Dois anos de Genizah e o editor entrega o ouro!

Hoje, Genizah completa dois anos de vida. Nunca imaginei que este site iria, após este tempinho, se tornar um veículo com tantos leitores e que fosse se multiplicar em outras inciativas igualmente bem-sucedidas. 

Acima de tudo, nunca pensei que o Genizah fosse mudar tanto a minha própria vida, tornando-se parte tão importante da minha existência.

No ano passado, no completar do primeiro aniversário falamos (muitos companheiros de jornada escreveram sobre o aniversário) acerca dos muitos marcos ultrapassados e do significado do movimento que este site ajudou a criar. Este ano quero falar de algo mais pessoal, do meu trabalho de editor e de sacações que fiz neste tempo e que podem ser ajuda para outros blogueiros.

Oleo de Leandro Ferreira

Subversion et innocence

Alguns perguntam: Por que vocês usam termos como subversivo, conspirador, militante, quadrilha, etc. Outros poucos ainda afirmam: Isto não é cristão!

Bom, eu diria que, certamente, não é religioso. Risos.

Eu rio muito com isto. Rio sofrendo, claro, risos, mas rio. E me surpreendendo como ser cristão, no século XXI (Pois é!) ainda é um império de lealdade de homens a líderes e placas e o ser de uma religiosidade de mentes lavadas e enxaguadas em rituais e regras que nada lembram a revolução proposta na Galileia há dois milênios atrás e que condenou os revolucionários à morte, a começar pelo líder. 

Uma revolução que só sobreviveu porque era uma conspiração articulada pelo próprio Espírito de Deus, apesar dos homens religiosos que diziam ter o monopólio do sagrado, os tais ungidos intocados de deus, a quem O próprio Deus desceu o chicote neles, os xingou e, até este dia, e depois enviou profetas para os desafiar: quase todos tidos como subversivos. 

A resposta portanto, meus irmãos mais desavisados, é que nos chamamos de subversivos, com todo o temor e tremor, pois queremos mesmo é merecer o nome de imitadores de Cristo, nos alistando na conspiração amorosa do Pai em prol do Seu Reino.

 

La Grâce de Dieu

Eu não sou aquilo que pareço ser aqui no Genizah. E não se trata de falsidade da minha parte, ou qualquer coisa amoral.

Não sou por muitas razões.

Eu não vivo uma agenda, me preocupo apenas em ser melhor a cada dia, vivendo grato e na Graça.

Genizah tem uma agenda. Apologética e subversiva pelo verdadeiro Evangelho do Reino.

Genizah é um projeto de militância cristã. Eu só tenho sonhos e muitas mesquinharias cotidianas.

Genizah tem uma linha editorial, eu tenho fé.

Eu sou sozinho. Genizah são muitos.

Dada

Genizah é dadaísta, sendo cristão; eu sou apenas mais um palhaço muito devedor no balanço do que é justo.

Eu não escrevo como escrevo no Genizah. 

Estabelecer uma personagem provocativa, sarcástica e bem humorada é um exercício que a minha profissão facilita. Brinco com o irônico, o ilógico e me equilibro no absurdo para revelar a ordinária beleza e a abundante torpeza do ser, e que nos sufoca todos os dias;

Sou dada para afrontar o inimigo. 

Deixo alguns perdidos e outros achados na culpa e muitos irados com o estelionato religioso.

No Genizah, eu sou radical. Na vida, ando bem medicado, risos.

Genizah é radical porque é militante. 

Na vida, concilio o que dá e mais um pouco, o que é sempre angustia e traz o arrependimento.

Eu vejo cinza. No Genizah é preto no branco.

Eu sou romântico. Genizah também... :))

Sans les masses, il y a révolution

Eu não escrevo como escrevo no Genizah, porque estou afundado na autocrítica e nas regras e vícios acadêmicos. Tirante a experiência de redação publicitária que é a grande ajuda na minha tarefa conspiratória de escandalizar e denunciar, eu sigo sempre popularizando a mensagem de forma a incluir novos interlocutores no diálogo teológico.

E veja bem que meu escandalizar é o denunciatório, não é o criminal, de quem tem a culpa no cartório.

Simplicité 

Genizah precisa ser entendido por todos. Genizah não pode ser teórico.

E não me entendam mal, pois as barreiras que quero quebrar não são as intelectuais. São tão somente as da exclusão corporativa, dos especialistas em divindade profissionais.

As barreiras espirituais são da alçada do Espírito Santo e as intelectuais são desnecessárias, bem... O Evangelho é tão simples!

O Genizah foi criado para ajudar a disseminar certas discussões e conhecimentos teológicos que estavam restritos à academia e para fazer isto foi necessário simplificar, detonar o teologuês.

Mas não só isto.

Genizah precisa ser metódico. Precisa reafirmar seus valores com novas linguagens, a fim de se manter no rumo.

Genizah precisa ser bom de ler. Dai temos bons colaboradores no projeto, melhores do que eu. Gente que escreve com humor, inteligência, ousadia, etc.

Genizah não quer escrever notícia. Embora fure com frequência.

Genizah é opinião. Forte. Indigesta.
 
Opinião desconfortável, mas limpinha. Lavada no humor!

Nouvelle vague

Genizah precisa se conectar com a nova geração.

Uma geração totalmente influenciada pela informática, jogos (fizemos sucesso no viral com vídeos com referências de jogos) e, principalmente por fontes infindáveis de informação ao alcance da vontade.

Sim. Vontade. Nem tudo o que está ao alcance dos dedos vira ação ou conhecimento se não há vontade própria ou incentivada, seduzida.

Uma geração que está rompendo uma série de sólidos paradigmas.

Uma geração que processa muitas informações ao mesmo tempo, distribuídas em frações resumidas, beirando o superficial, mas generalistas. Multimídia, multiestética e tribalista. Afirmativa da personalidade que quer ser comunicada à distãncia, dai o uso de tantas expressões artisticas no corpo.

Cybernétique Et Épistémologie

Uma geração que inaugura uma nova epistemologia.

Genizah sempre entendeu que os textos precisavam seguir a nova tendência para interagir com este público, sem perder o sentido e a relevância para as gerações anteriores.

Nascidos já  plugados

Por isto nossos textos são curtos, irônicos, sarcásticos e sedutores para outras leituras.

Assim: 

Veja aquilo também! Entenda melhor! Veja a conexão! Ouça a música que fizeram sobre isto! 

A única coisa que evitamos dizer é:

Veja a conclusão de fulano sobre o assunto. 

Cotamos muito! E como! Mas evitamos vender opinião formada... A alheia, bem-dito! Não as nossas, estas são nossas, ora bolas!

Mas de resto, preferimos desafiar a conclusão própria e ver o pau quebrar nos comentários.

Abusamos de imagens, usamos de pequenas provocações. Divagamos em rápidas referências complementares ou suplementares.

As vezes, provocamos, assim, muitas leituras diferentes, até opostas, risos.

Usamos muitos vídeos e fazemos até mesmo a formatação do texto dissonar da ou reforçar a mensagem.

E, acima de tudo, abusamos da inventiva na pegada do tema, nos títulos e leads dos posts, sempre pensando em provocar ou apelar para o nonsense de forma a dropar grandes ondas nas redes sociais.

Resumo: Ser koiné, nunca latim.
Simples e inteligente. Provocador e sedutor.

Mas isto eu tento fazer.

 

Ne me quite pas

Genizah são muitos outros, todos brilhantemente relevantes e únicos.

Aqui, juntos, comemoramos a possibilidade de ter opiniões diferentes, até opostas. Vivemos a alegria do debate sadio, valorizamos o processo, muito mais do quem ganha ou perde.

Com todos estes amigos colaboradores e aqueles que nos leem, discordando ou concordando, incentivando ou criticando, comentando ou calando, provocando ou mobilizando, surpreendendo ou ofendendo; comemoro estes dois anos de jornada.

O que fizemos até aqui e os milestones digitais ultrapassados, deixa quieto para não atrair a ira dos invejosos.

Bom mesmo é estar com vocês.

Danilo

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