadores jogam
para suas plateias, dominicalmente, pílulas religiosas revestidas de
Prozac, alienando o povo do mundo real. Isso é antiteologia.
Como deve ser, então, a relação das pessoas com a religião?
Um dos pontos essenciais do cristianismo é o seguimento de Cristo.
Ser discípulo é seguir o que Ele ensinou. O que implica estar junto
daqueles que vivem à margem, sem dignidade. É o primeiro passo. O
segundo é uma questão prática. O fiel precisa superar a promessa da
Teologia da Prosperidade com aquilo que chamo de Teologia do Suficiente.
A religião pode nos ajudar a pensar o que é o bastante, o necessário
para que possamos viver com dignidade, sem explorar de forma ilimitada o
nosso planeta.
O consumismo na religião é um caminho sem volta?
Sou um otimista. Dentro das igrejas vê-se a influência intensa da
Teologia da Prosperidade. Mas, por outro lado, tem-se no ambiente
religioso tanto aqueles que aderiram à teologia influenciada pela
sociedade de consumo como gente que refuta essa fórmula.
Dica da @Debyelis
Que cada vez mais pastores do alto gabarito de Luiz Alexandre Solano Rossi adiram à Igreja Católica, esse retorno é uma evolução natural da fé, eu mesmo sou um ex-seminarista batista, batistão dos batistões, que fui aos poucos abandonando o fundamentalismo da fé fragmentada, individualista e soberba, para abraçar a ortodoxia e a catolicidade da fé integral.
ResponderExcluirAnônimo Católico.
Esse semi-padre descobriu a roda, meu jovem algum dia o "tal" de cristianismo foi diferente???
ResponderExcluirFala Sério !
Ex? Cruzadas e Inquisição, quer mais ?
O livro do professor Solano Rossi é deveras muito interessante. Como observar que as igrejas seja a católica ou as evangélicas? viraram templos de consumo??? e Não templos de adoração a Deus. Douglas Carneiro
ResponderExcluirEita, gente! O Sr. Alexandre Solano Rossi que vcs tanto elogiam é 'coroínha' dos padres daqui de Maringá, hein... vive nas missas das paróquias daqui. Se rebelou geral contra a igreja que pastoreava... ninguém vê mais esse teológo nas igrejas...sei não... muita fala, mas bemmmm pouca prática dele! Se liga, Genizah...
ResponderExcluir