Vê se não espalha, hein... A Graça da Discrição
https://genizah-virtual.blogspot.com/2010/09/ve-se-nao-espalha-hein-graca-da.html
Hermes C. Fernandes
Desde pequenos, somos acostumados a buscar cativar a atenção dos nossos pais através de nossas estripulias. Queremos atenção! Não aceitamos outro lugar que não seja o “centro do Universo”. Todos os olhares têm que se estar voltados para nós. Porém, descobrimos que não somos os únicos a disputar esse lugar de primazia. Surge, então, o espírito competitivo.
A criança grita, esperneia, vira cambalhota, põe fogo no colchão, tudo para roubar a atenção que os pais estão dando a seu irmão menor. Este espírito competitivo vai nos seguir a vida inteira. Seja no ambiente profissional, familiar, acadêmico, e, por incrível que pareça, até no ambiente da igreja.
Uns acreditam que a maneira mais eficiente de chamar a atenção é despertando pena nos demais. Esses estão sempre se queixando da vida. Alimentam sua carência com os olhares complacentes dos outros. Sua sina é ser vítima.
Outros acreditam que seja mais eficiente chamar a atenção se envolvendo em peripécias. Esses alimentam sua carência através dos conselhos inúteis e das críticas incessantes ao seu estilo de vida. O que lhes satisfaz é ser vilão.
Há os que tentam chamar a atenção para si através de suas boas obras. E o ambiente eclesiástico é muito propício a isso. Jesus denunciou os fariseus que pagavam alguém para tocar a trombeta enquanto davam esmolas. Queriam que todos notassem o quanto eram bons. Esses são os que almejam o papel de herói. Não pelo heroismo em si, mas pelo glamour que só os protagonistas experimentam.
Nos círculos mais místicos, como os pentecostais, muitos buscam chamar a atenção para si através de uma hiper-espiritualidade. Nesses ambientes, geralmente se mede a espiritualidade das pessoas pelo volume da voz enquanto falam em línguas ou glorificam a Deus.
A graça rompe com tudo isso!
O que alimenta a competitividade é o fato de acharmos que só seremos aceitos se fizermos por onde, se nos adequarmos às expectativas das pessoas do grupo. Mas quando descobrimos que Deus nos aceita a despeito de nosso merecimento, tal ciclo é rompido.
Já não temos que provar nada pra ninguém.
Somos livres para sermos aquilo para o qual fomos criados, sem nos preocupar em dar explicações.
Nosso objetivo já não é impressionar quem quer que seja, mas simplesmente servir e amar despretensiosamente.
E quanto mais nos livramos do jugo das expectativas humanas, mas deixamos livres as pessoas ao nosso redor.
Encerram-se as disputas e as comparações. Ninguém mais faz questão de ter a razão em tudo. Somos livres para amar e acolher, e sermos amados e acolhidos.
Só a graça promove um ambiente saudável onde os indivíduos possam crescer espiritual e emocionalmente.
Por não termos mais o que provar a ninguém, preferimos a discrição. Em vez de pagar um trombeteiro para chamar a atenção para nossas boas obras, preferimos praticar o que Jesus recomendou: Dar com a mão direita, sem que a esquerda saiba.
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Hermes Fernandes é um dos mentores desta subversão aqui no Genizah
Olá irmão Hermes, a paz do Senhor Jesus seja contigo!
ResponderExcluirMuito bom o post, gostei demais! Mensagem entregue com amor, objetividade e clareza! Vou copiar e colar no meu blog com link para cá e com o endereço também, ok?
Aproveito o espaço para contar que levei um susto meus irmãos quando soube que por estes dias, e fatidicamente na noite de hoje, 10 de setembro de 2010 (uma sexta-feira), o Marco Feliciano está, neste momento, na cidade de Itu/SP (cidade vizinha de Salto, onde resido), fazendo oratória... Daí falaram pro meu marido que ele veio aqui para a região de graça, sem cobrar nada de nenhuma igreja. Mas também, com este objetivo em mente, ou seja, o de conseguir alguns votos, o que não fazem os líderes mais relaxados de algumas igrejas/empresas, não?... Ai, Senhor Jesus, me perdoe por esta escrita, viu, mas "dá licença" ô crentaiada corredora voraz atrás de homens famosos que dizem que falam da Palavra de Deus!!!...
Também pronto..., penso eu que se ele conseguir entrar, contemos o tempo e será uma prova na vida dele e uma forma de dar resposta para "Ô de quem é a sua vida?", como pergunta o irmão Lázaro em uma de suas músicas.
Eu tô feliz, mudei-me de cidade e perdi o prazo para transferir o meu título de eleitor. Também se eu fosse votar, eu ia anular mesmo (por opção própria).
Ai, parece um trem fantasma os dias em que estamos vivendo... cada "fuça" que se diz servo de Deus mas de repente "aponta a seta", viu...
Por isso ela é a graça, uma das coisas mais lindas que o Senhor criou pra nós, é magnifico seu alcance, ela sempre nos leva ao amor, é extraordinário.
ResponderExcluirNEle,
Amarildo.
Só a graça nos proporciona tal entendimento!
ResponderExcluirPor favor, confundir "descrição" com "discrição" é grave demais pra um pastor blogueiro.
ResponderExcluirMeu caro anônimo, você não é nada indiscreto, não é verdade? Mas seu tiro saiu pela culatra.
ResponderExcluirNinguém confundiu nada aqui, a não ser você mesmo.
Confira:
descrição
des.cri.ção
sf (lat descriptione) 1 Ação ou efeito de descrever. 2 Lit Tipo de composição que consiste em enumerar as partes essenciais de um ser, geralmente adjetivas, de modo que o leitor ou ouvinte tenha, desse ser, a imagem mais exata possível. 3 Enumeração das qualidades ou caracteres (de animal ou pessoa). 4 Enumeração, relação.
discrição
dis.cri.ção
sf (lat discretione) 1 Qualidade daquele ou daquilo que é discreto. 2 Qualidade de quem sabe guardar segredo; reserva. 3 Ato de discernir; capacidade para discernir; discernimento. 4 Circunspeção, prudência. Cf com descrição.
fonte: Michaelis
Texto muito precioso. Flui graça dele. A essência cristã impregnada na mensagem.
ResponderExcluirCaro Hermes:
ResponderExcluirQue texto belíssimo !!. Profundo e tocante. Que a Graça abunde em cada um de nós, para que amadurecidos e completos, possamos cumprir nossa missão neste mundo.
"Já não temos que provar nada para ninguém"
ResponderExcluir"Encerram-se as disputas e as comparações.Ninguém mais faz questão de ter a razão em tudo."
"Somos livres para sermos aquilo para o qual fomos criados,sem nos preocupar em dar explicações."
As frases acima,retiradas deste artigo,ficaram sem sentido quando o autor da mesma quis ter a razão quando foi confrontado astutamente por alguém que não se identificou,invalidando assim o que foi escrito e provando mais do que nunca que estamos muito longe daquilo que agente prega (ou escreve)para aquilo que agente vive ou sente.
Se foi intencional ou não eu não sei,mas a verdade é que o tiro acertou o seu alvo em cheio,quando a melhor resposta era deixar o anônimo em questão ter a razão mesmo sabendo que ele não tinha razão.
Junto com o título dado para o artigo,"A Graça da discricão"poderiamos acrescentar outro:Que tal "A vida é cheia de contradições"
Ve se não espalha hein!