Mackenzie e a lei da homofobia: resumo da ópera até o momento
https://genizah-virtual.blogspot.com/2010/11/mackenzie-e-lei-da-homofobia-resumo-da.html
Muitos veículos de comunicação divulgaram o teor de um documento assinado pelo chanceler do Mackenzie, Reverendo Augustus Nicodemus Gomes Lopes. O documento ficou disponível no site da institução durante pouco tempo, devido à polêmica que provocou (apesar de não ser recente). Para quem não é mackenzista, o chanceler é responsável por zelar pela confessionalidade (presbiteriana) na Universidade.
Primeiro, o documento:
"Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.
Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:
"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.
Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).
A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.
Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".
Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"
Diante dessas afirmações, começou uma polêmica virtual. Estudantes, jornais, redes de televisão e grupos ligados à comunidade gay taxaram o posicionamento do chanceler como homofóbico.
Em seu site, Luis Nassif postou as declarações pró e contra o estilo do chanceler. Entre elas:
Como aluno conheci a sua "ortodoxia" moralista. Sua tradição não é cristã, não é oriunda dos evangelhos oriunda, baseada no Calvino que aprova a queima de Servetus, na lei de Moisés que manda apedrejar, furar o olho e matar. Talvez, alguns não entendam, mas ele é um judaizante cristão, alguém que vive e crê na lei do talião: "olho por olho, dente por dente". Essa lei como disse Luther King acabaria deixando todo mundo sem dentes e cegos. O que o move não é o espírito de Cristo, é a moralidade [Rogério Marques, ex-aluno de Nicodemus no Seminário Presbiteriano do Norte]
Sinceramente, é muita injustiça da sua parte. Eu e muitos outros conhecemos bem o Rev. Augustus NicodemUs e lhe garanto que seu texto está repleto de malícia e mentiras. Mas isso você com certeza já sabe, né?
"Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira." (João 8.44)
Se vocês estão querendo um bode expiatório para jogar acusações falsas, joguem logo contra a Igreja Presbiteriana do Brasil inteira, pois essa é a nossa posição, e que Deus te tenha como culpado no Dia do Julgamento. Estamos apoiando o Pr. Augustus e acredito firmemente no que ele falou e no que a Igreja disse. [Dri, sem informações a respeito do(a) autor(a)]
Já o Guia do Estudante publicou algumas colocações de mackenzistas:
“Não é só no Mackenzie, em qualquer lugar tem homofobia”, diz Isabelle. Nenhuma das outras pessoas entrevistadas, no entanto, disse ter visto alguma manifestação homofóbica no Mackenzie. “Até a [publicação da] infeliz carta”, lembra Deborah. “O chanceler em nada representa o real corpo pensante dessa instituição”, diz Thiago. “Preconceito velado existe em todas as universidades. Mas depois dessa atitude arbitrária do chanceler a imagem que se passa da instituição é que continuamos a ser aquele reduto de caça-comunistas e patrulheiros ideológicos do período da ditadura militar”.
Para o estudante, no campus “o clima é de tensão e revolta”. Na internet, Deborah diz que a situação começa a assustar. “Nos grupos de discussão do Mackenzie há comentários que estão passando dos limites. Estão calorosos, de um lado os que defendem a carta acusam os homossexuais de preconceito contra a religião e de outro os que acusam o Mackenzie de instituição homofóbica”, diz.
Ao que parece, a discussão deverá passar do âmbito virtual para o real. No Facebook, alguns internautas estão combinando um protesto em frente ao Mackenzie no dia 24/11. Já são mais de 2.300 confirmações de presença. Os organizadores pedem: "Tragam cartazes, bandeiras, cornetas, altofalantes, tirem o pó das vuvuzelas e vamos ver e ser vistos!"
Do lado do chanceler, o destaque fica para Julio Severo. O artigo Palhaçada gay contra o Mackenzie afirma, entre outras coisas:
Contudo, os homofascistas nunca trocariam o Mackenzie por uma mesquita como alvo de suas reais manifestações de ódio. Eles tremeriam de medo só de pensar em fazer um protesto na frente da Embaixada do Irã, país que tradicionalmente mata homossexuais!
Os ativistas gays têm direito de acusar os islâmicos de assassinos de homossexuais? Claro que sim, mas por razões óbvias eles preferem não fazer uso desse direito. Com homofóbicos de verdade não se brinca! Dá para acusar facilmente os cristãos de qualquer mentira e escapar ileso, mas não dá para aplicar semelhante golpe em muçulmanos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"pois essa é a nossa posição, e que Deus te tenha como culpado no Dia do Julgamento. Estamos apoiando o Pr. Augustus e acredito firmemente no que ele falou e no que a Igreja disse."
ResponderExcluirEu e minha familia estamos com o reverendo presbiteriano, tomara que todos os pastores das Igrejas Tradicionais e Pentecostais tome e mesma posição firme contra as astutas ciladas de satanas.
Pastor Caleb.
Postei um comentário no Blog do Nassif,acerca da Matéria dele onde trata do A. Nicodemus, faz um dia, e até agora nada de publicá-lo. Estranho não?
ResponderExcluirInteressante:
ResponderExcluir"Nani é mackenzista e apenas narra os fatos desta polêmica aqui no Genizah"
Li o texto do Rev. Augustus Nicodemus e não vi nenhuma declaração violente ou homofóbica, pelo menos nada que a Bíblia não tenha dito. Mas afinal o Genizah (ou a 'Nani') está apenas narrando os fatos da polêmica ou tem-se alguma posição sobre a mesma?
Cordialmente,
Ronaldo
Eu louvo a Deus pela vida do Augustus e apoio 100% a sua carta. Acho que as bibas estão passando dos limites e querem se impor como regra e taxar os heteros como a exceção. Um fenomeno parecido com a violência urbanda. Os bandidos andam soltos e nós moramos atrás de grades. Tá tudo errado!
ResponderExcluirMas isto sou EU, que tenho direito a uma opinião, ou não tenho?
Nessas horas, a lei mosaica poderia ter de novo a sua aplicabilidade restaurada, principalmente no tocante aos homossexuais. Ô povo que dá dor de cabeça.
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ResponderExcluirApenas corrigindo os meus 3825 erros de portuga no comentário anterior
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Este protesto dá mais munição a todos que são contrários a tal lei da homofobia.
Uma das coisas que dizem sobre a tal lei é que as igrejas não poderão mais publicamente se manifetarem contra o homossexualismo como pecado. E o Mackenzie é uma instituição confessional, com "presbiteriana" no nome, sendo dirigida pela igreja presbiteriana. É também privada. O Mackenzie espelha o que a igreja presbiteriana pensa, e o texto no site do Mackenzie era quase semelhante ao posição oficial da Igreja Presbiteriana, como pode ser visto no site da IPB. De certa forma o protesto conta o Mackenzie é um protesto contra uma posição religiosa.
E é por isso que há tanta gente contra a tal lei.
Só para correção, a carta do Rev. Augustus foi publicada no site do Mackenzie em 2007 e desde daquela época nunca chamou atenção, até semana passada...
ResponderExcluirSou solidário ao rev Augustus Nicodemus. A posição cristã está declarada no documento não de modo violento como querem os homossexuais. Mas, de um modo respeitoso demonstrando repúdio ao pecado e amor ao pecador.
ResponderExcluirEntendo que o Rev Augustus Nicodemus não tem de que se defender, não há nenhuma acusação legal contra o mesmo, pois, liberdade de religiosa e de pensamento são assegurados na constituição do Brasil.
ResponderExcluirDefender-se é expor-se ao ridículo, pois, ridículas são as acuações e os acusadores. Não há bom senso e nenhuma busca pela verdade, mas, a luta por uma mão de uma única via, a intolerãncia homossexual contra os que pensam diferente.
Manifesto minha humilde solidariedade ao Mackenzie, e assino embaixo do comentário do DANILO (acima). Adorei o comentário sobre fazer manifestação homotária em frente aa embaixada do Irã, ou algum país muçulmano.
ResponderExcluirExistem uma série de equívocos na discussão sobre este projeto de lei, até mesmo porque a maioria que o discute sequer o leu.
ResponderExcluirO texto é fraco, aprovado na Câmara às pressas, traz uma série de inconsistências jurídicas e repisa outras tantas questões já previstas em lei.
Caso seja aprovado, o Judiciário terá de declarar a inconstitucionalidade do mesmo em algum momento.
Por outro lado, chega de intolerância religiosa! E digo isso me referindo a esta nova "religião" chamada movimento homossexual. Sou cristão, cidadão brasileiro, e quero resguardar meu direito de crer e confessar contra o homossexualismo ao mesmo tempo em que veja no homossexual um ser amado por Deus.
Já que não querem palavras do "retrógrado" Nicodemus, chamem o saudoso Voltaire "Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la."
Não conheço muito sobre o autor da polêmica declaração, no contexto da fé que professa acho correta sua posição, mas enquanto instituição acadêmica acredito que deve ser levado em consideração de que vivemos sob um regime de expressão livre, institucionalizar crenças religiosas na academia, pode-se tornar algo perigoso, no contexto de uma democracia,em um Estado de direito, no tocante a liberdade do indivíduo. Já estudei em Escola de confissão luterana, e agora em uma Universidade católica e não por isso enfiaram "goela abaixo" seus dogmas e convicções religiosas nos acadêmicos, é temerária sua posição, embora considere corajosa.
ResponderExcluirRev. Augusto Nicodemos é uma referência, ou melhor, uma reserva moral em meio ao pântano que se tornou o evangelicalismo brasileiro. A sua posição como chanceler do Mackenzie condiz com sua conduta de um dos mais renomados e respeitados teólogo reformado de língua portuguesa. Parabéns pela coragem meu querido Augustus, não esperávamos outra conduta do senhor.
ResponderExcluirTambém tenho absoluta certeza que a renomada instituição de ensino que dirige jamais pregaria o ódio e o preconceito seja por causa de credo, raça, ideologia política ou orientação sexual.
Também apoio 100% o pensamento do Rev.Augustus.
ResponderExcluirOs princípios de Deus não mudam e ponto final.
Também concordo com o mano Danilo. Os bibas estão cada vez mais chaaaaaaatos em relação a este tema.
Basta a cada um viver a vida que escolheu e ponto final.
Monica
O que mais me chama atenção é que o texto do Rev. Augustus estava no site desde 2007.
ResponderExcluirSó agora estão fazendo esse barulho todo.
Como uma verdadeira cristã estou totalmente ao lado do Rev. Augustus.
A IPB deve se posicionar contra a Lei da Homofobia, não podemos ficar calados!!
Lembro, também, que em nenhum momento o chanceler falou com ódio ou discriminação. Ele APENAS relatou os motivos que levam a IPB ser contra a Lei. Não podemos ser contra? Isso sim é absurdo!
Olavo de Carvalho dá uma resposta a Luiz Mott sobre suas afirmações:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=8kzP-MWFiZs
(postado pelo Julio severo)