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A VIDA FORA DO TEMPLO


Antônio Carlos Costa


Acabou o culto, todos retiram-se para as suas casas, deixando para trás o templo, a fim de enfrentarem mais uma semana. Sob que perspectiva deve ser vista essa quantidade de tempo gasto com o mundo?

1. O exercício da vocação profissional deve ser visto como tão santo quanto o tempo dedicado à igreja. Trabalho não é tempo desperdiçado com o "mundo". É oportunidade de servir ao próximo, enriquecer a vida da sociedade e glorificar a Deus. Imagine a vida da igreja num mundo sem professores, faxineiros, médicos, advogados etc. Todos os recursos por meio dos quais templos são erigidos, missionários sustentados e contas da igreja pagas, são provenientes do trabalho duro de pessoas cuja atividade profissional, muitas vezes, é pela igreja rotulada de profana e menos sagrada do que o trabalho do pastor.

2. A luta pela justiça social -deve ser vista como consequencia natural- de uma pregação que conduz o ser humano a harmonizar ética privada com espírito público. Cristianismo não se resume a preocupação com tabaco, álcool e pornografia. É também angústia santa face à condição dos que sofrem abuso de poder, têm seus direitos violados, são ignorados pelo Estado. Todo aquele que foi tangido na alma pelo evangelho de Cristo, ama a Deus e a tudo o que Deus ama. Isso significa amar filho, cônjuge, pai, mãe. Significa também amar o pobre, o preso, o explorado.

3. A atividade profissional exercida com excelência e o compromisso pessoal com uma sociedade mais justa devem ser vistos como meios de proclamação do evangelho. Ambas as coisas devem ser feitas por motivo de consciência, mas quem as pratica, deve saber que, será sempre respeitado por aqueles que o observam.

A razão de destacar essas verdades, deve-se ao fato de que -pessoas estão sendo ensinadas nas nossas igrejas- a viverem tão somente para a manutenção da estrutura eclesiástica, verem como desperdício de vida o tempo gasto no trabalho, crerem que só encontrarão sentido para viver caso se dediquem exclusivamente à igreja, satisfazerem-se com um cristianismo que não forma homens de espírito público e pensarem que é possível a mensagem evangelística ser ouvida, quando somos péssimos profissionais, e revelamos alienação face à bárbarie, o desmando e a incompetência dos orgãos públicos.

Há uma vida a ser vivida do lado de fora da igreja. Seus desafios são tamanhos para o verdadeiro crente, que este anseia pelo retorno ao templo, a fim de ser renovado espiritualmente, visando levar novamente o Reino de Deus para locais onde imperam a injustiça e morte.


Rev. Antônio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra,
presidente do Rio de Paz e colaborador do Genizah
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  1. Embora reconheça o mérito do texto, há de se destacar de que não existe "Vida fora do templo", visto que o templo já não mais existe.

    Um abraço!

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  2. Amei essa reflexão, que muitos cristãos aprendam com isso!

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  3. pessoal do genizah, acho que tem um texto que é a cara de voces:

    http://proibidaentrada.blogspot.com/2010/09/apocrifo-carta-de-pseudo-simao-aos.html

    foi escrito por meu colega de blog e eu achei bem o tipo de texto que vem parar no genizah xD

    enfim, paztejam

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  4. Dentre os vários tipos de cristãos, encontramos:
    1) Aqueles que entram na igreja mas não entram no culto;
    2) Aqueles que, ao saírem do culto, deixam Deus dentro da igreja.
    Muitos se esquecem que nossas atividades cotidianas devem ser feitas de todo o coração, como se fossem pra Deus. Porque de fato o são.

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  5. Show o texto.
    Concordo com o irmão Filipe, onde os templos não mais existem, mas somos nós, a Palavra, nossas atitudes.
    Muito bom o texto, Paz.

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  6. Boa tarde!
    Achei o texto interessante, mas só queria fazer uma resalva. O templo somos nós! Por tanto devemos sim desenvolver a mesma vida de dentro da concregação, só q pelo mundo a fora. Isso é ser igreja, q no original chama-se eclesia, q significa "chamados para fora".
    Bom, acho q isso resume minha visão sobre a mensagem, da qual concordo.

    Abraços, Ronald

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